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Economia verde: o que é, características, princípios e importância

A economia verde é um conceito cada vez mais relevante para o mundo atual.

Trata-se de uma abordagem que busca equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente e a proteção dos recursos naturais.

Ela se baseia em princípios de sustentabilidade e na utilização de tecnologias limpas e renováveis.

O objetivo principal é criar um sistema econômico que seja capaz de atender às necessidades das gerações atuais sem prejudicar o bem-estar das futuras.

Neste texto, vamos explorar o que é a economia verde, suas características, princípios e a sua importância para a sociedade e o planeta. Boa leitura!

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O que é economia verde?

A economia verde é uma abordagem econômica que tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável para garantir a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais para as gerações futuras.

Ela foi criada como uma resposta às mudanças climáticas, como uma forma de frear a tendência de aumento de temperatura causado pela emissão de gases do efeito estufa.

Para se ter uma ideia da dimensão dos impactos das mudanças climáticas, se a temperatura da terra subir apenas mais 2°C, mudanças drásticas podem ocorrer.

Eventos como derretimentos de galerias serão responsáveis por um aumento do nível do mar e eventos extremos, como secas, ciclones e ondas de calor, se tornarão mais frequentes.

Além disso, um número muito grande de espécies pode simplesmente desaparecer, pois as mudanças na geografia e no clima podem interferir com o seu ciclo reprodutivo, fazendo com que elas sejam extintas para sempre.

Por isso, a economia verde busca conciliar o crescimento econômico com a preservação ambiental, visando um desenvolvimento mais equilibrado e justo.

Origem do termo “economia verde”

A ideia por trás da economia verde foi apresentada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em 2008.

Entretanto, ao longo do tempo, o conceito evoluiu e ganhou novos significados.

O termo “economia verde” foi introduzido como substituto ao termo “ecodesenvolvimento”, que era usado anteriormente para se referir ao mesmo conceito. 

Assim sendo, a economia verde busca atender às necessidades e desejos da sociedade sem prejudicar as gerações futuras.

Uma coalizão de 50 empresas, agências e ONGs chamada Green Economy Coalition chegou a um consenso de que a economia verde se refere a um processo econômico que visa a resiliência a um desenvolvimento mais justo, ao mesmo tempo em que protege os limites ecológicos e promove a equidade social.

Características da economia verde

Características da economia verde

Algumas características são consideradas essenciais na implementação de projetos de economia verde, como a busca por uma baixa emissão de gases causadores do efeito estufa e a diminuição dos impactos das mudanças climáticas.

Também é necessário implementar políticas de inclusão social, processos de logística reversa de resíduos e reciclagem e o uso eficiente e sustentável dos recursos naturais.

Além disso, a economia verde é fundamentada na utilização de fontes de energia renováveis e limpas, na valorização da biodiversidade, no consumo consciente e na adoção de práticas sustentáveis na produção.

Por isso, uma economia verde também deve ser baseada no princípio da universalização do direito ao saneamento básico e na conservação dos recursos hídricos.

Espera-se que esses esforços resultem em novas oportunidades de negócios, melhoria na qualidade de vida da população, redução das desigualdades e conservação da biodiversidade e dos recursos naturais.

A ideia é aumentar a produtividade a fim de estimular o surgimento de novos mercados e profissões, fortalecendo a confiança dos investidores, fornecedores e consumidores, e garantindo maior estabilidade climática e econômica para o futuro.

Quais são os objetivos da economia verde?

A economia verde tem como objetivo garantir o desenvolvimento econômico da sociedade sem prejudicar as gerações futuras e preservando os recursos naturais. 

Como vimos, para atingir esses objetivos, é necessário:

  • exercer o consumo consciente;
  • utilizar fontes de energia renováveis;
  • diminuir a emissão de gases poluentes;
  • buscar a eficiência na utilização dos recursos;
  • adotar práticas sustentáveis em todos os processos e cadeias produtivas.

O último relatório do IPCC mostra que a humanidade se encontra a beira do colapso e que as mudanças climáticas podem contribuir para o surgimento de superbactérias e piorar ainda mais a situação do tráfico de seres humanos

Logo, tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento devem adotar a economia verde e enxergá-la não como um obstáculo ao seu crescimento, mas sim como uma oportunidade para promovê-lo ainda mais.

Qual é a importância da economia verde?

Ela é fundamental para a construção de um futuro mais equilibrado e sustentável em que o desenvolvimento econômico seja conciliado com o bem-estar do meio ambiente e da sociedade.

Para as empresas, a economia verde pode se traduzir em:

  • aumento da competitividade no mercado;
  • melhorias na eficiência e na produtividade;
  • maior estabilidade econômica no longo prazo;
  • ampliação da confiança dos investidores, fornecedores e consumidores.

Adotar a economia verde é, portanto, uma oportunidade para as empresas contribuírem para um futuro mais sustentável e, ao mesmo tempo, melhorarem seu desempenho econômico.

Os benefícios da economia verde

A economia verde foi apontada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) como tendo muitos benefícios.

Como o conceito sugere que é possível combinar desenvolvimento econômico com desenvolvimento sustentável, sem que haja uma contradição entre eles, ele se torna uma ferramenta fundamental para o futuro da humanidade.

Adotar práticas de economia verde em uma empresa pode trazer aumento na produtividade e redução de desperdícios e consumo de energia, além de garantir uma utilização mais eficiente dos recursos naturais.

Em outras palavras, trata-se de um conjunto de práticas e metodologias capaz de ajudar as empresas a gastar menos e otimizar a sua cadeia produtiva ao mesmo tempo que diminui os impactos da sua atividade fim no meio ambiente.

Outro benefício da economia verde é que a procura por essas práticas pode criar novas oportunidades de emprego e trabalho, assim como estimular a inovação tecnológica.

A adoção de práticas de economia verde por uma empresa também pode ajudar a aumentar a confiança dos investidores e trazer mais previsibilidade e estabilidade para o mercado.

Isso se dá devido à prevenção da escassez de recursos e à menor volatilidade nos preços, o que garante mais estabilidade ao longo dos anos, já que proporciona o uso racional de recursos e evita a superprodução. 

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Economia verde e sustentabilidade: qual é a relação?

Qual é a relação entre economia verde e sustentabilidade

A economia verde e a sustentabilidade estão diretamente relacionadas, pois a economia verde busca promover o desenvolvimento econômico de forma sustentável. 

Isso significa que, ao invés de priorizar o crescimento econômico a curto prazo, a economia verde valoriza a preservação dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente para garantir a viabilidade econômica e ambiental no futuro. 

Ou seja, a economia verde e a sustentabilidade estão estreitamente relacionadas, pois a primeira é uma estratégia para alcançar a segunda.

Ambos são importantes para garantir o desenvolvimento econômico equilibrado e responsável e para preservar os recursos naturais, minimizando os impactos negativos sobre o meio ambiente.

A economia verde no Brasil

Veja a seguir alguns exemplos de empresas que atuam no Brasil com metodologias e cadeias produtivas sustentáveis:

Natura Cosméticos

A Natura é uma empresa reconhecida no mercado de produtos de beleza mundial devido ao seu processo de branding focado em conceitos de sustentabilidade.

Para isso, a marca emprega estratégias eficazes de marketing e projetos colaborativos com comunidades tradicionais.

A Natura também estabelece parcerias com produtores rurais para a exploração consciente de alguns recursos naturais do país, como castanha do Pará e erva-doce.

O objetivo da empresa é “tornar o mundo mais bonito” e ser uma organização sustentável, com causas como a  “Amazônia Viva“, “Mais Beleza, Menos Lixo” e “Cada Pessoa Importa“.

Para defender essas causas, a Natura criou uma série de compromissos descritos no documento “Visão de Sustentabilidade 2050“.

Ela também investe em um modelo de desenvolvimento que valoriza o manejo da Floresta Amazônica e práticas agrícolas sustentáveis, combatendo o desmatamento.

A Natura faz parte do movimento B-Corp, um grupo mundial de empresas que combina lucro com benefícios socioambientais e o selo UEBT (Union for Ethical Biotrade), que reconhece o uso de ingredientes de origem sustentável e a manutenção de relações éticas com as comunidades fornecedoras.

Outra forma pela qual a empresa pratica é a economia verde é através de fórmulas compostas por 90% de ingredientes naturais e renováveis, unindo os melhores ativos da biodiversidade brasileira com as substâncias mais potentes da ciência mundial.

Desde 2006, a empresa não realiza testes em animais e acredita que a natureza, a beleza e a tecnologia podem e devem andar juntas.

Valeo

A Valeo Thermal Bus Systems é uma empresa líder de mercado, responsável por desenvolver e produzir sistemas de ar condicionado para veículos automotivos e sempre se preocupou com sua responsabilidade social e ambiental em relação à comunidade. 

Particularmente, seu compromisso com a sustentabilidade é reforçado pelo constante desenvolvimento e introdução de produtos e conceitos tecnologicamente avançados.

Com anos de pesquisa e desenvolvimento, a Valeo alcançou diversos objetivos com seus produtos, tais como a redução do consumo de combustível, a operação com combustíveis alternativos e a redução de emissões (som e exaustão).

Além disso, a empresa já conta com soluções para a geração de energia alternativa (por exemplo, energia solar para os ventiladores) e a economia de energia veicular.

Trata-se de uma empresa que pratica a economia verde pois demonstra se preocupar com o descarte correto dos produtos após o fim de sua vida útil, orientando e incentivando seus clientes a descartá-los de forma ambientalmente correta e segura. 

Essa ação contribui para a preservação do meio ambiente e para o crescimento econômico sustentável através de seu Programa de Logística Reversa.

Samsung

A economia verde da Samsung

A Samsung é uma empresa coreana reconhecida pela ampla utilização da tecnologia em seus produtos, e ganhou um grande destaque no mercado de smartphones, sendo considerada hoje a principal concorrente da Apple.

O modelo de gestão focado na inovação da empresa, além de maximizar lucros e criar valor para os acionistas, também ajuda a criar impacto positivo na cadeia produtiva, incluindo clientes, funcionários e fornecedores, através da gestão de sustentabilidade.

A Samsung monitora cuidadosamente seus impactos financeiros e não financeiros na sociedade, a fim de maximizar seus impactos positivos e minimizar os impactos negativos.

Portanto, a preocupação da empresa se estende, também, ao meio ambiente, tanto que ela tem como slogan a frase “Planet first” e adotou uma filosofia de gestão ecológica desde a Declaração Ambiental da Samsung de 1992.

A Samsung tem como objetivo oferecer soluções ecologicamente corretas e liderar o caminho para um futuro sustentável.

Como empresa sustentável, a Samsung demonstra que é possível crescer e produzir respeitando os recursos naturais, uma vez que estes são finitos e é crucial utilizá-los de forma adequada e moderada para manter a harmonia do meio ambiente.

Unilever

A Unilever é uma multinacional anglo-holandesa que oferece uma ampla variedade de produtos e marcas reconhecidas pelos consumidores, como AXE, Close Up, Dove, OMO, Rexona, Kibon, Hellmann’s e muitas outras.

Trata-se de uma das líderes globais na promoção de práticas empresariais sustentáveis.

O Plano de Sustentabilidade da Unilever concentra-se em três áreas principais: saúde e bem-estar, meio ambiente e condições de trabalho e vida.

A empresa acredita que, ao promover uma boa nutrição e higiene, seus produtos podem ter um impacto positivo na saúde da população global, abordando desafios como doenças cardiovasculares e diarréia.

Essas áreas foram escolhidas com base na importância da empresa em relação a questões ambientais, como o uso de energia na produção de produtos como sabonetes, xampus e itens de lavanderia.

A grande quantidade de água necessária na cadeia produtiva da empresa, o impacto do uso de embalagens e a importância de recursos agrícolas e florestais como matérias-primas também pesaram a favor dessa mudança de postura.

Por isso, a Unilever também está comprometida a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, maximizar a eficiência no uso de água, gerenciar de forma responsável os resíduos e adotar práticas agrícolas sustentáveis.

Nestlé

Por fim, a Nestlé é uma empresa suíça de destaque na indústria de alimentos, reconhecida por suas marcas de qualidade e compromisso socioambiental.

No Brasil, a empresa tem implementado ações de modernização tecnológica, mudanças em processos e melhorias no uso de energia em suas fábricas.

A Nestlé também tem a meta ambiciosa de zerar o envio de resíduos para disposição até 2020, buscando alternativas de reaproveitamento como recuperação energética, reciclagem e compostagem.

Em 2015, já foi alcançada a marca de zero resíduo em cinco fábricas no Brasil: Araçatuba, Araraquara, Carazinho, Jataí e São Lourenço.

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Entenda também como a Revolução Tecnológica se relaciona com a sustentabilidade no agronegócio

Conclusão

Como vimos, a economia verde é um conceito cada vez mais relevante, pois busca unir desenvolvimento econômico com preservação ambiental e equidade social.

Com características como a integração dos valores ambientais nas estratégias empresariais, a promoção do uso eficiente de recursos naturais e a inclusão de todas as partes interessadas na decisão, a economia verde tem o potencial de transformar a maneira como as empresas e governos enxergam o papel da sustentabilidade no mundo.

A importância deste conceito não pode ser subestimada, especialmente em um mundo cada vez mais preocupado com o impacto dos negócios e das sociedades sobre o meio ambiente.

Portanto, adotar princípios da economia verde é fundamental para garantir um futuro sustentável e equilibrado para todos.

Continue lendo outros artigos sobre inovação e empreendedorismo:

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Conheça 4 tipos de benchmarking e alguns exemplos práticos!

Os diversos tipos de benchmarking são ferramentas essenciais para organizações de todos os tipos e segmentos de atuação.

Eles ajudam a identificar áreas de melhoria, medir o progresso ao longo do tempo e entender como elas se posicionam frente a seus concorrentes. 

Ao propiciar entendimento sobre as lacunas e as oportunidades, o benchmarking permite que as empresas tomem decisões informadas sobre o melhor caminho a seguir. 

Neste blogpost, vamos discutir o que é essa ferramenta, sua importância e as vantagens. 

Também vamos fornecer exemplos práticos de benchmarking para que você possa ver como os diferentes tipos são aplicados no mundo real.

Acompanhe!

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O que é benchmarking?

Benchmarking é um processo sistemático e criativo de encontrar, compreender e adaptar as melhores práticas das organizações de classe mundial para maximizar o desempenho empresarial. 

Com ele, as empresas podem medir seus padrões em relação aos de seus concorrentes, clientes ou mesmo suas próprias práticas anteriores.

O objetivo final é obter insights sobre o que é a melhor prática atual do setor, identificando áreas de melhoria, validando novas idéias e comparando diferentes tipos de estratégias. 

Considerando isso, já é possível imaginar a importância e as vantagens do benchmarking, certo?

Qual é a importância do benchmarking?

Importância do benchmarking

O benchmarking é um instrumento essencial para as empresas que procuram se manter à frente da concorrência. 

Ele ajuda a identificar e medir tipos de desempenho, tais como produto, processo e experiência, para que as empresas possam inovar de maneira mais inteligente e eficaz. 

Imagine que você é um líder empresarial e definiu dois tipos de benchmarking que serão utilizados na organização. 

A análise considerará as melhores práticas de atendimento ao cliente. A ideia será, então, examinar de perto os concorrentes bem-sucedidos e outros líderes de mercado neste aspecto.

Seguindo a ideia da McKinsey & Company, você deverá seguir cinco etapas de benchmarking: 

  1. Mapeamento de processos;
  2. Análise de diferenças estruturais;
  3. Normalização e tradução de KPIs;
  4. Benchmarking e análise de drivers;
  5. Estimativa de lacunas e oportunidades.

Como resultado, seu negócio obterá informações fundamentais para aumentar a criação de valor, manter-se à frente no mundo digital e tomar melhores decisões. 

Vantagens do benchmarking

Apontamos anteriormente uma breve introdução de como fazer benchmarking, certo? Mas a partir do conceito é possível identificar uma série de vantagens proporcionadas pelo processo:

  • Valida e inspira novas idéias e estratégias;
  • Mede o progresso, desempenho e resultados ao longo do tempo;
  • Auxilia na identificação de pontos de melhoria e da vantagem competitiva;
  • Ajuda a otimizar as técnicas já utilizadas e elevar as práticas ao padrão do setor;
  • Compara diferentes tipos de estratégias e táticas utilizadas pelos concorrentes;
  • Motiva a equipe, pois ela passa a enxergar os objetivos organizacionais como tangíveis a partir da observação de outras empresas;
  • Contribui para que as empresas tomem decisões informadas sobre seu negócio e permaneçam competitivas em seu mercado;
  • Permite que a empresa evite erros comuns e faça um brainstorming de soluções únicas para melhor produtividade a partir das informações de outras organizações.

Como resultado das vantagens do benchmarking, a empresa experimentará um aumento de produtividade e competitividade.

Em consequência, conseguirá ampliar sua margem de lucro.

Ótimo, não? Então vamos conhecer os principais tipos de benchmarking!

Os principais tipos de benchmarking

Principais tipos de benchmarking

Existem diversos tipos de benchmarking que podem ser utilizados por uma organização. Seja qual for o escolhido, eles compartilham quatro pilares fundamentais: 

  • Reciprocidade: empresas compartilham informações e dados.
  • Validade: os dados coletados devem ser válidos e verdadeiros.
  • Analogia: a informação recebida é adaptada à realidade da empresa.
  • Medição: comparação do desempenho do padrão de referência com o da empresa.

E quais são os tipos de benchmarking? Apontamos quatro principais a seguir!

Benchmarking competitivo

O benchmarking competitivo é um dos tipos mais utilizados no ambiente corporativo. 

Ele envolve a comparação do desempenho e das práticas de sua organização com as de seus principais concorrentes para entender o posicionamento no mercado. 

Apesar do amplo uso, é um processo que enfrenta desafios em torno da coleta de informações.

Isso porque existem dados mais sigilosos, que só serão obtidos por meio de consultorias externas ou clientes ocultos.

Mesmo assim, é possível conseguir dados sobre faturamento e crescimento dessas empresas por meio das informações oficiais divulgadas ao mercado. 

Com este tipo de benchmarking, você entenderá onde sua empresa se encontra em relação aos concorrentes diretos e o que precisa ser feito para se manter competitivo no mercado.

Benchmarking interno

O benchmarking interno é um processo de comparar o desempenho e as práticas de sua organização com as de seus próprios departamentos, unidades ou filiais. 

Ao rastrear métricas individuais de desempenho, o benchmarking interno proporciona uma oportunidade para inovação e melhoria. 

Essa técnica permite às companhias identificar as melhores práticas em seu setor, bem como áreas para potencial melhoria. 

Por meio dela, as organizações podem adotar métodos mais eficientes, padronizar processos e se tornar mais produtivas.

Benchmarking genérico

Benchmarking genérico

O benchmarking genérico compara o desempenho e os indicadores de sua empresa com as organizações de outras indústrias ou setores. 

Ele ajuda você a avaliar o nível de qualidade e eficiência que pode ser alcançado a partir de diferentes tipos de estratégias, táticas e processos. 

Neste aspecto, o pilar da analogia será fundamental para pensar em como adaptar as ações bem-sucedidas de empresas de outro setor ao seu negócio.

Pela riqueza de informações e pela facilidade de acesso, esse é outro tipo de benchmarking muito utilizado na atualidade.

Benchmarking funcional

Por fim, o benchmarking funcional é um processo de comparação das práticas de seu negócio com aquelas de determinada função ou processo. 

Se existe uma organização do seu segmento que se destaca pela área de marketing, você pode utilizar o benchmarking funcional para comparar unicamente essa área.

Assim, o processo ajudará o líder a identificar maneiras de melhorar a eficiência, reduzir custos e aumentar a eficácia do marketing praticado atualmente. 

Vale destacar que a ideia principal dessa abordagem é fornecer às empresas um roteiro para otimizar o desempenho sem ter que “reinventar a roda”.

Por isso, é uma ferramenta inestimável para estimular alguns tipos de inovação.

Agora que você conheceu os principais tipos de benchmarking, é interessante ver como eles são aplicados na prática, certo?

Então vamos a alguns exemplos! 

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Exemplos práticos de benchmarking

Mais do que pensar nas etapas de benchmarking, a melhor forma de entender a ferramenta é ver como ela funciona na realidade, certo?

Separamos aqui cinco exemplos práticos de benchmarking que abordam diversos aspectos que mencionamos. 

Confira!

1. Assolan x Bombril

A Assolan surgiu em 1958 e ficou conhecida pela produção de esponjas de lã de aço. 

Atualmente, ela pertence à gigante Ypê e tem como produtos não só as esponjas, mas também panos de limpeza e saponáceos.

A empresa foi pioneira pela embalagem em saquinhos plásticos, mas nunca experimentou uma grande ascensão.

Um dos principais motivos para isso é sua maior concorrente, a Bombril, que surgiu em 1948. 

Mais do que fabricar produtos de higiene e limpeza doméstica, a Bombril estudou o mercado e potencializou os principais pontos fortes da Assolan para si mesma. 

O destaque ficou com o trabalho de marketing da marca, que entrou na cabeça dos brasileiros pelo garoto-propaganda ou pela expressão “1001 utilidades”.

2. Coca-Cola x concorrentes indiretos

Exemplo de benchmarking da Coca-Cola

Em 8 de maio de 1886 nascia uma das empresas mais famosas da atualidade. Com uma história que já dura mais de 100 anos, a Coca-Cola enfrentou desafios inusitados.

Nos dias de hoje, se você pensar no principal concorrente da Coca, certamente dirá Pepsi. Mas se você fizer a mesma pergunta para a empresa, terá uma resposta diferente: água de torneira.

Para explicar esse exemplo prático de benchmarking, vamos pensar nos concorrentes indiretos da Coca. 

Qual a utilidade do café e dos picolés de frutas? Trazer uma animação para o dia a dia (cafeína) e refrescar, certo?

Essa é a proposta principal da Coca-Cola. Por isso, ao invés de focar no mercado de refrigerantes, a marca passou a se atentar para os concorrentes diretos que absorviam seu público-alvo.

3. Gol Linhas Aéreas e benchmarking internacional

De acordo com o Anuário do Transporte Aéreo 2021 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Gol Linhas Aéreas foi a terceira companhia com maior participação no mercado doméstico, com 18,8 milhões passageiros transportados. 

E como a empresa fundada em 2001 chegou a este patamar?

De forma resumida, foi a primeira companhia brasileira a adotar o modelo de gestão de baixo custo. Adotar o “low cost” é oferecer preços acessíveis nas passagens aéreas. 

Para isso, a Gol fez um benchmarking internacional e analisou companhias que ofereciam passagens com um custo inferior ao dos concorrentes. 

É o caso da  britânica EasyJet e da irlandesa Ryanair, que obtiveram bons resultados com a prática.

Para reduzir os custos na época, a empresa eliminou alguns benefícios aos clientes, como a alimentação gratuita, e implantou cobranças para a reserva prévia de assentos.

Com isso, conseguiu abaixar o preço das passagens para um patamar bem abaixo daquele cobrado pelos concorrentes.

No entanto, atualmente, já podemos perceber que o preço é semelhante à concorrência.

4. Nubank x instituições financeiras tradicionais

benchmarking do Nubank

O Nubank se tornou o terceiro “unicórnio” do Brasil e existem vários motivos para isso.

Em uma análise do mercado financeiro tradicional, seus fundadores perceberam que existiam vários serviços oferecidos pelas instituições financeiras brasileiras que poderiam ser melhorados. 

O foco era o relacionamento com os clientes e, para isso, pensaram em uma startup que ofereceria serviços bancários sem tarifas. 

A partir de um benchmarking competitivo bem feito, a fintech inovou em diversas frentes: 

  • Pagamento antecipado e com desconto de compras parceladas;
  • Programa de benefícios (Nubank Rewards), que se tornou uma conta digital;
  • Cartão de crédito internacional sem anuidade e completamente gerenciado pelo aplicativo;
  • NuCommunity, uma plataforma de discussão que oferta exclusividades aos membros mais engajados.

Não à toa, o Nubank foi considerado o banco mais valioso da América Latina em 2022.

5. Xerox

Ainda na década de 1970, a Xerox utilizava o benchmarking para aprimorar suas operações e reduzir o preço de seus produtos para o mercado.

Suas principais concorrentes japonesas (Canon e Nashua) já ofertavam materiais a baixo custo. 

Para descobrir como isso era possível, a Xerox comprou os equipamentos dessas empresas e os desmontou. Deu certo.

O sucesso da marca foi tanto que ela se associa profundamente à ideia de fotocópia, de modo que a palavra xerox é utilizada como substantivo (máquina fotocopiadora) ou verbo (fazer uma fotocópia).

E uma curiosidade que também demonstra uma atenção especial ao mercado: o último X de Xerox só existe para dar à marca um nome de aspecto similar à outra empresa de Rochester (Nova Iorque): a Kodak.

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Conclusão

Conhecer os tipos de benchmarking é importante para que os líderes tenham ferramentas adequadas para cada contexto empresarial.

As análises comparativas, seja com seu próprio mercado ou com outros setores, podem trazer insights essenciais para um caminho de criatividade e inovação.

Casos como Nubank e Gol mostram que a percepção atenta ao mercado consumidor pode trazer frutos substanciais e elevar a empresa a outro patamar.

Portanto, os líderes empresariais devem se manter com a mente aberta para, se necessário, mudar o mindset para um novo modelo de empreendimento.

Aproveite para entender a importância da mudança de mindset para seu negócio!

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Criatividade humana e a revolução do ChatGPT

Que o assunto “ChatGPT” está em alta, todo mundo sabe. Mas você já parou para pensar que a inteligência artificial generativa pode, de fato, mudar o mundo? Isto porque esta tecnologia consegue avançar sobre o único território pelo qual nós sempre acreditamos estar além da capacidade das máquinas: a criatividade humana. 

Antes de explorarmos o potencial do ChatGPT, é preciso entendermos exatamente o que é esta tecnologia e como ela funciona. O ChatGPT é uma ferramenta de inteligência artificial generativa criada pela startup OpenAI. E o que é a tal “inteligência artificial generativa”?

Diferentemente das tecnologias de análises e previsões criadas a partir de bases de dados estáticas, as plataformas generativas possuem características avançadas de autoaprendizado, sendo capazes de gerar interpretações próprias de textos, imagens e obras de arte.

Para o especialista em IA da Singularity Brasil, Alexandre Nascimento, o ChatGPT tem a capacidade de mudar paradigmas na criação de novos conteúdos. “Por exemplo, eu não sou um ilustrador, mas agora eu consigo ilustrar, com um grau de qualidade bem razoável, o que imagino. Assim, a IA generativa aumenta a produtividade e reduz o custo de geração de conteúdo. Desta maneira, pessoas que não participavam desses mercados por barreiras técnicas ou financeiras agora podem participar”, explica Nascimento.

Quer saber mais como esta nova tecnologia poderá revolucionar, inclusive, o mercado publicitário? Confira a entrevista completa do Alexandre Nascimento em: https://propmark.com.br/como-a-criatividade-publicitaria-pode-ganhar-com-o-chatgpt/

Para mais informações sobre o ChatGPT, acesse: https://www.qurio.com.br/pack/post/chat-gpt-faq-de-introducao

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Perguntando ao futuro:  confie na competência humana e aprenda a perguntar e pensar de forma crítica na era da inteligência artificial generativa

Artigo escrito por Poliana Abreu, Head da SingularityU Brazil e Diretora de Conteúdo da HSM

Mais importante do que ter a resposta, é ter a sabedoria para fazer a pergunta certa. Esta é uma das máximas quando falamos em desenvolvimento de liderança em ambientes complexos e marcado por muitas mudanças. A arte de fazer perguntas e o pensamento crítico sempre foram fundamentais para o avanço do conhecimento e para a tomada de decisões. Mas, com o surgimento da inteligência artificial generativa, essa habilidade tornou-se uma premissa.

A inteligência artificial generativa, como o ChatGPT, da Open AI, é uma tecnologia que permite a criação de novos conhecimentos, insights e soluções por meio da geração automática de conteúdo. Isso significa que profissionais agora têm acesso a quantidades massivas de informações ordenadas de forma original. Mas a qualidade das respostas depende diretamente da qualidade da pergunta. Com a euforia do ChatGPT já podemos observar, inclusive, o surgimento de empresas especializadas em vender “prompts” (enunciados, perguntas que são geradas pelos usuários do ChatGPT).

Outra habilidade importante é a capacidade de analisar as perguntas de forma crítica e, também, processar as respostas. Os usuários devem ser capazes de fazer esta análise atentamente; identificar padrões e tendências; e, finalmente, buscarem, em seu próprio repertório, conexões que sejam capazes de refinar suas perguntas com base nas respostas obtidas. Os chatbots de AI generativas podem ser incríveis ferramentas para aumentar a produtividade e uma nova forma de busca de informação na web, mas ainda é uma ferramenta “generativa” – faz novas combinações com informações existentes e não essencialmente criativa. Cabe a quem utilizar a ferramenta saber direcionar o conteúdo para a autenticidade.

Formular perguntas eficazes e a fazer a conexão de pontos não óbvios não é uma tarefa fácil. É preciso ter repertório e desenvolver habilidades como empatia e leitura de contextos para saber o que e como perguntar. Além disso, é importante ter uma boa compreensão do contexto, das fontes de informação e da linguagem para que as perguntas sejam precisas e relevantes. Sherry Turkle, antropóloga, socióloga e cientista de computação do MIT, estuda há anos este tema e questiona o motivo pelo qual a sociedade tende a confiar mais nas máquinas do que nos seres humanos. Isso faz com que nos afastemos das reais habilidades humanas. A meu ver, precisamos valorizar e confiar nas características humanas para que consigamos usar a tecnologia a favor de uma relação saudável e eficiente entre homens e máquinas.

Ao escrever esta reflexão, comentei com meu querido amigo e parceiro de trabalho da SingularityU Brazil – Renan Hannouche, sobre o a importância de saber fazer a pergunta certa e ele me presenteou com um novo aprendizado: a palavra pergunta em inglês é “Question” – quest, na linguagem dos gamers, significa: objetivo, propósito, a próxima missão. As “quests podem ser simples, como encontrar um objeto específico, ou mais complexas, envolvendo uma série de desafios a serem superados para chegar a um resultado. Fica a provocação e o convite para que, enquanto organizações e sociedade, comecemos a escolher melhor as nossas “quests” e direcionar o futuro para um caminho mais consciente e coerente.

*Parte deste texto, incluindo o próprio título, foi criado via Chat GPT (fazendo as perguntas certas, claro 😉)

Quer ter acesso a um guia rápido e prático de como aprender a fazer as perguntas certas? Então, confira o guia produzido pela revista HSM Management: https://www.qurio.com.br/pack/post/como-fazer-as-perguntas-certas

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O que é aço verde e qual é seu impacto?

Insumo essencial para engenharia e construção, o aço é um dos materiais industriais mais populares do mundo, com mais de 2 bilhões de toneladas produzidas anualmente.

Ao mesmo tempo, a siderurgia é responsável por 7 a 11 por cento das emissões globais de gases, tornando-se uma das maiores fontes industriais de poluição atmosférica.

Negócios que defendem uma governança ESG devem dar uma atenção especial ao aço verde e o que ele representa na indústria.

Ao usar eletricidade para separar o ferro de seu minério, empresas mostram que é possível fabricar aço sem liberar dióxido de carbono, oferecendo um caminho para limpar uma das piores indústrias do mundo em emissões de gases de efeito estufa.

Mas o que é o aço verde, na prática? Como ele é produzido? E qual é seu verdadeiro impacto? A seguir, entenderemos tudo isso.

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O que é o aço verde?

O aço verde é uma categoria de aço produzida com um processo que utiliza matéria-prima — carvão vegetal oriundo de florestas de eucalipto — e tecnologias mais sustentáveis do que as convencionais. Ele representa uma inovação em escala global.

Pensando nacionalmente, o Aço Verde do Brasil, também chamado de AVB, é a empresa que produz esse material em território brasileiro — no município de Açailândia, no Maranhão —, a partir de um modelo de produção sustentável.

Ela é a primeira usina siderúrgica carbono neutra do mundo.

Como o aço verde surgiu?

O aço verde surgiu como uma resposta às preocupações ambientais crescentes em relação à produção de aço convencional.

A produção de aço convencional é conhecida por ser um processo intensivo em energia, que consome grandes quantidades de recursos naturais e emite grandes quantidades de gases de efeito estufa.

O Brasil foi pioneiro nisso, com o Aço Verde Brasil. Em 2008, teve início o projeto para a produção de tarugos de aço, que após um investimento de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, começou a ser operado em 2016.

A produção de produtos laminados teve início em junho de 2018, com uma capacidade anual de produção de 600 mil toneladas de aço.

Como o aço verde é produzido?

O aço verde é produzido a partir do carvão vegetal, sem a necessidade de utilizar combustíveis fósseis. O processo de produção do aço verde pode variar dependendo do tipo de tecnologia utilizada, mas geralmente envolve algumas etapas.

De início, são escolhidas as melhores variedades de eucalipto para semear o solo. Para garantir um alto nível de qualidade, é feita uma otimização genética, que combina diferentes espécies para aumentar a resistência da planta a possíveis predadores e também à restrição hídrica.

Após essa etapa, segue-se um plantio experimental onde são avaliados critérios como saúde nutricional, resistência a doenças, entre outros.

O controle biológico no Brasil é extremamente rigoroso para garantir o máximo padrão de qualidade em todo o processo — desde o plantio até a colheita. Esta última etapa demora cerca de 7 anos, enquanto a produção do carvão leva cerca de 15 dias.

No processo de produção do carvão, há também uso de tecnologias que neutralizam as emissões poluentes e fumaça geradas durante esse período.

Ao final da cadeia produtiva, milhares de hectares são recuperados por meio do reflorestamento, proporcionando continuidade a esse ciclo sustentável.

Outras alternativas de solução

Há também outras formas de produção do aço sendo encaminhadas.

Na Suécia, a Hybrit — uma joint venture entre a siderúrgica SSAB, a fornecedora de energia Vattenfall e a LKAB, uma produtora de minério de ferro — está pilotando um processo que visa reaproveitar um sistema existente chamado ferro reduzido direto.

O processo usa combustíveis fósseis para extrair oxigênio de pelotas de minério de ferro, deixando uma pelota de ferro porosa chamada ferro esponja.

O método Hybrit, em vez disso, extrai o oxigênio usando gás hidrogênio livre de fósseis.

O gás é criado por eletrólise, uma técnica que usa uma corrente elétrica — neste caso, de uma fonte de energia livre de fóssil — para separar a água em hidrogênio e oxigênio.

O ferro-esponja resultante então vai para um forno elétrico, onde é finalmente refinado em aço. O processo libera apenas vapor de água como subproduto.

Principais benefícios do aço verde

benefícios do aço verde

Certamente não é uma solução fácil descarbonizar uma indústria como essa, mas o aço verde é um caminho muito promissor.

Ele apresenta diversos benefícios em relação aos processos de produção convencionais, como:

  1. sustentabilidade: o processo de produção desse material é feito com carvão vegetal, uma fonte renovável e mais sustentável do que os combustíveis fósseis utilizados na produção convencional de aço, o que contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa;
  2. maior eficiência energética: a produção desse aço utiliza um processo mais eficiente do ponto de vista energético, o que pode levar a uma redução nos custos de produção e a uma maior competitividade no mercado;
  3. melhor qualidade do produto: o uso de carvão vegetal na produção do aço verde pode contribuir para uma melhor qualidade do produto final, com menor presença de impurezas e maior resistência mecânica;
  4. certificações ambientais: a produção pode ser certificada por organismos independentes que atestam a sua sustentabilidade e menor impacto ambiental, o que pode ser um diferencial competitivo no mercado;
  5. responsabilidade social: o uso de carvão vegetal proveniente de florestas plantadas pode contribuir para a geração de empregos e renda em regiões onde o desmatamento é um problema social e ambiental.
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O impacto do aço verde

O impacto do aço verde chama tanto a atenção no meio ambiente como na economia. Entenda um pouco dele.

No meio ambiente

O aço verde tem um impacto positivo significativo no meio ambiente, pois é produzido a partir de fontes renováveis e sustentáveis, como o carvão vegetal.

O processo produtivo do aço verde emite menos gases poluentes e tem menor impacto ambiental em comparação com o aço produzido a partir de combustíveis fósseis.

Além disso, a produção de carvão vegetal para o aço verde pode ser feita a partir de florestas cultivadas especificamente para esse fim, o que ajuda a evitar o desmatamento e a degradação ambiental.

Na economia

Em termos econômicos, o aço verde pode gerar impactos positivos ao estimular o desenvolvimento de novas tecnologias e processos produtivos mais eficientes e sustentáveis.

Além disso, o uso dele pode contribuir para melhorar a imagem e reputação das empresas que o utilizam, especialmente em um contexto de crescente preocupação com a sustentabilidade e o meio ambiente.

Outro benefício econômico do aço verde é a sua capacidade de atender a demanda crescente por materiais produzidos de forma sustentável. Por exemplo, isso pode gerar novas oportunidades de negócios e de investimentos em toda a cadeia produtiva.

Com isso, espera-se que essa solução possa contribuir para o desenvolvimento econômico e social das comunidades envolvidas em sua produção e uso.

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Conclusão

O aço verde é uma inovação brasileira que revoluciona a indústria siderúrgica, uma vez que é produzido a partir do carvão vegetal e não usa combustíveis fósseis. É isso que o torna um material ecológico e sustentável.

Como falamos, o Aço Verde do Brasil (AVB) também pode ser entendido como uma iniciativa dessa solução.

Mas enquanto uma solução de descarbonização, ele apresenta alguns benefícios como a sustentabilidade, a eficiência energética e até mesmo a certificação ambiental para as empresas.

Os negócios devem acompanhar o que as novas soluções podem fazer pelo mercado, mas também pela sociedade.

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Inovação

O que é inovação aberta e o que as empresas ganham com ela?

A grande competitividade do mercado tem feito com que iniciativas como a inovação aberta sejam cada vez mais necessárias.

No lugar do tradicionalismo, onde as pesquisas são internas e em um modelo vertical, esse tipo de inovação busca um caminho muito mais produtivo: a colaboração. O crescimento depende de outras ideias que vão além do próprio negócio.

Mas o que significa, na prática, esse conceito? Quais são seus princípios? Quais são os verdadeiros ganhos para os negócios? Como implementar? A seguir, vamos ver tudo isso. Tenha uma boa leitura!

Leia também: o que é deep learning e como ele é usado?

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O que é inovação aberta?

Inovação aberta é uma abordagem de inovação que se baseia na ideia de que as empresas podem gerar ideias e desenvolver novas tecnologias em colaboração com outras organizações e indivíduos externos à empresa.

Em vez de depender apenas de seus próprios recursos internos, ela conta com outras contribuições — que podem ser de empresas, órgãos públicos e pessoas de fora da organização.

No lugar de apresentar a solução somente no final, a inovação aberta envolve a utilização de conhecimentos, tecnologias e recursos disponíveis externamente para desenvolver produtos, serviços, processos ou modelos de negócios.

O responsável por esse conceito de “open innovation” foi Henry Chesbrough, em 2013, professor da universidade de Berkeley, nos Estados Unidos. 

Ela vê como uma abertura da fronteira das organizações no sentido de permitir o uso de ideias externas nos processos. A ideia se encontra no livro “Inovação Aberta: Como criar e lucrar com a tecnologia”.

A abordagem de inovação aberta é uma forma de aprimorar a criatividade e a capacidade de inovação de uma empresa, permitindo que ela se adapte às mudanças do mercado de forma mais ágil e eficiente.

Qual é a diferença entre inovação aberta e inovação fechada?

A principal diferença entre inovação aberta e inovação fechada é a forma como as empresas abordam a geração de ideias e o desenvolvimento de novas soluções.

A inovação fechada, também conhecida como inovação interna, é uma abordagem em que a empresa utiliza apenas seus próprios recursos internos para gerar ideias, desenvolver novas tecnologias, produtos, serviços, processos ou modelos de negócios.

Nesse modelo, a empresa geralmente se concentra em seu próprio conhecimento, habilidades e recursos, e busca manter suas ideias e inovações protegidas de concorrentes ou do público em geral.

Por outro lado, como falamos, a inovação aberta envolve a colaboração com organizações ou indivíduos externos para gerar ideias e soluções inovadoras.

Enquanto a fechada concentra-se apenas em recursos internos e protege as ideias da empresa, a aberta busca colaboração externa e compartilha ideias e inovações com parceiros externos.

Princípios da inovação aberta

princípios da inovação aberta

Existem alguns princípios fundamentais que orientam a abordagem de inovação aberta. São eles:

  • utilização de recursos externos: ela envolve a utilização de recursos externos, incluindo ideias, conhecimentos, tecnologias e habilidades, para gerar inovações;
  • colaboração com parceiros externos: se baseia em parcerias e colaborações com outras empresas, universidades, organizações, startups e indivíduos, para gerar ideias, desenvolver tecnologias e soluções inovadoras;
  • compartilhamento de conhecimentos e tecnologias: as empresas compartilham ideias, conhecimentos e tecnologias com parceiros externos, em vez de manter esses recursos internamente ou protegê-los com patentes e segredos comerciais;
  • adoção de uma mentalidade de rede: também envolve a criação de uma rede de parceiros e colaboradores, em vez de depender apenas de uma equipe interna de pesquisa e desenvolvimento.

Tipos de inovação aberta

Existem três tipos principais de inovação aberta: inbound, outbound e coupled. Vamos entender melhor cada um deles.

Inbound

Este tipo de inovação aberta se concentra em trazer ideias, conhecimentos e tecnologias externas para dentro da empresa.

É quando uma empresa procura ativamente soluções inovadoras fora de sua organização, em universidades, startups, laboratórios de pesquisa ou comunidades de inovação aberta.

As empresas podem usar várias ferramentas de inovação aberta inbound, como crowdsourcing, hackathons, incubadoras de startups ou programas de aceleração.

Outbound

Esse tipo de inovação aberta se concentra em levar ideias, conhecimentos e tecnologias desenvolvidos internamente pela empresa para o mundo externo.

A empresa pode compartilhar sua propriedade intelectual com outras empresas, startups ou organizações, para colaboração em projetos conjuntos.

A inovação aberta outbound pode incluir licenciamento de tecnologias ou patentes, venda de tecnologias e produtos, ou a criação de spin-offs e startups.

Coupled

Este tipo de inovação aberta é uma combinação dos dois tipos acima. A inovação aberta coupled ocorre quando uma empresa colabora com outras empresas, universidades ou organizações externas para desenvolver soluções inovadoras em conjunto.

Isso pode incluir o compartilhamento de recursos e conhecimentos, a realização conjunta de projetos de pesquisa, planejamento e execução ou a formação de alianças estratégicas.

Ele pode ajudar a combinar as habilidades, conhecimentos e recursos de várias organizações para desenvolver soluções mais abrangentes e eficazes.

Quais são os benefícios da inovação aberta?

benefícios da inovação aberta

Para muitas empresas, a noção de “transparência” se torna um tema proibido. Afinal, sem a mudança de mindset, as organizações tradicionais pensam que suas ideias devem ser mantidas em sigilo e jamais compartilhadas com pessoas de fora.

No entanto, essa abertura pode trazer uma série de benefícios para os negócios: reduz custos, promove networking, cria novos mercados, democratiza o acesso a ideias e agrega valor à marca. Entenda melhor cada um desses pontos.

Reduz custos

A inovação aberta permite que as empresas compartilhem recursos e conhecimentos com parceiros externos, o que pode ajudar a reduzir custos de pesquisa e desenvolvimento.

Em vez de investir em uma equipe interna de pesquisa e desenvolvimento, as empresas podem colaborar com outras organizações para desenvolver soluções inovadoras, sem precisar arcar com os custos completos.

Promove o networking

O networking pode ser promovido de diversas maneiras. Ao se abrir para a colaboração externa, as empresas se conectam com uma ampla variedade de parceiros e colaboradores que podem fornecer novas ideias, conhecimentos e recursos.

Isso pode incluir universidades, startups, incubadoras de negócios, comunidades de inovação aberta e outras empresas relacionadas. Ao trabalhar em conjunto com esses parceiros, as empresas podem criar relacionamentos duradouros e construir uma rede de contatos valiosos.

Cria novos mercados

Ao permitir que empresas colaborem com parceiros externos para desenvolver soluções inovadoras que atendam às necessidades de clientes em potencial, pode criar novos mercados e, ainda, novas oportunidades.

Isso acontece porque os negócios podem identificar melhores caminhos no mercado, criar novos produtos ou serviços e até mesmo entrar em setores completamente novos — até mesmo dando espaço para ideias de disrupção tecnológica.

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Democratiza o acesso às ideias

Ao abrir as portas para colaboração externa, empresas podem se conectar com startups, universidades, comunidades de inovação aberta e outros parceiros que possuem uma grande variedade de habilidades e conhecimentos, muitas vezes especializados em áreas específicas.

Além disso, a inovação aberta permite que empresas de qualquer tamanho, incluindo startups e pequenas empresas, possam ter acesso a recursos e conhecimentos que normalmente estariam fora de alcance.

Agrega valor à marca

Essa inovação pode agregar valor à marca, pois as empresas que adotam essa abordagem demonstram um compromisso com a inovação e a colaboração. Isso pode atrair talentos, parceiros e clientes que valorizam esses princípios, melhorando a reputação da marca.

Ao colaborar com parceiros externos, as empresas também podem desenvolver soluções mais criativas e diversificadas, que muitas vezes atraem mais atenção do público e da mídia, levando naturalmente a um aumento de visibilidade e reconhecimento da marca.

3 exemplos de empresas que usam a inovação aberta no dia a dia

Existem muitas empresas que usam a inovação aberta no dia a dia. Abaixo trazemos três exemplos de empresas que adotam essa abordagem e muitas pessoas não sabem.

Procter & Gamble (P&G)

A P&G é uma empresa multinacional que fabrica uma ampla variedade de produtos de consumo.

A empresa utiliza a inovação aberta como parte de sua estratégia de inovação, trabalhando em conjunto com startups, universidades e outras empresas para desenvolver novos produtos e tecnologias.

Um exemplo notável é a parceria da P&G com a empresa de inovação aberta InnoCentive, que ajuda a empresa a conectar-se com especialistas em várias áreas para resolver desafios específicos.

BMW

A BMW é uma empresa alemã que fabrica automóveis de luxo e motocicletas.

A empresa utiliza a inovação aberta como parte de sua estratégia de pesquisa e desenvolvimento, trabalhando com startups, universidades e outras empresas para desenvolver novas tecnologias e soluções de mobilidade.

A empresa também possui uma iniciativa de inovação aberta chamada BMW Startup Garage, que visa identificar e apoiar startups promissoras em áreas como mobilidade urbana, tecnologia de veículos e sustentabilidade.

Lego

A Lego é uma empresa dinamarquesa que fabrica brinquedos de construção. A empresa utiliza a inovação aberta para desenvolver novos produtos e tecnologias, trabalhando em conjunto com seus fãs e clientes para co-criar ideias e soluções.

Um exemplo notável é a iniciativa Lego Ideas, que permite que os fãs da marca enviem ideias para novos produtos da Lego. Os usuários podem votar em suas ideias favoritas, e a empresa pode produzir e vender os produtos mais populares.

O cenário da inovação aberta na economia

A inovação aberta tem se tornado cada vez mais relevante na economia global. Empresas de todos os tamanhos e setores têm adotado essa abordagem como uma forma de acelerar a inovação, reduzir custos e criar novas oportunidades de negócios.

Além disso, a inovação aberta tem se mostrado uma ferramenta valiosa para enfrentar os desafios complexos e interconectados do mundo atual.

Dados da 100 Open Startups, mostram que a quantidade de companhias que se relacionam com startups de iniciativas de inovação aberta cresceu quase 20 vezes durante cinco anos.

Isso representa mais de 1900%. Em números, as empresas que têm algum apoio em inovação aberta passaram de 82, em 2016, para 165 em 2020.

Além disso, enquanto 58% das empresas que buscam startups para inovar encontraram ao menos uma startup parceiro no ano de 2020, em 2016, esse percentual foi 24%.

Como implementar a inovação aberta?

como implementar  a inovação aberta

A implementação da inovação aberta requer uma mudança cultural e estrutural na empresa, e envolve a criação de processos e plataformas que possibilitem a colaboração com parceiros externos.

Algumas formas de fazer isso é por meio do crowdsourcing, eventos com startups e hackathons. Vamos entendê-los?

Crowdsourcing

O crowdsourcing é uma abordagem de inovação aberta que envolve a colaboração com um grande grupo de pessoas, geralmente pela internet.

A empresa pode utilizar plataformas de crowdsourcing para solicitar ideias, feedback e soluções de problemas a um público amplo. Existem diversas plataformas de crowdsourcing disponíveis, como o InnoCentive, Ideaken e IdeaScale.

Eventos com startups

A empresa pode promover eventos com startups, como hackathons, maratonas de ideias, pitch days e eventos de networking. Isso permite que a empresa se conecte com startups e empreendedores que possuem ideias e soluções inovadoras.

Durante os eventos, as startups podem apresentar suas ideias, produtos ou serviços, e a empresa pode oferecer mentoria, recursos ou até mesmo parcerias para ajudar no desenvolvimento dessas ideias.

Hackatons

Os hackathons são eventos que reúnem equipes de desenvolvedores, designers e especialistas em uma maratona criativa de curto prazo.

Durante o evento, as equipes trabalham em conjunto para criar soluções inovadoras para um desafio específico.

A empresa pode utilizar os hackathons, por exemplo, para resolver desafios específicos de negócios, como melhorar a experiência do usuário ou criar novos produtos.

Quais são os desafios para a implantação da inovação aberta?

Assim como muitas iniciativas, existem alguns desafios para implementar a inovação aberta. Podemos destacar alguns como:

  • mudança cultural: esse processo exige uma mudança cultural nas empresas, com a abertura a novas ideias e a colaboração com parceiros externos. As empresas precisam se tornar mais flexíveis e adaptáveis;
  • gerenciamento de parcerias: o sucesso dessa inovação depende de parcerias bem gerenciadas com startups, universidades e outras empresas. Isso pode ser desafiador, pois elas demandam tempo e esforço para se estabelecer e manter;
  • propriedade intelectual: ela envolve a troca de ideias e conhecimentos com parceiros externos. Isso pode gerar desafios, já que as empresas precisam proteger seus direitos de propriedade intelectual e garantir que não estão infringindo os direitos de outras empresas;
  • comunicação e coordenação: também pode envolver muitos parceiros e partes interessadas, o que pode levar a desafios de comunicação e coordenação. As empresas precisam ser capazes de gerenciar efetivamente essas partes interessadas e garantir que todos estejam trabalhando em direção aos mesmos objetivos;
  • risco: há riscos em experimentar novas ideias. Isso pode ser desafiador para algumas empresas que estão acostumadas a seguir rotinas e procedimentos estabelecidos.
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Conclusão

A inovação aberta é uma abordagem estratégica que busca promover a inovação por meio da colaboração com parceiros externos.

 Essa abordagem envolve compartilhamento de ideias, conhecimento e recursos entre empresas, universidades, startups e outras organizações.

Ao adotá-la, ass empresas ganham muito, como a redução de custos, o aumento de networking, a criação de novos mercados, a democratização do acesso às ideias e a agregação de valor à marca.

E isso pode ser feito de várias maneiras, a exemplo do crowdsourcing, eventos com startups e hackathons.

No entanto, a implementação da inovação aberta também pode apresentar desafios, como mudança cultural, a propriedade intelectual e os próprios riscos.

Mas, de toda forma, para lidar com isso, é preciso abrir a mente e os horizontes.

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Inovação

Organizações exponenciais: o que são, características e exemplos

Na atual era digital, organizações exponenciais estão surgindo como um novo tipo de negócio com capacidade de escala mais rápida e sustentável do que as empresas lineares tradicionais.

As organizações classificadas como “exponenciais” compartilham certas características que lhes permitem revolucionar os mercados e criar indústrias inteiramente novas com base em seu rápido crescimento e produção explosiva.

Para entender o que torna uma organização exponencialmente bem-sucedida, é importante considerar as características-chave associadas a esta intrigante categoria de estrutura empresarial – juntamente com algumas de suas notáveis histórias de sucesso.

Neste artigo, vamos explorar como funcionam as organizações exponenciais examinando exemplos como o Airbnb, Uber e Netflix.

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O que são Organizações Exponenciais?

O conceito de organizações exponenciais foi criado por Peter Diamandis juntamente com Salim Ismail, Michael Malone e Yuri Van Geest no contexto da Singularity University.

As organizações exponenciais são aquelas que, segundo os autores, são 10 vezes melhores, mais rápidas e mais baratas que as organizações convencionais.

Ou seja, elas produzem mais resultados com muito menos recursos e impactam muito mais a vida das pessoas.

Para fundamentar o conceito, os autores criaram o livro “Organizações Exponenciais”, que foi baseado em um estudo profundo de mais de 60 obras clássicas de autores consagrados sobre gestão da inovação.

Além disso, os autores também fizeram entrevistas com dezenas de executivos C-level da Fortune 200 e 90 empreendedores e visionários de alto impacto.

A ideia era fazer investigações sobre as características das 100 startups com crescimento mais rápido e mais bem-sucedidas do mundo de modo a demonstrar materialmente os diferenciais competitivos dessas organizações. 

Uma comparação entre o Google e a General Motors permite ilustrar bem o conceito.

Em 1979, a General Motors empregava cerca de 840 mil pessoas, enquanto em 2012 o Google empregava 38 mil (4,5% da força de trabalho da GM).

No entanto, enquanto a GM gerou U$11 bilhões (em números atualizados para 2012), o Google gerou US$ 14 bilhões em ganhos (20% acima do resultado da GM).

Ou seja, as organizações exponenciais são aquelas capazes de gerar lucros muito superiores em um período menor de tempo.

Qual é a diferença entre organizações exponenciais e organizações lineares?

A diferença central entre as organizações tradicionais e as exponenciais é que as exponenciais possuem um ambiente baseado na informação e análise de dados.

Assim, no lugar de um grande número de colaboradores, as organizações exponenciais se apoiam em tecnologias da informação.

Com esta base digital, elas convertem informação em serviços ou produtos digitais e os oferecem no mundo digital e on-demand, criando uma enorme vantagem competitiva.

Além disso, as organizações exponenciais têm impacto desproporcionalmente grande – ao menos 10 vezes maior – quando comparadas com as organizações no mesmo ramo de atuação, dada a utilização de novas técnicas organizacionais que alavancam as tecnologias aceleradoras.

Peter Diamandis descreve o processo de desenvolvimento dessas empresas como uma sequência de 6 passos que apelidou de 6Ds: Digitalizada, Enganosa (Deceptive), Disruptiva, Desmaterializada, Desmonetizada e Democratizada.

Assim, qualquer tecnologia que se torna digitalizada entra num período de crescimento enganoso (Deceptive) onde, como em qualquer exponencial, os números muito pequenos continuam pequenos, mesmo que dobrem (0.04, 0.08, 0.16…).

No entanto, de acordo com o autor, assim que esses números atingem o ponto de inflexão da curva, os crescimentos passam a ser de outra ordem de grandeza e não passam mais imperceptíveis, tornando o fenômeno disruptivo.

Ao se tornar disruptiva, a tecnologia se desmaterializa, ou seja, ela não precisa mais de componentes físicos, tornando-se apenas informação digital – por exemplo na forma de um aplicativo para smartphones.

Com isto, o produto ou serviço desmonetiza tal como o UBER desmonetizou frotas de táxis.

Por fim, o último passo é a democratização já que o mundo digital permite que se atinja a escala de bilhões de pessoas e não depende mais da colossal estrutura e quantidade de recursos que era necessário antes com bens de consumo não digitais (como é o caso da Coca-Cola, por exemplo).

Quais são as diferenças entre organizações exponenciais e startups?

Startups são aquelas empresas que se iniciam com um grande potencial de crescimento, já o conceito de organização exponencial diz respeito à forma como essa empresa trabalha.

Ou seja, as startups podem crescer em cima dos princípios das organizações exponenciais sem deixar de ser uma startup.

As principais características das Organizações Exponenciais

Características das organizações exponenciais

Para representar os principais atributos das organizações exponenciais, Salim Ismail faz uma analogia com o cérebro humano.

Do lado esquerdo, denominado ideias, estão cinco atributos internos que buscam trazer ordem, controle e estabilidade, enquanto do lado direito, temos os atributos externos, relacionados à criatividade, ao crescimento e às incertezas ao que é externo à organização.

Segundo o autor, uma empresa deve ter, no mínimo, quatro dos atributos que vamos listar a seguir para ser considerada uma organização exponencial. Veja:

Atributos internos

Os principais atributos internos são:

  • Interface: são plataformas capazes de organizar os processos da empresa e que ligam as organizações exponenciais à entidades externas, ou seja, é o elo entre as partes que não podem se comunicar diretamente;
  • Dashboards: é um painel de controle que mostra, em tempo real, todas as informações atualizadas do que cada colaborador está realizando, proporcionando maior controle individual de desempenho e diminuição de erros;
  • Experimentação: a validação e o teste de produtos novos ocorre de forma contínua e ágil, sempre com um bom controle de riscos – o contrário de organizações tradicionais;
  • Autonomia:​​ empresas exponenciais possuem equipes auto-organizadas e multidisciplinares que atuam em um sistema de autoridade descentralizada, o que aproxima mais os talentos capazes de gerir a si mesmos;
  • Tecnologias sociais: empresas exponenciais usam tecnologias sociais, como a comunicação, para tornar os processos de aprendizado mais rápidos e para organizar a equipe melhor. Para isso, utilizam-se de tecnologias sociais como objetos sociais, fluxos de atividades, gerenciamento de tarefas, compartilhamento de arquivos, telepresença, mundos virtuais e sensoriamento emocional.

Atributos externos

Agora, os cinco atributos externos das organizações exponenciais são:

  • Equipe sob demanda: organizações exponenciais estão cientes de que as habilidades se transformam e duram pouco mais do que cinco anos, por isso, em geral, elas preferem contratar sob demanda de modo a proporcionar novos aprendizados e tornando as equipes mais ágeis;
  • Comunidade e multidão: empresas exponenciais também possuem uma comunidade engajada, um atributo que também se reflete na fidelização de clientes, no fomento ao crescimento e implementação do negócio e no lançamento de novos produtos e serviços;
  • Algoritmos: diariamente, aproximadamente 2,5 quintilhões de bytes de dados são gerados no mundo todo, o que faz com que, atualmente, praticamente tudo gire em torno de algoritmos, pois eles são capazes de trazer resultados mais escaláveis e com menor incidência de erros;
  • Ativos alavancados: organizações exponenciais podem ter, compartilhar ou usufruir de muitos ativos, mas, se não os possuem, isso não é um problema, pois é possível utilizar servidores externos para sustentar a operação;
  • Engajamento: por fim, empresas exponenciais têm a capacidade de manter clientes e colaboradores alinhados aos objetivos do negócio, estando abertas aos feedbacks dos funcionários e do público alvo e reconhecendo o bom trabalho das suas equipes internas.
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3 exemplos de organizações exponenciais

Exemplos de organizações exponenciais

Agora veja três exemplos de organizações exponenciais e o que podemos aprender com elas:

Airbnb

O Airbnb foi fundado em 2008 com o objetivo de permitir que qualquer pessoa dona de um imóvel possa oferecer serviços de hospedagem que vão desde apenas um quarto até a totalidade do imóvel.

A plataforma teve um grande impacto na indústria hoteleira, que sentiu na pele a demanda pelos seus serviços diminuírem significativamente ao longo dos anos.

Para contornar essa nova concorrência, hoje os hotéis buscam oferecer experiências e serviços diferenciados para se destacar.

Ao mesmo tempo, cada vez mais pessoas estão comprando imóveis para atender à crescente demanda de usuários do Airbnb, o que acaba impactando, inclusive, no valor dos aluguéis em cidades turísticas.

O grau de disrupção e inovação do Airbnb foi tão grande que cidades turísticas como Barcelona tiveram de criar legislações para limitar o uso do aplicativo, pois ele estava causando uma alta dramática no preço dos aluguéis, o que piorou a grave crise habitacional que a cidade já vinha enfrentando.

Uber

Como vimos, ao contrário das empresas tradicionais, as organizações exponenciais se sustentam mais em recursos humanos externos do que internos para alavancar seu crescimento.

Esse é o caso do Uber. A empresa não possui nenhum motorista contratado diretamente e aplicam o conceito de equipe sob demanda.

Além disso, a companhia utiliza o conceito de plataforma para alinhar os interesses de seus colaboradores e usuários com recursos externos para, assim, alavancar o crescimento sem uma superdependência do seu time interno.

Netflix

Hoje em dia, a Netflix é o principal serviço de streaming no mundo, com mais de 130 milhões de assinaturas mensais espalhadas em quase 200 países.

A empresa aproveitou o fato de que as pessoas estavam se tornando cada vez mais conectadas para revolucionar a forma de assistir filmes e séries, extinguindo o conceito de locadoras de filmes.

Mas, além de somente reproduzir conteúdo já existente, a Netflix também passou a realizar as suas próprias produções de séries e filmes.

Hoje, ela já é uma verdadeira potência na área e anualmente lança séries e filmes feitos nos quatro cantos do mundo para uma audiência global.

A atuação dessa empresa no mercado do entretenimento teve um impacto tão grande que até mesmo os canais de televisão por assinatura viram parcela significativa do seu público alvo migrar para a plataforma – um sinal de que precisam começar a se movimentar.

Hoje em dia, não à toa, diversos canais de televisão, como a HBO, Globo e Disney já lançaram as suas próprias plataformas para concorrer diretamente com a Netflix.

Outro motivo para o fenômeno da Netflix foi o preço da assinatura, que era consideravelmente menor ao cobrado pelos pacotes de televisão à cabo.

Atualmente, a plataforma lança diversos conteúdos estrelados por grandes astros de Hollywood e suas produções concorrem até mesmo ao Oscar.

Tudo isso porque a empresa se especializou em disponibilizar séries e filmes dos mais variados gêneros e locais do mundo, aproximando a marca do público local e dando voz a cineastas e atores alheios ao circuito tradicional de Hollywood.

Um dos exemplos recentes desse fenômeno é a série Round 6.

Como ter uma organização exponencial?

Existem diversas metodologias e ferramentas que servem de inspiração e contribuem para quem deseja criar uma organização exponencial. 

Não existe um passo a passo exato que funcione para cada empreendedor, mas existem dicas gerais que são um bom guia para quem deseja começar a trilhar esse novo caminho.

Em primeiro lugar, além de considerar as principais características desse modelo de inovação, é necessário analisar de que forma sua empresa conseguirá criar um negócio escalável e inovador ao mesmo tempo.

Ou seja, antes de tirar qualquer ideia do papel, é necessário dedicar tempo ao planejamento.

Em segundo lugar, uma organização exponencial deve priorizar o investimento em tecnologia em seus processos. Além de ser uma forma de economizar o tempo em tarefas burocráticas e repetitivas, também é uma forma de acelerar os resultados.

Você deve considerar também que a sua empresa deve se propor a resolver um problema, necessidade ou desejo do público-alvo definido e as possibilidades de ampliação de mercado.

Considere também outras dicas, como:

  • Testar a viabilidade econômica do negócio exponencial para entender quais são as reais chances de lucratividade;
  • Criar e testar um Mínimo Produto Viável (MVP) do que será entregue ao consumidor final;
  • Utilizar a tecnologia, com base em dados e uso de algoritmos, para entregar ainda mais valor aos clientes e, ainda por cima, tornar o modelo de vendas mais escalável.

Saiba mais sobre organizações exponenciais

Tudo sobre organizações exponenciais

Agora veja mais algumas informações sobre as empresas exponenciais:

Livros sobre organizações exponenciais

Veja a seguir alguns dos principais livros sobre organizações exponenciais:

Curso da Singularity sobre economia exponencial

Descubra como a inovação disruptiva está mudando a economia de forma exponencial, criando impactos irreversíveis para todos os negócios e carreiras.

Aprenda a usar as tecnologias por trás dessa revolução como Blockchain, Inteligência Artificial, Criptomoedas, DeFi, Tokenização, NFT, Govcoins, DAO, Metaverso, Gamificação e Data Analytics para aproveitar essas novas oportunidades

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Conclusão

Como vimos, as organizações exponenciais são uma nova categoria de empresas que se caracteriza por seu uso de ferramentas tecnológicas e sua estrutura descentralizada.

Estas organizações são capazes de crescer a uma velocidade sem precedentes e alcançar resultados notáveis.

Alguns exemplos notáveis de Organizações Exponenciais incluem Google, Uber, Airbnb e a Netflix. 

Se você está procurando criar uma organização que possa escalar rapidamente e alcançar grandes coisas, então você precisa aprender sobre organizações exponenciais e o curso de Economia Exponencial da Singularity U é o melhor lugar para começar!

Ainda não está convencido? Então leia outros artigos sobre inovação e exponencialidade: