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Organizações exponenciais: o que são, características e exemplos

Na atual era digital, organizações exponenciais estão surgindo como um novo tipo de negócio com capacidade de escala mais rápida e sustentável do que as empresas lineares tradicionais.

As organizações classificadas como “exponenciais” compartilham certas características que lhes permitem revolucionar os mercados e criar indústrias inteiramente novas com base em seu rápido crescimento e produção explosiva.

Para entender o que torna uma organização exponencialmente bem-sucedida, é importante considerar as características-chave associadas a esta intrigante categoria de estrutura empresarial – juntamente com algumas de suas notáveis histórias de sucesso.

Neste artigo, vamos explorar como funcionam as organizações exponenciais examinando exemplos como o Airbnb, Uber e Netflix.

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O que são Organizações Exponenciais?

O conceito de organizações exponenciais foi criado por Peter Diamandis juntamente com Salim Ismail, Michael Malone e Yuri Van Geest no contexto da Singularity University.

As organizações exponenciais são aquelas que, segundo os autores, são 10 vezes melhores, mais rápidas e mais baratas que as organizações convencionais.

Ou seja, elas produzem mais resultados com muito menos recursos e impactam muito mais a vida das pessoas.

Para fundamentar o conceito, os autores criaram o livro “Organizações Exponenciais”, que foi baseado em um estudo profundo de mais de 60 obras clássicas de autores consagrados sobre gestão da inovação.

Além disso, os autores também fizeram entrevistas com dezenas de executivos C-level da Fortune 200 e 90 empreendedores e visionários de alto impacto.

A ideia era fazer investigações sobre as características das 100 startups com crescimento mais rápido e mais bem-sucedidas do mundo de modo a demonstrar materialmente os diferenciais competitivos dessas organizações. 

Uma comparação entre o Google e a General Motors permite ilustrar bem o conceito.

Em 1979, a General Motors empregava cerca de 840 mil pessoas, enquanto em 2012 o Google empregava 38 mil (4,5% da força de trabalho da GM).

No entanto, enquanto a GM gerou U$11 bilhões (em números atualizados para 2012), o Google gerou US$ 14 bilhões em ganhos (20% acima do resultado da GM).

Ou seja, as organizações exponenciais são aquelas capazes de gerar lucros muito superiores em um período menor de tempo.

Qual é a diferença entre organizações exponenciais e organizações lineares?

A diferença central entre as organizações tradicionais e as exponenciais é que as exponenciais possuem um ambiente baseado na informação e análise de dados.

Assim, no lugar de um grande número de colaboradores, as organizações exponenciais se apoiam em tecnologias da informação.

Com esta base digital, elas convertem informação em serviços ou produtos digitais e os oferecem no mundo digital e on-demand, criando uma enorme vantagem competitiva.

Além disso, as organizações exponenciais têm impacto desproporcionalmente grande – ao menos 10 vezes maior – quando comparadas com as organizações no mesmo ramo de atuação, dada a utilização de novas técnicas organizacionais que alavancam as tecnologias aceleradoras.

Peter Diamandis descreve o processo de desenvolvimento dessas empresas como uma sequência de 6 passos que apelidou de 6Ds: Digitalizada, Enganosa (Deceptive), Disruptiva, Desmaterializada, Desmonetizada e Democratizada.

Assim, qualquer tecnologia que se torna digitalizada entra num período de crescimento enganoso (Deceptive) onde, como em qualquer exponencial, os números muito pequenos continuam pequenos, mesmo que dobrem (0.04, 0.08, 0.16…).

No entanto, de acordo com o autor, assim que esses números atingem o ponto de inflexão da curva, os crescimentos passam a ser de outra ordem de grandeza e não passam mais imperceptíveis, tornando o fenômeno disruptivo.

Ao se tornar disruptiva, a tecnologia se desmaterializa, ou seja, ela não precisa mais de componentes físicos, tornando-se apenas informação digital – por exemplo na forma de um aplicativo para smartphones.

Com isto, o produto ou serviço desmonetiza tal como o UBER desmonetizou frotas de táxis.

Por fim, o último passo é a democratização já que o mundo digital permite que se atinja a escala de bilhões de pessoas e não depende mais da colossal estrutura e quantidade de recursos que era necessário antes