Dada a importância fundamental da saúde na sociedade, não chega a surpreender o crescimento exponencial do uso de inteligência artificial em tudo que se refere a este setor – desde a cibersegurança dos prontuários médicos até as cirurgias assistidas por IA.
Confira alguns dados que já mostram o impacto da IA na área da saúde:
– Um estudo mostrou como assistentes virtuais que executam sistemas de IA em linguagem natural permitem a médicos e enfermeiros economizar 17% a 20% do seu tempo ao reduzirem o número de visitas desnecessárias e os custos indiretos dos fluxos de trabalho.
– Novas implementações de IA estão sendo usadas para descobrir falhas no atendimento a pacientes, prevenindo descuidos no agendamento e tratamento, e ajudando os hospitais a melhorar seus serviços e, possivelmente, evitar processos judiciais por negligência. Estima-se que a utilização de inteligência artificial para otimizar o fluxo do trabalho administrativo geral em hospitais pode gerar uma economia anual de US$ 18 bilhões.
– As práticas de diagnóstico estão se beneficiando da capacidade das inteligências artificiais analisarem amostras com rapidez e precisão.
– Em pesquisas farmacêuticas, a IA está sendo utilizada para acelerar enormemente o processo de descoberta de medicamentos.
Seja ajudando os funcionários de saúde a trabalharem com mais eficiência, melhorando diagnósticos ou descobrindo novos medicamentos, a inteligência artificial promete revolucionar um setor que se tornou o maior empregador dos Estados Unidos nos últimos anos.
Temos o mesmo sistema educacional há décadas e está mais do que claro que, ao longo desse tempo, os desafios continuaram a se tornar mais extremos a cada nova geração de crianças. Existem limitações severas que reduzem o potencial desse sistema – por exemplo, notas ou conceitos, matérias e restrições cognitivas e de desenvolvimento. A maneira como ensinamos tende a ser desmotivadora e prepara as crianças para o fracasso desde o início. Análise alguns dos principais desafios do nosso sistema educacional atual.
O sistema de notas não consegue mais motivar os alunos No sistema educacional tradicional, a nota de um aluno começa no nível máximo e vai sendo reduzida a cada erro cometido. Na melhor das hipóteses, isso é desmotivador. Na pior, não tem nada a ver com o modo como o mundo funciona para os adultos. Talvez devamos aprender uma lição com mundo dos jogos eletrônicos, em que começamos do zero e vamos ganhando pontos a cada coisa que fazemos bem.
O modelo de aulas expositivas nem sempre atende às necessidades dos alunos Na maioria das salas de aula, um professor fica à frente da classe e profere uma espécie de palestra, o que pode provocar confusão e tédio em muitos alunos. Esse modelo uniformizado de ensino é herança de uma era de escassez, quando bons professores e boas escolas eram raros. O tamanho da turma e o número de alunos por professor complicam ainda mais essa abordagem arcaica do ensino.
O conteúdo educacional não tem relevância para o mundo de hoje Quanto do que as crianças aprendem no ensino fundamental ou médio é útil para elas mais tarde? As matérias atuais estão muito aquém do ideal em termos de ensinar as lições de vida importantes que toda criança precisa aprender para avançar com sucesso à idade adulta. Os alunos precisariam, ao invés, desenvolver sua aptidão para o pensamento crítico e adquirir habilidades de comunicação e colaboração – no que os conteúdos do currículo atual (e a prática de ensinar com vistas a testes e exames) geralmente deixam muito a desejar.
As escolas valorizam a conformidade mais que a imaginação Os programas educacionais tradicionais têm tanta estrutura, memorização mecânica e aprendizado analítico que a oportunidade de criatividade é esmagada antes que possa se desenvolver completamente. Onde no ensino promovemos a imaginação?
O tédio está causando taxas alarmantes de abandono escolar Se a tarefa de aprender na escola é algo chato, entediante ou destituído de emoção, os alunos tendem a não se dedicar a ela. Todos os dias, em média, 7.200 alunos abandonam o ensino médio, cerca de 1,3 milhão cada ano. Isso significa que apenas 69% dos alunos que começam o ensino médio o concluem quatro anos depois. E mais de 50% dos que abandonam a escola citam o tédio como o principal motivo.
“Resumindo, o modo como educamos nossas crianças precisa mudar radicalmente, dado o enorme potencial das tecnologias exponenciais, como inteligência artificial e realidade virtual.” – Peter H. Diamandis, fundador executivo e diretor da Singularity University.
As conversas do segundo dia do Exponential Finance Brazil giraram em torno de inteligência artificial, impacto social, plataformas de pagamento e os desafios e oportunidades de um mercado cada vez mais orientado pela descentralização de dados. O evento foi realizado pela Singularity University Brazil e aconteceu entre os dias 11 e 12 de setembro, em São Paulo.
A programação foi aberta com uma apresentação de Wolfgang Fengler economista-chefe de finanças, competitividade e inovação do Banco Mundial para a Europa e Ásia Central. A partir da apresentação de um panorama do cenário econômico e social, brasileiro, Fengler mostrou como o Big Data pode ser usado para traçar diagnósticos precisos de cenários globais – e como a tecnologia pode ser usada para desenvolver soluções em tempo real para essas questões.
Seguindo a trilha das oportunidades apresentadas por Fengler, o brasileiro Cristiano Oliveira, criador da Olivia, assistente virtual de finanças pessoais, subiu ao palco para falar sobre como usar a inteligência artificial para melhorar padrões de educação financeira e melhorar a qualidade de vida do usuário final. “A popularização do uso do celular e a desintermediação de serviços abriu um novo panorama para a relação das pessoas com o dinheiro”, afirmou.
Impacto social e inclusão financeira
A necessidade de inclusão da população de desbancarizados – um em cada três brasileiros adultos – foi o tema da palestra de Renato Meirelles, do Instituto Locomotiva. “É impossível falar de inclusão financeira sem falar de desigualdade”, afirmou. Para tentar reverter esse cenário, uma nova geração de empreendedores vem oferecendo soluções para diversas pontas da cadeia financeira. É o caso de Mônica Sacarelli fundadora da Diin, e de Alexandre Albuquerque, do Banco Maré, que falaram sobre esse desafio em um painel moderado por Daniel Izzo, da Vox Capital.
“O brasileiro costuma não saber nem quanto ele ganha, nem quanto ele gasta”, afirmou Sacarelli. “Fomos pessoalmente até o Complexo da Maré ouvir o que os moradores precisavam. Eles não tinham onde pagar as contas e demoravam até quatro horas pra fazer isso em outro lugar”, destacou Albuquerque, do Banco Maré.
Paytechs: revolucionando o mercado de pagamentos
Em um dos paineis mais aguardados do evento, gigantes do mercado de tecnologia se encontraram para falar sobre o novo cenário de tecnologias de pagamento. A discussão foi composta por Paula Paschoal, diretora geral da PayPal no Brasil, Paulo Cesar Nascimento, da Samsung Pay, Stelleo Tolda, COO do Mercado Livre e Fábio Coelho, diretor executivo do Google Brasil, com mediação de Guilherme Horn. “A participação dos grandes bancos neste ecossistema é essencial para a transformação e crescimento exponencial do segmento financeiro como um todo”, afirmou Tolda, do Mercado Livre
A sessão da tarde ainda abrigou um talk-show sobre a chamada economia da recorrência, com Rodrigo Dantas, da Vindi, e Sandra Boccia, diretora de redação de Época Negócios. Sobre os desafios de introduzir novas soluções no mercado, Dantas relembrou a máxima de que “onde tem problema, tem oportunidade.”
Banking 4.0: inovação e novas oportunidades
Samantha Radocchia, cofundadora da startup Chronicled e especialista em blockchain, abrou o último bloco do Exponential Finance Brazil com uma palestra sobre o potencial do open banking. Destacando o empoderamento do cliente, Radocchia destacou “muito da conversa sobre open banking gira em torno de apenas do aumento do acesso ao sistema financeiro, mas essa tecnologia tem muito mais potencial para mudar o mundo e a nossa relação com o dinheiro.”
Em seguida, João André Calvino, do Banco do Central, apresentou o panorama atual e as perspectivas para o cenário regulatório no país. “O avanço do open banking é uma tendência irreversível. O que está acontecendo com o mercado financeiro é um reflexo do que está acontecendo com a nossa sociedade”, completou.
Ao final do evento, Amin Toufani, chair de finanças e economia da Singularity University, voltou ao palco para apresentar os princípios do pensamento exponencial que orientaram os dois dias do evento. Em seu balanço final, ele deixou uma mensagem que parece cada vez mais latente em todas as áreas da nova economia digital: “antes de qualquer coisa, precisamos aprender a desaprender”