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O que não dizem sobre o futuro do trabalho

Existe um viés na discussão corrente sobre o Futuro do Trabalho, que está muito inclinada para o escopo das grandes corporações, como o trabalho remoto (anywhere, anytime); a importância da formação de squads; a importância das Soft Skills (empatia, vulnerabilidade, curiosidade, criatividade, adaptabilidade); o quanto será ou não substituído por IA, e assim por diante. É preciso ampliar esse debate.

A quarta Revolução Industrial acelerou o ritmo da diversificação de atividades. O impacto promovido pela internet na economia pode ser comparado à colonização de outro planeta, o “Planeta Digital”, semelhante ao Planeta Terra, porém nas nuvens. Talvez ainda seja difícil visualizar essa magnitude enquanto estamos no processo. Por isso, a ficção científica ajuda a enxergar melhor para onde estamos indo, como, por exemplo, os episódios “Quinze Milhões de Méritos” e “Queda Livre” da série Black Mirror da Netflix, e os filmes “Jogador Nº 1” e “Her”.

Neste contexto, em relação ao mercado de trabalho, o Digital permitiu tanto o surgimento de novas profissões, como Influencers, YouTubers, Nômades Digitais, quanto a adaptação de profissões tradicionais para esse novo “espaço”. Profissionais de inúmeras áreas diferentes embarcaram nessa missão rumo ao desconhecido.

Como colonizadores diante de imensos territórios inexplorados, os primeiros habitantes do Digital encontraram seu “oceano azul” de oportunidades. Puderam rapidamente construir autoridade, conquistar seguidores diante de uma altíssima taxa de entrega do conteúdo para
sua base, compraram tráfego a valores ridiculamente baixos e hoje usufruem do pioneirismo.

É o caso de um advogado proprietário de um escritório que, segundo ele, estava “quebrado e sem esperanças” quando passou a criar conteúdo online gratuito sobre, pasmem, os caminhos do sucesso na carreira jurídica. Sua narrativa mostrou apenas o imóvel pomposo da empresa e
os 20 anos de existência. Pode até ter sido motivo de chacota pelos conhecidos. Mas, seu público alvo, persona, era bem diferente: jovem recém-formado. Essa é uma grande vantagem do Digital. Em menos de um ano, esse advogado deu a volta por cima, surfou na onda de lançamentos de cursos online, os infoprodutos, e rapidamente virou case de sucesso!

Em decorrência das tecnologias que surgiram nas últimas décadas e continuarão crescendo à la Lei de Moore, tem surgido uma enormidade de atividades laborais inovadoras, como os especialistas em IA (Deep e Machine Learning), Blockchain, Iot, Realidades Estendidas; Marketing Digital; Games Virtuais; etc. Como também, tem transformado tantas outras profissões existentes em razão do impacto que essas inovações têm exercido no modo de viver, na cultura e nas relações.

A despeito deste cenário, atualmente, o debate sobre o trabalhador do futuro que encontramos em fóruns, apresentações, conferências e artigos está inspirado em relatórios de pesquisas de grandes consultorias. O problema é que elas costumam entrevistar apenas executivos de grandes corporações. O que torna suas conclusões enviesadas a esse nicho.

Dados do IBGE mostram que, do total da população ocupada no Brasil, aproximadamente 40% está na informalidade, portanto, 60% tem emprego formal. Já o SEBRAE* em seu estudo identificou que por volta de 30% dos empregos com carteira assinada se encontram em grandes corporações. Conclui-se que, do total dos trabalhadores no Brasil, apenas 18% estão nestas grandes empresas e o restante, 82%, fora delas.

Extremamente relevante, portanto, são a ODS 8 da ONU, suas Metas e Indicadores localizados para o Brasil, onde se encontram diretrizes sobre o que precisa ser feito em termos de estímulo à capacitação profissional para um futuro mais digno, justo e próspero do país. O Governo Federal* e o do Estado de São Paulo* têm criado iniciativas com foco maior nas áreas
tecnológicas. Neste mesmo sentido, o World Economic Forum* lançou o “Reskilling Revolution”, focado em estratégias para preparar um bilhão de pessoas em todo o mundo até 2030.

Uma análise interessante também é sobre o que se convencionou chamar de economia freelance ou Gig Economy, composta pela massa de informais e autônomos. Neste quesito, muito se discute sobre a precarização do trabalho em razão de baixas remunerações e proteções trabalhistas. Porém, é preciso levar em consideração que é um movimento
irreversível da atual conjuntura dos negócios, com o aumento do peso relativo dos encargos trabalhistas nas indústrias intensivas em mão de obra, frente à competição com as empresas nascidas Digitais de alta escalabilidade.

Em paralelo, e mais recente, outro movimento importante tem ocorrido na classe profissional mais elitizada e qualificada, que vem expandindo o alcance do fenômeno da Gig Economy. Diferente do caso do advogado citado, agora até mesmo os bem sucedidos executivos, médicos, dentistas, advogados, comunicadores, arquitetos, engenheiros têm emigrado do emprego tradicional por oportunidade e propósito, ao invés de por necessidade. Esse profissional acumulou alguma reserva financeira e se prepara para essa jornada num mergulho profundo na aprendizagem empreendedora – conhecem contratos de mútuo conversível; plataformas SaaS de gestão; estratégias de marca e growth hacking; e muito mais.

No entanto, é provável que o termo Gig Economy não seja o melhor para definir esse novo grupo. Talvez o termo “Gig New Economy” seja mais adequado. Essas pessoas optam por trocar seu emprego para fundar Startups, lançar seu curso online, se plugar às plataformas de marketplaces de profissionais de serviços mais sofisticados, entre outras iniciativas. Em outro artigo faço uma reflexão mais profunda sobre as habilidades desse profissional de sucesso da Nova Economia.

O fato é que quando se fala de “Futuro do Trabalho” de forma genérica é urgente uma visão holística sobre o assunto sob o risco de executivos de grandes corporações ficarem ouvindo apenas o eco de suas próprias vozes e não perceberem as reais ameaças e oportunidades.

Matheus Henrique Lopes Pereira Lima é chapter da Singularity University Brazil em Ribeirão Preto.

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Peter Diamandis quer que você consuma menos informação

Fundador e presidente da X Prize Foundation, o co-fundador da Singularity University e co-autor do best seller eleito pelo New York Times “Abundância: O Futuro É Melhor do Que Você Pensa”, Peter Diamandis participou do evento de lançamento do Learning Village.

André Costa, general manager da Vibra, empresa digital do Grupo Bandeirantes, entrevistou Diamandis e trazemos os highlights dessa conversa.

Adotar uma mentalidade orientada por prosperidade e abundância em cenários instáveis como o que vivemos é um tanto difícil. Como você acha possível mantermos esse mindset com ameaças de escassez tão presentes?

Peter Diamandis – É difícil manter um mindset positivo quando estamos sendo constantemente bombardeados pela mídia com notícias negativas. No meu trabalho na Singularity sempre digo que o seu mindset é um dos elementos mais importantes que você possui. Se você perguntar a caras como Jeff Bezos, Elon Musk e Steve Jobs, o que foi mais importante no início de suas carreiras, se o dinheiro, a tecnologia ou suas mentalidades; eles escolheriam a última opção. O mindset possibilitou o sucesso desses indivíduos.

Para mim, a maneira com que você nutre seu cérebro determina a constituição dos seus pensamentos. Então, se você permite que seu cérebro receba estímulos de notícias ruins a todo instante, seus pensamentos estarão repletos de medo. Violência, corrupção e assassinatos não são as únicas coisas que estão acontecendo no planeta. Também há uma quantidade incrível de coisas boas acontecendo a todo instante!

Se você quer moldar um mindset de abundância, precisa antes de mais nada estar atento ao que seu cérebro vem consumindo.

Como aplicar esse mindset de maneira prática, na rotina?

Peter Diamandis – É importante pensarmos na quantidade de informação que consumimos e se realmente precisamos consumir tudo isso. Eu acesso toda a informação relevante para meus objetivos em cerca de 10 minutos. Não permito que os veículos de comunicação infectem meu cérebro com tudo o que há de ruim acontecendo. Aprendo o que preciso aprender e foco meu tempo na busca por avanços que precisam ser realizados. Acredito que nossa guarda precisa estar alta para as informações que estão disponíveis.

Construí um produto que está acessível a qualquer pessoa que tenha interesse, de graça, que é o Future Loop. Trata-se de uma Inteligência Artificial que vasculha as notícias do mundo à procura de todos os avanços que estão ocorrendo nas indústrias de computação, IA, robótica, impressão 3D e outras tecnologias exponenciais, com um ponto de vista otimista. Checo todos os dias, leio e isso formula meus pensamentos.

Você pode conhecer mellhor a Future Loop neste vídeo.

Outro ponto de atenção deve ser: com quem você se relaciona? Se você convive com pessoas muito pessimistas, é essa a maneira que você acabará vendo o mundo. No entanto, se você se cercar de membros de comunidades como a Singularity, cheios de insights, pessoas empolgadas sobre o futuro, novas tecnologias, isso terá um impacto tremendo em você. A isso se soma o que efetivamente entra no seu corpo e como você cuida dele. Boa alimentação, exercícios físicos regulares, uma boa qualidade de sono e se rodear de pessoas com visões de mundo semelhantes às suas, isso é crucial.

Pensando em modelos educacionais, você acha que o que praticamos hoje está à altura dos desafios a serem enfrentados?

Peter Diamandis – Toda a educação, da infância, passando pelo ensino fundamental até a faculdade foi construída há centenas de anos. Você terminava a graduação e o mundo mudava vagarosamente, portanto seu aprendizado tinha aplicabilidade por muitos anos ainda. Cento e cinquenta anos atrás, a expectativa de vida média era de 40 anos. Você se formava e sua educação te acompanhava por duas décadas até que você morresse. Hoje, isso é muito diferente. O mundo muda na velocidade das tecnologias, então é importante que a gente caia na realidade de que não dá para continuarmos educando da maneira que era antes do advento dessas tecnologias.

Para começo de conversa, a educação não acaba quando você se gradua. A educação deve ser uma busca vitalícia. É necessário se atualizar e se aprimorar constantemente. Acho que todos precisam determinar como continuarão a se educar.

Uma da grandes transformações que está em curso é a inteligência artificial e acho que as pessoas realmente não fazem ideia do quaõ importante a IA será. Brinco que haverão dois tipos de empresas em 2030: as que estarão totalmente integradas à inteligência artificial e as que estarão fora do mercado.

Então, como você enquanto líder, CEO, empreendedor está realmente enxergando a inteligência artificial? Você está dando aplicabilidade a ela? De que maneira? Essas mudanças não virão em vinte anos, em trinta anos, elas ocorrerão nesta década. Então precisamos nos educar constantemente, sem medo do futuro.

Como a educação e a inteligência artificial contribuirão com a longevidade?

Não fomos desenvolvidos para viver mais que 30 anos. Atualmente, estamos entendendo o software e hardware dos nossos corpos, como evitar doenças e como estender nossos períodos de saúde. Há muitas pontes a serem construídas para que avanços ocorram, mas há coisas básicas que podemos seguir: dormir oito horas por dia, por exemplo. Foi cientificamente comprovado que nossos cérebros evoluíram com oito horas de sono. Outro ponto chave é evitar as grandes quantidades de carboidrato e açúcar, a humanidade nunca lidou com essa quantia de carboidrato e açúcar. Cortar o exagero no consumo desses itens já contribui muito com sua longevidade. Os músculos também são muito importantes nessa busca. Isso é o que pode ser feito no curto prazo, por todos.

No que se refere ao longo prazo, meu próximo livro abordará essa temática. Há uma infinidade de tecnologias chegando com o propósito de vivermos mais e melhor. Estou bastante otimista.

Leia também: Qual é o poder da mudança de mindset? Entenda a importância dele para seu negócio

Afinal, como o cérebro aprende? Explicamos não só isso, mas também como estimulá-lo em um conteúdo completo aqui do blog.

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Por uma cultura a favor da Cidade Humana

Impossível avançar sem antes pactuar com o leitor algumas definições. Trago para esse artigo o conceito de Cidade Humana derivado do trabalho de pesquisa do Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (IPCCIC), resultado de cinco anos de atividade de campo, com visitas a cidades de todo o Brasil.

O grupo foge ao reducionismo, por isso, apregoa que uma Cidade Humana é aquela que (1) coloca o ser humano em primeiro lugar; (2) forma cidadãos cocriadores; (3) fortalece o sentido de comunidade; (4) religa o ser humano ao meio ambiente; (5) fomenta a economia cocriadora e (6) educa em suas múltiplas formas. Desses seis passos, os pesquisadores ramificam para modelos e arriscam, nessa fase do trabalho, a apresentar trilhas de saberes para a obtenção dos resultados propostos[1].

Para definir cultura, conceito polissêmico que desfila por muitos campos, trago como referência o trabalho do chileno Humberto Maturana, para quem “uma cultura é uma rede fechada de conversações.”[2] E, a partir dessa assertiva, acrescento, “conduta cultural é a configuração comportamental que, adquirida ontogeneticamente na dinâmica comunicativa de um meio social, é estável através de gerações.”[3]

Com isso, assevero que, para avançarmos rumo à Cidade Humana, teremos que propiciar o surgimento de uma cultura que a reivindique coletivamente. E tal tarefa não será possível, sem que criemos novas redes de conversações vinculadas a cada um dos passos descritos acima.

Para colocar o ser humano em primeiro lugar é fundamental desconstruir redes de conversações que estabelecem padrões culturais, como por exemplo, “o homem pode mais do que a mulher”; ou, “raça superior e raça inferior”; ou ainda, uma rede bem conhecida, “o mundo é dos espertos”.

Nessa mesma linha, para formar cidadãos cocriadores temos que rever redes de conversações que enrijecem as relações entre direitos e deveres, dando ao primeiro, sobreposição quanto ao segundo. Ou, permitir a propagação da rede de conversação “jeitinho brasileiro”, enaltecendo a malandragem.

Para interiorizar o sentido de comunidade em um cidadão, seguindo essa lógica, é basal criar novas redes de conversações que desconstruam redes antigas que levaram ao individualismo.

No caso do passo quatro rumo à Cidade Humana, religar o ser humano ao meio ambiente, a criação de uma nova cultura não é uma opção, mas a única possibilidade. As redes de conversações a serem desativadas a favor de novas, são muitas. Partem da noção de finito até a exacerbação do consumo e, essa, segue atrelada à economia cocriadora.

Já o sexto passo, educar em suas múltiplas formas, se apresenta como base para a criação de novas redes de conversações e apresentações de padrões recuperados de cultura. Como em um círculo que não para de se mover, em uma cadeia de ações e reações, a Cidade Humana somente se viabilizará quando for consolidada culturalmente como uma rede de conversação comum da ampla humanidade.

Adriana Silva é educomunicadora com Pós-Doutorado em Educação e pesquisadora do IPCCIC.

[1] IPCCIC, Seis Passos para a Cidade Humana. Editora Estação das Letras e Cores, São Paulo, 2019. 

[2] Maturana, Humberto; Verden-zoller, Gerda. Amar e Brincar – Fundamentos Esquecidos do Humano. Editora Palas Athena, São Paulo, 2015.

[3] Maturana, Humberto; Varela, Francisco. A Árvore do Conhecimento – as bases biológicas da compreensão humana. Editora Palas Athena, São Paulo, 2011.

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Você já ouviu falar sobre Human Design?

Pode parecer estranho, mas um termo que até bem pouco tempo atrás soava como algo novo, agora já se tornou velho: O tal do “Mundo Vulca”.

Aquele acrônimo de palavras em inglês, e que traduz todas as questões relacionadas ao mundo em vivemos hoje – Volatilidade (Volatility), Incerteza (Uncertainty), Complexidade (complexity) e Ambiguidade (Ambiguity) – foi intensamente materializado e vivido por nós, agora em 2020, em dos períodos mais desafiadores da nossa história recente.

E este foi um ano, onde de fato, fomos instigados a conviver de uma forma mais intensa com a tecnologia e com o mundo digital. E por isso, muitas empresas elegeram o COVID-19 como o maior propulsor de inovações dentro de suas estruturas operacionais.

Mas, se já tínhamos a sensação de que a automação e a inteligência artificial já iriam modificar intensamente a nossa forma de trabalhar, agora nós temos certeza! A sensação que temos é que o mundo com o qual convivíamos, está colapsando ao nosso redor.

Mas será que toda esta instabilidade, não seria também um convite para transformarmos as nossas vidas, diminuindo a nossa subserviência em relação a tudo que acontece ao nosso redor?

Acredite, esta pode ser a nossa grande chance de redesenharmos as nossas jornadas.

E este redesign de nossas vidas, ou o Human Design, está diretamente relacionado ao modo pelo qual transformamos o nosso modo de vivenciar o mundo, o nosso trabalho e o modo de ‘ganharmos’ as nossas vidas.

E esta mudança só se torna possível se investimos em um conhecimento mais alinhado a filosofia, a ciência e o design. Esta tríade pode garantir a nós, seres humanos, um melhor posicionamento frente aos próximos anos… (ou seriam meses?)

Dizer que as s pessoas precisam começar a entender, hoje, sobre programação, criptomoedas, segurança digital e inteligência artificial pode parecer um daqueles conselhos daqueles difíceis de serem seguidos. As escolas não nos ensinam como pensar o mundo sob a perspectiva das tecnologias exponenciais, o que pode se tornar um grande desastre em pouco tempo. Nem mesmo os mais jovens, que apesar de usarem smartphones e tablets desde muito cedo, apresentam uma proficiência digital capaz de entender a amplitude de impacto da tecnologia em suas vidas.

Boa parte da população tem um modelo mental que ainda limita este tipo de aprendizagem, inibindo qualquer movimento de empoderamento em relação a estas novas tecnologias.

Mas filosofia e o design podem ajudar neste sentido, ativando uma nova visão do mundo, da tecnologia e das oportunidades que se abrem neste novo século. A tecnologia pode se tornar uma forma de aprimorar a condição humana, ao invés exercer este papel tão excludente, opressor e amedrontador na vida de muitos.

Mas a decisão é nossa.

Como já dizia Alan Toffer, escritor e futurista americano, “Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não podem aprender, desaprender e aprender.”

Permita-se reconfigurar-se. Este é um direto seu, e por isso, não deixe de vivencia-lo. Já!

Vinicius Debian é empreendedor e Vanguardista Digital. Fundador da NEIL Change Makers, uma empresa de consultoria e treinamentos que se dedica a ajudar, pessoas e empresas, a enfrentarem os desafios de suas vidas e de seus negócios, por meio de uma mentalidade mais ética e digital.

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O carro elétrico que está vendendo como água na China

Embora muitos setores da economia tenham sofrido enormes perdas durante a pandemia do coronavírus, alguns estão bem. Um deles é a venda de carros. É um tanto contra intuitivo – já que com tudo fechado, não há urgência para esse tipo de aquisição – mas cavando um pouco mais fundo, existem algumas razões lógicas pelas quais muitas pessoas podem querer investir dinheiro em um automóvel.

Com todos presos em casa, as pessoas têm economizado mais renda disponível do que nunca, então o dinheiro está aí e pronto para ser utilizado. Para aqueles que ainda precisam de empréstimo, as taxas de juros estão em níveis mínimos históricos. As viagens rodoviárias e as viagens domésticas substituíram amplamente os voos e as viagens internacionais.

Os carros com motor a combustão ainda dominam o mercado, respondendo por 97% das vendas globais de carros até 2019. Na China, porém, os carros elétricos estão no páreo com carros a gasolina – um em particular, o Wuling Hong Guang Mini EV. Lançado no final de julho, o Hong Guang gerou mais de 15.000 pedidos em 20 dias de lançamento e acumulou outros 35.000 no mês seguinte. Com um total de 50.000 pedidos em menos de dois meses, superou rapidamente os pedidos chineses de Tesla Model 3s no mesmo período.

Então, por que os motoristas chineses estão tão ansiosos para gastar seu suado dinheiro neste carro minúsculo?

Para começar, não é tão caro quanto os outros carros. O modelo simples do Hong Guang sai por 28.800 yuans (cerca de US $ 4.200 pelas taxas de câmbio atuais). Isso é menos de um décimo do custo de um Tesla Model 3 (291.800 yuan). Claro, você está comprando um carro muito diferente com o seu dinheiro, mas os consumidores chineses parecem estar bem com isso, especialmente porque o miniveículo elétrico atende a muitas necessidades práticas para se locomover em grandes cidades.

Ele não tem exatamente a aparência futurista e elegante que você esperaria de um carro novo, com um design optando por uma forma quadrada para tentar maximizar – e simultaneamente minimizar – o espaço disponível. A GM comercializa o carro como “pequeno por fora, grande por dentro”. Tem 9,5 pés de comprimento por 4,9 pés de largura e 5,3 pés de altura. Isso é comparável ao Smart Fortwo da Mercedes e ideal para se espremer em vagas de estacionamento apertadas em ruas movimentadas da cidade. O carro possui 12 compartimentos de armazenamento diferentes na cabine, incluindo uma bandeja para smartphone no painel.

Interior do Hong Guang

Sua velocidade máxima é de 100 quilômetros por hora, o que não é rápido o suficiente para viagens longas em rodovias, mas funciona muito bem para se mover em uma cidade e seus arredores. Os motoristas podem percorrer cerca de 160 km com uma única carga e podem monitorar e controlar as funções da bateria do carro em um aplicativo de smartphone.

Se as vendas começarem bem, provavelmente ficarão ainda mais fortes; A joint venture chinesa da GM está planejando abrir cerca de 100 “lojas de experiência” na China para continuar a promover o veículo.

Embora a pandemia tenha afetado o crescimento da classe média da China – ela segue crescendo, o que significa que milhões de pessoas a mais por ano têm meios de adquirir bens como carros. É importante que os carros elétricos, sejam Tesla Model 3s ou Wuling Hong Guangs, continuem a dominar mais essa fatia de mercado; dado o estado da crise climática, colocar mais milhões de carros com motor de combustão nas estradas em um país já muito poluído seria contraproducente.

Esperançosamente, quando a pandemia arrefecer, as pessoas voltarão a usar o transporte público. Mas, enquanto isso, se tivermos que comprar carros, eles podem ser pequenos, práticos e elétricos.

Texto originalmente publicado pela Singularity Hub.

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A Microsoft colocou seus servidores debaixo d’água – e funcionou!

Há pouco mais de dois anos, um cilindro do tamanho de um contêiner de transporte com o nome e o logotipo da Microsoft foi colocado no fundo do oceano na costa norte da Escócia. Dentro havia 864 servidores, e sua submersão fazia parte da segunda fase do Projeto Natick da gigante do software. Lançado em 2015, o objetivo do projeto é determinar a viabilidade de centros de dados subaquáticos alimentados por energia renovável offshore.

Alguns meses atrás, os servidores de alto mar foram trazidos de volta à superfície para que os engenheiros pudessem inspecioná-los e avaliar seu desempenho enquanto estavam submersos.

Mas espera – por que eles estavam lá, pra começo de conversa?

Por mais bizarro que pareça afundar centenas de servidores no oceano, na verdade existem várias boas razões para fazer isso. De acordo com a ONU, cerca de 40 por cento da população mundial vive a cerca de 90 quilômetros de um oceano. À medida que a conectividade com a Internet se expande para cobrir a maior parte do globo nos próximos anos, mais alguns milhões de pessoas ficarão on-line e muito mais servidores serão necessários para gerenciar o aumento da demanda e dos dados que irão gerar.

Em cidades densamente povoadas, os imóveis são caros e podem ser difíceis de encontrar. Mas sabe onde há muito espaço vazio e barato? No fundo do oceano. Este local também traz o benefício adicional de ser muito frio (isto é, dependendo de onde estamos falando; se você estiver olhando para a costa de, digamos, Mumbai ou Abu Dhabi, as águas estão mais quentes).

Os servidores geram muito calor e os datacenters usam a maior parte da eletricidade para resfriamento. Manter constantes não apenas a temperatura, mas também o nível de umidade é importante para o funcionamento ideal dos servidores; nenhum deles varia muito 30 metros abaixo da água.

E, finalmente, instalar data centers no fundo do oceano é, surpreendentemente, muito mais rápido do que em terra. A Microsoft afirma que seus cilindros de servidor levarão menos de 90 dias para ir da fábrica à operação, nada mal em comparação com a média de dois anos que leva para colocar um data center terrestre em funcionamento.

A equipe de Projetos Especiais da Microsoft operou o data center subaquático por dois anos, e levou um dia inteiro para desenterrá-lo e trazê-lo à superfície. Uma das primeiras coisas que os pesquisadores fizeram foi inserir tubos de ensaio no recipiente para coletar amostras do ar de dentro; eles vão usá-lo para tentar determinar como os gases liberados do equipamento podem ter impactado o ambiente operacional dos servidores.

O contêiner foi preenchido com nitrogênio seco após a implantação, o que parece ter criado um ambiente muito melhor do que o oxigênio pelo qual os servidores terrestres normalmente estão rodeados; a taxa de falha dos servidores na água foi apenas um oitavo da taxa típica da Microsoft para seus servidores em terra. A equipe acha que a atmosfera de nitrogênio foi útil porque é menos corrosiva que o oxigênio. O fato de nenhum ser humano ter entrado no contêiner durante todas as suas operações também ajudou (nada de mover os componentes, acender as luzes ou ajustar a temperatura).

Ben Cutler, gerente de projetos do grupo de pesquisa de Projetos Especiais da Microsoft que lidera o Projeto Natick, acredita que os resultados desta fase do projeto são suficientes para mostrar que vale a pena perseguir os data centers subaquáticos. “Estamos agora a ponto de tentar aproveitar o que fizemos em vez de sentir a necessidade de provar um pouco mais”, disse ele.

Cutler prevê colocar datacenters subaquáticos perto de parques eólicos offshore para alimentá-los de forma sustentável. Os data centers do futuro exigirão menos envolvimento humano, podendo ser gerenciados e operados principalmente por tecnologias como robótica e IA. Nesse tipo de datacenter “apagado”, os servidores seriam trocados cerca de uma vez a cada cinco anos.

A etapa final nesta fase do Projeto Natick é reciclar todos os componentes usados ​​para o data center subaquático, incluindo o vaso de pressão de aço, trocadores de calor e os próprios servidores – e restaurar o fundo do mar onde o cilindro voltou à sua condição original .

Se o otimismo de Cutler é um presságio do que está por vir, pode não demorar muito para que o fundo do oceano esteja repleto de datacenters sustentáveis ​​para alimentar nossa dependência cada vez maior de nossos telefones e da Internet.

Texto originalmente publicado pela Singularity Hub.

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O Uber quer se tornar totalmente elétrico até 2030, mas não será fácil

A pandemia de coronavírus tem sido um pesadelo geral, mas existem alguns aspectos positivos. Um deles é um foco renovado no meio ambiente. As emissões despencaram em todo o mundo quando os países entraram em quarentena e lockdown, e as cidades desde então vêm implementando novas medidas para reduzir a poluição e tornar as pessoas mais ativas e ambientalmente conscientes.

Seguindo a tendência, o líder do mercado de compartilhamento de veículos Uber anunciou recentemente que fará a transição para uma frota de carros 100% elétricos até 2030. Lyft, seu principal concorrente, fez um anúncio semelhante em junho. O compromisso das empresas que estão pegando carona em políticas verdes está ligado à pandemia? Não está claro; mas elas provavelmente teriam implementado essa mudança em algum momento no futuro próximo de qualquer maneira, e a pandemia pode simplesmente ter acelerado o processo (como aconteceu com outras tecnologias e tendências, como automação e trabalho remoto).

A pandemia não foi boa para o Uber; para começar, ninguém realmente ia a lugar nenhum nos últimos meses. Quando as pessoas se aventuravam para fora de suas casas – ansiosas e inquietas, vestindo o mesmo moletom que usaram durante toda a semana – optavam por métodos de transporte que minimizavam o contato com outras pessoas e com superfícies potencialmente cobertas de germes; andar a pé, de bicicleta e dirigir o próprio carro eram as preferências. O Uber implementou protocolos de segurança, incluindo a exigência de que motoristas e passageiros usem máscaras o tempo todo, mas os negócios ainda sofreram um grande impacto.

A empresa está focada em um futuro melhor e não dependente de combustíveis fósseis. É uma coisa boa, porque o modelo de compartilhamento de carona realmente causa mais poluição do que dirigir o próprio carro. Quando você dirige sozinho a algum lugar, chega lá e desliga o carro; em outras palavras, o carro só funciona quando você o usa para ir do ponto A ao ponto B. Mas Ubers e Lyfts correm constantemente – eles o deixam e depois circulam por um tempo até que possam pegar outro passageiro ou ficam parados esperando que uma notificação chegue. Um estudo de fevereiro deste ano descobriu que viagens de carona causam até 69% mais poluição climática do que as viagens que deslocam.

Isso é ruim não apenas para o meio ambiente, mas também para o futuro das empresas de transporte de passageiros. Então, aqui está a solução do Uber: ele planeja ser uma plataforma de emissões zero até 2040 e ter 100% de suas viagens nos EUA, Canadá e Europa em carros elétricos até 2030.

Esses objetivos são muito bons, mas não sem complicações. Para começar, não é o Uber que possui seus carros, mas sim seus motoristas. Isso significa que quem quiser ganhar algum dinheiro ao dirigir para o Uber – e quem dirige em regime de tempo integral – terá que comprar seus próprios carros elétricos. Prevê-se que o custo dos carros elétricos cairá abaixo dos carros a gás até 2022, e eles serão mais baratos de comprar e operar no longo prazo, mas por enquanto, eles ainda exigem um desembolso inicial de dinheiro significativamente maior.

Para uma empresa que não tem um histórico brilhante por tratar bem seus funcionários (ela lutou com unhas e dentes para não ter que dar benefícios aos seus motoristas em vez de contratá-los como contratados independentes), pode ser muito pedir para os motoristas desembolsarem alguns milhares de dólares extras para ajudar a cumprir uma meta com a qual podem não se importar. Antecipando isso, o Uber diz que destinou US $ 800 milhões para ajudar na transição de seus motoristas para veículos elétricos. Em um acordo com a General Motors, os motoristas do Uber podem obter os preços dos funcionários em novos Chevy Bolts (além de um desconto de US $ 8.500 oferecido a todos os compradores). O Uber também está lançando incentivos adicionais para que os motoristas se eletrizem, como receber um dólar a mais por cada viagem em um carro elétrico (no Canadá e nos EUA apenas).

Mesmo que esses incentivos sejam suficientes para convencer os motoristas a comprarem um carro elétrico, os desafios não param por aí. Os motoristas terão que encontrar lugares para carregar seus veículos, o que é mais complicado do que abastecer em um posto de gasolina, especialmente se você não mora em um lugar onde pode simplesmente passar um cabo de extensão de sua casa até o carro.

Considerando o quão onipresentes o Uber e outros serviços de compartilhamento de caronas se tornaram, é engraçado pensar que eles nem existiam há dez anos. Lembra-se de pisar na rua e jogar o braço no ar para chamar um táxi? A ideia de ser capaz de convocar um passeio personalizado a qualquer hora e em qualquer lugar usando um computador de mão poderoso, mas minúsculo, era nada menos do que inconcebível naquela época.

O compromisso do Uber de se tornar totalmente elétrico até 2030 é uma meta elevada. Mas 10 anos é um longo caminho a percorrer e muita coisa poderia acontecer durante esse tempo. Talvez os motoristas estejam mais dispostos do que pensamos a gastar algum dinheiro extra em um veículo plug-in. Ou talvez, daqui a dez anos, tenhamos um método de transporte totalmente novo que não tem nada a ver com o Uber – um que, a partir de 2020, talvez seja nada menos do que inconcebível agora.

Texto originalmente publicado pela Singularity Hub.

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Implante cerebral: o hype contra a ciência

A demonstração tão aguardada do Neuralink, na última sexta-feira, deixa mais perguntas do que respostas. Com uma apresentação repleta de promessas e visão, mas poucos dados, o evento cumpriu seu objetivo principal como uma sessão de recrutamento memorável para promover o crescimento da misteriosa empresa de implantes cerebrais.

Lançada há quatro anos com o apoio de Elon Musk, a Neuralink tem trabalhado em interfaces neurais futuristas que escutam perfeitamente os sinais elétricos do cérebro e, ao mesmo tempo, “escrevem” no cérebro com pulsos elétricos. No entanto, mesmo para os padrões do Vale do Silício, a empresa manteve um controle rígido sobre seu progresso, conduzindo internamente todas as manufaturas, pesquisas e testes com animais.

A visão de casar cérebros biológicos com artificiais não é exclusiva do Neuralink. A última década viu uma explosão nas interfaces cérebro-máquina – algumas implantadas no cérebro, outras nos nervos periféricos e algumas que ficam fora do crânio como um capacete. A ideia principal por trás de todas essas engenhocas é simples: o cérebro opera principalmente em sinais elétricos. Se pudermos explorar esses enigmáticos “códigos neurais” – a linguagem interna do cérebro – poderemos nos tornar os arquitetos de nossas próprias mentes.

Ajudar pessoas com paralisia a andarem de novo? Verificado e feito. Controlar membros robóticos com a mente? Feito. Reescrever os sinais neurais para combater a depressão? Check. “Gravar” a atividade elétrica por trás de memórias simples e reproduzi-las? Ensaios em humanos em andamento. Conectar mentes humanas em uma BrainNet para colaborar em um jogo tipo Tetris pela Internet? Possível.

Dado este pano de fundo, talvez a parte mais impressionante da demonstração não sejam as previsões elevadas do que as interfaces cérebro-máquina poderiam potencialmente fazer um dia. Até porque, em certo sentido, já estamos lá. Em vez disso, o que se destacou foi o próprio dispositivo Link redesenhado.

Um FitBit para o Cérebro
Na festa de “debutante” da Neuralink no ano passado, a empresa imaginou um implante neural sem fio com uma unidade de processamento de marfim elegante usada na parte de trás da orelha. Os eletrodos do próprio implante são “costurados” no cérebro com cirurgia robótica automatizada, contando com técnicas de imagem do cérebro para evitar vasos sanguíneos e reduzir o sangramento cerebral.

O problema com esse design, disse Musk, é que “ele tinha várias peças e era complexo. Você ainda não pareceria totalmente normal porque há algo saindo do seu ouvido.”

O protótipo no evento da semana passada veio em uma estrutura física muito diferente. Mais ou menos do tamanho de uma moeda grande, o dispositivo substitui um pequeno pedaço de seu crânio e fica alinhado com a matéria do crânio ao redor. Os eletrodos, implantados dentro do cérebro, conectam-se a este dispositivo tópico. Quando coberto por pêlos, o implante é invisível.

Musk prevê uma terapia ambulatorial em que um robô pode remover simultaneamente um pedaço do crânio, costurar os eletrodos e substituir o pedaço faltante do crânio pelo dispositivo. Segundo a equipe, o Link tem propriedades físicas e espessura semelhantes às do crânio, tornando a substituição uma espécie de copiar e colar. Uma vez inserido, o Link é então selado ao crânio com “supercola”.

“Eu poderia ter um Neuralink agora e você não saberia”, brincou Musk.

Para um dispositivo tão pequeno, a equipe incluiu uma gama admirável de recursos nele. O dispositivo “Link” possui mais de 1.000 canais, que podem ser ativados individualmente. Isso está no mesmo nível do Neuropixel, o crème de la crème das sondas neurais com 960 canais de gravação que atualmente é amplamente utilizado em pesquisas, inclusive pelo Allen Institute for Brain Science.

Comparado ao Utah Array, um sistema de implante lendário usado para estimulação cerebral em humanos com apenas 256 eletrodos, o Link tem uma vantagem óbvia em termos de densidade pura do eletrodo.

O que talvez seja mais impressionante, no entanto, é o seu processamento integrado para picos neurais – o padrão elétrico gerado pelos neurônios quando eles disparam. Os sinais elétricos são bastante caóticos no cérebro, e filtrar picos de ruído, bem como separar trens de atividade elétrica em picos, normalmente requer um pouco de poder de processamento. É por isso que, no laboratório, os picos neurais são geralmente registrados off-line e processados ​​usando computadores, em vez de eletrônicos de bordo.

O problema fica ainda mais complicado quando se considera a transferência de dados sem fio do dispositivo implantado para um smartphone externo. Sem a compressão precisa e eficiente desses dados neurais, a transferência pode demorar tremendamente, drenar a vida da bateria ou aquecer o próprio dispositivo – algo que você não quer que aconteça a um dispositivo preso dentro do seu crânio.

Para contornar esses problemas, a equipe tem trabalhado em algoritmos que usam “formas características” de padrões elétricos que se parecem com picos para identificar com eficiência disparos neurais individuais. Os dados são processados ​​no chip dentro do dispositivo do crânio. As gravações de cada canal são filtradas para eliminar ruídos óbvios e os picos são detectados em tempo real. Como diferentes tipos de neurônios têm suas formas características de spikes, o chip também pode ser configurado para detectar os spikes específicos que você está procurando. Isso significa que, em teoria, o chip poderia ser programado para capturar apenas o tipo de atividade neural em que você está interessado – por exemplo, para observar neurônios inibitórios no córtex e como eles controlam o processamento de informações neurais.

Esses dados de pico processados ​​são então enviados para smartphones ou outros dispositivos externos por meio de Bluetooth para permitir o monitoramento sem fio. Ser capaz de fazer isso com eficiência tem sido um obstáculo nos implantes cerebrais sem fio – gravações neurais brutas são muito grandes para uma transferência eficiente, e a detecção automática de picos e compressão desses dados é difícil, mas uma etapa necessária para permitir que as interfaces neurais finalmente “cortem o fio”.

O Link tem outras características impressionantes. Por um lado, a vida útil da bateria dura o dia todo e o dispositivo pode ser carregado à noite por meio de carregamento indutivo. E luzes de alinhamento ajudarão a rastrear quando o carregador estiver alinhado com o dispositivo. Além do mais, o Link em si também tem um sensor de temperatura interno para monitorar o superaquecimento e se desconectará automaticamente se a temperatura subir acima de um certo limite – uma medida de segurança muito necessária para não superaquecer o tecido do crânio circundante.

Uma tensão inerente
Desde o início da demonstração, houve uma tendência de tensão entre o que é possível na neuroengenharia e o que é necessário para entender o cérebro.

Desde a sua fundação, a Neuralink sempre foi fascinada pelos números dos eletrodos: aumentando o número de canais em seus dispositivos e aumentando o número de neurônios que podem ser registrados ao mesmo tempo.

No evento, Musk disse que seu objetivo é aumentar o número de neurônios registrados por um fator de “100, depois 1.000, depois 10.000”.

Mas o que acontece é o seguinte: conforme a neurociência está cada vez mais entendendo o código neural por trás de nossos processos de pensamento, fica claro que mais eletrodos ou mais neurônios estimulados nem sempre é melhor. A maioria dos circuitos neurais emprega o que é chamado de “codificação esparsa”, em que apenas um punhado de neurônios, quando estimulados de uma forma que imita o disparo natural, pode ativar artificialmente sensações visuais ou olfativas. Com a optogenética – a técnica de estimular os neurônios com luz – os cientistas agora sabem que é possível inserir memórias visando apenas alguns neurônios-chave em um circuito. Colocar uma tonelada de fios no cérebro, o que inevitavelmente causa cicatrizes, e destruir centenas de milhares de neurônios não vai necessariamente ajudar.

Ao contrário da engenharia, a solução para o cérebro não é mais canais ou mais implantes. Em vez disso, é decifrar o código neural – saber o que estimular, em que ordem, para produzir qual comportamento. Talvez seja revelador que, apesar das alegações de estimulação neural, os únicos dados mostrados no evento foram neurônios disparando de uma seção do cérebro de um camundongo – usando microscopia de dois fótons para ativar a imagem neural – depois de eletrizar o tecido cerebral com um eletrodo. Que informações, se houverem, estarão realmente sendo “gravadas” no cérebro? Sem uma ideia de como os circuitos neurais funcionam e em quais sequências, bombardear o cérebro com eletricidade – não importa o quão legal seja o dispositivo em si – é o mesmo que bater em todas as teclas de um piano ao mesmo tempo, em vez de compor uma bela melodia.

A equipe do Neuralink examinou os danos potenciais ao cérebro causados ​​pela inserção do eletrodo. Um grande problema com os eletrodos de corrente é que o cérebro irá eventualmente ativar células não neuronais para formar uma bainha isolante ao redor do eletrodo, isolando-o dos neurônios dos quais ele precisa fazer o registro. De acordo com alguns funcionários da empresa, há pelo menos dois meses, as cicatrizes ao redor dos eletrodos são mínimas, embora a longo prazo possa haver acúmulo de tecido cicatricial no couro cabeludo. Isso pode dificultar a remoção dos fios do eletrodo – algo que ainda precisa ser otimizado.

No entanto, dois meses é apenas uma fração do que Musk está propondo: um implante de uma década, com hardware que pode ser atualizado.

A equipe também pode ter uma resposta lá. Em vez de remover o implante inteiro, pode ser potencialmente útil deixar os fios dentro do cérebro e apenas remover a tampa superior – o dispositivo Link que contém o chip de processamento. A equipe agora está testando a ideia, enquanto explora a possibilidade de uma remoção completa e reimplante.

Uma Visão Futurista
Como demonstração de viabilidade, a equipe apresentou três adoráveis porcos: um sem implante, um com Link e outro com Link implantado e removido. Gertrude, a porca atualmente com um implante em áreas relacionadas a seu focinho, teve seus disparos neurais internos transmitidos como uma série de estalos elétricos enquanto ela vagava ao redor de seu cercado, enfiando o focinho em uma variedade de comidas e feno e esbarrando em seu manipulador.

Os porcos foram uma surpresa. A maioria dos repórteres, inclusive eu, esperava primatas não humanos. No entanto, os porcos parecem uma boa escolha. Por um lado, seus crânios têm densidade e espessura semelhantes aos humanos. Por outro lado, eles são smart-cookies, o que significa que podem ser treinados para andar em uma esteira enquanto o implante registra de seu córtex motor para prever o movimento de cada articulação. É possível que os porcos possam ser treinados em testes e comportamentos mais complicados para mostrar que o implante está afetando seus movimentos, preferências ou julgamento.

Por enquanto, a equipe ainda não tem dados disponíveis publicamente mostrando que a estimulação direcionada do córtex dos porcos – digamos, córtex motor – possa levar seus músculos à ação. (Ouvi dizer que parte disso se deve à maior intensidade de estimulação necessária, que ainda está sendo ajustada.)

Embora apresentado como um protótipo, está claro que o Link permanece experimental. A equipe está trabalhando em estreita colaboração com o FDA e foi concedida uma designação de dispositivo inovador em julho, que pode abrir caminho para um teste em humanos para o tratamento de pessoas com paraplegia e tetraplegia. Se os testes acontecerão até o final de 2020, como Musk prometeu no ano passado, no entanto, resta saber.

Diferentemente de outras empresas de interface cérebro-máquina, que geralmente se concentram em distúrbios cerebrais, está claro que Musk vê o Link como algo que pode melhorar humanos perfeitamente saudáveis. Dada a necessidade de remoção cirúrgica de parte de seu crânio, é difícil dizer se é uma venda convincente para a pessoa média, mesmo com o poder de estrela de Musk e sua visão de aumentar a visão natural, reprodução de memória ou uma “terceira camada artificial” do cérebro nos juntando à IA. Sua equipe mostrou apenas uma visão altamente condensada dos disparos neurais do porco – em vez de traços de pico reais – é difícil avaliar com precisão o quão sensíveis os eletrodos realmente são.

Por fim, por enquanto, os eletrodos só podem gravar do córtex – a camada mais externa do cérebro. Isso deixa os circuitos cerebrais mais profundos e suas funções, incluindo memória, vício, emoção e muitos tipos de doenças mentais fora da mesa. Embora a equipe esteja confiante de que os eletrodos podem ser estendidos para alcançar essas regiões cerebrais mais profundas, é um trabalho para o futuro.

O Neuralink ainda tem um longo caminho a percorrer. Dito isso, ter alguém com o impacto de Musk defendendo uma neurotecnologia em rápida evolução que poderia ajudar as pessoas não tem preço. Uma das conversas duradouras que tive após a transmissão foi alguém me perguntando como é perfurar crânios e ver um cérebro vivo durante uma cirurgia. Dei de ombros e disse que era apenas osso e tecido. Ele respondeu melancolicamente “ainda seria tão legal poder ver isso”.

É fácil esquecer a maravilha que a neurociência traz para as pessoas quando você está nela há anos ou décadas. É fácil revirar os olhos para os dados do Neuralink e pensar “bem, os neurocientistas têm ouvido neurônios vivos disparando dentro de animais e até mesmo humanos, por mais de uma década.” É impressionante o quanto uma equipe de liderança relativamente pequena realizou desde o ano passado. O Neuralink está apenas começando e mirando alto. Para citar Musk: “Há um tremendo trabalho a ser feito para ir daqui a um dispositivo amplamente disponível, acessível e confiável.”

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O que é e qual é a importância do lifelong learning? Entenda melhor esse conceito

Apesar de avanços na educação, ainda existe um longo caminho pela frente para pensar os próximos passos e o que pode elevar a aprendizagem, trazendo ideias inovadoras.

Nessa trajetória, há um termo extremamente importante que, mesmo, na prática, já usado, muitas pessoas não o conhecem na teoria. Esse é o lifelong learning.

Ainda que esse estrangeirismo seja desconhecido, já há um impacto nos EUA, por exemplo: 7 em cada 10 americanos já se consideram adeptos do lifelong learning, segundo dados da Pew Research Center.

Mas o que esse conceito realmente significa? E o que ele tem a ver com inovação? Se você tem curiosidade de entender mais sobre isso, continue lendo nosso artigo!

Leia também: a busca pelo equilíbrio entre planejamento e execução 

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O que é o lifelong learning?

Lifelong learning é a ideia de que “nunca se deve deixar de aprender”. Ou seja, defende o processo contínuo de aprendizado ao longo da vida, em que sempre se adquire conhecimentos e habilidades novas.

“Educação não é preparação para a vida; a educação é a própria vida”. Essa frase, dita pelo filósofo John Dewey, resume bem o que esse conceito significa.

Em diferentes momentos da vida — assim como formatos e fontes —, é possível aprender mais. Porque, basicamente, aprender faz parte da vida.

Nessa perspectiva, esse conceito reconhece que o aprendizado não termina com a conclusão da educação formal, como a escola ou a universidade, ou seja, questiona um modelo tradicional de aprendizagem

Em vez de se prender aos limites acadêmicos, o lifelong learning incentiva as pessoas a continuarem aprendendo através de cursos, treinamentos, workshops, leitura de livros, interação com diferentes culturas e origens e assim por diante.

Qual é o objetivo do lifelong learning?

O objetivo do lifelong learning é incentivar o aprendizado ao longo de toda a vida, com o objetivo de se adaptar às mudanças em seu ambiente pessoal e profissional.

Essa continuidade ajuda as pessoas a se manterem atualizadas em suas áreas de atuação, a melhorar sua empregabilidade, a se tornarem mais criativas e inovadoras, a melhorar sua capacidade de resolução de problemas e a expandir suas perspectivas pessoais e profissionais.

Basicamente, então, o objetivo dele é capacitar as pessoas a se tornarem aprendizes ao longo da vida, ajudando-as a enfrentar os desafios e as oportunidades que surgem ao longo do caminho.

Afinal, sempre há o que aprender.

Pilares do lifelong learning

pilares do lifelong learning

Existem 4 pilares que norteiam toda a ideia do lifelong learning. São eles:

  • Aprender a conhecer;
  • Aprender a fazer;
  • Aprender a conviver;
  • Aprender a ser.

Mas o que cada um deles significa? Vamos ver a seguir.

Aprender a conhecer

A forma como nós podemos conhecer pode ser aprendida. Isso se dá porque muitas pessoas apenas decoram informações e, na verdade, é preciso construir conhecimento — e ela depende da curiosidade e do interesse da pessoa.

Quando se aprende a conhecer se se aprender a questionar. Por isso, para desenvolver essa capacidade, é importante confrontar ideias, refletir sobre o que é dito, estimular o senso crítico e, claro, tomar posições diante das situações.

Aprender a fazer

A teoria é importante, mas, sem a prática, não tem muito resultado. Na verdade, já existe até um senso comum de que “a melhor forma de aprender é fazendo”. E até mesmo estudos que falam sobre isso.

Por isso, esse pilar se concentra em desenvolver habilidades práticas e aplicar o conhecimento teórico adquirido. Aprender a fazer envolve a capacidade de usar a experiência e o conhecimento para resolver problemas e enfrentar desafios na vida real, tomando decisões.

Aprender a conviver

A convivência é o pilar que diz respeito à importância da colaboração, do respeito e da empatia nas relações interpessoais. Não há aprendizagem quando apenas convivemos com iguais a nós.

Por isso, aprender a conviver envolve a capacidade de compreender as perspectivas e culturas de outras pessoas, respeitar as diferenças e trabalhar em harmonia com os outros em diferentes contextos sociais.

Aprender a ser

Finalmente, aqui o foco está no desenvolvimento pessoal e no autoconhecimento — que também é uma grande aprendizagem. Muitas vezes, é por meio do desenvolvimento humano que se consegue elevar a aprendizagem.

Aprender a ser envolve a capacidade de desenvolver habilidades socioemocionais, como autoconsciência, autoestima, empatia e autodeterminação, para lidar com situações desafiadoras, estabelecer objetivos pessoais e tomar decisões conscientes.

A importância do lifelong learning

importância do lifelong learning

O lifelong learning é importante por vários motivos. Entre eles, está o fato de que a habilidade de aprender e se adaptar rapidamente é uma vantagem competitiva significativa.

De forma geral, ele ajuda as pessoas a se manterem atualizadas, a melhorar sua empregabilidade, a aumentar sua autoconfiança e a desenvolver a habilidade de aprender de forma independente e eficaz.

Para líderes, por exemplo, investir em seu próprio aprendizado e desenvolvimento contínuo pode ser uma escolha muito inteligente para seu crescimento, além de inspirar seus funcionários a fazer o mesmo, criando uma cultura de aprendizado constante na empresa.

Ao adotar o conceito de lifelong learning, um líder pode melhorar sua tomada de decisão, aumentar sua criatividade, melhorar sua capacidade de comunicação, e tornar-se mais eficiente e eficaz em sua liderança.

Portanto, é importante estar sempre disposto a aprender e aberto a novas ideias e perspectivas.

3 benefícios do lifelong learning

O lifelong learning é importante para os profissionais, e pensando em termos de benefícios, vamos trazer 3 principais a seguir.

Estímulo da criatividade

Ele pode ter um impacto significativo no estímulo da criatividade. Ao se expor a novos conhecimentos, ideias e perspectivas, as pessoas podem desenvolver novas conexões cerebrais e padrões de pensamento que levam a soluções criativas e inovadoras.

Além disso, o aprendizado contínuo pode ajudar a pessoa a desenvolver uma mente mais aberta e curiosa, o que pode ser especialmente importante em um mundo que está em constante mudança, como é o bani.

Ao se expor a novos conhecimentos e desafios, as pessoas podem aprender a questionar as coisas de maneiras diferentes, a pensar fora da caixa e a experimentar novas abordagens.

Pensando em mercado, as empresas procuram profissionais que possam oferecer novas ideias e soluções inovadoras. Portanto, o estímulo da criatividade através do lifelong learning pode ser uma grande vantagem competitiva.

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Uso de novas tecnologias

O lifelong learning permite que as pessoas — e seus respectivos negócios — aprendam a usar novas tecnologias, o que pode ser extremamente importante em um mundo cada vez mais digital.

À medida que a tecnologia avança e muda rapidamente, é essencial que as pessoas se mantenham atualizadas e aprendam a usar novas ferramentas e softwares.

O lifelong learning pode ajudar as pessoas a aprender a usar novas tecnologias e a se manterem atualizadas com as mudanças tecnológicas em seu campo de trabalho. Isso pode ser especialmente importante em setores que são altamente dependentes dela

Aprender a usar novas tecnologias também pode melhorar a eficiência e a eficácia no trabalho, permitindo que as pessoas realizem tarefas de forma mais rápida e com menos esforço.

Ainda, ajuda as pessoas a se comunicarem melhor, a se conectarem com outras pessoas em todo o mundo e a obterem acesso a informações valiosas.

Desenvolvimento de habilidades

O lifelong learning pode ajudar a desenvolver habilidades importantes, como pensamento crítico, resolução de problemas, comunicação e trabalho em equipe.

Esse desenvolvimento pode levar a um melhor desempenho no trabalho, aumentando a eficiência e a produtividade, além de ampliar as oportunidades de carreira.

As empresas procuram profissionais que tenham um conjunto diversificado de habilidades e que possam se adaptar às mudanças do mercado de trabalho.

Além disso, o desenvolvimento de habilidades pessoais, como liderança e inteligência emocional, pode ajudar as pessoas a se tornarem mais eficazes em suas vidas pessoais e profissionais.

Como aplicar o lifelong learning?

como aplicar o lifelong learning

O lifelong learning pode ser aplicado de diversas maneiras, dependendo dos interesses e objetivos de cada pessoa. Algumas dicas para aplicar o lifelong learning são:

  • Reconhecer o que você quer aprender;
  • Saber os pontos que precisam de melhoria;
  • Investir em qualificação a partir disso;
  • Conhecer as tendências do mercado.

Vamos detalhar melhor esses pontos a seguir.

Reconhecer o que você quer aprender

Reconhecer o que você quer aprender é o primeiro passo para aplicar o lifelong learning. É importante ter uma visão clara do que você deseja alcançar e quais habilidades e conhecimentos são necessários para alcançar seus objetivos.

Você pode começar fazendo uma lista de suas paixões e interesses pessoais, bem como de suas necessidades profissionais. Em seguida, pesquise quais habilidades e conhecimentos são necessários para realizar esses objetivos.

Por exemplo, se você é um profissional de liderança em marketing e deseja aprender mais sobre o tema pesquisar quais são as habilidades necessárias para ser uma autoridade no tema.

Reconhecer o que você quer aprender também pode ajudá-lo a definir suas prioridades de aprendizado e a evitar desperdiçar tempo e energia em cursos ou atividades que não são relevantes para seus objetivos.

Saber os pontos que precisam de melhoria

Além do que você gosta, é preciso saber os pontos que precisam de melhoria e, a partir disso, trabalhar neles. Isso ajuda a identificar quais habilidades e competências são realmente necessárias para o seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Uma maneira de identificar esses pontos é avaliando suas próprias habilidades e competências e comparando com as demandas do mercado de trabalho em sua área de atuação.

Além disso, é importante receber feedback de colegas de trabalho, supervisores e clientes, para entender como suas habilidades são percebidas e identificar áreas em que pode melhorar.

Ao saber quais são os pontos que precisam de melhoria, você também pode se desafiar a sair da zona de conforto e buscar novos conhecimentos e habilidades. Isso pode levar a oportunidades de crescimento pessoal e profissional, bem como ajudá-lo a lidar com mudanças e desafios em sua carreira.

Investir em qualificação a partir disso

Feitos esses passos, é hora de investir em qualificação a partir do que você quer aprender. Ou seja, encontrar meios para adquirir esses conhecimentos que você traçou antes.

Existem várias maneiras de investir em qualificação, como participar de cursos presenciais ou online, ler livros e artigos, assistir a webinars e seminários, participar de eventos e workshops e até mesmo fazer intercâmbios profissionais.

Ao escolher uma qualificação, é importante considerar seus objetivos de aprendizado e escolher uma opção que esteja alinhada com suas metas e interesses.

Além disso, você também deve avaliar a qualidade do curso ou programa de treinamento e certificar-se de que ele seja ministrado por instrutores experientes e qualificados.

Conhecer as tendências do mercado

Conhecer as tendências do mercado ajuda a garantir que você esteja atualizado sobre as últimas tendências e desenvolvimentos em sua área de atuação. Isso pode ajudá-lo a se manter relevante e competitivo no mercado de trabalho.

Para acompanhar as tendências do mercado, os profissionais precisam estar informados sobre as novidades e mudanças em sua área de atuação, como novas tecnologias, práticas recomendadas, regulamentações governamentais e qualquer outro ponto relevante.

Você pode acompanhar as tendências do mercado também participando de conferências, lendo artigos em revistas e sites especializados, seguindo líderes de pensamento em sua área de atuação nas redes sociais e participando de grupos e fóruns on-line relevantes.

Onde aplicar o lifelong learning?

O lifelong learning pode ser aplicado em diversas áreas da vida, desde o âmbito pessoal até o profissional. Algumas sugestões de onde aplicar o lifelong learning são:

  1. No trabalho: você pode buscar novos conhecimentos e habilidades para desempenhar melhor suas atividades profissionais, aumentando sua produtividade e tornando-se mais competitivo no mercado de trabalho;
  2. Na educação formal: é possível investir em cursos de graduação, pós-graduação, especialização, MBA, entre outros, para aprimorar seus conhecimentos e habilidades em uma determinada área;
  3. Na vida pessoal: há também os cursos e atividades que ajudem no desenvolvimento de habilidades pessoais, como comunicação, liderança, gestão do tempo, entre outras;
  4. Em projetos pessoais: você pode aplicá-lo em projetos pessoais, buscando novos conhecimentos e habilidades para desenvolver novos hobbies, interesses ou negócios.

Qual é a relação entre o lifelong learning e a inovação?

O lifelong learning e a inovação estão diretamente relacionados. Na verdade, o aprendizado contínuo é um dos principais motores da inovação.

O processo de gestão da inovação envolve criar soluções, produtos e serviços que atendam às necessidades e desejos do mercado de maneira mais eficiente e eficaz do que as soluções existentes.

Para alcançar esse objetivo, é necessário ter conhecimento e habilidades em áreas relevantes para o desenvolvimento da inovação, como novas tecnologias e design thinking.

O lifelong learning permite que as pessoas se mantenham atualizadas em suas áreas de atuação e também aprendam novas habilidades e conhecimentos que possam ser úteis.

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Conclusão

O lifelong learning é uma abordagem essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional em um mundo em constante mudança. E o futuro da educação depende dele.

Através da aprendizagem contínua, é possível aprimorar habilidades existentes e adquirir novas competências, mantendo-se atualizado e preparado para enfrentar os desafios do mercado de trabalho.

Uma das principais razões pelas quais o lifelong learning é tão importante é porque ele está diretamente relacionado à inovação. É ela que pode levar a novas oportunidades de negócios, crescimento e prosperidade.



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A nanotecnologia e os seus impactos na medicina

Provando que tamanho não é documento, a nanotecnologia na medicina tem mostrado que revoluções podem ser feitas usando-se materiais cada vez menores.

Criada no Japão, com o objetivo de desenvolver ferramentas em escala atômica, essa nova tecnologia busca promover inovações em muitas áreas e a saúde é uma das favorecidas.

Com o passar dos anos, tornou-se uma área promissora, ainda que desperta muita curiosidade e dúvidas com relação a como a nanotecnologia poderá impactar o mercado.

Apesar de todos esses receios, diversos cientistas e pesquisadores já têm experimentado essa inovação de várias maneiras, para solucionar problemas difíceis da sociedade de forma efetiva.

Pensando nesse contexto, entender mais sobre as aplicações dessa tecnologia no cotidiano pode ser bastante interessante. Nos próximos tópicos vamos explorar esse universo nano dentro da medicina. Boa leitura!

O que é nanotecnologia na medicina?

A nanotecnologia é uma área de estudo que se concentra em manipular materiais em nanoescala, ou seja, a escala atômica e molecular. As nanopartículas têm dimensão inferior a 100 nm (nanômetro — equivale a um bilionésimo de 1 metro).

Essa solução pode ser aplicada em várias áreas do conhecimento, como nanoeletrônica, nanofísica e nanociências. Sendo assim, a nanotecnologia na medicina, ou nanomedicina, é aquela voltada para a área da saúde.

Ela pode ser definida, então, como o uso de materiais nanométricos e dispositivos nanoeletrônicos para fins médicos e de diagnóstico.

Desde curar doenças até desenvolver soluções para facilitar o cotidiano dos trabalhadores da saúde, há muito o que produzir.

Mas como uma tecnologia em escala tão pequena consegue ter tanto potencial?

Estudos comprovam que elementos já conhecidos, como fósforo, prata e ouro, quando empregados em tamanho minúsculo, têm comportamento diferente do usual, como se suas propriedades tivessem sido alteradas.

“Quando o tamanho da substância diminui em uma escala nano, o número de partes presentes é reduzido, criando um material cujo tamanho é maior que seu volume”, explica Lívia Elisabeth Vasconcellos, professora do Departamento de Engenharia da UFLA.

Panorama atual da nanotecnologia na medicina

A nanotecnologia na medicina é um campo bastante visado. Não é à toa que, em 2020, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos investiu cerca de US$ 445 milhões na nanomedicina.

E a expectativa é que seu potencial na saúde só faça crescer: se espera que em 2026 o mercado de nanotecnologia médica deverá atingir US$461.252 milhões, segundo dados reunidos pela SeedScientific.

Mas para além dos números, os próprios estudos têm mostrado o papel da nanomedicina, como esse relatório de 2022, que examina o potencial de mercado atual e previsto para o setor.

Entre suas conclusões, ele observa que as principais áreas em que os produtos da nanomedicina tiveram impacto são doenças do SNC, câncer, doenças cardiovasculares e controle de infecções.

No entanto, seu potencial é muito maior. Por isso, a nanotecnologia tem trazido um leque de possibilidades para tópicos relacionados à saúde como um todo.

Aplicações da nanotecnologia na medicina

Aplicações de nanotecnologia na medicina

Vários setores são impactados diariamente por essa tecnologia, mas um dos que mais se mostram empenhados em promover a inovação é a área da saúde.

É por essa razão que a lista de aplicações da nanotecnologia na medicina é tão grande. Entre esses usos, podemos destacar:

  • Melhores técnicas de diagnóstico;
  • Desenvolvimento de medicamentos;
  • Microssondas na corrente sanguínea;
  • Uso do drug delivery;
  • Descontaminação de ambientes;
  • Reconstrução de tecidos sintéticos;
  • Nanorobôs no combate ao câncer;
  • Melhores equipamentos médicos;
  • Combate à pandemia do coronavírus.

A seguir, vamos explicar mais como cada um deles funciona!

Melhores técnicas de diagnóstico

O diagnóstico é a base para o tratamento eficiente de qualquer doença. Por isso, nanomateriais têm sido estudados como forma de melhorar esse processo.

Com a nanotecnologia, os médicos conseguem fazer diagnósticos mais precisos, principalmente pela coleta de informações em níveis moleculares em maior quantidade.

Assim, os nanomateriais têm a capacidade de detectar doenças em estágios iniciais. Isso significa que o tempo para o tratamento pode ser menor e as chances de sucesso são maiores.

Um exemplo dessa aplicação da nanomedicina é o kit de diagnóstico baseado em nanopartículas que funciona sob o conceito de Point-of-Care (POC).

O POC é baseado em ser uma forma de diagnóstico simples, rápida e fácil, que inclusive teve impacto no teste da covid-19.

Desenvolvimento de medicamentos

A nanomedicina também é muito conhecida por desenvolver medicamentos para o combate de diversas doenças. Também chamados de nano medicinais ou nanofármacos, eles são encapsulados em uma escala microscópica.

Nesse cenário, é importante explicar que estamos falando de drogas artificiais, pois o objetivo é criar medicamentos que não dependam de elementos do nosso organismo para existirem.

A partir disso, é possível transformar as formas com que as drogas são criadas e, ainda, como agem no corpo humano. Elas podem, por exemplo, oferecer menos efeitos colaterais e garantir uma recuperação mais rápida. 

Os nanomedicamentos também estão sendo estudados para combater mais fortemente problemas como o diabetes e a hipertensão, por exemplo.

Microssondas na corrente sanguínea

Exemplo de aplicação da nanotecnologia na medicina

Entre as aplicações da nanotecnologia na medicina, há também a possibilidade de usar microssondas na corrente sanguínea.

Elas podem ser aplicadas por via intravenosa. Entre seus usos, podem servir para observar as condições das hemácias, dos leucócitos, do plasma e das plaquetas, por exemplo.

A microssonda é capaz de identificar rapidamente o tipo e a quantidade de células, o que ajuda no processo de diagnóstico.

Isso vai ajudar na reparação das células dentro do sangue, além de gerar diagnósticos mais rápidos e menos invasivos.

Uso do drug delivery

O drug delivery é uma estratégia para aumentar a eficiência da nanomedicina nos tratamentos. Esse conceito tem como objetivo administrar as drogas de forma controlada, minimizando os riscos e maximizando o resultado.

Para isso, os nanomateriais são usados como embalagem para as drogas. Isso significa que eles conseguem administrar o medicamento de forma mais segura e direcionada aos tecidos afetados.

Um artigo do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) mostrou que a aplicação de estruturas como nanopartículas poliméricas, inorgânicas e dendrímeros, por exemplo, conseguem liberar de forma controlada fármacos ou ter uma aplicação mais seletiva.

Como consequência, a nanomedicina tem um impacto mais eficiente no tratamento, pois as drogas são direcionadas para onde é necessário.

Descontaminação de ambientes

Seguindo com as aplicações da nanotecnologia na medicina, ela também serve para promover a descontaminação de ambientes. Esse processo acontece por nanofibras, que são plantadas em superfícies.

Essa é uma forma interessante de evitar doenças, inclusive em ambientes hospitalares, cirúrgicos e ambulatoriais, que naturalmente fazem parte da medicina.

Em relação a esse tópico, o estudo sobre nanomateriais e a questão ambiental em 2010 descobriu que a  é o material mais eficaz para efeitos comerciais de desinfecção de um ambiente.

Isso acontece pois essa substância consegue inativar um maior número de microrganismos em menos tempo e com concentrações mais baixas, quando comparado com outros nanomateriais.

Reconstrução de tecidos sintéticos

Outra aplicação na tecnologia na medicina é a reconstrução de tecidos sintéticos. A ideia é, a partir da nanotecnologia, replicar as funções dos órgãos humanos.

Por exemplo, é possível nanofabricação células com esse fim. Essa estratégia tem sido usada para tratar queimaduras e os danos causados pelo diabetes, entre outras doenças.

A nanotecnologia também pode ser usada para fazer implantes mais seguros e com maior aderência ao tecido do paciente.

Como as nanopartículas permitem criar tecidos biológicos a partir da análise do DNA do próprio paciente, isso vai diminuir as chances de rejeição e o tempo de recuperação dos pacientes.

Desobstrução de veias e artérias

Os nanodispositivos também vão poder colaborar para a desobstrução de veias e artérias. A nanotecnologia está sendo estudada para criar nanorobôs que possam se locomover dentro do nosso organismo e fazer esse tipo de procedimento.

Com a nanorrobótica e o uso simultâneo de agentes anticoagulantes, será possível abrir um pequeno canal nas regiões afetadas.

Esse uso é fundamental para o tratamento de problemas como AVCS, no qual é preciso desobstruir coágulos sanguíneos alocados no cérebro.

Mais uma vez, essa solução vai ajudar a dar agilidade ao tratamento, diminuindo o tempo de recuperação e as possibilidades de complicações.

Nanorobôs no combate ao câncer

Combate ao câncer é uma das aplicações da nanotecnologia na medicina

Outro grande ganho da nanomedicina é o combate ao câncer por meio de nanorobôs, que atuam diretamente nas células cancerígenas, em vez de agredir todo o corpo.

Além disso, outro exemplo é a descoberta dos pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos. Eles criaram nanodispositivos que eliminam cirurgicamente tumores, bloqueando a irrigação sanguínea para eles.

Ao introduzir os nanorrobôs na circulação sanguínea das cobaias, eles perceberam que os tecidos doentes foram eliminados e os saudáveis continuam perfeitos.

Sendo assim, o tratamento só afeta o tumor primário, além de impedir a formação de metástases. Por enquanto, essa técnica tem sido testada apenas em ratos de laboratório que sofrem de melanoma, mas já aponta resultados animadores.

Melhores equipamentos médicos

As aplicações da nanotecnologia na medicina também podem impactar os aparelhos médicos. Com nanomateriais, é possível criar dispositivos mais sensíveis e precisos.

Um exemplo disso é a substituição de equipamentos de quimioterapia e radioterapia, que causam muita dor aos pacientes, por inovadores aparelhos de menor impacto.

Além disso, é possível desenvolver também equipamentos mais seguros. Por exemplo, a menor suscetibilidade para a proliferação de microorganismo em seringas, bisturis e outros instrumentos utilizados no cotidiano dos profissionais da saúde.

Ainda, a ciência procura dar mais autonomia a equipamentos médicos. Por exemplo, nanosensores para a detecção automática de doenças, combinados a inteligência artificial, poderão diagnosticar precocemente determinadas enfermidades sem participação humana.

Combate à pandemia do coronavírus

E, por fim, vale destacar que a nanotecnologia também foi usada no combate à pandemia do coronavírus.

Muitos pesquisadores passaram a conduzir pesquisas de desenvolvimento de tecidos tecnológicos com ação antimicrobiana que possam ser reutilizados e esterilizados de forma rápida e eficiente.

A ideia consiste em fazer com que seja possível inativar não apenas vírus, mas também bactérias e fungos. E os próprios resultados mostram adesão de nanomateriais às fibras dos tecidos e a inibição do crescimento de bactérias.

Além disso, no estudo das vacinas, também foram usadas nanopartículas, sendo capazes de induzir respostas imunológicas importantes em testes in vivo.

Quais são os benefícios do uso de nanotecnologia na medicina?

A nanotecnologia na medicina traz uma série de benefícios, tanto para os profissionais da saúde quanto para os pacientes que podem usufruir delas. Alguns desses benefícios são:

  • Menos tempo de tratamento da doença: os nanodispositivos são capazes de se fazer procedimentos mais rápidos e mais direcionamentos ao que precisa ser tratado;
  • Menos dor e invasão ao corpo do paciente: os equipamentos médicos e remédios são mais avançados, por isso conseguem reduzir as incisões e os efeitos colaterais;
  • Mais segurança no diagnóstico e prescrições: os nanosensores permitem um diagnóstico mais rápido e garantido, o que vai dar mais certeza ao cuidar do paciente.

Desafios e riscos do uso da nanotecnologia na medicina

Desafios da nanotecnologia na medicina

Apesar de todos os benefícios que a nanotecnologia traz para os setores tecnológico e industrial, há também desafios que ela naturalmente gera. 

Entre eles, está a grande preocupação sobre os impactos no meio ambiente que ela possa vir a causar.É o caso, por exemplo, da nanopoluição. 

Gerada na produção de nanomateriais, esse tipo de poluição pode representar forte perigo para o ser humano daqui a alguns anos, uma vez que os nanopoluentes podem flutuar facilmente pelo ar, devido a seu tamanho minúsculo.

Eles podem entrar nas células de todos os seres vivos: humanos, animais e plantas. O organismo de cada espécie pode não ter os meios apropriados para lidar com essa poluição e sofrer danos sem solução conhecida.

Além disso, outras questões existem, como a nanotoxicidade, que é uma das principais preocupações com relação aos nanomateriais. Ela representa o risco de efeitos adversos à saúde causados pelo uso de nanomateriais.

Existem nanomateriais que, apesar de serem inofensivos em sua forma natural, podem causar problemas para a saúde quando são manipulados e utilizados de maneira inadequada.

Por representar riscos à saúde humana, isso amplia ainda mais a necessidade constante de realização de estudos para se compreender os efeitos que podem causar.

Quais são as tendências para o uso de nanotecnologia na medicina?

A nanotecnologia tem oferecido enormes contribuições à prática médica. Mas quais são as expectativas em relação ao futuro?

Uma das principais tendências é o aumento do uso de nanotubos médicos. Com nanorobôs, os médicos poderão realizar cirurgias em lugares inacessíveis para o olho humano, alcançando e tratando áreas do corpo que até então eram inatingíveis.

Ainda, os micro mergulhos podem surgir com a capacidade de ajustar ângulos de entrada, espessura da parede e dimensão do canal. Outra expectativa é o aumento do uso de nanomateriais para a criação de dispositivos médicos mais leves e confortáveis.

Além disso, a sequenciação de nanoporos, como um método super rápido de sequenciação baseado na montagem de poros também é uma potencial tendência.

Além do que já falamos e já está em curso, segundo a própria Sociedade Brasileira de Nanotecnologia, vão existir robôs capazes de:

  • penetrar no corpo humano para combater infecções;
  • intervir nos neurônios e na região de cerebral;
  • alterar o código genético para impedir doenças genéticas.

Conclusão

A nanotecnologia na medicina representa um grande avanço para o setor, com benefícios que vão desde o aumento da eficiência dos tratamentos até a criação de nanorobôs cirúrgicos em pacientes com câncer.

Como vimos, são realmente muitas aplicações. E isso gera muitos ganhos, como redução do tempo de tratamento da doença, menos dor e invasão ao corpo do paciente e, ainda, mais segurança no diagnóstico e prescrições.

No entanto, ainda que seja uma grande aposta para o futuro da saúde, existem alguns desafios e riscos, como os impactos ambientais e a nanotoxicidade.

Tudo isso é fundamental de observar dentro do contexto dos negócios de saúde que querem inovar e acompanhar as novas soluções.

Gestores das mais diversas áreas devem acompanhar essas transformações e tendências, e a área de saúde não deve ser diferente.

E para continuar aprendendo sobre como tecnologia e inovação têm impactado o mercado, não deixe de acompanhar nosso blog!