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Quais são os mitos do 5G sobre à saúde? Hora de derrubá-los e entender mais sobre a tecnologia

As preocupações sobre os riscos do 5G à saúde são generalizadas, mas não têm base em fatos. Duas preocupações principais vêm sendo difundidas, ambas relacionadas à radiação da tecnologia.

A teoria mais repercutida é que o 5G causa câncer. A segunda é que a radiação emitida enfraquece o sistema imunológico, permitindo que a COVID-19 se espalhe. Mas seguindo a pesquisa da Deloitte, que mostraremos ao longo do conteúdo, esses medos são exagerados.

E ainda sobre ela, embora os impactos sejam mínimos, em 2020, 1 em cada 5 entrevistados em seis dos 14 países pesquisados ​​concordaram com a declaração “Eu acredito que há riscos para a saúde associados ao 5G”.

Pensando nisso, é importante desvendar os mitos do 5G e mostrar como essa tecnologia pode ser mais positiva do que se pensa. Vamos mostrar como ela funciona, quais são os seus benefícios e, claro, responder às principais dúvidas sobre esses ditos perigos na saúde. 

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O 3G e o 4G vão acabar por causa do 5G?

Não de forma imediata. Algumas falsas informações sobre o 5G acabam gerando outros mitos. A nova geração da tecnologia de rede móvel não vai substituir as redes anteriores automaticamente.

Ou seja, essas redes vão continuar existindo e coexistindo com a 5G por um considerável tempo. Para que elas deixassem de existir, seria necessário que todos os aparelhos eletrônicos migrassem para a nova telefonia móvel, o que, naturalmente, vai demorar vários anos.

Isso acontece porque, além da migração de todos os dispositivos, é necessário que a estrutura das redes seja adequada para a nova geração. Resumindo: são muitos fatores envolvidos para que isso realmente aconteça.

Como o 5G funciona?

Como o 5g funciona?

O 5G é considerado uma evolução do 4G. A grande diferença é a velocidade, que será de 10 a 20 vezes maior em relação à banda larga anterior.

A rede 5G tem como principal objetivo garantir que o aumento global no uso de dispositivos sem fios não sobrecarregue as redes atuais. Tudo isso considerando o gigantesco volume de informações trocadas todos os dias.

Sendo assim, uma evolução essencial dessa nova geração é a conexão de objetos à internet — relação direta com Internet das Coisas (IoT) —, graças à conexão 5G “standalone” (SA) ou “autossuficiente”, que será a solução final dessa migração.

De celulares a semáforos, muita coisa poderá ser ligada ao 5G com uma conexão ainda melhor que a 4G. Tudo isso já pode ser ligado a ela, mas é esperada uma melhoria considerável na conexão.

Funcionamento da 5G no Brasil

No entanto, é importante salientar que, no contexto brasileiro, há duas entraves que podem dificultar essa velocidade em todo seu potencial.

Em primeiro lugar, isso acontece pela disponibilidade de infraestrutura para isso. No Brasil, assim como na maioria dos países, o suporte vai até o padrão sub-7 — opera em frequências de até 7 GHz.

Contudo, o 4G opera acima de 24 GHz, logo o alcance é bem pequeno, o que vai demandar mais antenas para ampliar a cobertura.

O segundo aspecto é que o processador do celular também interfere na velocidade. Modelos de celulares 5G com preços baixos vão ter um processador de baixo custo. Isso, por sua vez, não vai permitir, por exemplo, abrir as páginas da internet na maior velocidade possível.

Quando o 5G chega ao Brasil?

O 5G está chegando no Brasil de maneira gradativa. A primeira capital a ter oferta a quinta geração de internet móvel foi Brasília, em julho de 2022.

Além dela, outros municípios que também já foram contemplados, como Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP).

No entanto, há mais de 200 cidades com a legislação atualizada para a instalação de antenas da quinta geração de internet móvel.

Em relação ao prazo, para todas as cidades do Brasil que possuem mais 30 mil habitantes, a data limite de implantação é julho de 2029, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Alguns critérios pelo GSMA, organização do setor que representa os interesses das operadoras de rede móvel, para guiar o processo de implantação das redes 5G são:

  • redes 5G devem consumir até 90% menos energia que as redes 4G atuais;
  • tempos de conexão entre aparelhos móveis devem ser inferiores a 5 milissegundos em relação aos 30 ms das redes 4G;
  • quantidade de aparelhos conectados por área deve ser 50 a 100 vezes maior que o atual;
  • dispositivos rádio receptores devem ter aumentos drásticos na duração da bateria.

Será necessário mudar todos os equipamentos por causa do 5G?

Assim como o 4G não vai acabar imediatamente, também não vai ser necessário trocar de celular se ele não possui suporte ao 5G de forma instantânea.

O seu aparelho atual vai continuar funcionando sem problemas, mas para tirar proveito da nova geração, vai ser preciso, eventualmente, comprar um dispositivo compatível mais recente nos próximos anos.

A boa notícia é que a migração não deve ser tão difícil para o usuário final. É provável que, se você comprar um smartphone novo nos próximos anos, ele já esteja preparado para o 5G. Ou seja, o usuário não precisa fazer nada além disso.

Quais são os principais benefícios do 5G?

Principais benefícios do 5g

O principal benefício do 5G está associado à própria criação dele: trazer uma maior velocidade no uso da internet. Sendo assim, além da Internet das Coisas, como falamos, vamos mostrar outras vantagens de adotar essa nova tecnologia nos próximos tópicos. Acompanhe!

Melhor tempo de processamento de downloads

Uma das principais promessas do 5G é a de que permitirá downloads e uploads de arquivos bem mais rápidos. Como a velocidade de conexão é bem maior, isso significa que os processamentos ficarão mais ágeis.

Isso se deve à mudança no processo: ao invés dos atuais sistemas empacotarem os dados para enviar, o 5G os “divide” em vários pedaços e os envia de forma paralela.

Dessa forma, a velocidade aumenta consideravelmente. A ideia é que a nova geração consiga processar até 20 GB em 1 e 2 milissegundos.

Baixa latência com comunicação em tempo real

Outra grande vantagem ligada à questão da velocidade é a de que o 5G consegue estabelecer uma comunicação em tempo real. Isso se dá devido a latência baixa, que consegue se adequar ao rápido tempo de resposta humano.

Ele vai permitir, portanto, comunicações sem atraso. Dessa forma, será possível assistir a vídeos e conversar em tempo real sem perder qualquer tipo de informação. Isso dá margem para muitas coisas, como a comunicação entre veículos autônomos, trazendo mais segurança.

Além disso, as operações de cirurgias à distância no Japão podem acontecer em tempo real nos Estados Unidos, por exemplo. E até mesmo simples navegação na internet vão ser favorecidas, pois, muitos sites dependem de diversos servidores.

Economia no consumo de energia dos aparelhos

Por fim, a 5g também vai ser mais econômica em relação à energia dos aparelhos. Isso significa que, como a rede é mais eficiente, o celular não precisará ficar tanto tempo “trabalhando” para se conectar à internet e vai gastar menos bateria.

A expectativa é que os dispositivos rádio receptores tenham aumentos drásticos na duração da bateria. Assim, os celulares poderão ficar ligados por mais tempo sem a necessidade de recarregá-los.

Como efeito disso, essa inteligência da nova banda larga também vai ser positiva para o meio ambiente, afinal, menos baterias descartáveis serão produzidas e descartadas.

Quais são os perigos do 5G?

Chegamos agora a um ponto crucial sobre os mitos do 5G. Como já falamos, há muitas preocupações desnecessárias sobre a saúde em relação a essa nova tecnologia, principalmente associada à radioatividade, sendo atribuída ao câncer e ao covid-19.

No entanto, como mostra essa pesquisa da Deloitte sobre 5G e riscos radioativos, é muito improvável que a radiação de redes móveis e telefones dessa geração afete a saúde de qualquer indivíduo.

No entanto, o relatório da Deloitte descobriu que entre 10% e 20% dos adultos em muitas economias avançadas irão equivocadamente equiparar 5G com um possível dano à saúde.

Por isso, nos próximos tópicos vamos detalhar mais esses aspectos para desmistificar o tema.

Radioatividade e internet móvel: o 5g faz mal à saúde?

O 5g faz mal à saúde?

O alto nível de preocupação sobre os impactos do 5G na saúde podem acontecer devido a uma simples confusão de terminologia.

Supõe-se que a radiação envolve radioatividade, mas esse não é necessariamente o caso. A confusão surge porque as palavras “radiação” e “radioatividade” foram combinadas, algo persiste desde o lançamento das bombas nucleares de Hiroshima e Nagasaki em 1945.

Como resultado desses eventos, bem como de incidentes em várias centrais nucleares nos últimos 75 anos, o termo “radiação” é erroneamente associado à destruição em grande escala.

Na mesma linha, “radiação” — na realidade, radioatividade — também está associada ao câncer, reforçando a conotação da palavra a perigo mortal.

O ponto aqui é que a radiação não é inerentemente radioativa. A definição literal de radiação consiste em qualquer processo pelo qual um objeto emite energia, que viaja através de um meio e é absorvida por outro objeto.

A radiação, portanto, abrange vários processos do dia a dia para os quais a maioria das pessoas não dedica um momento de consideração. Em nossa vida diária, a maioria de nós está regularmente exposta a vários tipos de radiação, mais comumente na forma de luz solar.

Por esta definição, o 5G gera radiação, mas em níveis muito seguros, e nada disso é radiação radioativa.

As faixas de frequência dentro das quais o 5G opera provavelmente estarão bem dentro de parâmetros seguros e durante a vida útil do 5G, que pode se estender por duas décadas.

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Dúvidas frequentes sobre os riscos do 5G

A seguir, vamos trazer uma série de explicações sobre os reais riscos do 5G para o ser humano. Acompanhe!

O 5G causa câncer?

As ondas de rádio geradas por redes móveis, estações de TV e estações de rádio são inócuas.

No espectro amplo (conhecido como espectro eletromagnético) em que existe radiação, as ondas de rádio caem na extremidade de baixa frequência e energia muito baixa.

Essa radiação às vezes é chamada de radiação não ionizante. Isso contrasta com os raios X, raios gama e alguns tipos de luz ultravioleta, que caem na extremidade de alta frequência e energia muito alta.

Esses tipos de radiação são chamados de radiação ionizante, assim chamada porque tem energia suficiente para danificar o DNA removendo elétrons dos átomos, podendo levar ao câncer.

Dúvidas sobre os riscos do 5g

Uma preocupação comum, que remonta a décadas, é o risco de câncer no cérebro e na pele, pelo uso de telefones celulares. No entanto, essa preocupação não se justifica.

Um estudo de 2019 sobre o uso de telefones celulares e a incidência de tumores cerebrais na Austrália não encontrou aumento desde os anos 1980.

Os pesquisadores analisaram os períodos 1982–1992, 1993–2002 e 2003–2013, que cobriram a introdução do celular analógico 1G, 2G, 3G e o início do 4G.

A conclusão foi que “não houve aumento em nenhum tipo de tumor cerebral, incluindo glioma e glioblastoma, durante o período de uso substancial de telefones celulares de 2003 a 2013.”

Quanto ao câncer de pele, uma revisão de 2018 de estudos médicos realizados entre 1995 e 2017 relatam que “avaliações gerais mostraram que os efeitos da radiação do telefone celular nas doenças de pele são fracos e não têm significância estatística.”

Esses estudos de câncer de pele sozinhos compreenderam dados de 392.119 indivíduos — uma amostra muito grande.

O 5G é seguro?

O 5G foi projetado para usar menos energia do que as gerações anteriores para reduzir os custos operacionais; como resultado, ele também emite menos energia.

Isso é realizado por meio do novo rádio avançado e da arquitetura central usada no padrão 5G, com redes 5G auxiliando os dispositivos a minimizar os níveis de transmissão de energia.

As estações base 5G também podem ser colocadas em modo de espera quando não há usuários ativos (por exemplo, à noite). Esse recurso não está disponível em redes 4G, que transmitem sinais de controle mesmo quando não há usuários no alcance.

5G também incorpora uma técnica conhecida como beamforming, uma abordagem que envolve direcionar um feixe estreito de ondas de rádio para o dispositivo do usuário (como um smartphone).

Este método é equivalente a direcionar um feixe de luz de uma lanterna de bolso em um alvo, focalizando as ondas de rádio no dispositivo.

O método não só permite velocidades de conexão mais altas, mas também leva a uma menor exposição às ondas de rádio do que as gerações de rede anteriores. Em suma,: ele se torna mais seguro.

O 5G é responsável pela proliferação da covid-19?

Um mito sobre o impacto do 5G na saúde que foi amplamente disseminado em 2020 é a associação fictícia entre o lançamento do 5G e a disseminação da COVID-19.

Mas a ideia de que o 5G transmite COVID-19 é tão falsa quanto impossível. Esse vírus é transmitido por gotículas respiratórias de outras pessoas, ou seja, não viaja por ondas de rádio.

Uma variante da desinformação do 5G relacionada ao COVID-19 é que o 5G emite radiação que enfraquece o sistema imunológico das pessoas, tornando-as mais suscetíveis a doenças. Isso também é falso.

Uma pesquisa do Ofcom no final de junho de 2020 descobriu que 29% dos entrevistados encontraram informações falsas ou enganosas sobre a COVID-19 na semana anterior.

O tópico mais comum, visto por 21% dos entrevistados, foi “teorias que ligam as origens ou causas da tecnologia COVID-19 à 5G”.

A desinformação sobre o 5G foi ainda mais prevalente no início do ano: uma pesquisa Ofcom realizada de 10 a 12 de abril de 2020, descobriu que 50% dos entrevistados haviam visto declarações falsas ou enganosas sobre o 5G.

A boa notícia é que essas pessoas reconheceram a desinformação como tal. A má notícia é que a maioria (57%) daqueles que viram o que consideraram desinformação nada fizeram a respeito.

O que esperar sobre o 5G?

A pesquisa da Deloitte  também mostra que a compreensão dos benefícios do 5G é baixa em vários mercados, com até dois terços dos adultos afirmando que não sabiam o suficiente sobre o 5G em meados de 2020.

Entre as mulheres, a proporção é ainda maior, chegando a três quartos. A falta de compreensão também atinge o pico entre os usuários mais velhos.

O que esperar do 5g?

Operadoras móveis, provedores de telefones celulares, reguladores de telecomunicações, e órgãos de comunicação do governo podem, juntos, conter a vasta onda de desinformação sobre a tecnologia.

Empresas individuais e reguladores também podem trabalhar para restringir a capacidade de compartilhar informações incorretas, apesar do impacto comercial que isso possa ter.

Uma abordagem proativa e reativa seria ideal, devendo ser projetada para todos os tipos de usuários, não apenas aqueles com formação científica. E a desinformação precisaria ser minada com informações de calibre semelhante.

Refutações a reivindicações falsas devem ser expressas usando canais e linguagem semelhantes. A desinformação espalhada por indivíduos bem conhecidos deve ser combatida com informações de indivíduos bem conhecidos.

Pode não ser possível persuadir a todos de que o 5G é seguro. É provável que haja um nicho — talvez menos de 1% da população — que permanecerá convencido não apenas de que as tecnologias sem fio são prejudiciais, mas que a intenção é causar danos.

No entanto, ainda assim, deve-se esperar que essa visão negativa sobre o 5G em maior número se transforme, principalmente com a popularização da tecnologia entre os usuários.

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Conclusão

Como vimos ao longo do texto, a tecnologia 5G é uma evolução da 4G, oferecendo diversos benefícios, como menor tempo para processamento de downloads, maior latência para comunicação em tempo real e menor gasto de energia.

No entanto, diferente do que se pensa, a radiação dentro desses parâmetros não aumenta significativamente o risco de câncer e também não enfraquece o sistema imunológico, o que não contribuiu para a disseminação de COVID-19.

Por essa razão, é fundamental acabar com os mitos do 5G e mostrar que ela será uma substituição positiva a longo prazo da internet móvel que usamos atualmente.

Entender as tecnologias é fundamental para que empresas possam adotá-las de forma adequada e seus funcionários possam tirar o melhor proveito delas.

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