É com essa dúvida e atenção pelo momento em que estamos vivendo, onde Ricardo Cavallini e Alexandre Nascimento, experts da Singularity University, conversam no Fork Podcast, sobre o papel, habilidade e potencialidade que as Inteligências Artificiais construídas, hoje, possuem.
Já adiantamos: a autoconsciência ainda não é possível: “principalmente pela tecnologia que temos e a maneira com que estudamos”, segundo Alexandre Nascimento.
Mas, então, por que tanto medo? Quais são os instrumentos que estão sendo construídos para que ela tenha uma automatização tão ágil e consistente? Qual o impacto da IA nos empregos do futuro? E o que a Inteligência Artificial não faz bem?
Nada como ouvir um especialista de inovação e I.A., como Alexandre Nascimento, para tirar suas dúvidas e continuar esta reflexão tão importante nos dias de hoje. Então, junte-se aos experts neste episódio do Fork Podcast, disponível no Youtube.
Por Onicio Leal Neto, Expert em Epidemiologia Digital e Futuro da Saúde na SingularityU Brazil.
O Skoll World Forum chega à sua vigésima edição como um dos eventos mais importantes do mundo no segmento de empreendedorismo social, meio ambiente e governança. Criado pelo ex-fundador do e-Bay, Jeff Skoll, traz pautas relevantes com representantes da indústria, fundos de investimento, governo e terceiro setor.
O evento mobiliza a tradicional Universidade de Oxford por três dias para servir de palco de discussão de temáticas que vão desde ESG até empreendedorismo social, com participação de aproximadamente 1400 participantes de todo o mundo.
Inteligência Artificial e Responsabilidade
O destaque para o primeiro dia vai para Maria Ressa, ganhadora do prêmio Nobel da Paz e co-fundadora do Rappler. Durante a plenária, Ressa trouxe reflexões sobre como a inteligência artificial utilizada de maneira perversa pode ameaçar a democracia.
Ela comenta que, no ambiente digital, mentiras se espalham seis vezes mais rápido que fatos, gerando uma facilidade da disseminação de fake news e desinformação.
Sem fatos, não há verdade e sem verdade não há confiança.
E por design, companhias estão criando algoritmos cada vez mais aptos a superar a capacidade de julgamento dos usuários, indo no ponto mais fraco, que são suas emoções. Fazendo isso, a aderência à disseminação de elementos que não são verdadeiros, acaba sendo mais propícia.
Maria Ressa aponta que algoritmos são opiniões em código. Ela fala sobre o “friends of friends algorithm” que é uma maneira de reforçar o viés cognitivo nos ambientes digitais, fazendo com que as câmaras de eco sejam cada vez mais poderosas, reverberando dentro da mesma bolha apenas opiniões e desinformação e reforçando polarizações de discursos.
Maria encerra sua fala trazendo uma possibilidade para endereçar este desafio. Numa sociedade que cada vez mais será afetada pela inteligência artificial, um possível caminho para achar o ponto de equilíbrio entre o uso ético da inteligência artificial na sociedade é: no longo prazo, educação. Educar a próxima geração de tomadores de decisão será crucial para um futuro mais ético da aplicação de tecnologias.
No médio prazo, legislação. Governos e agências reguladoras precisam intervir e definir regras claras, transparentes e equânimes para a utilização em massa das IAs de maneira que estas não se tornem máquinas de automatização de desigualdades.
E por fim, no curto prazo, nós. A sociedade atual precisa ponderar os aspectos éticos e ter um olhar mais cuidadoso sobre o que o presente cenário se revela, evitando que os avanços das tecnologias signifiquem mais ameaças que benefícios para todos nós.
System Orchestrators e a complexidade facilitada
O destaque do segundo dia vai para a discussão sobre Systems Orchestrators. O conceito, criado na rotina de gerenciadores de sistemas computacionais, extrapola essas barreiras e chega para endereçar as conexões que criam impacto positivo no mundo.
Um mundo cuja complexidade diariamente exige um nível de ação do mesmo porte para a criação de soluções para os problemas globais que sejam escaláveis. Neste conceito, atores do setor privado e público facilitam parcerias e constroem redes para o desenho de soluções para problemas sociais urgentes. Um exemplo de system orchestrator é o International Council on Clean Transportation, que baseado em triangulações com academia, indústria automotiva e agências do governo. Ele gera evidências e propõe caminhos para transportes e mobilidade urbana com redução considerável da emissão de poluentes.
Outro interessante exemplo de system orchestrator é o negócio social brasileiro Conexsus – Conexões Sustentáveis. A instituição desenvolve projetos na área de bioeconomia em diversas regiões do Brasil, fazendo parcerias com o setor público e privado. Uma de suas atuações, por exemplo, é a concessão de microcrédito para pequenos empreendedores rurais que tem um impacto ambiental significantemente menor em relação aos grandes produtores, garantindo o desenvolvimento de negócios comunitários mais sustentáveis.
Durante a cerimônia de premiação do Skoll Award 2023, a Conexsus foi uma das 5 iniciativas vencedoras, recebendo US$2.25 milhões para a expansão dos projetos e aumento de impacto, sendo a única iniciativa brasileira neste ano a alcançar o prêmio.
Exponencializando o impacto
E chegando ao destaque do último dia, num fórum que discute iniciativas de impacto em milhões de pessoas, não há como ter deixado de fora temática de pandemias. No painel que discutiu se temos tudo o que é necessário para prevenir a próxima pandemia, o aspecto de engajamento de comunidades foi repetido diversas vezes.
A pandemia de COVID-19, além dos estragos econômicos e sociais que provocou (e ainda provoca), abriu portas para tecnologias que já existiam serem mais reconhecidas e valorizadas como a vigilância participativa, um tipo de crowdsourcing para combate de doenças.
A preparação contra uma próxima emergência em saúde pública não fica apenas a cargo dos governos ou instituições. Estes são cruciais para prover recursos e ações na mitigação dos riscos ou resposta às emergências. Porém a população tem um papel substancial no enfrentamento destes desafios.
Na Tailândia, a startup Opendream desenvolveu uma rede de fazendeiros que passaram a ser detetives de doenças, reportando as autoridades os óbitos de animais dos seus rebanhos. Isso acaba funcionando como um alerta antecipado de que um agravo à saúde pública pode estar surgindo, afetando primeiramente à saúde animal.
Outro exemplo foi a iniciativa Swasti, que já impactou diretamente 2 milhões de pessoas em 25 países com estratégias de fortalecimento de sistemas comunitários para saúde primária. A Swasti está também iniciando um programa de vigilância participativa para segurança de saúde global e resposta às pandemias.
A inclusão na agenda de combate às pandemias de um fórum tão estratégico para impacto global como o Skoll World Forum demonstra que precisamos continuar ativos na busca do melhor preparo para o enfrentamento da próxima emergência em saúde pública.
Na minha rotina de pesquisador, tenho a honra de participar diretamente no desenvolvimento de duas iniciativas inovadoras como preparação para a próxima pandemia. A primeira é a plataforma Global Flu View (www.globalfluview.org). Nós desenvolvemos um ecossistema digital que atua como orquestrador de sistemas ao redor do mundo, utilizando vigilância participativa no combate à Influenza. São mais de 20 milhões de datapoints provenientes de países como Austrália, Tailândia, Hong Kong e Estados Unidos, tornando estes dados acionáveis para instituições que podem atuar na resposta antecipada destes riscos à saúde global. O segundo projeto é o desenvolvimento de uma tecnologia vestível (wearable) para ser utilizada no mapeamento de contatos e quebra de ciclos de transmissão de surtos. Tudo isso de respeitando a máxima privacidade do usuário a partir do protocolo DP-3T, desenvolvido pelo time da pesquisa e hoje utilizado em todos os smartphones do mundo da Apple (iOS) e Google (Android).
O evento deixa claro a importância destas agendas no contexto de ESG, sendo uma chamada para que não só o governo e terceiro setor, mas também o setor privado entenda a necessidade de atuação nestes eixos.
Artigo escrito por Ricardo Cavallini, CEO da Makers e Expert da Singularity University.
Semana passada participei de uma discussão onde uma pessoa não acreditava que a IA poderia ferrar a humanidade.
Eu apontei diversas frentes para ilustrar.
Como bem lembrou Yuval Harari, a IA pode criar uma religião.
A IA pode ser o suprassumo das fake news. Se hoje a maior parte das pessoas não entende a diferença entre opinião e fato, imagina com uma IA controlando o discurso? E esta IA poderá responder apenas para uma ou duas pessoas, como acontece hoje com os monopólio das redes sociais.
A IA provavelmente será responsável por grande parte do código que usaremos daqui uns anos. Imagine ela controlando tudo, da sua geladeira a usinas nucleares.
No futuro, a IA poderá criar em grande volume armas biológicas, vírus e muito mais.
Daria para ficar horas aqui falando sobre possíveis formas da IA causar um mau tremendo a humanidade.
Claro, IA não é nenhuma bomba nuclear.
Mas será que a IA é mais ou menos perigosa que uma bomba nuclear?
O lançamento de uma bomba nuclear é algo bem controlado, poucas pessoas no mundo podem começar um ataque. Dado a inteligência emocional dos líderes atuais, isso já é bastante temeroso.
Criar uma bomba nuclear é difícil e muito custoso. IA será cada vez mais barato e acessível. O síndico do seu condomínio terá acesso para fazer alguma meleca.
A bomba nuclear não se auto duplica, criando uma ainda mais poderosa. A IA poderá fazer isso.
Os maiores especialistas em física entendem exatamente como funciona uma bomba nuclear e sabem como desarmá-la, se assim decidirem. No caso de IA, nem mesmo quem produz sabe explicar exatamente como funciona, quais seus limites e sua capacidade.
A bomba nuclear é o auge das armas de explosão e sua evolução é limitada. O que temos agora são os mísseis hipersônicos, que realimentam a guerra fria, mas não aumentam exponencialmente o poder de fogo.
No caso da IA, ainda estamos na infância da tecnologia. E a velocidade desta evolução também importa. Para entender isso, faço um paralelo com as próprias armas.
O arco e flecha foi inventado há muito tempo atrás. Do primeiro arco e flecha para a primeira arma de fogo, foram 60 mil anos. E não estou falando de uma pistola não, estou falando de armas feitas de cano de bambu e pólvora.
Dessas primeiras armas rudimentares de bambu até o tanque de guerra, foram 900 anos.
Do primeiro tanque de guerra pra bomba atômica, apenas 30 anos.
Percebe a curva exponencial? 60 mil, 900, 30.
ChatGPT e outras ferramentas de IA são como essas armas de cano de bambu. Elas já podem fazer algum mal, ainda bem limitado. Porém, na velocidade de evolução atual, não levará 30 anos para chegarmos na versão bomba atômica da IA.
A grande semelhança das duas é que a IA representará para essa nova geração ou que a bomba atômica representou para a minha. O medo do fim do mundo será uma constante.
Trabalhar à distância ficou ainda mais possível nos últimos anos e hoje em dia muito se fala sobre produtividade no trabalho remoto.
Sem dúvidas, é uma modalidade que tem sido cada vez mais adotada pelas empresas, como mostram os dados sobre trabalho remoto.
Por exemplo, uma pesquisa feita pela parceria entre a startup Think Work Lab e a HRTech Global Atlas mostrou que mais de 70% das empresas desejam continuar ou ampliar o trabalho remoto.
Esse cenário é viável por causa do constante desenvolvimento da tecnologia e das vantagens que esse modelo traz tanto para a empresa quanto para os colaboradores.
Agora, o desafio é outro.
Afinal, já que esse modelo é uma realidade, como estimular a produtividade no trabalho remoto?
Vamos falar exatamente sobre isso nesse conteúdo. Confira a seguir e tenha uma boa leitura!
Quais são as principais vantagens do trabalho remoto?
Não é à toa que o modelo de trabalho remoto ficou mais conhecido como alternativa ao modelo presencial e hoje é consolidado no mercado.
Junto com essa modalidade vem várias vantagens que vamos listar a seguir.
Conforto
Talvez a principal vantagem para os colaboradores seja o conforto. Para visualizar melhor, vamos imaginar um dia comum de trabalho presencial.
O dia começa horas mais cedo do que o início do expediente, porque existe toda rotina de manhã de alimentação e deslocamento até o escritório de carro, ônibus ou algum outro meio de transporte.
No fim do dia, é necessário pegar todo o caminho de volta, que ainda pode envolver trânsitos.
Logo, uma grande vantagem do home office é ter o conforto da casa, sem precisar enfrentar possíveis engarrafamentos.
Qualidade de vida
O conforto está relacionado com outra vantagem, que é a de ter uma vida com mais qualidade.
Exatamente pelo fato de evitar deslocamentos, deixar os colaboradores mais independentes e a possibilidade de passar mais tempo com a família.
Então, essa qualidade de vida tem a ver com equilibrar a vida profissional e a pessoal, organizando a rotina de trabalho com as atividades de casa.
Flexibilidade
Outra vantagem que agrada bastante os colaboradores é a flexibilidade.
É claro que um trabalho pode ter um horário fixo em que os colaboradores devem estar online para resolver qualquer demanda.
Só que o trabalho remoto permite que eles tenham mais autonomia de montarem o dia da forma que funciona melhor para a produção deles.
Produtividade
Com a possibilidade de organizar a rotina conforme os melhores horários e inspiração, a produtividade passa a ser outra vantagem do trabalho remoto.
Não só isso, como todas as outras vantagens de conforto e qualidade de vida também influenciam positivamente na produtividade.
Isso porque o colaborador terá menos estresse diário de deslocamento, mais tempo de sono e satisfação por conciliar a vida profissional com a pessoal.
Economia de gastos
Para a empresa, é bem mais vantajoso economicamente poupar gastos que teria com um escritório físico, tanto de estrutura quanto de manutenção.
Na mesma medida, os colaboradores economizam com transporte e alimentação cotidiana.
Portanto, o modelo de trabalho home office traz vantagens para todos da empresa, inclusive a própria organização.
Atração e retenção de talentos
Por fim, uma outra vantagem do trabalho remoto é a atração e retenção de talentos para a empresa.
Há uns anos atrás, as pessoas procuravam por empresas que ofereciam bons salários, por exemplo.
Atualmente, o trabalho remoto passou a ser um diferencial atrativo, capaz de atrair e reter talentos.
A pesquisa feita pela startup Revelo apontou que 79,1% dos profissionais de tecnologia entrevistados levariam em conta trocar de emprego caso a empresa adotasse um modelo de trabalho presencial.
Como estimular a produtividade no trabalho remoto?
A produtividade no home office é uma das tendências do futuro do trabalho, já que esse modelo se estabeleceu em praticamente todas as áreas do mercado.
Inclusive, alguns escritórios optaram por ficar somente no ambiente virtual, deixando os escritórios tradicionais de lado.
Mas é claro que para ter uma empresa que opera totalmente no digital, é preciso ter uma boa gestão organizacional capaz de estabelecer bem os valores vividos no dia a dia.
Vale a pena ressaltar também que o trabalho remoto por si só já é uma maneira de trazer mais produtividade.
Segundo esse relatório, os ambientes totalmente remotos tiveram 63% de produtividade alta. Enquanto os que adotam menos de 25% desse modelo tiveram apenas 22%.
Uma diferença considerável, não é mesmo?
Então a questão chave aqui é saber como estimular a produtividade no trabalho remoto.
Veja a seguir algumas dicas que listamos para te ajudar:
Ofereça suporte
A primeira dica para aumentar a produtividade no home office é oferecer suporte de diferentes tipos à equipe de profissionais.
Por um lado, o modelo remoto traz várias vantagens de bem-estar para os colaboradores.
Por outro, é preciso ter atenção para que eles não se sintam isolados ou menos parte da empresa, já que não existem aqueles momentos tradicionais de convivência em um escritório.
Pensando nisso, pode ser de extremo valor ter um tipo de liderança para manter o diálogo com a equipe e entender como anda o bem-estar de cada um.
Afinal, também é responsabilidade da empresa oferecer um ambiente de qualidade para os colaboradores.
Além de que um suporte pode ser feito com auxílios financeiros para investimento em itens para home office, que ajudam a aumentar o bem-estar do colaborador.
São atitudes como essas que demonstram a preocupação com a relação entre empresa e equipe, que faz toda a diferença para estimular a produtividade no trabalho remoto.
Estabeleça e acompanhe métricas de desempenho
Para qual caminho o colaborador deve seguir? O que se espera que ele desenvolva?
Essas perguntas são relevantes para entender a importância das métricas de desempenho, que têm como objetivo orientar o colaborador sobre qual caminho seguir.
Basicamente, elas são uma espécie de resultados que mostram como o colaborador tem se desempenhado nas funções e, a partir disso, dá para traçar um plano com foco em mais produtividade.
Só que pouco adianta estabelecer essas métricas, se não tiver o acompanhamento correto delas.
Ou seja, o acompanhamento precisa ser constante e contínuo para ter mais informações que possam ajudar a pensar em estratégias e planos de desenvolvimento.
E tem mais, as métricas de desempenho também podem ter relação com a parte mais social do colaborador para que ele desenvolva people skills.
Essas habilidades são essenciais quando o assunto é produtividade no modelo remoto de trabalho, por ter relação com tomadas de decisões estratégicas, autoconhecimento e gestão eficiente.
Invista em capacitação
Outra forma de estimular a produtividade no home office é com capacitações para a equipe.
Conforme surgem cada vez mais tecnologias novas, aumenta a necessidade de ter os conhecimentos atualizados.
Não somente com tecnologia, mas também em qualquer outra área.
O ponto aqui é que a capacitação pode incentivar uma equipe a ser mais produtiva justamente por trazer um novo aprendizado.
Então esse investimento estimula o colaborador a ser mais produtivo, além de desenvolver novas habilidades nele.
Além de que trabalha a relação dele com a empresa, uma vez que a capacitação também é um jeito de mostrar que acreditam no potencial que ele tem para aprender novas coisas.
Isso traz sensação de pertencimento, satisfação e mais vontade de gerar resultados.
Tenha uma comunicação clara
No modelo de trabalho presencial, é certo que a comunicação na maioria das vezes é feita pessoalmente para ser mais objetiva.
Entretanto, a tecnologia traz a possibilidade de uma comunicação instantânea, que pode facilmente suprir as necessidades do presencial.
Ela só precisa ser clara e objetiva.
Isso quer dizer que tudo que for escrito em uma mensagem, por exemplo, precisa ter bem detalhado o que está sendo pedido.
No caso, uma linguagem mais direta e objetiva pode ser utilizada para facilitar a comunicação.
Assim, os riscos de ser feito algo diferente do que foi pedido é menor. Ou então de ter que refazer alguma coisa por não ser o que era esperado.
É importante também não deixar de lado os feedbacks, ferramentas que podem trazer mais resultados e incentivos para maior produtividade no trabalho remoto.
Utilize ferramentas
As ferramentas existentes podem ajudar a estimular a produtividade no trabalho remoto.
Elas funcionam tanto para organização nas prioridades das demandas, como também para comunicação.
É comum as empresas usarem um software de comunicação para manter a equipe integrada e com o diálogo ativo.
Com o uso dessas ferramentas, todas as equipes conseguem conversar entre si e criar relações.
Além de que uma ferramenta de gerenciamento é uma ótima forma para organizar as atividades cotidianas e cumprir com as responsabilidades.
Dessa forma, as ferramentas conseguem garantir integração e organização, o que contribui para a produtividade no home office.
Promova encontros virtuais
Embora o trabalho remoto ofereça diversas vantagens de conforto e flexibilidade, alguns momentos de interação podem fazer falta.
Isso se dá porque eles são muito comuns em trabalhos presenciais, quando envolve uma equipe trabalhando em um escritório.
Então, ter alguns encontros virtuais por semana ou dentro de um período determinado para trocar informações é um jeito de manter os colaboradores incentivados e com sentimento de pertencimento.
Essa interação, por mais rápida que seja, pode ser boa para descontrair e integrar a empresa no modelo virtual, o que influencia na produtividade de cada um.
Dados sobre produtividade e trabalho remoto no Brasil e no mundo
São várias as pesquisas e estudos que fornecem dados sobre trabalho remoto no Brasil e no mundo, de tal forma que é possível ver um constante crescimento e preferência por ele.
O primeiro ponto a ressaltar é que o online supera barreiras físicas e fronteiras.
Nesse sentido, a pesquisa da plataforma Husky revelou que o número de brasileiros que vivem aqui e trabalham para outro país aumentou 491% entre 2020 e 2022.
A área mais procurada por empresas de fora é de tecnologia da informação, mas também tem de design, streamer e influenciadores.
Outra pesquisa que traz dados sobre trabalho remoto e mostra a preferência das pessoas por esse modelo é a State of Remote Work, feita pela plataforma de gestão de redes sociais Buffer.
Nessa pesquisa, 98% das pessoas que foram entrevistadas responderam que querem continuar para sempre no modelo remoto.
Além disso, uma outra pesquisa feita pela empresa SurePayRoll entrevistou colaboradores e 86% dos entrevistados afirmaram que são mais produtivos quando trabalham sozinhos.
Uma pesquisa chamada Novas Formas de Trabalhar foi realizada em parceria pela Fundação Dom Cabral, Grant Thornton e a Em Lyon Business School para trazer mais dados sobre produtividade e trabalho remoto.
Os resultados trouxeram que 58% dos entrevistados afirmaram ser mais produtivos em home office.
Como avaliar o desempenho da sua equipe no trabalho remoto?
Já que agora você sabe como estimular a produtividade no trabalho remoto, é hora de aprender a como avaliar o desempenho da sua equipe nesse modelo.
A primeira coisa a se fazer é determinar quais são os objetivos da empresa.
Ou seja, onde é esperado que os colaboradores cheguem ou o que desenvolvam.
Essa parte pode parecer simples, mas ela é de extrema importância para analisar os resultados e planejar metas para produtividade.
E tudo isso é feito com responsáveis acompanhando as etapas para saber se resultados são atingidos e como anda o desenvolvimento do profissional na empresa.
Com os objetivos definidos, é preciso determinar o que exatamente será avaliado.
Isto é, se o desempenho do colaborador vai ser medido de acordo com resultados, relacionamento com a equipe, eficiência e comprometimento com as entregas, entre outros.
É importante que isso seja transparecido também para que o colaborador tenha consciência do que precisa dar atenção e trabalhar mais.
Em seguida, é preciso selecionar quais serão os tipos de avaliação, que podem ser feitas de diferentes formas como:
avaliação de equipe; é um jeito de olhar para o coletivo e entender como está o desenvolvimento de cada um.
avaliação 180 graus; é feita em uma combinação da autoavaliação e uma outra feita pelo líder direto.
avaliação 360 graus; é uma mais completa realizada pelo líder direto e outras pessoas que trabalham com o colaborador.
avaliação por resultados; é realizada de acordo com a entrega de cada colaborador
autoavaliação; é feita pelo próprio colaborador para analisar o próprio desempenho
Dessa forma, basta escolher o tipo de avaliação que mais se adequa ao modelo de gestão da empresa e estruturar o que for preciso para avaliar o desempenho de cada um.
Com essas avaliações, é viável traçar estratégias e soluções pacíficas para garantir a produtividade no home office.
Conclusão
A produtividade no trabalho remoto deve ser levada em conta pelas empresas, já que esse modelo se estabeleceu de vez no mercado.
Inclusive, os dados e pesquisas indicam que essa modalidade de trabalho pode ser ideal para mais produtividade.
A questão é saber como estimular e avaliar o desempenho da equipe nesse cenário em busca de mais bem-estar, satisfação dos colaboradores e resultados.
Por Letícia Setembro, CEO da Seek Futures e professora convidada SingularityU Brazil
Para quem esteve por lá, parece que uma maratona se passou. Com dezenas de opções de atividades e palestras concomitantes para serem escolhidas, era difícil absorver a enorme quantidade de informações e insights adquiridos num mesmo dia. Isso sem falar das inusitadas conexões humanas, que são um ponto alto do evento e acontecem a todo momento.
Mas e agora que o evento já passou, como transformar esse conhecimento em algo útil?
Sob a ótica do futurismo, estar atualizado e hiperconectado é muito importante, principalmente quando nos nutrimos de fontes diversificadas – como é o caso das trilhas não-obvias do SXSW. Mas apenas escutar palestras, viver experiências e guardar isso no mundo das ideias não é suficiente para fazer valer a pena o seu ticket para o evento. O desafio de transformar o conhecimento em insights de negócio começa agora mesmo, no pós-evento.
Podemos começar identificando padrões e sentindo o zeitgeist (espírito do tempo) que o evento soprou. OSXSW 2023inovou em sua agenda neste ano agregando foco às temáticas da inteligência Artificial (Chat GPT, Open AI, Emotion AI e o tema da Criatividade), Psicodélicos, Crise climática, Ativismo social, Experiências com Realidade Virtual, Saúde e até Espiritualidade. Já no ano passado, era possível notar a régua de conteúdos com um foco maior em Web 3, NFTs e Metaverso.
A partir daí, já começamos a sentir que alguns temas estão em maior avanço que outros e isso pode ter consequências diretas nos nossos negócios nos próximos anos. Para aprofundar mais, devemos repassar as tendências que foram apresentadas por experts e futuristas do evento, para encontrar os padrões e insights que de fato impactam seu setor. A seguir, trago alguns resumos:
A começar pela Elizabeth Bramson-Boudreau, CEO e publisher do MIT Technology Review, que há 22 anos, faz uma seleção das tecnologias mais disruptivas do momento. Da sua lista neste ano, enfatizo as seguintes tecnologias:
CRISPR: alto potencial de mudar completamente a forma como lidamos com (e manipulamos) a genética humana. Sendo uma possível fonte de grandes avanços na saúde e na ciência.
AI Image Generator: modifica a forma como criamos arte e pode promover uma nova era para artistas.
Órgãos 3D: o uso de órgão de animais modificados ou órgãos de laboratório para transplante em humanos pode resolver filas de espera e salvar vidas.
Transformação da mobilidade nos aspectos de se tornar elétrica e autônoma, usar reciclagem de baterias para carros elétricos e os novos tanques criogênicos para voos com emissão de carbono zero.
O futuro por Amy Webb
Seguimos para uma das mais esperadas palestras do SXSW, com as previsões de futuro da aclamada futurista quantitativa Amy Webb, fundadora do Future Today Institute. A cada ano ela libera seu relatório de tendências, que desta vez tem mais de 800 páginas cobrindo, 666 tendências divididas em 14 grupos de tendências. Em sua fala e relatório saliento os seguintes pontos:
Cluster 1: Cloud computing, Web 3, Ai, Transformers, Advanced AI Chipsets e temas relacionados: Os modelos de linguagem como o Chat GPT em menos de dois anos terão novas aplicações e integrações, trazendo mudanças para a saúde, finanças, ambiente de trabalho e produtos em geral. Essa revolução será gigante e veloz e nós não estamos preparados para lidar com essa exponencialidade. Vivemos num momento de tipping points de AI generativa e seus inúmeros modelos e utilizações fragmentadas e específicas – incluindo as Multimodal Generalists AI, uma AI que consegue lidar com inúmeras tarefas e conseguirá atingir algo realmente próximo a uma inteligência. Se juntarmos isso com a evolução dos aceleradores e chips e todos esses novos tipos de sistemas de computação que estão sendo construídos, haverá um efeito composto até 2030. Podemos ter sistemas de IA mil vezes mais poderosos do que são hoje. A revolução só está sendo restringida pela falta de dados disponíveis atualmente, pois no futuro dados estarão no ambiente – tudo será um dado e você sequer perceberá. Segundo Amy Webb, um evento chamado Great ASIMOSIS acontecerá nos próximos anos, e significará o momento em que os dados entram nos sistemas de AI de forma fluída por meio de qualquer fonte ou situação. Isso evoluirá junto com a Web3 e será em parte descentralizado, e mudará toda a infraestrutura da sociedade.
Cluster 2: Metaverso Industrial, Blockchain, Generative AI, Digital twins e temas relacionados. Entramos na era da computação assistida e isso significa que não mais tomaremos decisões sozinhos. Estaremos assistidos por ferramentas invisíveis do metaverso industrial e da IA generativa. Tais ferramentas vão tornar o trabalho de médicos e cirurgiões muito mais preciso e seguro (Chamado Medical Metaverse). Para usar essas ferramentas precisamos de bases e fundamentos para operá-las – são com os Prompts que usamos no Chat GPT.
Amy Webb reforçou a necessidade de educar a sociedade, jovens e crianças, para o uso de tais ferramentas de computação assistida, ao invés de bani-las. Por fim, também citou exemplos de como as ferramentas assistidas atuais estão cheias de viés e não retratam a real diversidade da sociedade.
Mike Bechtel e o TECH – TOY – TOOL
O Chief Futurist Officer da Deloitte, Mike Bechtel, trouxe um conceito interessante para entendermos a evolução tecnológica: o TECH – TOY – TOOL. Esses seriam os três estágios de exploração de uma tecnologia, começando pelo TECH, etapa onde testamos usos sem objetivo claro, apenas investigando as possibilidades que a tecnologia possui. A segunda etapa é o TOY, quando encontramos maneiras “malucas ou divertidas”, mas nem sempre úteis, de explorar a tecnologia. E por fim o TOOL, etapa onde a tecnologia amadurece e começa a resolver problemas reais da sociedade, se tornando uma poderosa ferramenta.
Para Mike Bechtel caminhamos para um futuro que prezará pela simplicidade, inteligência e abundância. Em 10 anos teremos a evolução do VR para um termo chamado Ambient Experiences, onde as assistentes virtuais, por exemplo, serão totalmente pró-ativas e sequer vamos perceber o quanto a tecnologia cria fluidez nos nossos processos e escolhas do dia-a-dia. Também no timeframe de 10 anos viveremos a exponencialização da IA, que se tornará mais criativa e terá uma espécie de emoção digital. Isso gerará a colaboração com os humanos na otimização do trabalho de forma conjunta. Mike também citou a evolução da interação física + digital e chamou essa união de Spatial web. Será o momento em que a realidade física se tornará também online.
Nesse momento em que observamos as tendências, conseguimos ver repetições, e fica claro que algumas tendências foram citadas por muitos experts. A ação agora é analisar o impacto desses movimentos em relação ao seu negócio e setor.
A seguir, um passo-a-passo futurístico de como se aproximar de novas tecnologias (inspirado no material da Amy Webb):
FAMILIARIDADE E REPERTÓRIO: entender mais sobre a tecnologia. Como funciona, quem são os players, como vem sendo utilizada, conversar com experts, ir a eventos e conferências.
TENDÊNCIAS: mapear as tendências dessa tecnologia e seus impactos e priorizar aquelas que trarão consequências, disrupções, desafios ou mudanças no mundo.
-> A ferramenta STEEP do Futuro pode auxiliar nessa tarefa. Posicione as tendências sociais, tecnológicas, econômicas, políticas ou ambientais no radar. Em seguida analise como cada tendência impacta seu setor em curto, médio e longo prazo.
OPORTUNIDADES E ESPAÇOS EM BRANCO: explore onde estão as oportunidades de novos negócios e novos business models, onde cabem inovações para a empresa. Quais são as tendências que apresentam riscos? Quais poderiam ameaçar seu negócio? O momento é de cruzar as informações de fora com as de dentro da empresa.
-> Em seguida, priorize as mais relevantes para o seu mercado e segmente as tendências em desafios, oportunidades e novos negócios.
ENSAIE O FUTURO: desenhe cenários para entender o que aconteceria se (what if) essa tendência se tornasse massificada. O que você faria como empresa? Proporia uma nova solução? Ou ficaria obsoleto?
VISÃO ORGANIZACIONAL: desenhe a visão do que sua empresa pode fazer para lidar com essa tecnologia de forma prática, sob a perspectiva de oportunidade ou risco. Siga até uma linha de criação de roadmap de curto, médio e longo prazo: investimentos, treinamento de talentos, recursos, desenvolvimento de produtos e planejamento estratégico.
-> Nessa ferramenta de Backcasting, posicione as ações em formato de roadmap imaginando chegar no futuro que desejam alcançar com essa tecnologia – utilizando uma lógica de trás-para-frente.
Gostou? Você pode encontrar outros artigos da cobertura da SingularityU Brazil do SXSW aqui.
Artigo escrito por Poliana Abreu, Head da SingularityU Brazil e Diretora de Conteúdo da HSM.
O South by Southwest 2023 – principal festival de inovação e criatividade do mundo que acontece anualmente em Austin, no Texas – acabou, mas o seu “efeito colateral” vai demorar a passar. Foram dias intensos de informação e muita conexão.
Arrisco a dizer que o tema “transversal” do evento foi “a conexão entre pessoas e máquinas”. Uma aparente ambiguidade, mas que, no fundo, retrata a realidade como ela é: complexa, dual, complementar e convergente.
O evento por si só é sobre convergência. Música, cinema, inovação, negócios. Foram dias de muitas reflexões, mostrando o presente e visões de futuro catastróficas, realistas e otimistas.
Ficou claro que vivemos a era do “e” e não do “ou”. É sobre humanos e máquinas; sobre o futuro e o resgate da ancestralidade; sobre inteligência artificial generativa e relações humanas verdadeiras; sobre crescer exponencialmente e regenerar o meio ambiente. Não é apenas sobre inteligência artificial, computação quântica, realidade virtual ou blockchain. A força e as oportunidades de mudança estão na convergência entre essas e tantas outras tecnologias exponenciais e não numa aposta isolada. Esta complexidade clama por novas lideranças ambidestras e regenerativas.
Abaixo, elegi os 10 principais takeaways do SXSW que reforçam que estamos na era da convergência:
1- “A Internet, como conhecemos, está morta”
A frase acima foi dita por Amy Webb, CEO do Future Today Institute e um dos nomes mais aguardados do evento. Amy apresentou o Tech Trend Report, um relatório com 666 tendências e, dessas, ela escolheu 35 para mergulhar o seu conteúdo.
Para a futurista, precisamos de foco. Negócios e pessoas precisam analisar tendências convergentes e o momento atual da inteligência artificial para definir se teremos um futuro catastrófico ou humanizado.
As IAs generativas vão se desenvolver em velocidade muito além da imaginada nos próximos anos. A convergência entre Web3, Computação em Nuvem e Inteligência Artificial desencadeará uma reformulação dos negócios e da sociedade. Para Webb, estamos entrando no que ela chama de “AIOSMOSIS”, a era em que a IA tem interação com absolutamente tudo ao redor, puxando informações sobre tudo e todos.
2- Nova Relação Homem-Máquina e a “Destruição Criativa”: Open AI & ChatGPT e os Organoides
Por um lado, a “destruição criativa” da Inteligência Artificial (ChatGPT, entre outras) causa temor em muitos profissionais. Por outro, a pesquisa com organoides avança para buscar a cura de doenças. Amy Webb explicou:
O lado otimista tem a IA centrada nas pessoas e gerenciamento de dados voltado para o bem comum, em uma configuração transparente e descentralizada, com o compartilhamento de dados opcional.
Já o pessimista é onde nossas pegadas digitais são constantemente transformadas em modelos, levando a curadoria e recomendações agressivas, em vez da verdadeira escolha do usuário. Nele, somos cercados por informações, e elas nos impedirão de obter o que realmente buscamos.
Destaque extra para Alysson Muotri, diretor do programa de células-tronco do Instituto de Medicina Genômica, da Universidade de San Diego, que está criando “Organoides”, estruturas tridimensionais criadas em laboratório para imitar características e funções de um órgão ou tecido específico, para testar medicamentos e efeitos colaterais.
3- O Futuro é Coletivo
“Não basta dizermos um monte de coisas inteligentes. Temos que recuar e trazer outras pessoas para mesa, é sobre como discutir o futuro juntos”, Ian Beacraft
A inteligência artificial será de grande valor para muitas indústrias, mas precisará de serem humanos preparados para lidar com elas. O grande salto tecnológico será a junção da inteligência artificial com a computação quântica. Para Whurley, fundador e CEO of Strangeworks, ações básicas como otimizações e agilidade na tomada de decisão dividirão espaço com grandes conquistas como, por exemplo, uma verdadeira disrupção econômica e melhor gerenciamento do sistema bancário e financeiro.
Greg Brockman, presidente co-fundador da Open AI, reforçou que é preciso “colocar todos na mesa” para que a inteligência artificial seja usada de forma ética e responsável. É fundamental que a sociedade se adapte e que os formuladores de políticas publicas estejam envolvidos nas conversas. Regulação é um tema coletivo.
Destaque também para as 5 mulheres com papéis relevantes na NASA. Uma junção de mulheres e pessoas de todo o mundo, trabalhando em grupo, e garantindo as mais impressionantes e complexas imagens telescópicas da história do mundo. Isso envolve o trabalho de mais de 20 mil pessoas, em 14 países, e 29 estados ao redor do mundo. “É um trabalho em grupo com um time impressionante, onde não importa a nacionalidade”, afirma Macarena Garcia Marin.
4 – Realidade virtual e imersiva como ferramenta para empatia
O que mais chamou a atenção foi a quantidade de experiências voltadas ao sentimento de empatia.
Uma delas foi a “Body of Mine”, que coloca o usuário no corpo de outro gênero para uma experiência que combina rastreamento de corpo, rosto e olhos para trazer a sensação de uma pessoa trans ao estar num corpo que não corresponde ao seu gênero.
Além desta, a mais emocionante foi a experiência “les pieds em haut”. Criada por duas mães de crianças autistas, a experiência reproduz no usuário as sensações de uma criança com autismo (vídeo demonstrativo da experiência está disponível aqui).
Além de todas as aplicabilidades da realidade virtual para educação, treinamento, entretenimento, saí das experiências do SXW, esperançosa que existe um caminho para ensinar e viver a empatia.
5 – A Cura pela Ancestralidade
Muitos painéis trouxeram o resgate das sabedorias ancestrais para endereçar desafios modernos como a saúde mental, por exemplo.
Paul Stamets, micologista, empreendedor e escritor, é um dos pioneiros nas pesquisas sobre o uso de cogumelos para fins medicinais e reforçou: “esse conhecimento é apenas uma continuação do que os povos indígenas falam há milhares de anos”.
Statmets criou um aplicativo que reúne pessoas que utilizam microdoses de cogumelos psicotrópicos para tratamentos como alcoolismo e depressão. A ideia, segundo ele, é levantar dados para “provar que os indígenas sempre estiveram certos”.
Além disso, algumas sessões mostraram o poder das músicas e mantras ancestrais como ferramenta para a cura. Artistas, facilitadores, cientistas e até um monge Dj, mostraram que a música, desde os tempos mais remotos, tem o potencial de ser um grande aliado nos tratamentos de saúde mental.
6- Psicodélicos como aposta para os tratamentos na área da Saúde Mental
O festival teve uma trilha de conteúdo exclusiva sobre o mercado global de psicodélicos para tratamentos de saúde mental.
Diversas startups que trabalham dentro dos limites legais dos psicodélicos, assim como diversos pesquisadores, mostraram o potencial de algumas substâncias como uso terapêutico para depressão, ansiedade e estresse pós-traumático.
O tamanho do mercado chama atenção: ele já movimentou US$ 4 bilhões em 2021 e tem potencial de chegar a US$ 7,58 bilhões até 2026.
Para Deepak Chopra, autor indiano, estudioso da medicina alternativa – e que ganhou uma importante fama após levantar teses afirmando que as pessoas podem, sim, atingir a saúde perfeita se cuidarem de seu corpo de forma holística, incluindo matéria e energia – existem pessoas que já não respondem aos tratamentos da medicina tradicional, inclusive porque a maioria sente reações adversas.
Chopra acredita na necessidade da humanidade se concentrar no trabalho interno para buscar a cura. Para ele, é por meio da conexão entre terapia com psicodélicos e consciência que vamos encontrar um caminho que faça sentido para aqueles que buscam qualidade em saúde mental.
7- Upskilling como imperativo
Em algum grau, todas as palestras e painéis falaram sobre necessidade do aprendizado ao longo da vida para navegarmos num mercado que demanda profissionais generalistas e criativos.
Existe uma urgência de mudarmos mindsets e comportamentos para estarmos preparados para a reinvenção. Precisamos todos, sem exceção, de upskilling – uma reciclagem completa de aprendizados e novas competências.
Tendo isso em mente, Tim Ferris, autor de best-sellers e conhecido como um verdadeiro fenômeno por ter cerca de 1 bilhão de downloads e muitos seguidores, falou sobre a importância de se investir em oportunidades que te abram novas portas e possibilidades de aprendizado.
8- Humanidade como principal Stakeholder
Tanto nos debates sobre ética e limites da tecnologia, como em conversas sobre sustentabilidade e negócios regenerativos. A mensagem foi muito clara: o principal stakeholder deverá ser sempre a humanidade.
Para Greg Brockman, cofundador e presidente da OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, a ferramenta só é considerada um “killer app”, pois é uma interface simples e acessível, que democratizou o acesso à inteligência artificial.
Segundo ele, a humanidade é o stakeholder mais importante quando se trata de inteligência artificial. E medir o impacto da tecnologia na sociedade é crucial para garantir que ela seja usada de forma benéfica. O principal erro que pode ocorrer é, justamente, não entender os humanos.
Para o futurista Rohit Bhargava, “Pessoas que entendem de pessoas, sempre ganham”. Tim Ferris, deixou claro que ao escolher investir num determinado projeto, ele antes de tudo, “escolhe pessoas”.
9 – “Perdemos o direito de sermos pessimistas”
Esta frase, dita por Ryan Gallet, CEO da Patagonia, refere-se ao contexto da crise climática. Estamos diante de um cenário que não cabe falarmos de preservação e, sim, de regeneração. Regeneração dos ecossistemas naturais, dos negócios e das pessoas. Não temos tempo (e nem direito!) de sermos pessimistas. É necessário agir!
A mesma necessidade de otimismo foi trazida por outros speakers, sob a ótica da evolução exponencial tecnológica.
O olhar sob o otimismo, inclusive, foi a temática de abertura do SXSW. Na fala de Simran Jeet Singh, diretor executivo no programa de Religião e Sociedade do Aspen Institute e autor do bestseller “The Light we Give: How Sikh Wisdom Can Transform Your Life”:
“Luta e fuga são as duas respostas mais naturais, mas elas não nos dão a satisfação que precisamos. Na nossa tradição temos o “chardi kala”, que é o otimismo eterno. Não é escapismo, não é positividade tóxica. É sobre reconhecer os desafios pelo que eles são, e encará-los com os nossos valores. É sobre encontrar a luz dentro desses momentos”.
10 – Resgate das relações verdadeiras
Trazer consciência para o fato que estamos cada vez mais conectados e sozinhos. Segundo Esther Perrel, estamos o tempo todo olhando para o celular, desconectados do presente, fingindo que ouvimos o outro.
De acordo com a psicoterapeuta Esther Perrel, inevitavelmente, a tecnologia afeta as verdadeiras relações. “Por melhor que for a tecnologia, a melhor versão virtual de uma pessoa não superará a pessoa em si. A virtual pode estar disponível 24/7 e responder tudo que você perguntar, mas ela não levará em consideração suas novas experiências e sentimentos que mudam a cada dia. Estamos em constante mudança e isso é a maravilha do ser humano real”.
A psicoterapeuta entende que o foco atual dos seres humanos é o de tentar se livrar de grandes (e pequenos também) desconfortos e que isso, de fato, está facilitando a vida das pessoas, mas, ao mesmo tempo, ela acredita que isso deixa as pessoas despreparadas para as inconveniências cotidianas.
Além disso, para Josh D’Amaro, CEO da Disney, apenas juntas, de verdade, as pessoas conseguem criar uma profunda conexão entre elas. Para Josh, “ver o mundo acompanhado é sempre melhor do que sozinho”.
No fim, esta semana foi um chamado para a consciência. É necessário ter muita informação e clareza para navegar num mundo repleto de oportunidades, mas também de muita responsabilidade.
Diretamente do SXSW, em Austin, a Head da SingularityU Brazil e Diretora de Conteúdo da HSM, Poliana Abreu, traz a sua visão sobre os pontos de reflexão que considera relevantes para qualquer profissional que queira entender o cenário atual e futuro da IA nos negócios e na sociedade. Confira abaixo o artigo escrito para o Meio&Mensagem.
Criador do ChatGPT conta no SXSW sobre as ferramentas terem a capacidade de ampliar a habilidade humana, mas requerem confiança para serem usadas com segurança
Greg Brockman, cofundador e presidente da OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, participou de um dos painéis mais esperados pelo público do South by Southwest 2023, que está acontecendo nesta semana em Austin, Texas.
A conversa, conduzida pela jornalista Laurie Segall, abordou as questões éticas e perspectivas de futuro do uso da inteligência artificial generativa. Brockman compartilhou sua história como empreendedor e falou sobre futuro, mas foi um pouco evasivo em determinadas perguntas. Acompanhei o painel e, a seguir, trago a minha visão sobre os principais pontos de reflexão que considero relevantes para qualquer profissional que queira entender o cenário atual e futuro da IA nos negócios e na sociedade.
Acesso e democratização
O ChatGPT é considerado um “killer app”. Em pouco tempo, conquistou mais de 100 milhões de usuários, mas é um killer app, não porque não é uma tecnologia nova, mas sim porque é uma interface simples e acessível que democratizou o acesso à inteligência artificial.
A escala e a operacionalização são as duas peças fundamentais para tornar a tecnologia útil e prática. O fundamental aqui é a curva exponencial, que acumula valor à medida que a tecnologia é aprimorada e usada em vários modelos e linguagens. A inteligência artificial é uma tecnologia que pode ser usada em todos os campos da vida, desde negócios até entretenimento e experiências interativas.
Para Greg, o objetivo do ChatGPT é informar as pessoas e tornar a inteligência artificial acessível e útil para todos.
Vale ressaltar ainda que o foco não é o app ChatGPT em si, mas sim a plataforma para utilização de inteligência artificial para diversas aplicações. Senso de urgência
O que fez a Open AI sair na frente e lançar o ChatGPT antes de outras gigantes tecnológicas foi o seu senso de urgência.
Regulação e confiança
Para que a inteligência artificial seja usada de forma ética e responsável, é importante que a sociedade se adapte e que os formuladores de políticas públicas estejam envolvidos nas conversas. A regulação é transversal. Todos os setores precisam entender e estar inseridos na discussão.
O ChatGPT é usado por pessoas de diferentes áreas para melhorar seus textos, o que mostra como a inteligência artificial pode ampliar o que os humanos podem fazer. No entanto, é importante lembrar que a inteligência artificial não é perfeita e requer confiança para ser usada com segurança. “Queremos construir confiança. É a dor de aprender. Temos um time que olha para esses problemas e estamos tentando tornar a ferramenta mais confiável”.
As pessoas por trás do código
Brockman confessou que ainda não são rápidos o suficiente para resolverem os vieses no ChatGPT, mas que tem consciência que é preciso mais diversidade por trás dos códigos. “Assumimos que há muito a ser melhorado, como retirar os vieses do chatbot e a possibilidade de descentralizar cada vez mais nossa IA para que ela seja amparada em todo um ecossistema ancorado, principalmente, na comunidade”.
O futuro do conteúdo
O conteúdo não é mais “estático”, de forma que você não consiga mais interagir com ele. Estamos claramente nos movendo para um mundo onde ele é “vivo”. Você pode conversar e interagir com ele, criando possibilidades de apoiá-lo.
Humanidade como principal stakeholder
Brockman afirmou várias vezes que a missão da OpenAI é “criar uma IA avançada de forma segura e benéfica para a humanidade”.
Segundo ele, a humanidade é o stakeholder mais importante quando se trata de inteligência artificial. E medir o impacto da tecnologia na sociedade é crucial para garantir que ela seja usada de forma benéfica. O principal erro que pode ocorrer é, justamente, não entender os humanos.
Futuro da inteligência artificial generativa
“Nós estamos criando, praticamente, um novo tipo de internet ou algo muito similar a isso”. A respeito do futuro da inteligência artificial, ele acredita que a tecnologia será capaz de prever muitas coisas, inclusive o que os humanos querem e precisam. Ele acredita que a inteligência artificial será uma tecnologia tão presente quanto o celular e que ela irá transformar todos os campos de nossa vida. Brockman afirmou que é esse é o projeto mais importante, esperançoso e assustador da história humana. Para construir uma relação homem-máquina saudável, ele entende que o mais importante será dominar habilidades de alto nível, além de julgar e saber quando se aprofundar nos detalhes.
Quando perguntado sobre a coisa mais interessante que a IA pode fazer, ele foi rápido na resposta: fazer nossos sonhos virarem realidade e ampliar as habilidades humanas. E sobre o mundo com IA em 2050? Inimaginável! A única certeza é que seu crescimento é exponencial.
A mensagem principal do primeiro dia de SXSW é: tecnologia a serviço da humanização. Em diversos momentos diferentes, os maiores autores de inovação, empreendedores e executivos reforçaram a mensagem do papel e poder humano em relação a tecnologia.
Na trilha de futuro da força de trabalho, a humanização se destacou pelas discussões de diversidade e inclusão que vão além do óbvio.
Uma das discussões mais relevantes sobre o acesso de pessoas com necessidades especiais, foi acerca da maneira como enxergamos a tecnologia. Precisamos para de olhar as tecnologias como criadoras de “consertos” e passar a olhá-las como habilitadoras de potenciais que próprias pessoas se sintam confortáveis em alcançar. Nosso foco não deveria estar em desenvolver e “normalizar” pessoas e sim em cocriar valor e ideias a partir da diversidade de visões de mundo, percepções e características. As pessoas a quem se destinam essas criações precisam ser incluídas na construção das soluções a elas destinadas, e não apenas usuárias de algo desenvolvido por outros.
Com tanta presença de tecnologia, mais do que nunca, as organizações do futuro precisam ser human-centric designed (em tradução livre: desenhadas com o ser humano no centro). Já não existe mais uma organização desenhar papéis e responsabilidades específicos, e muito menos comportamentos esperados de seres humanos. A flexibilidade, co-construção e escuta ativa passam a ter um papel cada vez mais relevante. Falando nisso, a escolha entre as novas formas de trabalhar, como remoto, hibrido e presencial estarão cada vez mais nas mãos dos funcionários, e não da empresa. A empresa estará a serviço das escolher e preferências de seus colaboradores.
Outra palestra que trouxe a humanização no design foi a de Josh D’Amaro, Chairman de Experiences & Products da Disney, que abordou seu storytelling centrado em encantar e gerar memorias afetivas em seus clientes, e em como as novas tecnologias tem habilitado essa entrega de valor. Foram demonstradas soluções como robótica e hologramas em um nível de qualidade marcante, encantando toda a plateia.
Problemas relevantes além da inclusão foram debatidos, como a agricultura na África. O continente ainda não e autossustentável em alimentos, mas possui potencial de alimentar todo o mundo. Startups de rastreamento e monitoramento de equipamentos, de conexão entre fazendeiros e maquinário e até mesmo de educação tem se destacado como parte da resolução destes problemas, mas necessitam de apoio, tração e mais investimentos para escala.
Questões intergeracionais foram tema da casa Dell de experiências, abordando o novo normal do trabalho e o valor que novas gerações dão à autonomia, experiências e propósito. Culturas de comando e controle não terão mais atratividade para as novas gerações. Assim, vemos que tratar adultos como adultos nunca foi tão relevante.
Fundador da Open AI, empresa responsável pelo Chat GPT, Greg Brockman veio quebrar a crença de que a inteligência artificial serve para automatizar o trabalho físico. Segundo ele, grande parte do trabalho memorável que a IA vem desenvolvendo é relacionado à atuação cognitiva, como a resolução de problemas e a composição de músicas e poemas. Porém, ainda estamos distantes de automatizar um ser humano inteiro ou um trabalho inteiro.
De toda forma, precisamos como humanidade compreender quais os ambientes de maior geração de valor da IA e integrá-los na sociedade para redefinir o papel dos humanos. Certamente o futuro será ainda mais interessante e transformacional para a inteligência artificial generativa.
Confira os especialistas presentes no SXSW 2023, que acontece de 10 a 19 de março.
Falta pouco para começar o maior festival de criatividade, tecnologia e inovação do mundo, o South By Southwest (SXSW ou South by para os íntimos). Em sua 11ª edição, o SXSW traz como proposta principal apresentar uma nova abordagem sobre as transformações para o futuro que já está acontecendo, com um olhar estratégico para questões ESG. Além disso, Inteligência Artificial, ChatGPT, mudanças climáticas e representatividade no universo gamer são alguns dos temas discutidos em Austin, Texas, entre 10 e 19 de março.
Com o lema de superar a FOMO (fear of missing out) para dar lugar à JOMO (joy of missing out), oito pessoas do ecossistema da SU Brazil vão contar no blog e nas redes sociais (LinkedIn e Instagram) o que acontece de mais relevante dentro do SXSW. O evento já contou em edições anteriores com a presença de nomes como Mark Zuckenberg, Elon Musk, Barack Obama, Dolly Paltron e Lady Gaga.
Em 2023, estão confirmados palestrantes como Kyle Vogt, cofundador da Twitch, Dan Schulman, presidente e CEO do PayPal, e Ginni Rometty, CEO da IBM. As atrizes Kristen Bell e Tilda Swinton também marcarão presença. Tradição do SXSW, a futurista Amy Webb lançará mais uma vez seu report de tech trends com exclusividade para o festival.
Abaixo, conheça um pouco mais sobre os correspondentes SU Brazil:
Reynaldo Gama CEO da SU Brazil, Reynaldo é apaixonado por inovação. No blog, compartilhará suas ideias sobre as tendências dos negócios, futuro e novas abordagens para a inovação.
Poliana Abreu Poliana é Head da SU Brazil. Com sólido background em sustentabilidade, Poliana é apaixonada por questões ESG, assunto que vai procurar divulgar também. Além disso, Poliana é movida por educação e lifelong learning, temas que chamarão sua atenção no festival.
Carla Tieppo Além de trazer seus insights poderosos sobre neurociência para o blog e as redes da SU Brazil, Carla será uma das brasileiras que comporá o line-up do SXSW. A neurocientista comanda na quinta-feira 16, às 10h (horário local), o painel “Paris Olympic Games, a Neuroscience Experiment”. Junto a ela estarão Christiane Pelajo, jornalista e fundadora da Chris Pelajo Produções e Natasha de Caiado Castro, CEO da Wish International Events Management.
Letícia Setembro Futurista, Leticia Setembro vai compartilhar por aqui tudo o que há de mais novo em tendências e futuro. Apaixonada por inovação, também traz suas análises sobre o impacto das novas tecnologias
Glaucia Guarcello Glaucia é CIO (Chief Innovation Officer) da Deloitte Brasil e professora convidada de inovação corporativa da Singularity University. Recentemente apontada pela revista Época NEGÓCIOS como uma das mulheres mais importantes da inovação no Brasil, as conversas que Glaucia vai trazer por aqui girarão ao redor desta temática.
Eduardo Ibrahim Eduardo Ibrahim é expert em economia exponencial pela Singularity e um verdadeiro apaixonado pelo impacto das tecnologias exponenciais na economia. Frequentador de festivais de inovação e de contracultura, como o Burning Man, Eduardo provocará a reflexão de temas relevantes de contracultura e mudanças de paradigmas econômicos.
Renan Hannouche Renan é apaixonado por disrupção e inovação. Ele tem um olhar intenso para os diálogos improváveis e as novas tecnologias e vai compartilhar algumas de suas ideias e insights em inovação e disrupção.
Dante Freitas Na visão de Dante, a resposta para o futuro está na junção de pessoas e máquinas. Criador da teoria “humanware”, tem um olhar cuidadoso para o papel humano em um mundo liderado por máquinas. Como fã das conexões singulares, Dante vai falar aqui sobre tecnologias, humanidades e suas convergências.
Agora que você conhece nossos correspondentes, não deixe de incluí-los em seu radar!
Acompanhe o blog e as redes da SU Brazil para a cobertura completa (e exponencial) do SXSW.
Artigo escrito por Roberta Figliolino, coordenadora de Conteúdo da HSM e SingularityU Brazil
Mulheres desempenham papéis importantes na inovação tecnológica e ajudam a criar um futuro mais inclusivo e equitativo.
Você sabe o que a comunicação wireless, o filtro de café e o COBOL (primeira linguagem de programação complexa) têm em comum? Todas essas criações foram feitas por mulheres.
Com certeza, pensar “fora da caixa” foi o que as guiou para a inovação e a criatividade em diversas áreas, incluindo a arte, a invenção e a tecnologia. O filtro de café foi criado por uma mãe e dona de casa, Melitta Bentz, no fim do século XIX. A atriz Hedy Lamar foi responsável pela invenção da comunicação sem fio, que teve o objetivo de despistar radares durante a segunda guerra mundial – resultando numa série de tecnologias usadas em protocolos como Bluetooth e Wi-Fi. Já Grace Hopper foi quem criou o primeiro compilador de programação, tendo papel fundamental no desenvolvimento de linguagens de programação modernas, como o já citado COBOL.
A presença das mulheres na tecnologia sempre foi essencial para a economia e o desenvolvimento social, mas ainda falta espaço. Ao deixar de fora mulheres da economia digital, países de baixa renda, como o Brasil, perderam US$ 1 trilhão do PIB, segundo dados da ONU Mulheres trazidos na Newsletter do veículo The Shift em 07/03. Por mais que haja uma alta demanda por profissionais do setor de tecnologia, apenas 37% das vagas hoje são ocupadas por mulheres, como apontado pela Brasscom.
No entanto, apesar de um longo caminho a ser percorrido, é importante destacar que a presença feminina na tecnologia está aumentando — e a Singularity University é um exemplo disso. A universidade conta com uma equipe de especialistas que inclui diversas mulheres em posições de destaque. Essas mulheres são líderes em suas áreas e estão fazendo contribuições significativas para a inovação tecnológica, além de incentivar outras mulheres a fazer parte deste movimento de mudança.
Pioneira na aplicação da neurociência em organizações no Brasil, Carla Tieppo é expert em Neurociência na SingularityU Brazil. Tem vasta experiência como professora, pesquisadora e consultora em empresas de diversos setores. Carla já foi responsável por gerar a mudança de mindset de líderes de grandes empresas no Brasil e no mundo, como Petrobras, AMBEV, Braskem, Suzano, Novartis e entre outras. Cientista premiada, também leva o conteúdo neurocientífico de maneira acessível. Seu trabalho é um exemplo de como a tecnologia e a neurociência podem ser combinadas para promover soluções inovadoras e inclusivas para o mercado e a sociedade em geral.
Realizando o sonho de muitas meninas que cresceram olhando para o céu, Yvonne Cagle viu a Terra de longe quando foi a primeira astronauta negra a pilotar uma nave espacial. Com formação em Medicina pela Universidade de Washington e um PhD em Medicina Aeroespacial pela Universidade de Stanford, é uma astronauta, médica e defensora dos direitos humanos. Yvonne é expert tanto em espaço quanto em medicina na Singularity University, e tem uma vasta experiência em liderança, pesquisa e inovação. Ela é uma voz ativa na defesa da igualdade de oportunidades e na promoção de um futuro sustentável e inclusivo para todos.
Recentemente, Anne Connelly se uniu ao escritor queniano Chief Nyamweya para criar a série transmídia “TRUSTE”, que conta com uma revista em quadrinhos, uma animação e uma coleção de NFTs que traz uma visão de um país africano fictício. Esta visão é fundada em confiança, sustentabilidade e liberdade. Anne é ativa na comunidade internacional de blockchain e atua como expert em Blockchain na Singularity University. Sua relação de proximidade com o continente africano vem desde que trabalhou como membro do conselho de direção da Médicos Sem Fronteiras Canadá na República Centro-Africana e na República Democrática do Congo. Anne é uma defensora da igualdade de gênero na tecnologia e acredita que o blockchain pode transformar a vida de pessoas em economias emergentes.
Jaya Baloo é uma das principais especialistas em segurança cibernética do mundo. “Ninguém se sente livre online, a menos que você proteja sua segurança, privacidade e liberdade de expressão”, acredita a expert. Com um diploma de bacharel em Ciência da Computação pela Universidade de Amsterdã, Jaya é Chief Information Security Officer (CISO) na Avast, uma empresa líder em soluções de segurança digital. É professora em diversas instituições de ensino, incluindo a Singularity University. Jaya é também uma grande ativista na defesa da privacidade digital é o papel crítico da segurança cibernética na proteção da liberdade e dos direitos humanos.
Tiffany J. Vora é uma especialista em biologia sintética e sua aplicação na resolução de problemas globais. Ela defende a inclusão da diversidade na tecnologia e trabalha para promover a ética e a responsabilidade na aplicação da biologia sintética para o bem comum. Ela se dedica ativamente a amplificar o impacto das mulheres em STEM (sigla em inglês para ciências, tecnologia, engenharia e matemática).
Seja nos laboratórios, nas salas de aula ou nas organizações, a presença feminina na tecnologia está crescendo. As mulheres na Singularity University e em outras organizações desempenham papéis importantes no acesso à informação e inovação tecnológica, ajudando a criar um futuro mais inclusivo e equitativo. O caminho é longo e ainda há muito trabalho a ser feito para promover a igualdade de gênero na tecnologia, mas essas exímias mulheres representam um importante passo na direção certa.
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