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A estreia do SingularityU no Brasil – Parte 4

A sétima e penúltima sessão do evento começou com dados animadores sobre energia. Ramez Naam, que nasceu no Egito e cresceu nos EUA, é um cientista e futurólogo que atua a favor do meio ambiente através da energias limpas.

Depois da introdução sobre o declínio da indústria do carvão, Naam mostrou os números de queda exponencial dos preços das energias eólica e solar. A troca das nossas fontes de energia é uma realidade cada vez mais acessível para todos os consumidores e benéfica para o nosso planeta. “O preço da energia eólica vai cair pela metade nos próximos 15 anos e chegar a 4 centavos de real no Brasil”, prevê. E conta que na Índia a energia solar já é mais barata do que o carvão. Uma boa observação foi a de que o vento e o sol são fenômenos complementares. Então é muito fácil ter essas duas fontes energéticas juntas. Naam também previu o fim da era do petróleo e afirmou que os carros elétricos já são uma realidade, mostrando os modelos que as marcas já estão introduzindo no mercado. “O crescimento anual será de 58%”. Animador.

A administradora mineira Mariana Vasconcelos vem revolucionando a área agrícola desde 2015, quando criou um aplicativo que poupa água e ganhou uma bolsa na Singularity University. De lá para cá ela atua na Agrosmart, uma plataforma de agricultura digital que orienta o agricultor sobre as melhores condições para uma boa safra. “Víamos investimento de tecnologia estrangeira em construção, medicina… mas não na agricultura”, observa. Hoje o Brasil é o maior exportador de café, cana-de-açúcar e laranja, mas o nosso solo está se degradando com a poluição e a cada grau que a temperatura ganha, se perde 2% de atividade agrícola. O objetivo de Mariana é ajudar o pequeno produtor a não perder tempo e nem colheita e ainda evitar o uso de agrotóxicos. “Hoje o consumidor se preocupa com a procedência do alimento e até com a remuneração justa do agricultor”, observa. E a lição dessa incrível palestra foi: “apaixone-se pelo problema e não pela tecnologia”. Afinal, a tecnologia fica obsoleta e o problema persiste. “O que é preciso fazer para a agricultura dar certo é mudar a nossa mentalidade. É possível fazer um modelo sustentável”, afirma ela.

Encerrando a sessão, Fabio Teixeira trouxe ao palco o pequeno satélite que pretende lançar ao espaço no final de 2019. Ele é fundador da Hypercubes, empresa criadora do satélite autônomo capaz de monitorar o solo terrestre com precisão através de um estudo da luz. Por isso ele chama de missão Pink Floyd – ele vestia uma camiseta com a capa do disco Dark Side of The Moon. “O Hypercubes consegue estudar a luz e como ela interage com a matéria”, explica. O satélite consegue orbitar a Terra a cada 90 minutos e, com inteligência artificial, enviar dados de forma muito mais barata do que os satélites convencionais.

A última sessão do evento, intitulada “O Surgimento de Uma Nova Era” contou com um único palestrante: David Roberts. Ele foi introduzido pelo CEO da HSM, Guilherme Soárez, como o grande professor da Singularity University. Roberts entrou em cena mostrando gráficos de medição de PIB (onde o Brasil se sai bem), PIB per Capita (onde o Brasil se sai mal) e de felicidade (onde o Brasil se sai excelentemente). Conclusão: a riqueza não condiz com a felicidade e nós somos muito felizes, obrigada. “Vocês preferem ser felizes ou ricos”?, desafiou. Os países escandinavos possuem os melhores PIB per Capita do mundo, mas no gráfico de felicidade… estão lá atrás. Durante quase duas horas, Roberts fez previsões para um futuro próximo nas mais diversas áreas: falou sobre carros voadores, o impacto de moedas únicas para vários países, o conceito de estar num lugar de forma física ou virtual. Ele criticou o muro de Trump e, com um certo tom de deboche, afirmou que as pessoas do México (e de qualquer lugar do mundo) continuarão a trabalhar nos EUA, agora através de robôs. Uma forma totalmente disruptiva de estar em determinado lugar. “Temos que acabar com o muro entre os que têm e os que não têm. Não está certo deixar pessoas morrendo de fome”. David Roberts também inspirou a plateia com situações comportamentais que podem ser aplicadas em qualquer campo de nossas vidas. (Como o vídeo do búfalo correndo atrás da leoa). Declarou que o maior mito em relação à automação é o de que ela pode roubar o emprego das pessoas e mostrou mais gráficos. Estes diziam que países com menos automação possuem maiores taxas de desemprego.

E depois de tantas ideias e reflexões sua mensagem principal foi clara quando enfatizou que antes de inovar, criar e usar a tecnologia, é preciso ter compaixão. Olhar para o outro, pensar na sociedade. “Se você quer mudar o mundo, mude a você mesmo. E o mundo ao redor de você vai mudar”.

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A estreia do SingularityU no Brasil – Parte 3

Hands on! No segundo dia do SingularityU Brasil Summit, a ordem é colocar a mão na massa e entender como utilizar ideias na prática.

Larry Keeley, estrategista de inovação, mostrou os gráficos – de seu livro “Dez Tipos de Inovação”- que detalham sua metodologia para pensar fora da caixa. Depois de elogiar a criatividade do Brasileiro – fala unânime entre os palestrantes internacionais – Keeley incentivou a plateia a quebrar paradigmas. “Esquece tudo o que você aprendeu sobre inovação até agora”, alertou. O planejamento da inovação começa quando existe uma previsão de suas consequências no futuro. Então Larry listou a fórmula:

1 – tem que ter tecnologia.

2 – tem que ser uma experiência incrível, que dê vontade de contar para os amigos.

3 – o preço precisa ser justo. Entre a explicação do método, a menção ao (ótimo) filme “Pantera Negra” e a crítica ao imenso gap de salários no Brasil, Keeley deixou uma mensagem de incentivo: “crie o seu próprio sistema”. Em seguida apontou que cases de economia compartilhada como Airbnb ou Uber não foram criados por um cientista de vanguarda no Silicon Valley. “Foram criadas por adolescentes que sentiram a necessidade de desenvolver um sistema que se adaptasse às suas realidades”. E desafiou a audiência afirmando que ainda não existe uma tecnologia made in Brazil com sucesso internacional.

Na sequência Plínio Targa subiu ao palco se apresentando como o “representante de um coletivo de pessoas que trabalha para a Braincare”. Ponto para o CEO, que já supõe uma gestão horizontal na empresa de saúde. O grande gol da Braincare Health Technology é o ineditismo no monitoramento de pressão intracraniana (PIC), de forma eficaz e não invasiva. Ou seja, acessar, modificar e monitorar a pressão do crânio humano é possível. Sim, nós temos um movimento de expansão e contração do cérebro intimamente ligado ao ritmo cardíaco. E a nova tecnologia serve para tratar diversas patologias como AVC, aneurisma cerebral, cefaleia, traumas e hidrocefalia.

Tonia Casarin, uma mulher apaixonada por crianças entrou em cena munida de dados sobre inteligência emocional. Para a educadora, não há tecnologia melhor do que a humana. Preparar as crianças é a sua prioridade. “60% das crianças que estão na escola primária vão trabalhar em empregos que ainda não existem”, afirma. “E como prepará-las para um futuro que a gente não sabe como vai ser”? indaga. Depois de contar que o período em que as crianças desenvolvem maior atividade cerebral é até os seis anos, Tonia sugeriu que os pequenos entendam: o eu (quem sou, o que me motiva), o outro (como ter empatia) e o mundo (como se adaptar ao desconhecido). E por fim ela pontua: “a afetividade está diretamente ligada ao aprendizado”. Já é um bom começo para uma vida em sociedade.

A segunda sessão do dia se chamou “impacto positivo”. Francisco Araujo falou sobre tecnologia social e deu uma aula de inclusão. Ele começou com um reality check sobre o abismo social do Brasil, onde uma das previsões é o dobro de pessoas morando em favelas nos próximos 30 anos. “Temos os piores índices de ensino em ciência e matemática”, apontou. Depois disse que devemos olhar para quem não tem oportunidade e que os 35% que não estão conectados no Brasil correspondem a um desperdício de criatividade. Seu desejo é que as pessoas usem mais tecnologias para a área social.“Não adianta sonhar com futuros inclusivos se não formos inclusivos na hora de sonhar”, finalizou.

O norte-americano Raymond McCauley falou sobre biologia digital e genética. Depois de mostrar a queda exponencial do preço para sequenciar o genoma humano, ele mostrou suas previsões. “Que tal fazer bacon sem machucar um porco”? “E que tal identificar o câncer em estágios muito precoces, por meio de simples exames de sangue”? Se por um lado a leitura de DNA parece uma maravilha, por outro, o poder de modificar geneticamente um organismo é amedrontador. McCauley sabe disso e pergunta o que fazer quando você tem a tecnologia mais assustadora do mundo. A resposta é: “coloque-a nas mãos de uma criança de cinco anos”.

Encerrando a manhã, entra em cena o assunto que diariamente ilustra as editorias de economia em todo o mundo: blockchain e criptomoedas. O economista e especialista no assunto, Fernando Ulrich, explicou de forma didática o que é isso. “O bitcoin não pode ser reproduzido ou forjado. Pela primeira vez temos a escassez – antes inerente ao produto físico – no meio digital”. E finalizou explicando como funciona o conceito descentralizado da distribuição dos ativos através dos mineradores. “É a internet do dinheiro. Trocamos a carta pelo email. Agora estamos trocando ativos”.

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A estreia do SingularityU no Brasil – Parte 2

A parte da tarde do primeiro dia do SingularityU Brasil Summit começou musicada. O diretor, designer e produtor musical Jarbas Agnelli tratou de inspirar o público com alguns vídeos, que foram exibidos acompanhados de uma orquestra ao vivo. O artista multimídia começou sua carreira dirigindo videoclipes (onde a música está em primeiro lugar) e produzindo trilhas sonoras para cinema (onde o filme está em primeiro): atividades opostas e complementares que têm o poder de aumentar a emoção. O trabalho audiovisual de Jarbas tem a característica de unir coisas distintas, buscar um ponto de encontro entre A e B e transformar o resultado em prazer. Ele apresentou o vídeo “Birds on the Wires”, que transformou em música uma foto de pássaros nos fios elétricos – e se tornou viral em 2009. Outro vídeo da série foi o processo criativo da composição de uma música para um bebê que ainda não tinha nascido. “Descobri que tinham 7 números principais que definem um bebê no ultrassom. Chamamos um matemático que criou a fórmula com 7 números e 7 notas para compor a canção ‘Sinfonia da Vida’ como um presente para a mãe”, disse Agnelli, o cara que extrai música de todos os lugares e imagens.

A experiência lúdica de Jarbas deu lugar ao discurso disruptivo de Divya Chander, a neurocientista que usa o cérebro para ligar as máquinas aos humanos. Ela explicou como gerar um código neurológico de forma artificial e propôs a reflexão: “o que significa ter consciência?”. Suas ferramentas de leitura de cérebro são tão incríveis quanto os vídeos que apresentou. Um deles mostrava uma pessoa tetraplégica tomando uma bebida sozinha, pela primeira vez. Ela movia um robô com a força do pensamento ao mesmo tempo em que quebrava o paradigma do que é ser uma pessoa deficiente. A tecnologia de leitura de mente foi assunto no evento.

O palestrante Tiago Mattos arrancou muitos aplausos da plateia com um discurso extremamente coloquial. Sua palavras podem ser aplicadas agora mesmo em qualquer organização profissional. Spuas ideias de exploração das possibilidades do amanhã foram introduzidas com sua leitura sobre a economia. “Existem três economias: clássica, digital e pós digital, que chamo de economia quântica”. Dentre as dicas de como uma empresa deve se posicionar na era pós digital, ele menciona um ecossistema onde a empresa está em equilíbrio com sua própria equipe e inclusive com a concorrência. Onde todos são colaboradores. Depois de exemplificar – de forma engraçada – os vários perfis do quadro de funcionários num organograma, Mattos coloca à prova a definição de sucesso: “lucro? Não sei. Prefiro falar sobre compartilhamento, empoderamento, evolução, abundância e ecossistema”.

O último bloco do dia foi apelidado de “pragmatismo” justamente por mostrar as consequências reais, os desdobramentos práticos de muitas ideias.

A norte-americana Vivienne Ming emocionou ao falar sobre a importância do investimento nas crianças. “Quem pode ser essa pessoa?” pergunta ela antes de responder que o futuro são os pequenos. Ming é uma neurocientista e tecnóloga que tem a missão usar a inteligência artificial para salvar vidas. Entre seus projetos, ela mencionou o de localizar crianças num campo de refugiados através de um sistema de reconhecimento facial. E o sucesso do sistema que inventou (junto com sua esposa) que prevê quando a glicose de um diabético vai cair ou quando uma pessoa com transtorno bipolar terá uma crise.

Oswaldo Cruz encerrou a sessão com seus aplicativos de data science. Ele esmiuçou o InfoDengue, aplicativo colaborativo que – através de algoritmos e dados enviados pelas secretarias de saúde dos municípios – produz um relatório completo da situação da dengue. Esses relatórios voltam para os municípios para ajudar na prevenção e detecção da doença. Além do InfoDengue, ele mostrou o InfoGripe, que ainda não está operando. “Ainda é um desafio conseguir financiamento esse tipo de projeto”, aponta. E o mestre em saúde pública completa: “ainda trabalhamos com softwares da década de 90 e isso precisa mudar. O ministério, as autoridades, não modernizam o nosso sistema”.

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A estreia do SingularityU no Brasil

O dia começou com grande dose de otimismo para o futuro. O start da conferência da SingularityU Brasil Summit, foi dado pelos responsáveis por sua edição brasileira: Guilherme Soárez (CEO da HSM) e Francisco Milagres (Mirach Ventures). Partindo do princípio de que hoje vivemos num mundo exponencial, Soárez afirma que “não dá para achar normal que a pessoa bem sucedida é aquela que mora fora do Brasil. Ou que os carros sejam blindados”. A dupla enfatizou a capacidade do brasileiro. Vamos enxergar o futuro além da curva?

O cofundador da Singularity University – Peter Diamandis – se fez presente através de um vídeo onde afirmou que estamos vivendo um momento extraordinário. E que em breve a ausência física de uma pessoa não será mais contornada por vídeo, mas por seu avatar, projetado em tempo real. Esses avatares poderão entrar no meio de um incêndio ou participar de uma cirurgia à distância.

Na sequência, Thomas Kriese subiu ao palco com a notícia de que o último peixe pode ser tirado da água durante as nossas vidas. “Vocês acreditam nisso?”, indagou. Seu discurso enfatizou a ideia da acessibilidade tecnológica e da inteligência artificial. Sobre o futuro dos alimentos, Kriese previu a criação dos mesmos através da combinação de genes. Então seria possível produzir um peixe igualzinho ao peixe real.

O canadense Robert Muggah, especialista em desenvolvimento, migração e planejamento urbano entrou em cena afirmando que “as cidades são a chave para a nossa sobrevivência” e apresentou sugestões sobre como podemos interagir com elas de forma mais planejada. “O que Nova York demorou 150 anos para crescer, São Paulo cresceu em 25”, afirma. O crescimento está muito acelerado e traz consequências catastróficas. O segredo é alinhar a urbanização com a industrialização e o planejamento.

A segunda sessão da primeira manhã do SingularityU Brasil Summit tratou de paixão e inspiração. A astronauta da NASA Yvonne Cagle incentivou a plateia a fazer o impossível. Afinal, a menina de 10 anos que viu pela televisão o primeiro ser humano pisando na lua está quase realizando o seu sonho de repetir o feito. “Nós vamos a Marte e vamos voltar para a Lua em 2024, pode anotar!” Cagle estuda formas de sobrevivência e prevenção de problemas de saúde tanto na Lua quanto em Marte através de nanotecnologia e aponta formas de nutrição e cura de ossos e músculos através de uma técnica chamada lift.

Já para a artista plástica Joana César, a sugestão é exercitar o dom da criatividade que mora em todos nós. Ela foi uma menina “problema” que aos 20 anos não tinha um plano de carreira como a sociedade impõe. Aos 30 havia começado 4 faculdades. O caminho foi árduo até se dar conta de que era preciso ir além das barreiras de seu quarto e aprender a farejar que o modelo convencional de carreira não funciona para todo mundo.

Alex Paris, que reside em Bonn, na Alemanha, e faz parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima encerrou a manhã com um aviso de urgência: é preciso promover um declínio exponencial das emissões de CO2! Temos uma meta que é cortar pela metade em 2030. Esse pensamento vale tanto para os países, quanto para cidades e indivíduos. Alex acredita que o Brasil precisa ser mais ambicioso nesse quesito. A boa notícia é que a tão falada tecnologia blockchain também pode ser utilizada na preservação do meio ambiente.


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O papel do mindset de software na evolução de tecnologias para o consumidor

O mundo está vivendo e falando sobre a transformação digital. Mas o que isso significa de verdade? Como fazer parte com eficiência e garantir bons resultados?

Em primeiro lugar, é preciso entender que não existe uma fórmula. A mudança de mindset é crucial, justamente para planejar seus passos de acordo com esse cenário. Conhecido como mindset de software por implicar em agilidade e simplicidade, esse novo paradigma consiste em evoluir constantemente a experiência oferecida ao consumidor com base em suas interações e feedbacks. Ter um mindset de software é saber que mudanças vão acontecer e não ter medo disso.

Esse foco na experiência do cliente é o que vai permitir que as empresas respondam cada vez melhor e mais rápido à crescente demanda que se vê no mercado:

  • Segundo pesquisa realizada para o Google Brasil, 79% dos usuários de smartphones esperam obter informação imediata quando usam o aparelho para procurar informações na internet;
  • Segundo pesquisa da Take e Opinion Box, 70% dos consumidores estão dispostos a se comunicarem com as empresas pelo WhatsApp ou pelo Messenger, e mais de 50% preferem canais automatizados de comunicação.

Os consumidores estão mais informados e exigentes, e desejam reunir o maior número de informações sobre um produto de maneira instantânea. Tudo isso, é claro, recebendo o melhor e mais personalizado atendimento.

Assim, é necessário ouvir o feedback dos clientes e implementar as melhorias o mais rápido possível — algo que empresas como Google, Apple, Facebook e Amazon fazem muito bem.

E como começar?

Para evoluir a partir do feedback do usuário, é necessário, acima de tudo, ouvi-lo. Nesse contexto, a digitalização da comunicação é o primeiro passo, pois permite reunir uma grande base de dados de opiniões para análise e implementação das melhorias necessárias.

Uma forma interessante de adotar esse processo são os chatbots. Isso porque, por serem uma tecnologia de software, a comunicação neles já nasce digitalizada. Imagine, daqui a alguns anos, ter o histórico completo no banco de dados da sua empresa com todas as conversas você já teve com seus clientes. É um armazenamento de conhecimento muito poderoso para a sua evolução.

Mas, para oferecer soluções que prometem uma redução de custos anual de 8 bilhões de dólares até 2022, muitos são os cuidados. É super importante alinhar o canal à estratégia, pensar na experiência que você deseja oferecer e, claro, estar pronto para recolher os feedbacks dos usuários e evoluir a partir deles.

Assim, esses novos recursos são capazes de fornecer dados para a evolução da tecnologia e ainda oferecem experiências mais ricas aos usuários, que conseguem solucionar seus problemas com rapidez e mais uma série de comodidades — novamente, a um smartphone de distância.

Então fica o recado: precisamos evoluir depressa, sem esquecer do consumidor. Tecnologias alimentadas pela inteligência artificial não vieram para substituir, mas para agregar. Pensar em como utilizá-las em prol dos consumidores é o que vai permitir que estejamos preparados: para a transformação digital, para a digitalização da comunicação e para todas as pessoas que desejarem dar um “oi” para a gente.

Texto escrito pela empresa Take

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A tecnologia e a inovação na transformação do setor de segurança brasileiro

Por muito tempo o setor de segurança brasileiro ficou acomodado no quesito tecnologia, pautando-se como simples agenciador de mão de obra para operações. A transformação do mercado privado faz com que as empresas avancem como provedores de soluções, englobando tecnologia de ponta, consultoria para customização de processos e capacitação de profissionais especializados.

O futuro da segurança passa pelo desenvolvimento de tecnologias inteligentes e pela habilidade de aplicá-las nos processos. Esse desenvolvimento pode se dar incrementando e melhorando as fases existentes ou, ainda, criando tecnologias disruptivas que transformam totalmente os mercados.

Mais do que nunca, as empresas buscam oportunidades para criar e apresentar para o mercado soluções inovadoras.

Novas tecnologias na segurança

A grande aposta do mercado é na Inteligência Artificial (IA). Na verdade, sistemas inteligentes já fazem parte do dia a dia das pessoas. Google, Apple, Microsoft e Amazon, por exemplo, utilizam a IA em produtos criados para facilitar o cotidiano de seus usuários. Em hospitais modernos, os médicos já realizam diagnósticos assistidos por sistemas inteligentes.

O mercado de segurança privada também vem se transformando por conta do avanço tecnológico. Mas se as soluções de IA ainda não são uma realidade do dia a dia da segurança, nota-se que toda a tecnologia está se moldando para oferecer esse tipo de recurso. Os grandes players certamente estão acompanhando as movimentações no Brasil e no exterior, e não vão deixar de surfar esta onda.

Requisitos

Essa evolução vem se tornando viável graças à popularização de algumas tecnologias que se desenvolveram nos últimos anos, como a Internet das Coisas (IOT), Vídeos Analíticos, processados em GPU, Computação em Nuvem, Big Data, Smart Data e Machine Learning, que são requisitos e complementos para a Inteligência Artificial (IA).

Acesso

O futuro da segurança será conduzido pela tecnologia. Os modelos de acessos a recursos antes restritos ao mundo de TI já se tornaram cada vez mais aplicáveis à segurança.

Para aplicar o conjunto de tecnologias será necessário uma forma colaborativa entre os clientes finais e os provedores das soluções. O cliente final participa compartilhando o seu conhecimento relativo às suas atividades, rotinas, forças e fraquezas. É importante também determinar as expectativas.

Já o provedor de soluções deverá ser capaz de fazer uma análise completa de riscos de vulnerabilidades, selecionar as tecnologias mais adequadas a cada necessidade, mapear detalhadamente os processos e modelar os procedimentos operacionais para que esses atendam às expectativas.

Texto da Gocil Segurança e Serviços, apoiadora do SingularityU Brasil Summit, evento sobre a fomentação do setor de tecnologia, que acontece pela primeira vez no Brasil.

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Big Data e Data for Good: como os dados podem ajudar a humanidade

Imagine se os mesmos algoritmos que nasceram para gerar lucro em grandes empresas começassem a ser utilizados para trazer mais alcance à iniciativas que ajudam a sociedade. O Movimento Data for Good, criado por cientistas de dados estadunidenses, tem esse objetivo: fazer com que os dados atuem para o bem da humanidade, trazendo mais precisão e novas possibilidades para iniciativas de impacto social e organizações sem fins lucrativos.

 

Chamamos de Big Data um grande conjunto de dados armazenados. São dados complexos, os quais são impossíveis de serem interpretados por processamentos tradicionais. Usa-se como definição de Big Data três fatores: volume, velocidade e variedade. ​Para constituir o que é chamado de Big Data, é necessário que haja registros suficientes a fim de que se possa extrair informações relevantes. Nesse sentido, os dados não devem ser específicos, mas reunidos em múltiplos formatos e de diversas origens; é importante a variedade nos tipos de dados registrados no Big Data para promover insights significativos.

 

A eficácia e a potencialidade do Big Data para solucionar problemas são grandes, uma vez que grande parte dos países do mundo compreendem dados de desenvolvimento social. No entanto, interpretar estatísticas é muito mais do que ter uma lista enorme de porcentagens. Jake Porway, fundador da Data Kind, diz em artigo para O’Reilly Media​ que, apesar da grande quantidade de indicadores sociais de países, a maioria deles são quase impossíveis de serem utilizados para a tomada de decisões ou análises estatísticas.

 

“A promessa de uma sociedade data-driven ​(sociedade orientada por dados) depende da disponibilidade de mais dados instantâneos e acessíveis como recurso para olhar para o futuro, não somente como um fóssil para olhar para trás”, destaca. Para Jake Porway, é preciso entender que é necessário encontrar os problemas antes de pensar as soluções, e por isso as organizações e países precisam melhorar a qualidade dos dados obtidos.

 

Nos últimos anos, para melhor orientar o uso da ciência de dados pelo poder público, empreendedores de impacto social e organizações sem fins lucrativos, foram desenvolvidas apoiadoras e capacitadoras voltadas para o impacto social como a ​Data Kind​, ​Beyond Uptake​ e o Laboratório SGB do ​Social Good Brasil​.

 

Data for Good no mundo

 

Um dos ​grandes casos de Data for Good liderado por empresas é o da GSM

Association, que com o apoio de 20 operadoras de telefonia móvel lançou um programa em que usa as capacidades do Big Data das operadoras para enfrentar epidemias, crises ambientais e catástrofes naturais. A Microsoft também tem seu projeto de ciências de dados para o bem​, mas para melhorar o sistema de saúde. Eles montaram um grupo de analistas para interpretar dados anônimos de pacientes, coletados por diversos anos, em busca de fatores que pudessem reduzir a taxa de retorno e melhorar tratamentos.

 

A cidade de Estocolmo, na Suécia, está mapeada digitalmente para guiar os cidadãos cegos por áudio nas ruas. Quem desenvolveu a tecnologia foi a empresa Astando, que nomeou a ferramenta de e-Adept​.  No Brasil, a ​Operação Serenata de Amor examina contas públicas de deputados brasileiros em busca de​     irregularidades. Foi dessa forma que a Data Science Brigade encontrou uma maneira eficiente de combater a corrupção: quando a Operação Serenata de Amor encontra dados suspeitos, ela publica a informação no Twitter e aguarda a manifestação do deputado correspondente.

 

O lado humano no Big Data

 

É fundamental que as soluções Data for Good sejam criadas em parceria com as pessoas que serão beneficiadas ou que vivem as realidades pesquisadas. Começar as análises com os problemas, não com os dados, é uma das sensibilidade importantes. Mas não é somente isso: o cientista de dados precisa garantir que as soluções encontradas nos números serão sustentáveis para a realidade das organizações e dos usuários e considerar as limitações de recursos, estruturação de dados, proximidade com a linguagem analítica, entre outros problemas encontrados no setor social.

 

Na sensibilidade de avaliar com empatia as necessidades das pessoas e das organizações que está o fator humano necessário para o Data for Good. É fundamental a presença do indivíduo que saiba fazer as perguntas certas, se coloque no lugar do outro, conheça a realidade que será transformada e coordene as interpretações dos dados. “Um mindset crítico e inovador é construído através da aliança de manifestações orgânicas à inteligência analítica. Neste contexto, é fundamental compreender que a análise de dados nada mais é que a decodificação do comportamento humano imerso em rastros digitais”, diz Dierê Fernandez, cientista de dados que faz parte do Movimento Data for Good no Brasil.

 

Texto de Social Good Brasil

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Alta tecnologia e simulação da realidade: o impacto gerado pelos simuladores de direção no país

As novas tecnologias – e sua notável contribuição para o aumento da segurança em diversos segmentos de atuação – podem e devem ser utilizadas como ferramentas de apoio à evolução da nossa sociedade. Nesse sentido, contar com motoristas melhor preparados para reagirem às mais diversas situações e promover um trânsito mais seguro e sustentável são as principais vantagens que se pode alcançar com essas tecnologias.

Comprovada por especialistas, pesquisadores e acadêmicos, a eficácia dos simuladores de direção começou a ser pesquisada no Brasil há quase dez anos. Em 2009, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), por recomendação do Ministério das Cidades, encomendou um estudo à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para aprofundar o conhecimento do país sobre o assunto e introduzir a prática simulada na formação de motoristas na categoria B.

Hoje, os simuladores de direção veicular são uma realidade para quem almeja adquirir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria B, contribuindo significativamente para o processo de formação de condutores brasileiros. Conhecida como pré-prática, essa etapa do processo de formação de candidatos promove o exercício de 5 a 8 horas/aula no equipamento, nas quais os condutores são submetidos a situações adversas, difíceis de serem vivenciadas em aulas práticas reais.

Em busca de resultados positivos em prol de um trânsito mais seguro, cerca de 3,5 milhões de candidatos à obtenção da CNH já passaram por mais de 12 milhões de aulas, em um dos 5 mil simuladores instalados por todo o Brasil, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Simuladores Profissionais – ANFASP, gerando uma formação com mais qualidade e segurança.

SIMULADORES DE DIREÇÃO

Em 2016, em uma ação inovadora, o SEST SENAT instituiu o Projeto de Capacitação com Prática de Direção Simulada, com foco no aperfeiçoamento de motoristas autônomos e de empresas de transporte de cargas e de passageiros por meio da utilização de simuladores de direção de veículos pesados.

Amplo e com foco no desenvolvimento profissional desses motoristas, o projeto inicia um importante avanço para a segurança no trânsito, para a redução de custos das empresas e para a eficiência energética. Os 30 cursos de Capacitação com Prática de Direção Simulada abordam desde a condução antecipatória e a condução em situações de risco até o uso de tecnologias embarcadas e as manobras com veículos pesados.

Como estratégia didática e pedagógica, o simulador de direção é uma ferramenta importante e eficaz para os treinamentos tanto para motoristas iniciantes quanto para motoristas experientes. Ele possibilita vivenciar, em um ambiente controlado por meio de softwares específicos, diversas situações e condições de trânsito, permitindo o ensino das técnicas e dos hábitos corretos de direção. O potencial didático da ferramenta também é de grande relevância para os instrutores, pois permite um feedback mais eficaz da condução dos treinandos mediante a análise de relatórios que contêm os erros e acertos apresentados no trajeto, possibilitando a correção imediata do comportamento inadequado e a prática correta da condução do veículo a fim de alcançar uma maior segurança e economicidade.

Para se ter uma ideia do potencial do projeto para todo o setor, segundo Sondagem realizada pela Confederação Nacional do Transporte – CNT[1], 48,2% das empresas que já ofertaram capacitações diversas a seus empregados já reduziram em até 6% o consumo de combustível. Além disso, o treinamento de motoristas com foco em condução econômica pode representar uma redução de 12% ou mais no consumo de combustível.

Se projetarmos toda a economia da qual o setor de transporte poderá se beneficiar ao longo dos anos, considerando que o preço médio do litro de diesel gira em torno de R$ 3,53 e que cada litro de diesel queimado emite 3,2 kg/CO2 (IPEA/2011), percebem-se a quantidade de toneladas de CO2 que serão evitadas na atmosfera e o montante de gastos com combustível e manutenção de veículos que poderão ser revertidos em investimentos pelas empresas de transporte e pelos motoristas autônomos. Em um mundo cada vez mais focado em sustentabilidade, essa é uma ação de enorme impacto para o setor.

Portanto, os treinamentos realizados no simulador de direção para motoristas profissionais ratificam, de forma definitiva, um compromisso com a sustentabilidade, uma vez que a prática simulada possibilita uma significativa redução do impacto ambiental, uma diminuição do custo de operação das empresas de transporte e dos autônomos de todo o Brasil, além do aumento da segurança no trânsito.

Planeja-se que, até o final de 2019, o projeto esteja presente em 203 unidades do SEST SENAT, abarcando todos os estados brasileiros. Vale destacar que, atualmente, já existem 75 simuladores de direção em funcionamento, mais de 11 mil alunos matriculados em quase 1.500 turmas e mais de 17 mil horas de prática simulada realizadas[2].

Projetos como esse ressaltam a importância da utilização de novas tecnologias para o aprimoramento de conhecimentos, a conscientização e o desenvolvimento técnico dos motoristas profissionais responsáveis pelo transporte de cargas e passageiros do país.

[1] CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE. Sondagem CNT de Eficiência Energética no Transporte Rodoviário de Cargas. Brasília, 2015.
[2] Dados do SEST SENAT extraídos no período de 1º/10/2016 a 12/4/2018.
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A transformação do mundo físico já está acontecendo: o futuro é hoje

O reposicionamento competitivo com base na tecnologia é cada vez mais viável e é a chave da transformação do mercado.

Atualmente, a área de marketing da maioria das empresas vive o problema das quebras de jornadas do seu consumidor. Em outras palavras, a falta de contato contínuo com o cliente – o que, em muitos casos, fica restrito somente ao período das campanhas – coloca nas mídias sociais a responsabilidade de conseguir suprir esse gap. Por outro lado, sabemos que o espaço físico vem sendo cada vez mais ocupado por gadgets por meio dos quais podem acontecer interações. Portanto, é natural pensar que essa dependência das mídias sociais possa ser reduzida se a empresa conseguir navegar nesse ambiente de jornadas contínuas que integrem o mundo físico e o online.

 

É necessário mudar o ponto de vista em relação a esse cenário. Uma sugestão para colocar isso em prática é colocar o marketing de utilidade como elemento central. Isso é devido ao entendimento do fato de que o consumidor de hoje se movimenta, instala e mantém aplicativos em seus smartphones em busca de sanar uma necessidade específica. Mas como uma grande empresa conseguiria se aproveitar de oportunidades como essa – e ter foco em criar produtos que sejam úteis para seu cliente – ao invés de apenas manter suas tradicionais ofertas?

 

Talvez o primeiro passo seja que as áreas de marketing não coloquem as mídias sociais ou ações de brand como únicos meios para conseguir resultados efetivos na jornada de consumo, pois o pouco contato que possuem com o cliente não é suficiente para criar uma relação eficiente com ele. Para alcançar a conexão desejada, é necessário apresentar produtos e serviços realmente úteis, o que só é possível se a empresa olhar para a jornada completa e inserir o mundo físico onde ela existe.

 

Veja o caso da Amazon. O maior e-commerce do mundo implantou um botão para que o cliente pudesse solicitar um produto com apenas um clique. No momento em que faz isso, consegue fincar sua bandeira em um espaço dos mais ambicionados: a casa do consumidor. Não é difícil de imaginar que, em algum momento, esse “botão” irá interagir com o Nest, o termostato inteligente do Google, por meio de um acordo de negócios entre essas duas empresas. Isso é o que poderíamos chamar de a última milha, o objetivo a ser alcançado. Mas nem as apps atuais, nem as mídias sociais conseguem atingir essa conexão por não ter sucesso ao integrar o mundo offline na construção da jornada real. A incorporação desses “espiões” ao negócio é o fator decisivo para definir quem serão os players que estarão no jogo principal de um mundo gradativamente mais conectado.

 

De uma forma simplista, ocupar espaços no ambiente físico do cliente passou a ser o elemento estratégico que faltava para conectar a empresa à jornada do consumidor. Com essa etapa vencida, a utilização de dados provenientes de mídias sociais consegue realmente trazer eficiência para o negócio.

 

Desenhando uma jornada completa

Em um cenário como esse, imagine um “shopping inteligente” que consegue se conectar com o cliente antes mesmo da sua chegada, interagindo e criando condições para influenciar na decisão de consumo. Esta interação permite que o consumidor, ao sair de casa, tenha toda a programação ou sinalização do caminho que precisa percorrer com uma funcionalidade similar ao Waze. Quando ele chega ao mall, a cancela abre automaticamente e, por meio de um aplicativo de celular ou media center do carro, é avisado sobre a vaga disponível mais próxima ao início do roteiro de lojas que planejou visitar. Nos corredores, com o uso da localização indoor juntamente com a realidade aumentada, ele vê na tela do seu smartphone o caminho que deve seguir para realizar a jornada de compra. E, enquanto caminha, pode, também, comunicar-se por mensagens com a loja para solicitar produtos específicos. A equipe de vendas, informada da sua chegada no momento da abertura da cancela, já separa os produtos que ele deseja e algumas ofertas que podem ser interessantes. Na saída, da mesma forma que na entrada, não precisa mais parar para pagar estacionamento: a app faz isso automaticamente. Parece um incrível cenário de ficção científica, mas não é. São possibilidades que a tecnologia já oferece hoje de uma forma simples e com baixo custo.

 

Pensando um pouco além do shopping, com o contato do consumidor antes de sair de casa, a loja tem condições de averiguar se o produto desejado está disponível. Se não, pode solicitar a entrega de uma outra filial ou do seu centro de distribuição para garantir o atendimento a essa necessidade.

 

Esse ambiente interconectado acontece por meio da construção de software e hardware integrados. Gadgets em casa, na cancela e no estacionamento mantém a ligação com o cliente, gerando informações e criando interações que criam a sensação de real utilidade. Esse é um modelo de personalização de uma jornada do consumidor em um nível muito elaborado, no qual ele tem as atividades do dia a dia facilitadas, se sente prestigiado e satisfeito em suas necessidades. Ponto para o shopping e as lojas físicas em relação ao e-commerce. É o ambiente físico reafirmando seu espaço e estendendo a experiência online para criar jornadas mais atrativas em um mundo cada vez mais digital. Sob outra ótica, é também uma forma de unificar o comércio virtual ao físico.

 

Um outro exemplo que pode se utilizar de aplicações de algumas dessas tecnologias interconectadas para simplificar a rotina das pessoas e trazer alto valor: o uso de automóveis. Hoje, os motoristas precisam se preocupar com diversos fatores relativos à manutenção de seus veículos, como desgaste, quilometragem, nível de combustível, óleo, calibragem dos pneus, entre outros. A partir da coleta e análise de  dados do carro, as empresas poderão oferecer novos modelos de negócio de “Car Health as a Service”. Imagine prestadoras de serviços automotivos que ofereçam um serviço de monitoramento contínuo de todos esses números. Ao ligar o carro, o motorista poderá ser informado sobre a necessidade de agendamento de uma visita para trocar os pneus ou o óleo, por exemplo. Imediatamente, será possível já agendar um horário no próprio painel do carro, que também pode estar integrado ao smartphone. No dia, o cliente é identificado ao chegar e recebe a indicação de onde parar o carro. O atendimento é iniciado antes mesmo de sair do veículo. Ao final sai sem ter que pagar nada.

 

É uma quebra de paradigma assim como o Netflix foi no ramo do entretenimento. Outro ponto importante dessa mudança é que a manutenção será realizada quando realmente for necessária. A troca de óleo, por exemplo, é feita a partir de uma quilometragem média estipulada pelo fabricante. Como cada pessoa dirige de forma diferente e em diferentes condições, não faz sentido trocar o óleo com base em uma média. Isso é desperdício.

 

Para ser bem-sucedida, essa jornada deve integrar a montadora, as concessionárias, os postos de gasolina e as lojas de serviços automotivos. Assim, é possível oferecer uma continuidade de relacionamento após a venda de um carro e de produtos e serviços associados a ele e, por meio do acompanhamento de uso do veículo, gerar benefícios ao comprador.

 

Os desafios de trazer essas experiências para a realidade


Esses modelos completos de jornada podem ser desenvolvidos de uma forma que atenda às necessidades dos consumidores de varejistas de diversas áreas e, como já mencionamos, é plenamente viável em termos de custos. Porém, as dificuldades que vemos hoje para torná-los realidade é que grande parte das companhias ainda estão muito presas a formatos tradicionais de operação e produção e resistentes a correr riscos e apostar em inovações, principalmente em novos modelos de negócios. No cenário atual do mercado, com todas as possibilidades oferecidas pelo mundo digital, é necessário repensar as formas de atuação e utilizar novas tecnologias não apenas para oferecer boas experiências, mas para seguir sendo competitivo e não perder a corrida.

 

Logo, o desafio dessas empresas para embarcar nesse novo mundo está relacionado com a sua própria mudança estrutural para comportar essas novas possibilidades que o digital oferece. Elas precisam, por exemplo, definir, implementar e gerir essas novas experiências na jornada do consumidor – por meio dos recursos da tecnologia e inteligência de dados – e suportar estratégias de marketing digital para o negócio.

 

Hoje, muitas empresas contratam, ou terceirizam, equipes de designers e de digital capacitadas para identificar experiências que precisam ser melhoradas e construir soluções para elas, como, por exemplo, uma app amigável ou aplicações de sensores (os famosos Beacons) com localização indoor que mostrem ofertas no momento em que o consumidor passa por uma loja. Surfar na onda de colocar sensores com foco em coletar dados para analytics, certamente não irá permitir interatividade suficiente para garantir a sensação de utilidade que é a base da mudança no posicionamento competitivo. De fato, otimizar as experiências que são oferecidas é fundamental, entretanto, é apenas o início do que deve ser feito para construir cenários surpreendentes como os que descrevemos. Se essas iniciativas não forem “smart” e não estiverem integradas, cria-se uma série de gaps que impedem que o cliente tenha uma jornada uniforme, completa e satisfatória.

 

Transformação digital é o caminho

Ter uma estratégia de negócios eficiente e conseguir, de fato, entregar experiências ótimas que perpassem todos os pontos de contato com o consumidor de forma contínua – e ainda interajam com os outros players da mesma cadeia – significa realizar também uma transformação digital. Desta forma, a companhia será capaz de mudar a sua cultura e romper silos, pois só assim atingirá a habilidade de desenvolver soluções que interliguem o ambiente digital e o físico de forma ágil e veloz. Nesta ótica, os desafios são muito mais de “transformação”, do que de “digital”, embora a forma como a integração desses dois conceitos é realizada seja fator crucial de sucesso.

 

Aqui na CI&T acreditamos que a transformação só será bem-sucedida e sustentável se for feita gradualmente e começando pequeno, por identificar problemas pré-existentes em pontos da jornada e solucioná-los com os recursos disponíveis. Esta visão faz parte do roadmap de transformação digital que criamos, o Lean Digital Transformation.

Segundo o nosso roteiro, primeiramente, é necessário identificar o modelo de negócios digital que se quer ter e, depois, planejar e estruturar as etapas que serão necessárias para alcançá-lo. Cada etapa – que elaboramos de acordo com cada caso – deve ter como meta sanar um dos pontos de dor da empresa, gerar valor para o consumidor e receita para a organização. Como resolver os problemas de forma tão eficiente, rápida e ágil? Com equipes multidisciplinares trabalhando em conjunto com metodologias como o Design Thinking para planejar a solução, o Agile para desenvolvê-la e operacionalizá-la e os princípios Lean como base em todo o processo.

 

Quem vai ganhar essa corrida?

Ninguém tem bola de cristal e o jogo está aberto para qualquer empresa independente da sua posição na cadeia de valor. Já estamos assistindo, por exemplo, indústrias no início da cadeia de valor de um produto conseguindo implementar e gerenciar consumidores, o que resulta em um bypass no próprio comércio.

 

É inegável que, hoje, esses movimentos, como o desenvolvimento de jornadas tão completas, são arrojados para empresas grandes e tradicionais. Ao mesmo tempo, as startups vêm, em termos quantitativos, fazendo pressão com a criação rápida de novas referências, se tornando uma ameaça como novos entrantes e conquistando parcelas importantes em diversos mercados. Entretanto, é inegável também que as grandes têm a seu favor a consistência, a confiança do consumidor e a estrutura física que permite inúmeras oportunidades diferenciadas. Dentro de uma visão de construção de cenários, as empresas de maior porte conseguem trabalhar de forma mais competitiva os fatores de escala, integração e direcionamento do todo.

 

Portanto, entre as tradicionais, a companhia que atingir primeiro uma maturidade digital que permita integrar-se a parceiros e fornecedores e realizar todas as aplicações disponíveis da tecnologia em uma jornada completa para o consumidor – que é formada pela intersecção dos mundos físico e digital – se mantém na corrida. Então, é hora de transformar o mindset  à respeito das possibilidades para o seu negócio e ir ao encontro delas. Não pense em ficção científica, pense no melhor que a sua empresa pode ser e comece rapidamente a sua jornada em busca desse objetivo.

Flavio Leal Pimentel – Head of IoT CI&T

Marcelo Alves Junqueira – IoT Manager CI&T

 

 

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B2B e a Internet das Coisas: o valor na gestão da informação

A Internet das Coisas é uma realidade irrefutável. No mundo atual, dificilmente surge algo novo que não esteja conectado ou seja passível de conexão. Contudo, muito dos gadgets são voltados para as pessoas físicas, tais como: smartwatch, smartband, óculos de realidade virtual e sensores domésticos dos mais diversos tipos –  o que movimenta o mercado varejista. Essa onda tecnológica também se faz presente no mercado B2B e tem favorecido muitos dos modelos de negócio.

Do ponto de vista das empresas, a Internet das Coisas é sobre as coisas e não sobre a Internet. Apesar da conectividade ser essencial para viabilizar qualquer solução de IoT, isso é um papel que as operadoras vão suportar naturalmente. Se cada companhia se organiza de uma forma – adota políticas e processos distintos, o que gera desafios e problemas distintos – o ponto chave pela adoção é simples: o diferencial que o IoT pode gerar na gestão do negócio.

Uma solução IoT B2B envolve: sensores, logística, conectividade, plataforma de TI, gestão operacional e a aplicação em si. Essa complexidade é trabalho para os provedores da tecnologia, deixando para o cliente final uma visão de solução única contratada como serviço. O importante é conseguir traduzir os elementos tecnológicos para os elementos de negócio. A palavra mágica é: informação. É a coleta de dados através de sensores que alimenta um modelo de tomada de decisão.

Não adianta olhar para o IoT pelo lado da tecnologia, é preciso enxergá-lo como ferramenta de gestão.

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Luiz Carlos Faray – Diretor de TI do Corporativo da Oi


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