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“Naquele momento de incertezas foi a carta do EP que me motivou a continuar”

Fortuna é um termo peculiar que mudou nos últimos séculos. Graças ao atrelamento com a produção industrial, fortuna passou a ser lida como uma conquista monetária no plano terreno.

Nem sempre foi assim. O primeiro registro de fortuna recuperamos com o sentido de “bons ventos”, que na mitologia grega era reconhecido como uma sorte do acaso, por conta das boas distribuições de sua vida em qualidade, coordenação, bens materiais e saúde.

Quase no fim de sua vida, Boécio, no século VI, antes de ser executado, o filósofo reflete sobre o que realmente atraía os bons ventos de sorte e, mesmo fatos inexplicáveis, só podiam encontrar seus correspondentes e atuar na vida de alguém de acordo com as escolhas que cada indivíduo fazia.

Com Maquiavel, no século XV, houve uma compreensão além das escolhas. Com o príncipe italiano, reconhecemos que algo fortuito (fruto do acaso) aparece de acordo com a fortuna de alguém e esta estava atrelada aos meandros comportamentais.

Mas o que é o comportamento se não o modo de vida que escolhemos e estamos em condições de produzir? E é neste ponto que a fortuna do renascimento compete ao entendimento da virtude de um ser humano, dependendo de suas escolhas morais.

Mais tarde encontraríamos essa fortuna em Espinoza, no século XVI, como algo ético, além das escolhas morais. Por que, afinal, o que adianta a moralidade se não estiver atrelada ao impacto positivo do coletivo?

Retornar a estas compreensões de uma palavra nos fazem refletir sobre o que estamos criando como sociedade. É por esta razão que no especial de 10 edições do Executive Program da SingularityU Brazil trouxemos a entrevista com Renan Lima Alves, Fundador e CEO da Boost Mission Critical Engineering.

Com extrema didática, afeto e compreensão das diferentes camadas necessárias para alimentar a nossa alma, Renan traz perspectivas singulares sobre como o EP 2 foi propulsor em sua vida e que cada vez mais procura criar seu “barco a vela”, ao mesmo tempo em que torna as águas ao redor calmas para quem está próximo de sua existência.

A entrevista, na íntegra, você acompanha abaixo.

Renan Lima participou do 2º EP, o primeiro pós-pandemia. Fundador da Boost, atua na empresa como CEO, ao lado de dois amigos, que também estão na empreitada de construir um ambiente com propósito e afortunado, com relação às virtudes morais e éticas.
Renan Lima Alves participou do 2º EP, o primeiro pós-pandemia. Fundador da Boost, atua na empresa como CEO, ao lado de dois amigos, que também estão na empreitada de construir um ambiente com propósito e afortunado, com relação às virtudes morais e éticas.

SingularityU Brazil: Por favor, se apresente para todos os leitores.

Renan Lima Alves: Eu sou Renan Lima Alves. Sou gaúcho, moro em São Paulo há 12 anos. Sou pai da Helena, Isadora e do Rodrigo. Sou marido da Juliana. Estas são as coisas mais importantes na minha vida.

Eu construo data centers. Faço isso há mais de 15 anos, ou seja, eu participo da criação da nuvem brasileira de dados, em termos de infraestrutura.

O que seria isso: eu construo armazéns gigantes cheios de computadores poderosos. Esses computadores guardam informações importantes das maiores empresas de tecnologia do mundo. Inclusive, depois do
Executive Program da SingularityU Brazil, decidi montar minha própria empresa de construção de data centers.

O nome dela é Boost Mission Critical Engineering. O objetivo dela é projetar e construir toda infraestrutura elétrica, mecânica e civil de data centers, para que as maiores empresas de TI do mundo consigam hospedar seus servidores e aplicações que armazenam a nuvem brasileira, sites e aplicativos do nosso celular.

SU Brazil: Então, como que o EP chegou até você?

Renan: Eu fiz a segunda edição e eu cheguei por conta do Reynaldo Gama. Sou amigo dele desde que fizemos um MBA juntos. Criamos uma amizade muito grande.

Quando ele trouxe o EP para o Brasil, eu já tinha vontade de fazer um curso dessa maneira e estava procurando algumas coisas na SingularityU, de San Francisco. Mas não tive a oportunidade de fazer.

Quando o primeiro Executive Program aconteceu em Bento Gonçalves, eu só escutei coisas boas, vi vídeos e fotos e comecei a ficar entusiasmado por todo o evento.

Fiquei com muita vontade de fazer, mas logo apareceu a pandemia… E colocou um banho-maria em todo o projeto que iria sair de imediato, né? Acredito que tudo no Brasil passou por isso…

Depois daquele momento difícil, a SU conseguiu fazer um evento protegido, que fornecesse a imersão de maneira completa. O segundo EP aconteceu em São Paulo e foi espetacular como todo o protocolo e cuidado possível.

Afinal, eu estava preocupado com isso. Foi algo extremamente importante para mim e eu estava tomando todo o cuidado. E tudo foi fantástico. Eu até penso em fazer de novo.

Então você tinha expectativa sobre o EP?

Para ser sincero, eu queria muito fazer, mas não tinha muita expectativa. Eu achava que seria um evento voltado para tecnologia e inovação, pensava que iria entender o que estava acontecendo no mundo, me atualizar, entender realidade virtual, alguma transformação digital… Coisas deste tipo, mais técnicas de inovação, do que um evento como foi.

O Executive Program da SingularityU Brazil é um evento que é muito maior do que isso: passa por várias questões culturais, principalmente sobre o pensamento. Não se trata apenas da exponencialidade, mas também do momento em que estamos. Entender nosso papel como indivíduos e a maneira como o desempenhamos dentro da sociedade é importante para compreender nossa movimentação nessa engrenagem.

Muito destes questionamentos já faziam parte de mim e calhou de ser consonante com o que eu pensava. Cada palestra ecoava de uma maneira diferente em mim

SU Brazil: Mas o que eram essas coisas que você pensava?

Renan: No livro Sapiens, do Yuval Noah Harari, tem uma parte que fala sobre “sucesso”. Segundo o autor, na biologia, sucesso se trata de replicar o DNA e o livro passa a discutir sobre este modo de pensar o sucesso.

Nesse sentido, Yuval destaca sobre que falam de nós, seres humanos, na atuação em domesticar o trigo… Mas, ele mesmo pontua: será que não foi o próprio trigo que nos domesticou?

A partir disso ele começa a entrar em um dilema mais profundo, dizendo como a nossa sobrevivência se baseava em produzir trigo e sempre tentar maximizar essa produção.

Enquanto isso, a sociedade coletora (aqueles que iam à caça) matavam grandes animais e continuavam neste trabalho, mas tinha uma coleta grande. Não precisavam continuar caçando o tempo inteiro. Se dedicavam à outras questões, de cultura e lazer, por exemplo.

Com o cultivo, o homem começou a ficar preso à terra. Quando tinham batalhas, as pessoas começaram a morrer, mesmo com um boom populacional, a subsistência ficava presa à terra. Era necessário se assegurar e ter essa segurança que o trigo proporcionou.

Por isso o autor fala das réplicas de DNA. Além disso, ele faz também uma comparação com o último rinoceronte branco, que morreu na África e entrou em extinção, onde viveu uma vida completamente solto e livre, natural, mas, em termos biológicos, morreu.

Enquanto isso, a galinha, que vive 38 dias dentro de uma gaiola na produção industrial, mas tem seu DNA replicado em bilhões ou até trilhões no mundo. Ela nunca entrará em extinção. Biologicamente isso parece um sucesso, mas será que é mesmo?

Por isso, Harari continua discutindo esta questão, trazendo até comparações com as empresas, questionando se este sucesso no mundo corporativo é apenas riqueza e continuar produzindo sucessos financeiros para acionistas e até tentando entender o porquê de não termos, como um método de riqueza e sucesso corporativo, o bem que ela desempenha na sociedade, qual a qualidade de vida que tem os colaboradores, até o que ela beneficia à sociedade.

O que está mudando com o ESG é a criação de outras métricas de sucesso, ao invés de ter como único objetivo a maximização dos resultados financeiros.

Nesse sentido, de que adianta uma empresa que vai enriquecer, mas seus funcionários sofrem de ansiedade e uma série de outras questões maléficas para a saúde dos funcionários? Se o turnover é alto e seus funcionários não são felizes? Se os fornecedores são explorados, sem propósito claro ou vontade de desenvolver?

Então… No final das contas, é o que David Roberts fala em seu último dia de Executive Program. Ele traz essa questão sobre “colocar mais dinheiro no seu bolso” e se isso realmente vai mudar tanto assim na sua vida, já que alcançamos um nível executivo diferente.

O mais legal (e vou dar um spoiler aqui) é quando ele propõe a refletir e projetar de forma objetiva: o que conseguimos fazer em nossos negócios para impactar a sociedade diretamente?

Estes foram os pontos que mais me inspiraram para mudança de vida, pois requerem mudança radical de mindset, e para isso é preciso uma transformação completa na cultura corporativa, ou começar uma cultura do zero.

Então, tudo isso já estava crescendo comigo e dentro de mim. Com o Executive Program, tudo isso teve momento e caminho para se tornar mais tangível e gritante. Foi o que me ajudou a tomar as decisões mais fundamentais da minha vida.

SU Brazil: Você diria que este incômodo e angústia que te proporcionou o que vive hoje?

Renan: Na verdade, eu fui inspirado e não angustiado. Enquanto eu fazia estas reflexões, que me deixava angustiado, várias questões foram trazidas para dar soluções à estas coisas.

Aqueles exercícios sobre os “problemas do mundo”, de maneira prática e reflexiva, foram trazendo claridade para outras coisas.

Quando você lida com questões sobre nossa capacidade de gerar impacto social, você se dá conta que aquilo não está tão longe e passa a questionar o seu papel na sociedade. Por isso eu saí bem inspirado, para ser bem sincero.

SU Brazil: E, com tudo isso, como sua vida se transformou após o Executive Program?

Renan: Foi um processo de muito amadurecimento. Depois de 1 ano do EP da SingularityU Brazil, eu decidi sair da empresa que eu estava.

Entrei nela para estabelecer um processo de profissionalização, porque era uma empresa familiar. O projeto já estava delineado, com um fim, porém, ao longo do tempo, fui percebendo que ela não tinha os mesmos valores do propósito que eu estava buscando, que era lidar com o papel social, tentar sempre impactar melhor as pessoas a nossa volta, tentando mudar a sociedade.

A pandemia foi mostrando algumas coisas e meu desejo era fazer algo diferente do que estava acontecendo. Eu saí para o nada, para ser bem sincero, sem nenhuma ideia do que iria fazer. Sou CEO desde os 27 anos de idade. Hoje tenho 38. Na vida corporativa, sempre é uma questão procurar crescer mais, com um objetivo maior.

Isso torna difícil parar para pensar se vamos continuar nesta estrada, ou seguir em outro ritmo, entendendo o que queremos fazer. Com o nascimento do terceiro filho, no dia 02 de outubro de 2021, eu antecipei minha demissão no dia 30 de setembro.

Mais tarde vieram várias oportunidades no mercado (graças a Deus), mas trouxeram essa reflexão sobre o que eu quero fazer. Todas as vezes que pensava sobre valores e cultura, eu pensava nessa autonomia em fazer uma cultura condizente com o que eu acredito, assumir projetos que eu gostaria, desde a forma até a implementação, cadeia de suprimentos… São poucos os projetos que te permitem tudo isso.

E, por mais tentadora que as oportunidades fossem, esse desejo e pulsão estavam latentes no meu coração e empreender era a forma de realizar isso tudo.

Então eu chamei duas pessoas para esta empreitada, que foram dois braços direitos que já tive na minha vida, em empresas diferentes no qual eu trabalhei.

São amigos que tem os mesmos valores que os meus. Sabia que juntos conseguiríamos montar um projeto, um sonho, que inicialmente não fazíamos ideia do que poderia ser.

Então maturamos nossa ideia, seguimos no mercado de projeto e construção de data centers, só que com o viés diferente.

Não quero julgar os outros, mas falar de nós: somos extremamente rigorosos nos quesitos de governança, ética, transparência e profissionalismo. Nosso foco são exclusivamente empresas que são muito profissionais e querem crescer de forma muito técnica, profissional e transparente.

Viemos para dar este BOOST para as empresas de data centers e acompanhar este desenvolvimento de toda a infraestrutura de missão crítica, ao mesmo tempo em que utilizamos tudo isso para formar profissionais de alto valor agregado dentro de uma cultura organizacional sadia.

E como as empresas que comungam dos mesmos valores e reconhecem valor do ESG muitas vezes são também são empresas muito grandes ou que crescem muito rápido. E assim, crescendo e investindo no Brasil, pagando bons salários, formando bons profissionais, com atitudes corretas em um ambiente de trabalho saudável conseguimos mudar um pouco da sociedade à nossa volta.

Inclusive, isso também tem sido feito junto com a fundação da ABDC – Associação Brasileira de Data Centers, que foi criada durante a pandemia, ao mesmo tempo que eu fazia o Executive Program. Eu e outros executivos desse mercado que também tem este chamado para ajudar o desenvolvimento social a criamos. Nossa intenção é democratizar e doar nosso conhecimento e know-how específico para a sociedade através de cursos profissionalizantes, e assim capacitar profissionais para que consigam aumentar sua renda, que também é uma maneira de causar um impacto positivo no país.

Na questão organizacional tudo começa se você pensar que cada família tem três a cinco pessoas. Quando você consegue fazer um ambiente de trabalho onde os valores e virtudes estão na estrutura familiar e bem-estar pessoal (mental, físico e emocional), essa pessoa se realiza muito mais.

Os colaboradores serão pais melhores, mães, irmãos, companheiros e até amigos melhores. Isso transforma a sociedade aos poucos. Para nós, isso foi muito importante porque nos dá orgulho.

Quando você estrutura essa cultura desde o início, colocando estes princípios e valores em primeiro lugar – a ética, princípios, virtudes e questões de pilares sociais acima do lucro – há uma fluidez em todas as esferas da vidas das pessoas.

SU Brazil: Mas como foi esse processo? Houve algum problema nessa construção?

Renan: Na verdade, acho que é preciso entender essa questão como cultura, porque é difícil você julgar o outro, por não dar a mesma importância que nós em determinada questão. Nós temos que ter empatia
suficiente para não julgar o outro e dizer quem é melhor ou não.

É uma questão cultural, dentro do que os meus valores e princípios estão alinhados. Houve pessoas que não estavam na mesma página, há pessoas que pensam diferente, mas somos uma alternativa, fazemos diferente, temos estas questões enraizadas.

Eu fico muito feliz quando as pessoas me procuram por uma questão de ética acima de tudo: sobre governança, transparência, assuntos sobre anti-corrupção, ambientes de trabalho saudável.

Essas questões acabam aderindo muitos clientes e, às vezes, os indivíduos e as corporações estão alinhados com esses valores e virtudes. Eu não tive embates no decorrer do tempo sobre isso, mas tive pessoas que ficaram desgostosas com a concorrência e se sentiram ameaçadas. Nunca foi esse o intuito.

SU Brazil: Essa questão ética e moral sempre esteve com você?

Renan: Sinceramente, foi tudo um processo.

Normalmente a gente começa a carreira e vai se lançando às oportunidades da vida. Eu tive oportunidades que apareceram na minha vida muito cedo e foi muito bom.

Pude fazer a startup de uma empresa no Brasil e ela teve um grande sucesso, onde assumimos a América Latina e me tornei CEO das Américas.

Neste período, eu tinha visto para morar nos Estados Unidos, escritório, casa e tudo no país. Minha família ficava aqui, no Brasil. Eram 3 semanas viajando e uma em casa.

Confesso que foi um momento difícil. Em um jantar que tive com um concorrente, na verdade, falei sobre isso e foi extremamente curioso. Eu estava sofrendo pelas viagens e ele trouxe uma perspectiva da gente “dar nome aos bois”.

Porque, neste jantar, eu falei: “A gente faz isso pela família, né? 3 semanas viajando… Minha esposa em casa… A gente desbravando o mundo, fazendo tudo isso, para que nossa família tenha uma melhor vida. Por isso estamos fazendo isso”.

Então esse executivo falou para mim: “Nunca mais repita isso. Você está fazendo isso por ti mesmo. Você está querendo ser CEO das Américas porque você quer, não é o que seus filhos querem. Se você perguntar para os seus filhos, eles diriam que quer o pai em casa.”

Foi nesse momento que ele abriu o jogo e disse que estava tentando retomar a relação com os filhos pelos netos, porque ele também foi um executivo internacional, tinha tempo de viagens muito longos e mal conseguia combinar a família e o trabalho.

Nessa situação eu comecei a me dar conta e ouvir outras histórias parecidas, sobre os laços de relacionamento interpessoal familiar em que os pais se ausentam muito e, depois, com os netos, tentam se aproximar dos filhos, perto da aposentadoria, quando o volume de trabalho muda. Daí se “lembram” da família.

Volto a dizer: o trabalho é muito importante. Porém, precisamos dar conta da maneira como ele está sendo realizado e como podemos aliar todas as outras esferas da nossa vida.

Outro ponto, graças a experiência internacional, foi perceber que o Brasil é muito fod@ e fora de série. A gente trabalha, veste a camisa e produz de um jeito muito diferente.

É super emocionante e uma grande honra ser um executivo brasileiro que assumiu um importante cargo de liderança internacional. Mas morando aqui eu faço muito mais a diferença do que se estivesse lá fora.

Internacionalmente o Renan teria um papel de super executivo e uma qualidade de vida para minha família muito boa. Seria possível balancear inclusive vida profissional e familiar. Mas, aqui eu consigo atingir muito
mais o meu propósito, que é realmente mudar um pouco o mundo que a gente vive.

Só assim podemos atrair investimentos estrangeiros nessa cadeia de data center, como Google, Oracle, Netflix, Microsoft, que são empresas muito grande, que, quanto mais profissional o mercado for, mais será mudada a situação do país.

Aqui eu faço muito mais a diferença do que se estivesse lá fora. Internacionalmente o Renan teria um papel de super executivo e uma qualidade de vida da minha família muito boa, caso fossem comigo. Seria possível balancear tudo isso. Mas, aqui eu consigo atingir muito mais o meu propósito, que é realmente mudar um pouco o mundo que a gente vive.

Quando quero deixar um legado, e o Executive Program fala muito sobre isso, é neste ponto que eu falo. Vou te dizer mais: o cargo que você tem, o quanto de dinheiro que acumulou e as viagens, são questões triviais. Mas, quando você chega e percebe: nossa, se não fosse pelo meu trabalho, essa quantidade de empregos não existiria; se não fosse pelo meu trabalho, ele não seria um bom pai e inspirado…

A gente diminui isso em certos momentos, mas isso é super importante, porque o colaborador chega e se torna uma melhor pessoa, chega feliz para trabalhar e pertence ao ambiente.

Ele sente que está mudando a sociedade e causando um impacto positivo onde pode. Além disso, se sente valorizado no trabalho. Tudo isso é importante. E o filho, a esposa e quem está próximo dele, se beneficia de tudo isso, porque se torna uma pessoa harmoniosa, com chances muito menores de se envolver em problemas.

É uma questão fantástica.

Sou apaixonado com a estrutura de data center. Estou neste setor há anos, sempre me tratou bem e merece um carinho especial, como o brasileiro sabe dar. Então aliar estas duas pontas é fantástico para mim.

Renan conta que a pandemia também foi um momento extremamente crucial para entender como gostaria de criar uma cultura, que fosse mais positiva aos colaboradores, em seus trabalhos.

SU Brazil: Você trouxe muitas coisas que foram elaboradas e condiziam com o EP. Mas, você acha que deveria ter feito de diferente hoje naquele Executive Program?

Renan: Eu sinceramente acho que deveria fazer de novo. Foi muito bacana. O que me faltou mais foi o contato com as pessoas que fizeram o EP.

Eu saí com toda a inspiração, saí com vários amigos, foi muito legal, mas não tive contato com eles depois. Por exemplo, o Reynaldo Gama foi meu colega de MBA e conseguimos manter contato. É um amigo espetacular para mim, um dos melhores que eu tenho, nos acompanhamos, estamos juntos, somos amigos pessoais.

No EP eu tive empatia com várias pessoas, amizades e tudo mais, mas não teve mais nenhuma reunião. Por isso, acho que, se fosse para fazer diferente, eu teria me conectado mais com pessoas que estavam atreladas a mesma energia que eu tinha e até os mesmos valores.

É difícil ter estas questões que vão na contramão do mercado e isso seria muito importante. Falo novamente: falamos de cultura, não como diferencial competitivo, mas como modo de vida. Isso é difícil, porque precisa de tempo.

Nosso diferencial como empresa é a questão técnica, profissionalização e uso de tecnologias diferenciadas. Mas, estas questões culturais que nos norteiam são outras questões difíceis, porque você precisa deixar de seguir alguns caminhos, que normalmente são mais fáceis, para lidar com o seu propósito.

Existem vários caminhos que são mais fáceis, mas entra na questão ética e moral. Quando você está com um time de outros executivos, que estão neste mesmo desafio, com este mesmo pensamento no dia-dia, aquilo te retroalimenta. Você aprende com o exemplo do outro e você acaba evoluindo.

Acho que isso que eu faria diferente, caso fizesse o EP de novo.

SU Brazil: O que você diria para quem gostaria de fazer o Executive Program da SingularityU Brazil?

Renan: Eu diria para ir sem expectativas. Se entrega. Cancela reunião, cancela tudo, avisa todo mundo que está indo lá e esquece. Se conseguir deixar o celular de lado melhor, ou use só para tirar foto, como fiz. Porque acho que é uma questão de entrega.

É um tempo único ali e pode se tornar muito profundo caso você dê atenção a ele. É importante essa reflexão. Vou dizer que foi fundamental ver tudo isso que a gente está falando de tecnologias exponenciais e depois ver isso acontecer.

Em um determinado momento a gente faz uma carta para nós mesmos, né? Um ano depois, eu decidi pedir demissão. Eu saí da empresa e tudo mais. Várias oportunidades surgiram, mas até entender o que de fato você quer fazer é muito difícil.

Como eu te falei, eu me reservei para trocar e, quando comecei o meu negócio, me questionei se não deveria voltar para o mundo executivo, afinal, é uma vida mais fácil e garantida.

Eu pensava: “sou pai de família. Será que é isso mesmo? Não é loucura? E agora?”. Comecei a ter muitos questionamentos. Mas, em um determinado momento, eu tive uma semana muito difícil, com todas essas questões na minha mente e aquele momento que todo mundo já passou na vida.

Naquele momento desamparado, eu recebi uma carta de mim mesmo, que escrevi naquele momento do Executive Program, quando eu decidi tomar essas decisões na minha vida.

A carta foi algo extremamente importante para mim. Ela me deu forças e me fez persistir, mesmo naqueles momentos de dúvidas e questionamentos. Foi algo incrível.

Lá eu me motivava, me entendia e abraçava a empreitada. Nela eu dizia:

“Cara, eu sei que você vai ter dificuldade, mas persiste. Vai ser difícil, mas persiste. Vale a pena”.

Foi uma questão muito incrível. Eu só consegui ter este momento porque eu baixei a guarda completamente. Eu fiz amizades, conversei com todo mundo que eu podia conversar, conversei com quem estava expondo, professores, conversei com todos. Precisa se deixar permitir naquele momento de imersão que é o EP.

Inclusive, não é apenas um evento corporativo para aprender e aplicar na sua empresa. É uma questão para nós mesmos. Nós não estamos indo para aprender alguma ferramenta de trabalho. Existe algumas coisas que aprendemos de disrupção e tudo mais, mas é uma questão de reflexão profunda, do encontro do indivíduo consigo mesmo.

Isso para mim foi uma questão muito bacana. Então, vou dizer para as pessoas cancelarem suas reuniões, deixar as coisas um pouco de lado, mesmo quem tem filho, como eu. Bloqueie as reuniões ao máximo e se entregue no evento.

SU Brazil: O que o Renan falaria para aquele Renan que estava escrevendo a carta?

Renan: “Até agora a gente conseguiu, ein? Até agora deu certo.”

Tudo que consegui e me propus a fazer deu certo. Então eu diria para ele que estou muito orgulhoso do caminho e das decisões difíceis que ele tomou.

Foi muito difícil abrir mão de um belo de um salário e uma posição estável, com o terceiro filho que estava para nascer. Você, Renan do passado, se propor a fazer algo diferente, em prol de uma paixão e vontade de fazer algo novo, se propor algo diferente do que o caminho convencional, foi algo incrível.

Vou dizer que foi incrivelmente espetacular. A gente foi abençoado por Deus, porque, neste um ano de empresa – sim, somos novos – a gente já fechou contratos milionários.

A empresa já está construindo grandes data centers em São Paulo, participando de projetos gigantes e de pessoas que acreditam na nossa história. Elas já nos conheciam e essa questão da reputação pessoal foi muito importante, mas muitas querem trabalhar com a gente por isso.

Agora precisamos crescer para contratar mais pessoas, porque se identificam com esses valores e virtudes que estávamos pensando na época.

Então, eu me orgulho demais das decisões que eu tomei durante o EP. Eu não me arrependo de nada, mas também preciso reconhecer que foram questões muito difíceis.

Acho que é igual treinarmos para uma maratona.

É super legal termina-la, mas ela só vem com esforço. A gente se orgulha demais pelo caminho percorrido e isso é o mais importante. Eu faria tudo isso de novo 100% das vezes se eu voltasse para o passado. Eu repetiria o mesmo caminho sempre, em todas as escolhas.

Por isso, muito obrigado por ser corajoso.

SU Brazil: E agora? O que o Renan pensa de si para o futuro?

Renan: É difícil responder isso, acredite. Quando decidi empreender, foi algo diferente para mim e foi a partir de uma decisão minha. Projetos tem início, meio e fim, troca de países, procurar empresas maiores e tentar progredir.

Mas, em um determinado momento da minha carreira, tive um chefe holandês e estávamos velejando que me ensinou muito. Eu era mais novo, creio que tinha 26 anos.

Eu perguntei para ele: “por que você não compra um barco a motor? Por que velejar?”

Ele me questionou o porquê da pergunta e eu disse: “Assim você vai chegar mais rápido nos lugares”.

Então ele me respondeu: “Você está enganado. Quando eu cheguei no meu barco a vela, eu cheguei onde eu queria.”

Este chefe holandês ficou falando apenas sobre o barco e continuou nessa, mas aquilo me acertou em cheio. Fiquei remoendo por anos. Quando decidi empreender, isso voltou para mim.

O que muda na minha empresa é que eu não quero um barco motor. Eu não quero pensar onde estarei daqui 10 ou 5 anos. Eu quero chegar na segunda-feira e ficar feliz com o ambiente de trabalho que eu estou. Eu quero chegar no meu barco e velejar.

Aquele chefe ainda continuou me dizendo: “Se eu não sair da marina, ficar aqui limpando ele e tomando vinho, eu vou ficar feliz”. E é isso que eu quero: que as pessoas fiquem felizes em trabalhar na segunda-feira e que tenha uma quantidade de pessoas e vidas que eu tenha conseguido mudar nos últimos anos.

Não falo só de felicidade por objetivo, mas que elas sintam o propósito da felicidade, que seja uma realização este trabalho diário, nesta questão que é fantástica de viver o cotidiano, o hoje, sem ficar com essa cabeça de ansiedade no futuro.

Então, eu vou dizer: eu não sei responder sua pergunta, porque o que eu estou montando é o meu barco a vela.

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“Algumas virtudes serão essenciais e precisamos entender seus porquês”, ressalta Carla Tieppo no Sest Senat Summit 2023

É uma questão natural entrarmos em Zonas de Conforto. Por conta da necessidade de conservação, psicologicamente temos o desejo de encontrar espaços para nos preservar e economizar energia. As questões biológicas do nosso corpo não são diferentes dos múltiplos seres da natureza.

Nosso cérebro trabalha dessa maneira e, em certos momentos, precisamos lidar com as armadilhas que este tipo de situação nos coloca. Não são os confortos que nos causam problemas, mas os padrões repetitivos, que muitas vezes podem não ser tão saudáveis quando se tornam um vício.

Por exemplo, a compulsão alimentar é objeto de estudo neste ponto. Desde o século passado, percebeu-se que o ato de comer demais é uma maneira de lidar com outras questões, que não tenham necessariamente relação com a comida, e acabam nos fazendo mal.

A pornografia, e o jeito pelo qual os indivíduos estão se satisfazendo com este tipo de consumo, é outra questão que vem sendo tratada como um problema há anos.

Ao mesmo tempo, Carla Tieppo, expert da SingularityU Brazil, ressaltou no Sest Senat Summit 2023, o quanto alguns padrões de comportamentos sociais e presentes em nossa vida estão se mostrando vícios contemporâneos silenciosos.

Em sua palestra “Neurociência, mudanças de mindset e desenvolvimento de habilidades em setor em transformação”, a especialista destacou a necessidade que as pessoas estão sentindo em estarem sempre conectadas e atreladas aos estímulos que a conexão proporciona.

A FOMO (fear of missing out ou medo de perder algo) aparece neste momento, em que a desconexão provoca uma angústia sobre seu posicionamento no mundo. Quando é colocada no mundo do trabalho, se trata de uma tensão prolongada e estressante, desemboca na Síndrome Always On, em que o indivíduo não alcança um estado de descanso e se perde em rigidez.

Carla fez questão de trazer este apanhado contemporâneo para destacar a importância de reconhecer estas relações que temos com o nosso corpo, pois são essenciais para um esclarecimento próprio. Além disso, ressaltou como essa habilidade também será necessária em um futuro próximo.

Carla Tieppo esteve presente no Sest Senat Summit 2023, com uma aula sobre virtudes desejadas no futuro

As virtudes necessárias nos próximos anos  

Em um certo momento da nossa história humana, ao alguém ser chamado de afortunado ou que possui fortuna, significava o quão virtuoso alguém era. Hoje, essa palavra lida como acúmulo de bens e capital. Aqui não é o caso.

O conceito de fortuna mudou durante os anos. Hoje, lida como acúmulo de bens e capital, esta palavra, principalmente na idade média e antiga, significava o quão virtuoso alguém era.

Carla recupera o sentido da palavra para alçar à consciência dos palestrantes o quão é necessário pensar em nós, entendendo que é necessário enxergar e explorar alguns manejos sociais, como virtudes no mundo atual. É dessa maneira que um papel afortunado no futuro pode ser alcançado.

A especialista destaca a importância da capacidade de organização que um indivíduo possui e em como isso será extremamente necessário no futuro. Com as transformações e disrupções, será necessário cuidar do indivíduo e o primeiro passo é dar clareza e ordenamento para os processos pelo qual está inserido.

Com este ordenamento e equilíbrio dos processos, é possível abrir espaço para uma condição de saúde mental e física. Novamente, caso haja algum empecilho extraordinário, é necessário ajuda, acompanhamento e quem possa auxiliar nesta construção processual. Do contrário, é a organização que dará condições para que o corpo se torne saudável.

É essencial que isso seja possível para que um colaborador, gestor e administrador possam tomar as melhores decisões possíveis, além de maximizar a chance de traduzir suas potencialidades em ações benéficas.

É neste ponto em que o foco entra, como modus operandi para sua execução na melhor forma. Ter foco é uma questão neural de concentração e criação de sinapses, aos quais direcionará o corpo para uma determinada atividade com toda sua energia e disposição para isso, por isso, novamente, precisa de uma saúde mental e corpórea.

As habilidades sociais são dependentes das condições e qualidade de vida das pessoas. A clareza mental, o jeito de lidar com as nossas emoções, a maneira com que enxergamos nossas perspectivas para a vida e como lidamos com as falhas são complexas tarefas que só vão ser possíveis com uma compreensão própria.

Por isso, a autogestão (não apenas cobrança) podem fluir de uma melhor maneira, até com rotinas de estudos. Todas estas questões, segundo Carla Tieppo, já estão sendo extremamente valorizadas pelas empresas.

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Economia e meio ambiente: impactos, relação e como aliar?

A busca por um futuro mais sustentável depende do que as organizações estão fazendo e enfrentando para equilibrar economia e meio ambiente, ou melhor, o crescimento econômico com a preservação do planeta.

É aí que a inovação desempenha um papel fundamental, oferecendo oportunidades para o desenvolvimento de soluções criativas e impactantes. 

E se a interseção entre economia e meio ambiente tornou-se uma discussão fundamental para as lideranças empresariais, bons líderes precisam estar atentos a esse tema.

A seguir, vamos compreender melhor sobre o assunto, entendendo como eles podem caminhar juntos e, principalmente, como os gestores fazem parte disso!

Leia também: Qual a importância do empreendedorismo sustentável nas empresas?

Economia e meio ambiente: entenda os papéis

Enquanto a economia busca impulsionar o crescimento e a prosperidade, o meio ambiente abriga os recursos naturais essenciais para a sobrevivência do planeta e das gerações futuras. 

Compreender os papéis desempenhados por cada um desses aspectos é fundamental para uma abordagem sustentável e equilibrada. Primeiro, vamos entendê-los individualmente para seguir com a discussão.

Economia

A economia desempenha um papel central na sociedade, impulsionando o desenvolvimento, a criação de empregos e a melhoria da qualidade de vida. 

No entanto, a forma como a economia é tradicionalmente conduzida pode resultar em impactos negativos no meio ambiente

O modelo de produção e consumo excessivo, baseado em recursos não renováveis e na geração de resíduos, coloca em risco a sustentabilidade do planeta. 

Apenas como uma estatística básica sobre esses problemas, vale lembrar: a humanidade produz mais de 2 bilhões de toneladas de lixo por ano, segundo a própria ONU.

No entanto, a economia também pode desempenhar um papel positivo na preservação do meio ambiente. 

A transição para uma economia verde, baseada em princípios de sustentabilidade e eficiência, abre caminho para novas oportunidades de negócios e inovação. 

Setores como energias renováveis, eficiência energética, reciclagem e tecnologias limpas têm um potencial significativo de crescimento econômico, ao mesmo tempo em que contribuem para a redução do impacto ambiental. Vamos falar ainda mais sobre isso.

Meio ambiente

O meio ambiente desempenha um papel fundamental na manutenção da vida na Terra. Os recursos naturais, como ar, água, solo, biodiversidade e clima, são essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas e para o bem-estar humano. 

No entanto, as atividades humanas, incluindo a exploração de recursos naturais, a poluição e as mudanças climáticas, têm causado sérios danos ao meio ambiente, comprometendo sua capacidade de regeneração e colocando em risco a sustentabilidade do planeta.

A proteção e a preservação do meio ambiente são fundamentais para garantir um futuro sustentável. 

A adoção de práticas de uma “economia ambiental” que considere a conservação da biodiversidade, a redução das emissões de gases de efeito estufa e a promoção da economia circular é a estratégia necessária para mitigar os impactos.

Ao entender os papéis desempenhados pela economia e pelo meio ambiente, as lideranças empresariais podem buscar soluções que promovam o equilíbrio entre o crescimento econômico e a proteção ambiental. 

E a inovação desempenha um papel crucial nesse processo, impulsionando o desenvolvimento de tecnologias, práticas e modelos de negócio que conciliam prosperidade econômica com responsabilidade ambiental.

Como economia e meio ambiente se relacionam?

Então, chegamos à pergunta: como economia e meio ambiente se relacionam, finalmente?

A relação entre economia e meio ambiente é intrínseca e complexa. 

Enquanto a economia depende dos recursos naturais e dos serviços ecossistêmicos para sustentar seu funcionamento, o meio ambiente é afetado pelas atividades econômicas e pelo modelo de desenvolvimento adotado. 

E somente quando se reconhece essa interconexão é possível promover um futuro sustentável.

Vamos a um exemplo real: escassez de recursos naturais. 

À medida que a demanda por matérias-primas aumenta, como minerais e combustíveis fósseis, é necessário explorar áreas mais remotas e utilizar métodos de extração mais intensivos, o que pode resultar em danos ambientais significativos. 

A degradação de ecossistemas, a poluição do ar e da água, e a perda de biodiversidade são apenas algumas das consequências diretas dessa exploração desenfreada.

Essa falta de consideração pelos impactos ambientais pode gerar riscos financeiros e econômicos. 

Eventos climáticos extremos, por exemplo, podem causar prejuízos significativos para a economia, como danos a infraestruturas, perdas na produção agrícola e interrupção de cadeias de abastecimento.

 Além disso, as regulamentações ambientais cada vez mais rigorosas podem afetar a competitividade das empresas que não se adaptam às exigências de sustentabilidade.

No entanto, é importante ressaltar que a relação entre economia e meio ambiente não precisa ser necessariamente conflituosa. 

Pelo contrário, uma abordagem sustentável pode gerar oportunidades econômicas e benefícios para a sociedade. 

A transição para fontes de energia limpa, por exemplo, pode impulsionar a criação de empregos verdes e estimular o crescimento econômico. 

Além disso, a adoção de práticas de produção mais eficientes e a implementação de estratégias de economia circular podem gerar redução de custos e maior eficiência empresarial.

E nesse processo, as lideranças devem dar a devida importância a uma abordagem integrada, em que a sustentabilidade ambiental seja considerada como um componente essencial para o sucesso econômico a longo prazo.

Como a economia afeta o meio ambiente?

Como dito, a relação entre economia e meio ambiente nem sempre é equilibrada, e as atividades econômicas podem ter impactos significativos no meio ambiente. 

É essencial compreender mais aprofundadamente esses impactos para buscar soluções que promovam a sustentabilidade. 

A seguir, vamos explorar alguns dos principais impactos da economia no meio ambiente!

Emissões de gases de efeito estufa

As atividades econômicas, como a queima de combustíveis fósseis na indústria, transporte e geração de energia, são uma das principais fontes de emissões de gases de efeito estufa. 

Essas emissões contribuem para o aquecimento global e as mudanças climáticas, resultando em impactos como o aumento das temperaturas, eventos climáticos extremos e o derretimento das calotas polares. 

O relatório dos Indicadores das Mudanças Climáticas Globais 2022, inclusive, informou que foi chegado a um nível recorde de gases de efeito estufa, que equivale a 54 bilhões de toneladas de dióxido de carbono anuais.

Desmatamento e perda de biodiversidade

A expansão de atividades econômicas, como a agricultura e a exploração madeireira, tem levado ao desmatamento de florestas em todo o mundo. 

Esse desmatamento não apenas causa a perda de habitats naturais, mas também contribui para a perda de biodiversidade, colocando em risco espécies vegetais e animais.

Em 2021, por exemplo, o estudo da Global Forest Watch mostrou que o Brasil liderava o ranking mundial de desmatamento florestal. Foram 1,5 milhão de hectares de bioma nativo perdidos nesse ano.

A preservação das florestas e o estabelecimento de práticas agrícolas sustentáveis são essenciais para proteger a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos.

Poluição do ar e da água 

As atividades econômicas podem gerar poluentes que afetam a qualidade do ar e da água. Emissões industriais, resíduos químicos e descarte inadequado de resíduos sólidos podem causar poluição do ar e da água, prejudicando a saúde humana e os ecossistemas. 

Um exemplo desses efeitos (no contexto nacional) foi trazido pelo Barômetro de Transformação Ecológica: 87% dos brasileiros afirmaram ter adoecido por poluição da água, do ar e do solo.

A implementação de tecnologias mais limpas, a gestão adequada de resíduos e a promoção de práticas sustentáveis são medidas essenciais para reduzir a poluição.

Contaminação do solo

A atividade econômica, especialmente a indústria química e o setor agrícola, pode levar à contaminação do solo. 

O uso indiscriminado de pesticidas e fertilizantes químicos na agricultura, bem como o descarte inadequado de resíduos industriais, podem contaminar o solo com substâncias tóxicas. 

Essa contaminação compromete a qualidade e a fertilidade do solo, afetando a produção de alimentos, a saúde humana e a biodiversidade. 

Como consequência, 30% dos solos do mundo já estão degradados, como afirma o estudo coordenado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que resultou no livro Estado da Arte do Recurso Solo no Mundo.

A promoção de práticas agrícolas sustentáveis, como a agricultura orgânica e a gestão adequada de resíduos industriais, é fundamental para mitigar esse impacto.

É importante destacar que esses impactos não são isolados, mas estão interconectados. Por exemplo, o desmatamento pode levar à perda de biodiversidade, à redução da absorção de carbono e à erosão do solo. 

Compreender essas interações complexas é essencial para promover abordagens integradas que busquem a harmonia entre a economia e o meio ambiente.

O que é sustentabilidade econômica?

E, diante de tantos problemas, chegamos a um termo que parece ser uma saída interessante: sustentabilidade econômica.

Ela visa equilibrar o crescimento econômico com a preservação dos recursos naturais e o bem-estar das comunidades, garantindo um futuro viável e resiliente.

A sustentabilidade econômica vai além de simplesmente maximizar os lucros a curto prazo. Ela envolve a adoção de práticas e estratégias que considerem os impactos ambientais, sociais e éticos das atividades econômicas. 

É uma abordagem que busca conciliar os objetivos econômicos com a proteção e a regeneração do meio ambiente, promovendo a equidade social e a prosperidade a longo prazo.

Nesse contexto, a sustentabilidade econômica envolve a implementação de medidas como a redução do consumo de recursos não renováveis, a eficiência energética, o uso responsável dos recursos naturais, a promoção da economia circular e o respeito aos direitos humanos. 

Ela também incentiva a inovação e o desenvolvimento de soluções tecnológicas que contribuam para um futuro mais sustentável.

Além disso, ela envolve a consideração dos impactos socioeconômicos das atividades econômicas. Isso inclui garantir condições de trabalho justas, promover a inclusão social, apoiar comunidades locais e buscar parcerias colaborativas.

Uma economia verde leva em conta o bem-estar das pessoas, tanto no presente como nas gerações futuras. A busca pela sustentabilidade econômica é um desafio e uma oportunidade para as lideranças. 

Mas, ao adotar práticas sustentáveis em seus negócios, elas não apenas contribuem para a preservação do meio ambiente, elas também fortalecem a reputação da empresa, criam vantagem competitiva e estabelecem relações mais sólidas com clientes e sociedade.

É um caminho que leva a uma economia mais resiliente, inovadora e equitativa.

Desenvolvimento sustentável: é possível?

Diante dos desafios ambientais e sociais que o mundo enfrenta, o conceito de desenvolvimento sustentável surge como uma abordagem que busca conciliar o progresso econômico com a preservação dos recursos naturais e o bem-estar das gerações presentes e futuras. 

Mas será que é realmente possível alcançar o desenvolvimento sustentável?

A resposta é, felizmente, sim. 

O desenvolvimento sustentável é viável quando adotamos uma abordagem integrada, que considera os aspectos econômicos, sociais e ambientais de forma equilibrada. 

Há uma grande importância da economia ambiental.

Isso requer uma mudança de paradigma, onde o crescimento econômico não é mais visto como um fim em si mesmo, mas sim como um meio para alcançar uma sociedade próspera e sustentável.

O desenvolvimento sustentável não é apenas uma utopia: é uma necessidade urgente. Estamos falando de uma peça-chave para enfrentar os desafios globais, promover a equidade social, preservar os recursos naturais e garantir um futuro melhor.

Como aliar crescimento econômico e meio ambiente?

Para tornar o desenvolvimento sustentável uma realidade, é necessário adotar uma série de medidas e estratégias. Isso inclui:

  1. integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): os ODS estabelecidos pelas Nações Unidas oferecem uma visão abrangente e integrada dos desafios globais, abordando questões como erradicação da pobreza, igualdade de gênero, energia limpa, consumo responsável, entre outros. A implementação dos ODS requer a colaboração de diversos atores, incluindo governos, empresas, organizações da sociedade civil e indivíduo;
  2. adoção de práticas empresariais sustentáveis: os negócios desempenham um papel fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável. Ao adotar essas práticas, a partir de uma governança ESG, como a redução do consumo de recursos, a gestão adequada de resíduos, a promoção da diversidade e inclusão, e a transparência nas cadeias de suprimentos, elas podem contribuir para a construção de uma economia mais sustentável;
  3. investimento em inovação e tecnologia: essa dupla desempenha um papel crucial no caminho para o desenvolvimento sustentável. Novas tecnologias e soluções inovadoras podem impulsionar a eficiência energética, a produção sustentável, o acesso a recursos limpos e renováveis, e a criação de modelos de negócios mais sustentáveis. A busca por soluções tecnológicas e a promoção da pesquisa e desenvolvimento são fundamentais nesse processo.

Embora o caminho para o desenvolvimento sustentável possa apresentar desafios, é fundamental acreditar na possibilidade de alcançá-lo. 

Economia Exponencial

Conclusão

Em um mundo em constante transformação, onde a interdependência entre economia e meio ambiente se torna cada vez mais evidente, é fundamental que as lideranças assumam um papel de destaque na busca por soluções sustentáveis. 

A sustentabilidade deixou de ser apenas uma tendência e passou a ser uma necessidade para a sobrevivência dos negócios e para a construção de uma sociedade mais justa e saudável.

E a inovação desempenha um papel crucial nesse processo, impulsionando o desenvolvimento de tecnologias e soluções que contribuem para a sustentabilidade econômica e ambiental. 

A busca por modelos de negócios circulares, o investimento em energias renováveis, a redução do consumo de recursos e a promoção da responsabilidade social são apenas alguns exemplos das iniciativas que podem ser adotadas.

Nesse caminho, líderes visionários e comprometidos são essenciais: se mostram capazes de engajar suas equipes, promover uma cultura organizacional sustentável e influenciar positivamente as decisões estratégicas.

A transição para uma economia mais verde e sustentável não é um caminho fácil, mas é um caminho necessário. E entender como a economia pode transformar isso é o caminho. Conheça o curso de Economia Exponencial e faça parte da transformação!

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Entenda o que é gestão de projetos e como ela pode ser eficiente

Em um universo dos negócios onde prazos são desafios constantes e resultados são o alvo, a gestão de projetos é uma poderosa ferramenta para o sucesso. 

Pode parecer um pouco dramático falar assim, mas o gerenciamento merece a devida atenção — e muitas vezes não leva.

Está se falando da habilidade de “ orquestrar”pessoas, recursos e ideias em prol de um objetivo comum que faz toda a diferença.

 Se você é um líder em busca de eficiência e resultados extraordinários, podemos ajudar você com esse tema nesse artigo.

Entenda o que é, quais são os benefícios que proporciona e como colocá-la em prática!

Afinal, o que é um projeto?

Primeiro, é essencial compreender o que exatamente significa a palavra “projeto”.

No contexto empresarial, um projeto é um empreendimento temporário com o objetivo de criar um produto, serviço ou resultado único. 

Ele é caracterizado por ser limitado no tempo, possuir um escopo bem definido e contar com recursos específicos. 

Basicamente, um projeto é como uma jornada estruturada, com etapas claras e um destino a ser alcançado. 

Por essa razão, pode envolver desde a construção de um novo prédio até o desenvolvimento de um novo software, mas o ponto central é que ele tem um começo e um fim determinados. 

Então, o que é gestão de projetos?

Agora, então, vamos entender o que é esse gerenciamento.

A gestão de projetos  se dedica a planejar, executar e gerenciar todas as etapas envolvidas em um projeto, com o objetivo de alcançar resultados bem-sucedidos. 

Para as lideranças, isso significa ter o controle total sobre as iniciativas estratégicas da organização, garantindo que sejam entregues dentro dos prazos, orçamentos e requisitos estabelecidos.

 É a capacidade de direcionar equipes, alocar recursos e tomar decisões assertivas que impulsiona a eficiência, minimiza riscos e maximiza os resultados obtidos em cada empreendimento. 

A gestão de projetos é a chave para transformar visões em realidade e conduzir a empresa ao sucesso em um ambiente dinâmico e desafiador.

A importância da gestão de projetos

A gestão de projetos desempenha um papel fundamental nas organizações, independentemente do setor ou tamanho. 

Ela envolve a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas para planejar, executar e controlar os projetos de forma eficiente e eficaz. 

A importância dessa prática reside no fato de que ela permite às empresas alcançar resultados desejados, otimizar o uso de recursos, controlar riscos e atender aos prazos e orçamentos estabelecidos.

E para as lideranças empresariais, é ainda mais crucial. 

Mas por que?

É ela que permite que os líderes tenham uma visão clara e abrangente dos projetos em andamento, possibilitando a tomada de decisões estratégicas e o alinhamento dos projetos aos objetivos organizacionais. 

Além disso, a gestão de projetos capacita os líderes a coordenar equipes multidisciplinares, estabelecer metas realistas, monitorar o progresso e resolver desafios ao longo do caminho. 

Essa é uma habilidade essencial para as lideranças, pois garante a entrega bem-sucedida de projetos e impulsiona o sucesso geral da organização.

Quais são os benefícios da gestão de projetos?

A gestão de projetos oferece uma série de benefícios significativos para as organizações e suas lideranças. 

Ao adotar uma abordagem estruturada e eficaz para gerenciar projetos, é possível obter os seguintes benefícios:

  1. alinhamento estratégico: ela permite que os líderes alinhem os projetos com os objetivos estratégicos da organização. Isso garante que cada projeto contribua para o crescimento e o sucesso a longo prazo da empresa;
  2. otimização de recursos: com gerenciamento, os recursos, como tempo, dinheiro, equipe e materiais, são alocados de forma eficiente. Isso evita desperdícios e garante que os recursos sejam utilizados da melhor maneira possível;
  3. controle de prazos e orçamentos: ela ajuda a estabelecer prazos realistas e a controlar o progresso do projeto em relação a esses prazos. Além disso, ela permite um controle efetivo dos custos do projeto, evitando estouros orçamentários e garantindo uma gestão financeira adequada;
  4. gestão de riscos: a identificação e o gerenciamento de riscos são elementos essenciais. Os líderes podem antecipar possíveis obstáculos e tomar medidas proativas para mitigar os riscos, minimizando assim impactos negativos nos projetos;
  5. melhoria da comunicação e colaboração: ela promove uma comunicação clara e eficaz entre os membros da equipe e todas as partes interessadas. Isso facilita a colaboração, o alinhamento de expectativas e o compartilhamento de informações essenciais para o sucesso do projeto.

Esses benefícios não apenas melhoram a eficiência e a eficácia dos projetos, mas também fortalecem a liderança e a capacidade de entrega de resultados positivos — o que ajuda a organização como um todo.

Metodologias para a gestão de projetos

Metodologias para a gestão de projetos desempenham um papel fundamental na garantia do sucesso e na eficácia do trabalho realizado. 

Elas fornecem estruturas e abordagens sistemáticas para planejar, executar e controlar projetos de forma organizada. 

Existem duas categorias principais de metodologias de gestão de projetos: as clássicas e as ágeis. 

Cada uma delas possui características distintas que se adequam a diferentes contextos e necessidades empresariais.

Metodologias clássicas

As metodologias clássicas, como o modelo de cascata (waterfall) e o modelo de ciclo de vida em V, são baseadas em uma abordagem sequencial e linear. 

Elas seguem uma série de fases bem definidas, como análise de requisitos, design, desenvolvimento, testes e implementação. 

Vale dizer também que essas metodologias são adequadas para projetos com requisitos estáveis e bem definidos, em que é possível antecipar todas as etapas do projeto desde o início. 

No entanto, elas podem ser um tanto menos flexíveis quando há mudanças de requisitos durante o projeto.

Metodologias ágeis

As metodologias ágeis, como é o caso do Kanban, são caracterizadas por uma abordagem iterativa e incremental. 

Elas enfatizam a entrega de valor de forma rápida e contínua, por meio de ciclos curtos de trabalho chamados de iterações. 

A equipe de projeto colabora de forma mais flexível, respondendo a mudanças e adaptando-se aos requisitos em constante evolução. 

As metodologias ágeis são especialmente eficazes em projetos com requisitos voláteis e complexos, permitindo maior interação com os clientes e feedback contínuo ao longo do processo.

Qual é o ciclo de vida de um projeto?

O ciclo de vida de um projeto refere-se à sequência de fases e atividades que um projeto passa, desde a sua concepção até a sua conclusão.

Existem diferentes abordagens para o ciclo de vida de um projeto e cada uma com suas características e formas de gerenciamento. 

Há dois tipos principais de ciclo de vida: o ciclo de vida preditivo e o ciclo de vida adaptativo. Vamos explorar as características e vantagens de cada um deles.

Ciclo de vida preditivo

No ciclo de vida preditivo, também conhecido como ciclo de vida tradicional ou em cascata, as fases do projeto são planejadas e executadas de forma sequencial. 

Cada fase depende da conclusão da fase anterior, seguindo uma abordagem mais linear. As etapas comuns em um ciclo de vida preditivo incluem definição de requisitos, planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento.

Essa abordagem é adequada quando o escopo do projeto é bem definido e as mudanças são mínimas. Então, quais são as situações usadas?

É comumente utilizado em projetos de engenharia, construção civil e indústrias com processos mais estáveis. 

Os benefícios do ciclo de vida preditivo incluem maior previsibilidade, planejamento mais detalhado e controle rigoroso sobre o progresso do projeto.

Ciclo de vida adaptativo

Por outro lado, o ciclo de vida adaptativo, também conhecido como ciclo de vida iterativo ou incremental, é caracterizado por um maior grau de flexibilidade e adaptabilidade às mudanças. 

Nesse tipo de abordagem, o projeto é dividido em iterações ou incrementos menores, permitindo a entrega de valor de forma mais rápida e contínua ao longo do tempo.

No ciclo de vida adaptativo, as fases do projeto são repetidas em ciclos sucessivos, com base no aprendizado e feedback obtidos em cada iteração. 

Isso permite uma maior colaboração entre os membros da equipe, adaptação a mudanças de requisitos e maior capacidade de resposta às necessidades do cliente ou do mercado.

Uma metodologia  utilizada no ciclo de vida adaptativo é o Scrum. Se você já ouviu falar, é porque ele é bem comum mesmo.

Essa alternativa se baseia em sprints de curta duração para entregar incrementos de valor de forma iterativa. 

Ela é mais aplicada em projetos de desenvolvimento de software, onde os requisitos podem evoluir ao longo do tempo.

Como fazer uma gestão de projetos eficiente?

Fazer uma gestão de projetos eficiente, apesar de ser importante, não é fácil, certo? Mas há alguns caminhos que tornam esse percurso mais simples.

A seguir, veja 4 dicas para isso.

Escolha a metodologia que mais faz sentido ao seu negócio

Ao iniciar um projeto, é fundamental escolher a metodologia de gestão que melhor se adequa às características do seu negócio e do projeto em si. 

Mas como fazer isso?

Considerando os requisitos, o escopo, a cultura organizacional e a capacidade de adaptação às mudanças. 

Seja um ciclo de vida preditivo ou adaptativo, a escolha correta da metodologia será essencial para orientar as atividades, processos e tomadas de decisão ao longo do projeto.

Sempre monitore os indicadores

Um aspecto crucial para um gerenciamento eficiente é o monitoramento constante dos indicadores de desempenho. 

É o momento de definir métricas e KPIs relevantes para o seu projeto e acompanhar regularmente o progresso em relação a esses indicadores. Isso permitirá identificar desvios, antecipar problemas e tomar ações corretivas de forma ágil. 

O uso de ferramentas de gestão de projetos e relatórios periódicos contribui para uma melhor visualização e análise dos resultados.

Revise o planejamento periodicamente

O planejamento inicial do projeto é importante, mas ele não deve ser estático.

À medida que o projeto avança, surgem novas informações, requisitos podem mudar e imprevistos podem ocorrer (essa deve ser uma premissa para toda execução de um planejamento, na verdade).

Portanto, é essencial realizar revisões periódicas do planejamento, reavaliar prazos, recursos, riscos e ajustar as estratégias conforme necessário. 

Essa prática garante que o projeto esteja alinhado com as expectativas e necessidades do cliente e permite uma melhor adaptação às mudanças do ambiente.

Invista na qualificação da equipe

A gestão de projetos eficiente depende também da qualificação da equipe envolvida. Certifique-se de que os membros da equipe possuam as habilidades e conhecimentos necessários para desempenhar suas funções de forma eficaz. 

Para isso também, o ideal é promover treinamentos, capacitações e o desenvolvimento contínuo dos profissionais, visando aprimorar suas competências técnicas e gerenciais.

 Uma equipe qualificada aumenta a eficiência, a produtividade e a capacidade de enfrentar os desafios do projeto.

Ao seguir essas práticas, você estará no caminho para uma gestão de projetos eficiente, que visa o alcance dos objetivos propostos, a entrega de valor e a satisfação do cliente. 

Lembre-se: cada projeto é único. A adaptação das abordagens e estratégias é essencial para lidar com as particularidades e desafios específicos de cada empreendimento.

Como a gestão de projetos pode se relacionar com inovação?

A gestão de projetos e a gestão da inovação estão intrinsecamente relacionadas, pois, quando adequada, pode impulsionar e facilitar o processo de inovação nas organizações. 

Esse gerenciamento oferece uma estrutura organizada para a implementação de ideias e produtos inovadores

Ele estabelece metodologias, processos e ferramentas que auxiliam na definição de objetivos, na identificação de requisitos, na alocação de recursos e no acompanhamento do progresso. 

Essa estrutura, então, gera um ambiente propício para a geração e execução de projetos 

inovadores.

Ao mesmo tempo, esse gerenciamento abrange a identificação e o gerenciamento de riscos.  E o que isso tem a ver?

No contexto da inovação, onde há maior incerteza e probabilidade de enfrentar desafios únicos, o gerenciamento de riscos se torna ainda mais crucial. 

Ao aplicar técnicas de gestão de projetos, como análise de riscos, planejamento de contingências e monitoramento contínuo, é possível mitigar os riscos associados à inovação e aumentar as chances de sucesso.

Conclusão

Esse assunto é um campo essencial para as lideranças empresariais que desejam impulsionar a inovação e alcançar o sucesso em seus empreendimentos. 

Ao compreender a importância da gestão de projetos, gestores podem aproveitar seu potencial para otimizar recursos, minimizar riscos e alcançar resultados consistentes. 

Através de metodologias adequadas, monitoramento de indicadores, revisão periódica de planejamento e investimento na capacitação da equipe, é possível garantir uma gestão eficiente que traga resultados positivos.

Como dito, ela também se relaciona diretamente com a inovação: fornece a estrutura necessária para transformar ideias em realidade, promove a colaboração entre equipes multidisciplinares e enfatiza a entrega de valor aos clientes. 

Ao adotar práticas sólidas de gestão de projetos, as empresas podem impulsionar o avanço, se destacar no mercado e se adaptar às demandas em constante evolução.

Se você quer estar a frente, aproveite para conhecer o Futur.e Me!

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“Existem dois tipos principais de inovação: melhorar o que já faço e criar coisas novas”, menciona estrategista da Deloitte 

Ao longo do ano de 2023, diversas vezes tratamos sobre os assuntos de venture capital, principalmente como uma alternativa estratégica, onde pode ser adotada nas organizações para construir laboratórios de inovação.

Algumas grandes empresas, como Nestle e Tetra Park, participaram de eventos no Learning Village onde contaram sobre seus modelos de negócio de inovação aberta. A ideia, nestes casos, é que não haja apenas uma gestão de inovação ou uma área supervisionando estas questões: é ampliar os horizontes da empresa, trazendo parceiros de fora e prospectando novas oportunidades e produções.

Nesse sentido, permitiram construir e investir em startups que estão conseguindo solucionar alguns de seus problemas: desde questões de poluição e sustentabilidade, até problemas de governança e interações nos sistemas das organizações.

Tal como no 9º Digital on Board, quando foi falado sobre o conceito de Ambidestria e Venture Capital, Glaucia Guarcello, que é Innovation & Lead Partner na Deloitte e Expert na SingularityU Brazil, trouxe o assunto para o 9º Executive Program. Neste caso específico, além de trazer este modelo de gestão como uma estratégia de inovação que envolve toda a organização, a especialista trouxe uma perspectiva de olhar a historicidade do mundo e construir ações para garantir um ambiente de inovação.

Para a expert, a questão da historicidade surge por conta das revoluções tecnológicas que a sociedade sofre. Entender o desenvolvimento gráfico, de alocação de dados, manejos produtivos, e até de capilarização no meio social, é algo crucial para compreender se há necessidade de continuar com o direcionamento de inovação.

Por isso, as inovações abertas surgem como alternativas de gestão, pois permitem um tempo para análise das questões estabelecidas. Uma organização que patrocina e financia projetos, se torna próxima e transparente sobre as reais soluções de vários problemas que existem e podem vir a existir.

Conforme há o investimento e esse laboratório de aprendizados (com tentativas e reorganização das diretrizes), é possível enxergar quais serão as tecnologias adotadas e se serão efetivas neste momento histórico. Um exemplo dado foi o investimento em metaverso há alguns anos, que ainda terá seu momento, mas ainda não aconteceu.

Atualmente, em meio às transformações que as tecnologias exponenciais estão proporcionando, Glaucia retoma essa ideia para mostrar que é possível melhorar os processos produtivos já constituídos e destacou que “toda empresa passa por mudanças em seus processos”.

Com este olhar atento, maneiras de gestão podem ser melhoradas com estas iniciativas. Mas, destaca que só será possível pelo entendimento do momento e por isso traz o pensamento exponencial: para compreender o futuro, quanto aos usos de tecnologias digitais e em realidade virtual, informações automatizadas e distribuídas em diversas plataformas, diferentes infraestruturas de segurança e a adoção de inteligências artificiais nas produções cotidianas.

Ao mesmo tempo, estar atento aos processos que vão mudar é trazer estas preocupações para uma clareza e até criar novas alternativas para o que está por vir.

Os lucros, redes de conexão, estrutura da empresa, processos de produção, desempenho, sistema, serviços, canais de informação, os próprios valores de marca e o envolvimento do cliente no consumo serão completamente afetados com as novas transformações. Por isso, há diversas áreas para garantir estes desenvolvimentos e toda a organização precisa estar alinhada com esta ideia.

Modelos de inovação aberta

Este tipo de direcionamento vai exigir alguns processos de gerenciamento, desenho de gestão e suporte da jornada que será tomada, principalmente com métricas que garantam transparência nos processos adotados. Mas, antes disso, há a necessidade de definir uma agenda e dar diretrizes aos sistemas estratégicos que garantam o aporte de inovação.

A expert da SingularityU Brazil trouxe quatro tipos de modelo de negócio com inovação aberta, na tentativa de criar uma percepção ao público do 9º Executive Program. Além disso, trouxe resultados deste tipo de estratégia de mercado com cases de sucesso.

A adoção do venture client consiste em fazer compras de produtos feitos por outras startups, a fim de obter benefícios estratégicos e financeiros imediatos, ao mesmo tempo que são mensuráveis.

Com esse mecanismo, é possível resolver problemas internos e obter um resoltado a curto prazo.

Com o corporate venture capital, o investimento em startups que se alinhem ao seu objetivo pode garantir um retorno estratégico e financeiro no futuro da organização.

É algo que permite uma assimilação maior, mas exige um pouco de tempo e também aporte financeiro para a aceleração da empresa que resolverá seu problema.

O venture building consiste em criar novas empresas dentro da mesma, como um ‘braço de negócios’. É possível alinhar isso com outras entidades e até fazer parcerias, mas caso haja um problema diagnosticado, pode ser criado do zero.

Por fim, a fusão ou M&A, trata-se de fundir-se a outra empresa, tentando incorporar seus recursos, eficiências, visibilidade de mercado e até valores. É uma maneira de ampliar a capacidade de inovação e construir mais aporte para dispor em um futuro.