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“É cada vez mais necessário destacar a ligação entre sustentabilidade e tecnologia”, destaca Diretora da HSM

O Liderança de Propósito começou seu segundo dia da forma mais brasileira existente: um sol maravilhoso, que banha o verde clorofilado das árvores da Mata Atlântica presentes no Distrito Itaqui. Essa junção de fenômenos da natureza tomou conta, inclusive, do aprendizado da manhã.

Afinal, estamos vivendo em uma mudança de era e, para a Head da SingularityU Brazil e Diretora de Conteúdo da HSM, Poliana Abreu, hoje devemos compreender a característica do momento: a Convergência.

No momento, é extremamente necessário deixar de lado os espaços que isolados ou que apenas pertencem a uma parte. Precisamos compreender que as coisas estão atreladas. Não se trata mais de um “ou”, mas um “e”, que procura trazer as complexidades para serem entendidas interdisciplinarmente.

Nesta conexão, o que não podemos deixar de compreender e questionar é o propósito que está sendo criado. As conexões e ligações tem um motivo, principalmente intencionado por nós e é também dever reconhecer o porquê de determinadas ações.

Ao unir tecnologia nos negócios a relação não é diferente. Precisamos entender o porquê dessa relação, se é realmente necessária e por qual motivação está sendo colocada. Não podemos simplesmente atribuir ou impor algo sem entender as cadeias complexas de impacto para o que acontece.

Por exemplo, a especialista destacou em sua palestra, no Liderança de Propósito, programa realizado entre a SingularityU Brazil e o Distrito Itaqui, o quanto as preocupações às vezes se tornam excludentes.

A mesa do CEO e do C-Level, destaca Poliana Abreu, muitas vezes tem investimentos para tecnologia ou apenas ESG:

“Não há mais necessidade disso. As relações são extremamente convergentes e podemos compreender que as coisas são complementares. Precisamos dar um pulo além do que nos aparece e compreender que os propósitos trarão padrões de desenvolvimento. Tecnologias não farão nada sem motivação nossa.”

Precisamos aprender a encarar as temáticas existentes

Em sua palestra, Poliana Abreu destacou o quanto algumas tecnologias e temáticas são mais subestimadas, em certos momentos presentes e críticos, e superestimadas à longo prazo.

A tecnologia sofre isso. O impacto curto é sempre descrente e, muitas vezes, ouvimos essa questão de “não acreditar” no que está acontecendo. Porém, é algo que, silenciosamente, vai se mostrando concreta com o tempo.

ESG techs sofrem isso de uma maneira extremamente mais intensa. A eletrificação dos carros, por exemplo, ainda é algo que é caro, mas que já possui horizonte de futuro. Mesmo assim, não vemos tantas mudanças de infraestrutura.

A retenção de carbono é algo claramente feito e presente. Há países investindo neste tipo de tecnologia e, cada vez mais, será uma necessidade de desenvolvimento no mundo inteiro e até em diferentes meios – ainda é feito por usinas, mas, com o tempo, será menor e extremamente mais poderoso.

Com as pesquisas mostradas, Poliana demonstrou como o propósito é extremamente importante para o desenvolvimento empresarial. As empresas que estão se sustentando neste pilar procuram inovação e melhora.

A partir de um ponto inicial, as diretrizes e governança se tornam garantias de uma sustentabilidade maior e implica cada vez mais procurar ferramentas para uma melhor produção, cuidado e até inovação.

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“Comunicação não é o que você diz: é o que o outro escuta”, destaca Thomas Brieu

A tarde do segundo dia de Executive Program, em parceria com o Sest Senat, começou em consonância com a manhã sobre o entendimento dos nossos padrões mentais corpóreos.

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Dessa vez, os padrões mentais estão relacionados às questões de comunicação. Thomas Brieu, especialista em comunicação e escutatória, trouxe incríveis insights sobre a maneira pela qual podemos ir além de nossos vícios e produzir comunicações que realmente escutem, envolvam e consiga criar vínculos de engajamento com as pessoas ao nosso redor.

A aceleração já foi palco das conversas neste programa. Nossa percepção está cada vez mais deslocada e quase tudo se transforma durante estas interações, menos a relação entre indivíduos.

Ao mesmo tempo, por conta do exponencial aumento de informações, fisiologicamente tentamos dar conta de diferentes pontos de estímulos. Nossa atenção fica cada vez mais limitada para as interações e se perdem no mar de experiências digitais.

O que se vai neste período? Nosso corpo. Nossa empatia e imaginação se vão junto com estes processos e, cada vez mais, colocamos a angústia neste lugar de relação que antes era preenchido pelo outro.

Por isso, a tarde de segunda-feira fria em Embu das Artes foi tomada por uma ideia extremamente interessante e profunda. Compreender o que é necessário, saber colocar o corpo nas comunicações que são produzidas, e entender o porquê deste estado de apreensão do outro ser melhor executado com este corpo presente.

Referenciais, cuidados e tomadas de decisão

Thomas Brieu tem uma gama de definições para os tipos de perguntas que são colocadas. Existem algumas que não colocam a escuta em trabalho, outras impõe limite para quem escuta, algumas conseguem atribuir atenção e até criar vínculo.

Porém, antes disso, é interessante perceber que há uma necessidade de compreender para quem a mensagem está sendo colocada. Comunicação precisa de um outro que o compreenda, que participe da criação desta interação.

Por isso, entender referenciais é uma estratégia crucial para que a comunicação seja produzida de uma maneira compreensiva, em tom de entendimento e efetividade. A realidade é multifacetada e, se mantermos nossos padrões reativos de comunicação, teremos apenas dois movimentos de repulsa e aproximação.

Mas, assim como na palestra de Carla Tieppo, urge uma nova necessidade das lideranças de perceberem de que maneira estamos agindo, como podemos fazer diferentes leituras e de que jeito podemos mudar os padrões mais simples até encontrar os hábitos mais complicados.

Afinal, diálogos e negociações são necessários e precisamos, cada vez mais, promover este tipo de compreensão. É um papel extremamente difícil, que existe vulnerabilidade e atenção, mas seu resultado é extremamente prolífico e cada vez mais estamos em constante aprendizado.

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Precisão e agilidade não podem continuar sendo as únicas diretrizes para nossa vida

O que realmente podemos aos colaboradores, dado o estado em que nos encontramos atualmente?

A pergunta de milhões é o que move os estudos de Carla Tieppo. Em sua fala, apresentado nesta terça-feira, no Executive Program, em parceria com o Sest Senat, a pesquisadora e professora da Santa Casa passou a mostrar como nossos padrões neurais são cada vez mais importantes para compreendermos o estado atual de nossos comportamentos.

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Afinal, há uma tendência e necessidade para que a produção dê conta dos processos atuais. Porém, a maneira que isso está sendo feito não é a melhor otimizada, mesmo parecendo ser eficiente.

Carla mostra como nossa eficiência, como seres humanos, funciona por rapidez e pela questão da necessidade. Somos feitos de instantes. Estas nossas interpretações, ter ideias centrais e fixas em nossos pensamentos, apreender tudo pela experiência já produzida, foi o que “nos trouxe até aqui”.

O sistema lento não é solução, como pensam. Temos que saber o que e como melhorar o nosso próprio sistema neurológico rápido, em que ele seja utilizado por sua energia correta.

A fala de Carla Tieppo se intensifica cada vez mais para entendermos que temos uma rigidez e que ela provém de uma historicidade, composta por uma contingência de experiências. Com isso, faltam aspectos de diferenciação e diálogos que fomentem a diferença.

Precisão e agilidade como fomento para uma eficiência maior em menos tempo não é o principal componente para que as produções sejam otimizadas. É preciso compreender esta noção, para reconhecer nossos vícios e desejos, para só então tentar lidar com o diferente.

Concepções de padrões para liderança

Todas estas ideias são apresentadas para falarmos sobre as principais questões de liderança nas empresas. Nada disso será importante ou se quer fará sentido se não houver uma preocupação com quem escolhe aonde as energias serão dedicadas.

Colaboradores são parte de uma instituição e que tem seus serviços, mas as diretrizes precisam ser também de preocupação quanto ao humano ali designado.

Por isso, Carla retoma este assunto do cuidado com os padrões, vícios e sistemas rápidos para que não haja essa contínua problema dos entraves energéticos.

O problema não está em parar ou mudar a concepção, mas em como podemos utilizar este aspecto de nossa vida para melhorarmos e buscarmos a abundância. Por isso, governança é um fator crucial para que possa florescer, crescer e diversificar ações que tragam uma melhoria de desempenho.

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“Não é a competição que garante disrupção”, afirma David Roberts

O senso comum ainda crê que temos uma constante mudança e movimentação nos nossos processos produtivos por conta da competição entre empresas.

Isso é a maior e mais falsa simetria existente. Empresas não competem, em sua principal atribuição, com outras, mas consigo mesmas. Há, antes de uma disputa externa, uma principal motivação interna para que a empresa consiga se manter em alto nível.

As disrupções, proporcionadas pela tecnologia, são os principais motores para colocar empresas em principais pontos de consumo, visibilidade e preponderância no mercado.

O principal sinal disso é a criação de outros mercados e é por isso que a competição não é indicativo da transformação. Antes, o que falávamos que seria o entendimento de computação e digitalização que daria condições para um ótimo futuro, hoje está perdendo seu lugar para a ideia da Nova Teoria da Disrupção.

É isso que David Roberts, expert global da SingularityU, propôs em sua fala no Executive Program em parceria com o Sest Senat. Para o especialista em disrupção, é hora de compreendermos a lógica que está por trás das transformações que o mundo já sofreu.

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Tudo começa pelo entendimento da competição. A Nova Teoria da Disrupção implica entender que há consequências desta transformação, que passam pela produção de um novo mercado, uma diversidade de outros componentes e precificação possível para o público.

Por isso, a competição principal não é a externa e isso se difere da inovação. Se trata de compreender que precisamos enxergar a abundância deste processo, muito mais do que apenas aquisições e conquistas lineares.

Existe uma “veia” da disrupção?

Olhar questões de inovação não é necessariamente o caminho da disrupção. Por isso, David Roberts faz este questionamento e o circunda por toda sua palestra. O que se pode afirmar é que a estabilidade já não garante qualquer tipo de processo estável.

Produtos mais caros, não diversos e que não criam um novo mercado, tecnicamente, só mantém os processos que já são existentes. Disrupção se trata de mudança.

A transformação é um processo contínuo e imutável. A impermanência foi palco de constantes meditações na filosofia oriental, por milênios, e isso continua aqui como uma lei da natureza.

As empresas que não entenderem isso perderão espaço. Crescimento linear não é mais sinônimo de estabilidade e segurança. O crescimento exponencial é o indicativo de principais sucessos no mundo de hoje.

Por conta dessa concepção, diferentes indústrias perceberam a necessidade de disruptar, ao invés de apenas inovar. Desde 2014 estamos percebendo este tipo de mudança e reconhecendo como a capacidade de startups podem nos ajudar a promover modificações nas próprias indústrias, como o venture capital.

E o porquê de uma característica tão específica das startups é bem simples: as disrupções não são anunciadas, transparentes e muito menos claras. É uma característica da disrupção, segundo David Roberts, ser elusiva, se esgueirar durante os processos e aparecer em destaque assim que está solidificada.

Por esta razão a Gartner e Deloitte fazem trabalhos anuais sobre diversos tipos de tecnologias e seus momentos de atuação. É preciso monitorar, entender o que está sendo produzido e de que maneira podemos ser parte desse processo, porque o usuário sempre será aquele que gasta mais do que ganha nesta oportunidade.

O que antes era garantia de um processo estável e a longo prazo, hoje é visto como uma rigidez que não vai permitir o crescimento do futuro. David inclusive aconselha o público presente: “Não adianta apenas olhar o passado e que ele é diretriz de observação do futuro”.

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“Não sabemos do futuro e precisamos experimentar alternativas para ele”, destaca Chefe de Inovação e Venture da Deloitte

Os últimos 10 anos foram transformadores para o mundo dos negócios. As maiores empresas, hoje, são de tecnologia e não de energia. Além disso, o modelo e estratégia estão mudando.

De uma rigidez e diretrizes de governança focadas em produtividade, o modelo negócio está se tornando uma prática corporativa de mudança. Isso, feito da maneira mais responsável e pensada possível, permite com que o planejamento e a qualidade de uma organização aumente.

Com as transformações e maleabilidade, é possível dar conta de transformações, diferentes exigências e abrir espaço para possíveis inovações.

Mas, claro, como destaca Glaucia Guarcello, palestrante convidada no Executive Program número 10, tudo depende da escolha, tecnologia e fôlego que temos. Porém, “novos modelos de negócio são importantes para este quesito: se reinventar”, destaca a expert.

Em sua fala, a Diretora de Inovação e Venture da Deloitte destacou o quanto as startups (e unicórnios) são muito importantes.

“São estes tipos de negócios que vão permitir uma experimentação, alternativa e novas propostas. Não sabemos do futuro, por isso precisamos criar alternativas para pensar nisso e esta é a oportunidade que temos hoje”.

Glaucia Guarcello, Chefe de Inovação e Venture na Deloitte, no EP 10
Glaucia Guarcello, Chefe de Inovação e Venture na Deloitte, no EP 10

Importância do questionamento do próprio fazer

Produtos não definem o que uma organização é. Há uma necessidade de compreender toda a construção de enxergar o próprio setor de produção além daquilo que é produto final. Em sua fala, Glaucia mostra como “uma empresa que constrói motor” não é necessariamente apenas uma organização que cria motores para carro.

É um trabalho todo para construir mobilidade, algo muito além do que temos hoje. Se compreendermos isso, poderemos dar perspectiva para as próprias mudanças. Podemos olhar futuro entendendo onde nosso papel pode ser feito.

É neste momento que entender conceitos de inovação se tornam importantes para entender em que momentos uma empresa se encontra e saber o que não fazer. Com isso, é possível compreender quais os trabalhos que estão sendo construídos, os erros que podem se tornar aprendizados e limitantes, além de experimentações que podem nos levar a caminhos que “matem nossa empresa” ou construa um futuro diferente.

É neste ponto que Glaucia demonstra como há horizontes para entender a inovação.

Quando tentamos otimizar os produtos que já existem para os consumidores existentes, estamos trabalhando com inovação em seu core. Isso será o que manterá a organização no mercado atual e permitir manter suas eficientes produções.

Caso procuramos uma solução adjacente, pensamos em uma expansão tímida do negócio. É extremamente importante para compreender quais são os limites e qual passo que está sendo dado, mas ainda não seja disruptivo.

Porém, ao entrarmos na perspectiva transformacional, isso se torna um novo serviço para o mercado já inserido. É a mais arriscada, mas exige uma boa percepção para pensar o que é possível em um futuro próximo e entender as mudanças que os consumidores estão mostrando.

Nada disso funciona isoladamente. Sempre são processos que trabalham juntos, porém, é interessante pensar porque cada uma delas exige uma maneira diferente de ser construída. Com isso, cada uma delas pode nos mostrar necessidades reais e preocupações com nossa organização.

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“O nível de aprendizagem que tive no EP ajudou a transformar minha forma de pensar”

Antes do tempo ser coroado em uma Oração, por Caetano Veloso, ecoado na voz de Djavan e entrado nos corações contemporâneos pela Maria Gadú, o entrave que o tempo proporcionava no âmago dos indivíduos se perpetuou pela história do ocidente.

Da batalha entre Chronos e seus filhos, até a luta entre este titã e Kairós na história da psicologia, tempo foi lido como uma disputa, batalha entre períodos que se interseccionavam e produziam uma sensação comum ao indivíduo: sofrimento.

Essa “batalha com tempo”, na verdade, apenas mostra uma vitória dele e uma relação diferente que cada um de nós tem entre nossos desejos e o que a nossa vida se apresenta. Quando nossas vontades não confluem com o que é mostrado, nos gera angústia, desespero e, muitas vezes, indignação.

Mas o tempo perpetua. Perseverança é uma qualidade imprenscidível para fazer amizade com ele. É, inclusive, um dos “deuses mais lindos”, que nos cura, perpetua e acalenta tudo em seu lugar mais precioso, pertencente à natureza.

No encerramento do Especial 10 edições de Executive Program da SingularityU Brazil, convidamos Luciano André Ribeiro, Sócio e Superintendente Banco PF de Crédito e Recuperação – Itaú Unibanco, para nos contar sua experiência no EP. Para nosso deleite, a reflexão que se manteve durante toda a entrevista foi deste entendimento sobre o que o tempo nos proporciona e nos ensina.

Afinal, com tantas transformações e demandas, querer dar conta de tudo, se apropriar do que é possível, produzir tudo que está ao nosso alcance e garantir eficiência são coisas que muitas vezes não se combinam. Então, é com a maturidade, que Luciano pontua em toda sua fala, que conseguimos criar perspectiva para lidar com o movimento.

É uma tarefa complicada, por isso não se trata apenas do entendimento: é necessário colocar em prática, pontuar, pausar, planejar e estar aberto ao aprendizado contínuo, para compreender as coisas em suas movimentações características.

É uma reflexão que exige nossa pausa. É uma inflexão necessária que exite nossa completa atenção. Por isso, essa riquíssima entrevista você acompanha na íntegra abaixo!

Luciano André Ribeiro trabalha no Itaú desde 1998. Desde então, pontua como é um lugar em que está aliado aos seus valores e conseguiu prover diversas ações de extrema complexidade e inovação nos últimos anos.

SingularityU Brasil: Por favor, se apresente para que todos lhe conheçam!

Luciano André Ribeiro: Eu sou o Luciano André Ribeiro. Sou pai, sou filho, sou marido, sou irmão e sou amigo. Além disso, sou executivo do mercado financeiro. Trabalho em um grande banco. Sou apaixonado por esportes e sou um estudante, que desde o primeiro momento de vida, estou aprendendo, como curioso que sempre fui.

SU Brazil: Esporte… Como é exatamente sua relação com o esporte?

Luciano: Eu sou corredor. Eu corro desde 1994. Já fiz Triathlon, duathlon… Fiz bastante coisa e várias provas. Já fui convocado para a seleção brasileira de duathlon… Então eu tenho uma vida competitiva presente. O que também ajuda muito no mundo corporativo.

SU Brazil: Por que exatamente?

Luciano: Porque é preciso lidar com a pressão e com um nível de competição de uma maneira positiva. Isso não tem que ser algo que coloque um peso adicional em você. Tem que ser algo que motiva, te energiza e te desafie de uma maneira criativa, positiva. Você precisa entender este equilíbrio e saber lidar com essas coisas. Não é fácil. Mesmo fazendo o melhor de você, não é necessariamente um convite confirmado para o primeiro lugar, mas é sim um sentimento de satisfação naquela proposta/evento/dinâmica. Você saber que fez o melhor é muito mais importante do que talvez chegar no primeiro lugar, que pode ser consequência disso.

SU Brazil: Maneira ótima de enxergar a vida, não? Você sempre foi assim?

Luciano: Está amadurecendo… A gente vai aprendendo, né. Quase foi assim.

SU Brazil: O esporte ensinou isso? Ou você já tinha?

Luciano: O esporte… A vida… O amadurecimento… Eu sempre procurei ele, sabe? A gente nunca está maduro como gostaríamos de ser. É o tempo, é a vida, tudo isso que nos ajuda. Mas, é preciso estar muito atento com as coisas que estão acontecendo conosco, sempre tentando tirar o melhor e o que é positivo daquela situação, que talvez possa ser a mais estressante ou de maior desgaste. Até quando não se encaixa. Sempre tem um aprendizado naquilo.

SU Brazil: Ah… Então isso é do Luciano?

Luciano: É… Eu tento! Eu aprendi com muita gente, para ser sincero. Não é do Luciano, apenas. Tive muita gente bacana do meu lado, me ajudando ou até eu observando, para trazer para o Luciano.

SU Brazil: E quem são essas pessoas?

Luciano: Bem, primeiramente é meu pai. A referência do meu pai é bem presente. Acho que a pessoa que mais esteve comigo e me marcou nessa jornada foi ele.

Muitos amigos me ajudaram também. Eu não sou uma pessoa de poucos amigos, então tenho grandes amigos que vou aprendendo o que fazer e o que também não se deve fazer.

Outro ponto foram as lideranças pelo caminho e muitos pares. Estou há muito tempo nessa área e tenho várias referências. Então aproveito para aprender. Sempre queremos aprender aquilo que a gente admira ou que dá certo, mas não necessariamente é com o que nos identificamos. Precisa ter essa particularidade e criar esse vínculo para que seja nosso.

Eu tento seguir assim. Mesmo quando admiro algo, tento ver se isso é realmente genuíno com o meu perfil, personalidade e se o Luciano consegue ser na totalidade com isso.

Ao mesmo tempo, junto a tudo isso, você aprende o que não tem que fazer, né? Desde encaixe e tudo mais.

Essa é a minha jornada. Família e amizade são muito importantes para isso e eu faço questão que sempre estejam presentes. No trabalho aprendi bastante… Então… Por isso tento devolver isso. Eu tive muita ajuda e está na hora de devolver isso, para elas ou para outras pessoas. O aprendizado é compartilhado.

SU Brazil: Como isso tem acontecido?

Luciano: No dia-dia isso sempre precisa estar presente.

Eu sou um cara de transformação, que sempre está ali buscando isso e a melhora das pessoas em sua totalidade. Às vezes isso não é tão bem recebido. Às vezes tem essa limitação e o não-querer e é necessário entendermos isso. Minha gestão e liderança envolve isso e ir atrás de uma maneira de conforto das pessoas, ao mesmo tempo que consigam fazer seu propósito.

Outro ponto é dando aula e palestras. Sempre tento estar presente para levar algumas mensagens e ensinar o que aprendi.

Acredito que as redes sociais, contato, conversas… Eu me faço nisso. Muitos me procuram para ter uma conversa de carreira ou algo do tipo. Às vezes agradecem muito sobre o tempo e a conversa… Mas, muito pelo contrário: sempre é importante para mim. Quando estou dedicando meu tempo, eu estou também recebendo tudo isso.

Eu agradeço muito quem me chama para um café. Isso é fantástico.

SU Brazil: Às vezes o escutar dela é até mais importante do que a conversa em si, né?

Luciano: Totalmente! Em cinco minutos, quando a pessoa traz, isso já muda a cabeça dela e a pessoa sai diferente. Às vezes só precisam de um espaço para falar e eu faço isso.

O Executive Program é uma imersão de 3 dias e meio, nas tecnologias exponenciais que estão moldando o futuro dos negócios. O principal programa da SingularityU Brazil ocorrerá entre os dias 24 a 28 de setembro, no Hotel Almenat Embu das Artes – SP. Garanta sua participação na última turma do ano clicando aqui

SU Brazil: Que fantástico! Isso é parte do aprendizado? Como foi percebendo isso?

Luciano: Olha, a vida vai nos mostrando oportunidades para aprender, né?

Eu falo muito da jornada. As pessoas buscam sucesso em um momento único, mas sucesso é a jornada e a vida que você tem. Até uso a figura de linguagem da metáfora sobre subir uma montanha.

Cada etapa é um aprendizado, uma comemoração e um momento. Mas, não necessariamente é sempre positivo, entende? Tem momento que as coisas se desarrumam. As coisas não são sempre equilibradas. Alguma questão pode ocorrer no meio do caminho e é necessário dar tempo para que as coisas se organizem, até de maneira natural. Por isso, é importante manter o seu próprio equilíbrio.

Manter, refletir e pensar sobre os nossos valores é importante neste momento. É exatamente o motivo de falar e lembrar do meu pai. É referência de valor.

SU Brazil: E como isso foi acontecendo no seu trabalho?

Luciano: Estou há 23 anos no Itaú/Unibanco. É uma história longa, mas acho que a primeira coisa, que também levo para as pessoas, é que é preciso achar um lugar que tenha uma conexão com os seus valores.

É por isso que estou há tanto tempo nessa organização. Os valores, em como tratamos os colaboradores, clientes, os objetivos… O propósito, entende? Ele é semelhante. Eu acordo todos os dias e sinto isso. O lugar me traz tudo isso.

O segundo ponto é aquela pergunta de: “Tanto tempo no mesmo lugar fazendo as mesmas coisas?” e o ponto é esse: não é repetitivo. Estamos sempre ali na parte de inovação, tentando trazer o melhor, procurando impactar melhor e transformar o próprio papel gigante que o banco tem. Desde a parte social e a parte global.

Isso me traz muita vida! Trabalhar para algo que vai apoiar o Brasil é espetacular. Então a gente transcende a atividade que a gente faz. De novo, o propósito.

Assim, não estou falando dos ciclos em alguns trabalhos te definem. Não é isso. Digo que, pela minha experiência, se trata muito de sua motivação própria. Nossa carreira é própria nossa. Chefe ou líder não vai construir isso. Por isso, é necessário sempre refletir como ser melhor, como adaptar, crescer e, caso isso faça sentido, é capaz que fique na mesma empresa por tanto tempo, como eu.

Afinal, eles me permitem crescer! Às vezes são em provocações… Movimentos… Formas de pensar… Tecnologias… É um conjunto perfeito que eu sou fã.

SU Brazil: Desde o começo foi desse jeito?

Luciano: Sim… Mas as prioridades sempre foram diferentes ao longo do tempo.

Como disse, há várias dimensões na minha vida. Nos primeiros anos do meu trabalho, o esporte não era tão mais prioridade, por exemplo. Família está sempre acima de tudo, mas em alguns momentos foi necessário mudar essa chave e tratar, dar tempo em algumas questões mais do que outras.

Se você quer crescer, cada vez mais relevante, é preciso ter prioridade e despender tempo em algumas coisas. Por isso fui buscar outras coisas fora e trazer ao banco. Mudei bastante como profissional, me formar e se tornar verdadeiramente um gestor/líder. Não é algo que é pronto.

A maturidade vem acompanhando com o tempo.

Nunca foi assim, mas, o que sempre digo, é que vai melhorando ao longo do tempo. Com algumas instabilidades, que acontecem na vida e é algo normal sim, natural, quando conseguimos dedicar um tempo, as coisas vão funcionando e tudo vai se encaixando. A questão é elencar sua prioridade.

SU Brazil: Como foi essa preparação?

Luciano: O Executive Program da SingularityU Brazil foi um lugar desse, por exemplo.

A reflexão que proporcionam é super importante por isso. Eu sempre procurei escolas de referência na minha vida. Sou engenheiro de formação, então fui atrás de MBA, cursos internacionais em grandes universidades e ainda sentia que era necessária algo para me “chacoalhar”, no sentido de trazer algo material sobre as transformações do mundo.

Eu sentia muita coisa, mas nada tão claro. Por isso, fui procurar algumas escolas. Cheguei até a SingularityU. Achei a do Brasil, olhei os speakers e achei fantástico. Não estou falando só do networking, mas digo pela diferença, o olhar, aulas boas e ótimos professores.

Depois se tornou um momento incrível, além de uma sala de aula. Foi surpreendente. Mas não foi o que eu procurei ou o que eu esperava. Eu lembro de procurar e pensar: “Eu quero alguém que consiga materializar essas angústias contemporâneas e alguns temas presentes, mas que tenha embasamento e eu chegue no meu emprego com prioridade, para falar e aplicar”. E foi isso: maneiras simples, que mostraram técnicas e impactos na aplicação…

Foi algo muito maior do que eu pensava. Além do bom conjunto, para me deixar mais a vontade em alguns temas relacionados a transformação, a relação que a gente tem durante os quatro dias durante de EPs são relações que ficam para sempre. Pessoas também contribuem muito não só naquele momento, mas depois também.

Se a gente pensar naquele “360”, a gente pode falar que o EP é completo: as experiências que proporciona além da sala de aula tem um impacto gigante. Não sei se é assim internacionalmente, mas aqui no Brasil, eu até brinco, que o Executive Program conseguiu se tropicalizar, trazendo todo conteúdo do mundo de uma maneira cultural brasileira e de um impacto gigante, com uma experiência e tanto.

SU Brazil: Muito legal você falar isso porque o “tropicalizar” às vezes é uma expressão pejorativa que as pessoas usam, né? É interessante ouvir isso.

Luciano: Sim, sem dúvida. Aqui é de uma maneira muito positiva e potente! É importante dar esse tom. Afinal, o EP consegue dar uma leveza das relações que temos entre si, que é do brasileiro, entende? E as conexões, como levamos de maneira positiva, além das provocações dos conteúdos densos e importantes… É uma energia que flui de uma maneira ótima.

Os pilares, que são o conteúdo proporcionados pela SingularityU Brazil, são importantes porque também são aplicáveis e podem ser transmitidos aos outros. É possível levar provocações densas de maneira positiva! Isso é impressionante. Ao sair do programa eu tinha certeza de que seria possível falar sobre aqueles assuntos, com um certo domínio, claro.

É um programa incrível e volto a dizer: o tropicalizar é como você se sente ótimo e bem com temas tão densos e complicados. Às vezes tínhamos medo de debater sobre alguns pontos, por não termos propriedade, mas é essa a construção ali. Conseguíamos criar isso e ter elementos para continuar o debate. Isso é ótimo e muito sutil! Até nas reflexões, construções que fiz… E, quando falava algumas coisas, as pessoas diziam: “cuidado com a ‘deprê’ aqui, tá? Às vezes o conteúdo é muito denso e é difícil não entender todas as camadas”.

E o tropicalizar foi isso: trazer para a nossa realidade, na prática, e trazendo sobre a essência do viver. As coisas vão acontecer, mas terá um caminho para que as transformações ocorram. Nada é do dia do outro, entende? Porque se for, vai cair. É um movimento ótimo trazer tudo isso, dessa maneira tropicalizante, entendendo como podemos transformar, participar e olhar isso no nosso cotidiano, até chegar a verdadeira mudança.

SU Brazil: Que demais essa percepção. Você lembra de algum momento marcante que sentiu isso ‘na pele’?

Luciano: Sim… A dinâmica do Executive Program da SingularityU Brazil é COMPLETA de verdade, entende? A noite também. Às vezes até sonhamos com alguns temas. É uma imersão completa.

Mas, no primeiro jantar, na primeira noite, tiveram alguns momentos que eu pensei: “puts… Isso aqui será diferente.” Como funciona: a gente chega de noite, tem uma apresentação e depois tem o jantar. É um networking, mas era diferente. Tem muito contato, muita gente, mas tem conteúdo e interesse de todos em fazer aquilo ser dinâmico. O nível da conversa também era bem alto.

Não era só sala de aula. Ali eu entendi que era muito além do que só o curso.

No dia seguinte, na primeira aula, com as experiências fora de sala, com interações com startups, pessoas que estarão presentes durante o programa… Ali eu pensei: “acho que vou conseguir materializar aquilo que está tão distante, mas acho que está próximo da minha vida”.

Digo isso desde impressão 3D até ESG, multiverso. Tem aquele ‘para onde a gente vai? E como trazer isso’. Então… Era sempre esses momentos que eu sentia isso.

SU Brazil: Em quais momentos você sentiu que impactou sua vida?

Luciano: Primeiro foi na forma de pensar. Sem dúvida.

Foi neste momento que a percepção foi construída e aí também a coerência das coisas. Eu comecei a pensar sobre as transformações e o que seria apropriado daquilo, porque não funciona assim sem medida.

Várias vezes a gente encontra isso. Olhamos IA regenerativa, tecnologias exponenciais em todos os serviços… Mas não é de um dia para o outro e de forma abrupta. Precisa ter coerência: não deixar de perder valor e sempre potencializar entregas, eficiência, além, claro, de um impacto muito melhor, no ambiente interno e externo.

Então, comecei a pensar: “Como levar x tecnologia para gerar o maior impacto e melhor valor?”. Essa forma de pensar materializou durante o Executive Program.

Agora, citei alguns temas, como realidade virtual. Antes, era algo relacionado a vivência daquela experiência. Porém, a reflexão de trazer a interação com a realidade física/material é extremamente importante. É neste momento que passamos a entender como as coisas lidam na convergência, entende? A ideia é criativa, tentando, novamente, buscar valor.

Tudo que estamos aplicando e, dessa maneira, podem mudar o mundo. Vão transformar nossa vida, desde que lidamos com aquelas diretrizes de pensar em uma vida melhor. Mas, isso tem um tempo e é preciso respeitar o tempo. Então, não precisa ter ruptura, mas muita atenção e coerência para fazer as coisas.

Porque a forma como a transformação vem é muito rápida. Cada vez mais se intensifica. Então, preciso estar atento a tudo que está acontecendo e experimentar.

Esse é o outro elemento que trouxemos: experimentação. Isso é fantástico no Executive Program da SingularityU Brazil. Às vezes a gente pensa que estamos longe e tudo mais, mas é preciso experimentar. Isso é provocação para lidar com as nossas próprias leituras das coisas.

Isso é muito importante. Abre a maneira que olhamos e percebemos as coisas. É preciso olhar a mesma coisa de outros ângulos também. Isso foi com a Impressão 3D, por exemplo. Pode ter órgãos, pontes e tudo isso que eu não fazia ideia e não acreditava. Por isso é bom ter possibilidades e diferentes visões.

SU Brazil: Falando sobre transformação… Existe um sintoma social sobre isso hoje? Você pensa sobre isso? Qual sua percepção?

Luciano: Sinto e muito sobre isso!

Vejo muitas empresas revisitando suas culturas e organização. O comportamento muda, entende? Algumas agendas estão se modificando e isso é consequência destas ações.

De fato, primeiramente precisamos priorizar o humano. Isso está muito claro para mim. Quanto mais digital somos ou quanto mais novas tecnologias estão fazendo parte da nossa vida, mais humanos precisamos ser.

Deste central, vem o elemento importante da experiência do cliente. A prática está mostrando isso e não de uma maneira vazia. Estar no físico, digital, seja onde for, mas o mais importante é onde o cliente está, prefere e utiliza.

Outro ponto é: como lidar com tudo isso que acontece no mundo de dados, em novas tecnologias, para ajudar-nos a ser mais eficiente? Isso é muito fundamental.

É neste ponto que tudo se torna mais profundo. Uma empresa tradicional precisa ser digital? Sim, afinal, tomará as melhores decisões, estará em todos os locais, terá mais impacto com os clientes e melhorará seus produtos. Os produtos físicos precisarão ser digitais: também.

Isso é uma transformação cultural importante. Será necessário. Todo líder precisará ter uma boa agenda de dados e tomada de decisão em análises que não são mais históricas, mas mostradas pelos dados.

No final do dia é aquela preocupação com o futuro. Esse olhar linear acopla o futuro no presente e isso é fundamental, afinal, se eu não olhar hoje, com as velocidades que as transformações acontecem, eu posso ficar para traz. A questão de enrijecer e travar a mudança tem um período e o “até quando” se torna até uma preocupação.

Então, é muito legal o que vemos hoje: empresas tradicionais, de valor gigante, tentando mudar seu olhar, design diferente, transformando sua proposta de valor, chegando ao cliente de outra forma… Novas gerações estão vindo e isso é muito importante. Há vários exemplos passando por isso.

Um que gosto bastante é a manteiga Aviação. Hoje consumimos mais do que antes, continuando com o mesmo valor, mas por que aumentou? Posicionamento, proposta de valor, propaganda, alcance… Isso precisa estar na cultura, entende? Assim funciona! Se não estiver praticável ou aliado ao propósito da empresa… Não funcionará. Cultura é a palavra chave.

SU Brazil: É uma percepção muito boa! Quando você fez o EP estava deste momento também?

Luciano: Acho que estava sendo construído.

Quando fui para o EP, gostaria de entender “para onde o mundo vai”, entende? E quais as tecnologias para isso. Por isso, era necessária uma escola que me ensinasse. No momento da pandemia, nos aproximamos de muitas coisas, de maneira até forçada, por conta da necessidade.

Era aquela corrida pelo Teams, Zoom e tudo mais. Era uma conexão de tudo, em todos os momentos, com aulas, apresentações, na tela e a preocupação de não esquecer que tem um indivíduo do outro lado. Falava-se muito do multiverso, avatares e realidade virtual. Era muita coisa. Eu não sabia se era aquilo mesmo, mas todos continuavam indo. Muito acontecia.

Por isso, eu queria trazer isso de uma maneira mais palatável e tranquila. Eu queria me encontrar dentro desse mundo. Então, não era confusão, mas era claro que não era o melhor entendimento do todo. Era uma experimentação e todos estavam ali tentando, simplesmente.

A partir desse momento eu, como disse, olhei algumas escolas internacionais, até que um colega fez o Executive Program da SingularityU Brazil e disse que valia a experiência. Ficamos sempre com medo, né?  Até que o meu amigo disse: “Fica tranquilo. É até melhor. Confia”.

Foi interessante porque fiquei confortável e tranquilo por fazer o EP daqui. Mas… Quando entrei… Foi algo mais grandioso ainda. Por isso hoje eu falo: “Precisa ir viver… É fantástico, mas precisa ir viver tudo aquilo”.

Então, foi espetacular. O cuidado com as pessoas, com a volta da pandemia e até sobre as expectativas que eu tinha. Cuidar das pessoas exige também entendimento de tecnologia e tinha uma compreensão sobre a doença que passávamos, tudo correto e eu fiquei impressionado com tudo isso.

Ao mesmo tempo, eu queria ser uma liderança que entenderia esse digital. O Edu Ibrahim era a pessoa que eu perguntava sobre a economia, a exponencialidade, novas moedas e tudo mais. Pensar em descentralização, disrupção, na questão monetária… Foi muita reflexão da atividade que eu me dedico e até tudo que o mundo vai passar.

Tem coisas incríveis aparecendo na nossa vida e eu estava ansioso para ter contato com isso.

A Singularity sempre foi uma palavra de muito impacto, né? Uma marca gigantesca e todos que passam por elas são proporcionadas pelo conteúdo e pelo propósito que estão vivendo. É gigante querer transformar o mundo em um lugar melhor impactando pessoas.

Por isso eu só pensei: “Eu quero. Vou dar uma chacoalhada neste momento. Quero ver este impacto. No Brasil mesmo? Quero sim.”

E esse pensamento é comum, mas, agora consigo dizer: um conteúdo, tropicalizado como falamos, do jeito que foi, traz algo gigante.

O nível de aprendizagem que tive no EP, o conteúdo que trago até hoje, mas principalmente a forma de pensar que absorvi de uma maneira muito mais rápida do que antes, foi a melhor questão do curso. Já fiz cursos lá fora e não foi desse jeito. Fico feliz de ter isso no Brasil, aqui tem coisas bacanas e maravilhosas que várias vezes no internacional precisamos ainda tentar abstrair para o nosso contexto, né?

Aqui não. Até as provocações são proporcionadas para a nossa realidade, pensando na própria estrutura brasileira. Está claro que é necessário para que as coisas acontecem. As mensagens são diretas. Tem muita técnica, inteligência e a maneira do nosso comportamento é tratado com provocações. A riqueza está em olhar para tudo isso e tentar tirar o melhor disso, desde nosso almoço, fala e até a maneira em ser coletivo. É espetacular ver tudo isso no programa.

SU Brazil: Você em nenhum momento fala disso com desespero ou angústia. Então, como você enxerga o futuro?

Luciano: Eu não falo com desespero ou angústia porque a SingularityU Brazil me ensinou dessa forma, né? Ali eu entendi que tem um caminho e uma jornada que podemos trilhar, só não podemos ficar esperando. Os caminhos fundamentais estão mostrados. Se cada um fizer sua parte, chegaremos lá.

Agora, é muita coisa acontecendo e muitas provocações. A gente tenta acompanhar. Quando estamos desconfortáveis, a gente precisa ir estudar ou procurar alguém que saiba. É, inclusive, sobre isso que SingularityU Brazil nos provoca: só chegaremos se houver um coletivo, compartilhado, que procure se melhorar neste processo e por isso o networking se torna importante.

Agora, medo do futuro? Nenhum. Talvez o que eu fique um pouco atento é com a velocidade das coisas, para que não falte ou não aconteça algum equívoco. Por isso é necessário ter muita coerência.

Esse mundo de experimentação presente dará mais espaço para tentar. É o que eu vivo no meu trabalho. É um conjunto de experimentações, um respeito coletivo com as pessoas, uma certa forma de lidar com o erro que é mais positiva, tentativas e, principalmente, investimento em questões principais: na pessoa humana. Tudo isso é tempo.

A velocidade e o ritmo precisamos aprender a controlar. Entende por que falo disso? Eu não sei qual é o melhor, mas aprendo todos os dias. A melhor foram da gente ver o futuro, é a construção de agora: sendo melhor um pouquinho todos os dias. Parece um tom subjetivo, mas é por isso que precisamos ter os objetivos claros e a cultura engajada em questões definidas, ao mesmo tempo que as lideranças acompanham e ouvem os valores da organização.

Ao mesmo tempo, é preciso trabalhar algumas expectativas, olhar algumas projeções e ver como podemos lidar com isso também.

Sobre a nossa vida, a principal fonte é o estudo. Sempre precisa estar presente. A aprendizagem é a parte mais importante para entender e fazer desse futuro melhor. Por isso a HSM e a SingularityU Brazil estão fazendo um trabalho espetacular com isso. Aqui, talvez, seja o lugar de maior admiração para mim porque é realmente algo essencial.

Provocação sempre será algo espetacular e aqui é feito da maneira certa.

SU Brazil: Obrigado, Luciano! Você falou muito de tempo em sua fala. O que diria então para o seu ‘eu’ do passado?

Luciano: Ah, eu diria para ele fazer o Executive Program, com certeza.

A gente sempre faz as coisas e depois pensa que poderíamos ter aproveitado mais. O que eu poderia dizer é até ir mais tranquilo, se dedicar mais para a imersão e esquecer um pouco a nossa vida. Mas é difícil. A gente sempre pensa em tudo.

Eu diria para imergir mais. Não olhar o celular, apropriar de tudo e aproveitar de muita coisa bacana que vai aparecer.

Então, de maneira objetiva, eu diria para ir. Como digo para os meus colegas que perguntam, o investimento vale, o tempo de imersão vale e é algo fantástico.

Isso vem de uma premissa que eu falo para os meus filhos: estudo é investimento.

Então, não podemos olhar o todo e ver a quantidade como um pagamento. É investimento. O aproveitamento vem com o tempo. O retorno vem de uma maneira tranquila, fácil. É algo que levo para os meus filhos em todos os meandros de aprendizagem da vida deles.

Agora uma reflexão que eu volto a dar atenção às pessoas que podem vir a ler o texto: faça a imersão completa. Se dedique. Larga o celular, reunião, tudo.

Outro ponto que eu gostaria de dizer: larga essa cobrança. Relaxa. Pergunta, olha, fique curioso. É um ambiente de pura aprendizagem. É um ambiente ótimo, de muita humildade e de respeito. As pessoas são sempre incríveis. O corpo de professores e da SingularityU está sempre ali para te ajudar.

E, impressionantemente, a turma também. No último dia todos se soltam! Faça antes. Aproveita, porque esse negócio vai te transformar e vai te fazer melhor.

Eu diria até para aquele Luciano que ele sairá melhor e muito bem.

Confesso que sempre penso em voltar e novas oportunidades. Eu sinto falta. É muito bom.

SU Brazil: Muita gente briga com o tempo, Luciano. Você não. Isso é fantástico! Você passa isso adiante?

Luciano: É um desafio e tanto, né?

Eu tento passar para os meus filhos. Com o mais velho eu trago de uma forma presente, principalmente sobre essa questão consciente do tempo. Acho até legal que os feedbacks positivos na escola são neste ponto, de tratar temáticas de uma maneira compreensiva e como ele é generoso.

Isso é muito importante e precisa ter equilíbrio. Não é fácil. Talvez até eu não tenha muito como digo aqui, mas sempre buscar isso é o mais importante, entende? E a relação do tempo é isso.

A partir do momento que começamos a entender que ele é o maior ativo que a gente tem, se torna muito importante para tentarmos equilibrar todas as nossas dimensões da nossa vida.

Algumas frases marcam minha vida e uma delas é: “perdendo tempo é que se ganha vida”. Parece simples, mas nos ajuda nas piores situações possíveis e que já me ajudou muito. Então, nos momentos que são duros e sem alternativa, ela traz a ideia de sair da situação, fazer outras coisas e tirar o foco.

Desconectar é importante. Tenho um líder que sempre fala para “dar uma espairecida” ou “tomar um café”. Um looping de pensamento dificilmente dará certo. Precisa perder esse tempo, para ganhar vida e fôlego. É muito importante ter isso na nossa vida e, por isso, equilibrar.

Com meu filho mais novo ele está aprendendo a equilibrar tudo: do esporte e até a família. É uma gestão de prioridade. É algo que eu tenho comigo, como falei lá no começo sobre o trabalho. As prioridades mudam, mas é necessário ter isso em mente e perceber como estamos usando nosso tempo com isso.

É muito importante. É um desafio grande, mas a melhor forma é a gente sendo a gente e sendo verdadeiro nisso. Talvez as pessoas não recebam muito bem isso, em certos momentos, mas, com o tempo, entendem o valor disso e das nossas prioridades. Eu acho isso crucial e faço isso com meus pares, família, lideranças, time… Precisa ter esse cuidado.

Talvez a única coisa que a gente precise refletir sobre o mundo corporativo, de uma maneira geral, é que estamos muito nestas atividades técnicas e entregas. Porém, como podemos equilibrar isso com o humano? É um pouco o que eu digo da fase: despluga um pouco. Sai da planilha/reunião. Pensa um pouco e volta para o trabalho.

Ficar no piloto automático do cotidiano vai te sugando e perdemos essa capacidade. É preciso voltar e entender esse equilíbrio. Como lidar com o tempo, o precisar fazer, o ser humano, o cuidado… Tudo isso… É fundamental conseguir dar harmonia para isso.

E precisamos ser nós nisso. Não dá para cumprirmos um papel. Se estamos só nisso, perdemos tempo e somos apenas funcionais. Nos perdemos. Precisamos ser genuínos e nós 100% do tempo. Não tem um Luciano do Itaú, o Luciano Pai… Não. É preciso que sejamos nós mesmos na totalidade e equilibrar isso com os processos que são necessários.

Mas é assim que se aproveita o tempo e, em uma vida finita, é o mínimo, não é?

Por isso, outro ponto, é parar no final do dia e pensar: “Está valendo a pena? Faz sentido para mim?” Se sim, segue. Se não, é necessário retornar, acertar expectativas, talvez mudar algo, mas seguir com a atividade.

Espero que meus filhos entendam isso e vejo nas interações que isso é bem presente. Então, passar isso é muito importante.

SU Brazil: E quem é a pessoa que deveria fazer o EP?

Luciano: Acho que não há um perfil definido e isso é bem rico.

Tem uma diversidade presente importante e as possibilidades são bem diversas. É possível trazer ângulos diferentes.

Minha sugestão é que a pessoa tenha um nível de maturidade, como pessoa e como profissional, grande. O nível de conversa é bom. Os assuntos são profundos, o entendimento do mundo corporativo é alto. Então, é necessário ter este conhecimento.

A questão é o nível adequado sobre o conteúdo e experiência. De resto, como empresário, executivo, gestor… Seja quem for, caso tenha um nível de maturidade, vai dar certo.

E, claro, precisa querer mais. Pensar em desenvolvimento e melhora é algo crucial e a pessoa precisa querer transformar o Brasil e o mundo de uma maneira melhor. É até o propósito do programa, então é preciso que a pessoa esteja aliada a isso.

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“O EP permite que você consiga refletir, olhar o futuro e escolher o caminho que quer trilhar”

Saber o que queremos é uma questão extremamente difícil. Além dos nossos desejos, há diferentes atravessamentos produzidos pelo contexto social que nos afeta. Lidar com essas exigências, por vezes, se torna difícil se não nos conectamos com a nossa essência.

Eliminar ruídos, saber se ouvir, ter concentração e saúde para se entender são questões sérias e cada vez mais estamos percebendo a criação de inúmeras mentorias de autoliderança por isso: se tornou uma necessidade no mundo de hoje, por conta de sua escassez e difícil acesso.

Lidar com as pressões sociais não é algo fácil. Tomar decisões é algo que parece talento, mas não se trata apenas disso. É exatamente o que Sergio Maria, hoje VP – Innovation and Digital Transformation da CNN, nos convida a refletir com sua entrevista para o Especial 10 edições de Executive Program da SingularityU Brazil.

Por decisões pensadas e medidas de acordo com seus objetivos, Sergio deixou o Google, em 2018, para cuidar do seu bem mais precioso: sua família.

Depois passando pela Globo e chegando à CNN, o especialista em inovação tecnológica salienta algo mais importante ainda nessa construção de carreira: ouvir quem está ao nosso lado, que quer o nosso bem e nos conhece – em alguns momentos, mais do que nós mesmos.

Com calma e didática, Sergio mostra muita clareza em cada palavra que reverbera neste texto. Além disso, ressalta a importância da tomada de decisão, ao mesmo tempo em que se lança às novas oportunidades de trabalho, que ocorrem em paralelo com seu desejo de vida muito mais próximo e benéfico aos filhos.

Tudo se construindo com a utilização de uma resiliência genuína, que aparece ao nos contar cada passo das decisões difíceis tomadas, “porque é muito melhor lidar com a decisão tomada do que as não-tomadas”.

Neste compartilhamento de questionamentos que os momentos de decisão nos traz – que poucos conseguem ter entendimento-, Sergio nos ensina que a temperança, clareza e compreensão, aliada aos cuidados e princípios, são poderosas estratégias para exercer nossa inteligência e garantir uma vida riquíssima nas mais variadas dimensões da nossa existência.

Esse papo, na íntegra, você acompanha abaixo!

Sergio Maria trabalhou por 12 anos no Google e foi responsável pelas inovações na área de informações e notícias que a plataforma mostrou nos últimos 10 anos.

SingularityU Brazil: Por favor, se apresente para todos!

Sergio Maria: Eu sou o Sergio, mas todo mundo me conhece como Sergio Maria. Sou homem branco, privilegiado, pai de três meninos e casado com uma mulher incrível. Me considero uma pessoa feliz!

Se eu pudesse dizer algo que gosto, diria que é olhar e refletir sobre o futuro. Fiz 50 anos no ano passado (2022) e teve uma mudança muito importante na forma de ver a minha vida. Gosto de trabalhar com pessoas e me considero uma pessoa tranquila.

SU Brazil: Qual mudança foi essa aos 50 anos, Sergio?

Sergio: Eu vou fazer uma metáfora aqui e espero que entendam. Aprendi isso na psicologia, na verdade. Quando o Sol está na maior distância da Terra, se chama afélio, depois, quando se aproxima, é dado o nome de periélio. Esse movimento é o que caracteriza o nosso ano, mas é também uma maneira de entender como lidamos com a nossa vida.

De forma bastante superficial, nosso movimento com a nossa essência acontece desta mesma maneira. Até os 40 anos a gente está chegando no afélio, na parte mais longínqua da nossa essência, tal como o sol: sempre tentando olhar para fora, ou seja, produzir, estudar, gerar patrimônio e tudo isso.

Depois, retornamos para próximo de nós mesmos. Após estas conquistas, começamos a olhar para algo mais próximo da gente, a nossa essência: o querer fazer o que gosto, viver feliz e tudo mais. Hoje, acredito eu, que estou nessa fase, aos meus 50 anos.

De fato, essa mudança aconteceu um ano depois do Executive Program da Singularity Brazil. Coincidiu com os pensamentos e com os horizontes de transformação. Acho que o EP teve uma participação grande nesta reflexão, junto com a pandemia também. Eu mudei bastante minha forma de olhar a vida e a minha própria existência neste momento.

SU Brazil: E você está gostando deste momento?

Sergio: Eu estou gostando sim. Estou muito feliz. Muito feliz mesmo. O antigo fundador do Google X fala em um podcast sobre esse momento, que para ele chegou aos 27 anos. Lá ele menciona o quanto foi privilegiado ao ter isso aos 27 anos e poder ter essa mudança de olhar, mesmo em uma empresa que mudou o mundo.

Ultimamente ando percebendo que a vida te dá sinais ao longo do tempo, mas muitas vezes temos dificuldade de enxergá-los, porque nossa atenção está em outras questões. Para mim, o ponto de mudança muito importante foi o trabalho.

Eu sou uma pessoa calma e tranquila, em um geral. Um dia em casa, no final de semana, que jurava estar bem tranquilo, meu segundo filho disse: “Papai, você tá nervoso”.

Eu realmente não achava. Não estava tendo uma reação nervosa, mas o jeito que eu me movimentava mostrou que eu me sentia assim. Achei interessante esse acontecimento por duas coisas: uma criança, de 7 anos, conseguir entender este sentimento, que não é fácil; e foi um recado.

De fato: eu estava fazendo várias coisas e não me sentia satisfeito com a maneira com que tudo foi se construindo. Então, tentei mudar. Estes foram alguns sinais que estou dizendo que devemos sempre estar atento. Quando estamos lá no afélio, no ponto mais distante da nossa essência, fica difícil olhar para tudo isso e nos entender. Por isso é importante prestar atenção e ouvir o que a vida nos mostra.

SU Brazil: Que inteligência emocional do seu filho, não?

Sergio: Sim… O mais engraçado é que ele tem uma facilidade em falar sobre isso. Dos três, ele é o que mais gosta desse assunto e sempre tem ótimos pontos para manifestar sobre estas questões. Ele nos percebe. É algo bem legal.

SU Brazil: Muito bacana! Aproveitando, e como era sua vida antes desse entendimento?

Sergio: Bem, eu tive algumas mudanças na minha vida. Todas as transformações que temos em nossa existência acontecem em pequenos passos e não são abruptas.

Elas ocorrem igual a disrupção: acontecem lentamente e de repente você vê o produto disso. É um “vem acontecendo e está acontecendo”. Para mim, vários sinais foram mostrados até chegar no Executive Program da SingularityU Brazil, onde várias outras questões apareceram para mim.

Antes do EP, eu fiz vários cursos. Fiquei 12 anos no Google e chegou o momento, em 2018, de internacionalizar, afinal, minha cadeira não se comportava mais apenas aqui.

O turbilhão de pensamentos é grande: ir, ficar, entender o que quero, as possibilidades. Estava olhando outras posições na Europa e tudo caminhava: conversei com vários amigos que estavam lá; já havia morado fora quando menor; olhei escolas para meus filhos -; e sondei tudo que você puder imaginar para morar com a família.

Mas, um dia eu sentei para jantar em casa e questionei: por que estamos indo?

Uma pergunta básica: “mas, Por quê?”

Todos tiveram quase a mesma resposta: “Não sei… Apenas estamos indo…”

Depois veio um sonoro: “mas não precisamos ir…”

Foi o primeiro momento que decidimos juntos. Confesso que foi muito difícil.

Lembrei da poesia da Cecília Meirelles “Ou Isto ou Aquilo”, um dos primeiros poemas que li quando menor e ele remetia a este momento, porque é sobre a escolha.

O que acontece com uma escolha? Há sempre uma renúncia. Esta é a parte mais difícil dessa decisão. Muitas vezes a gente pensa na renúncia mais do que na própria escolha e, então, tive que fazer dessa renúncia a própria escolha.

Abri mão de 12 anos no Google. Não se tratava apenas do trabalho, mas tudo que vem com isso, afinal, não era meu desejo sair do país.

Eu já estava com 45 anos. Naquele momento começou a vir todos aquelas questões de etarismo e pensar sobre meu lugar no mercado, onde arrumaria um emprego e tudo mais. Todos os medos passaram na minha cabeça. Mas era o momento correto e certo para deixar a empresa.

No meu plano de família não cabia a internacionalização, ainda que fosse um plano de carreira interessante. Tomamos a decisão e eu saí da empresa. O mais interessante foi a perspectiva que eu criei sobre inteligência fora do Google.

Quando estamos imersos em uma coisa é difícil olhar para fora e entender o que as outras pessoas estão fazendo. Mais complicado ainda é cultivar tudo isso. Quando saí, a primeira coisa que mais me chamou atenção foi ver outras ações riquíssimas e que eu poderia me encaixar tão bem quanto era na empresa.

Por isso fui conhecer outras coisas: estudar, principalmente em conselho administrativo; procurar cursos diferentes; entender mais do universo de fintech.

Pensei mais nessa parte de tecnologia porque eu a adoro e queria estar ligado a algo transformador, então fui explorar a tecnologia em outros mundos. Neste período, eu tive um convite para ir à Globo fazer uma transformação da organização.

O projeto chamava “Uma só Globo”, que tentava aglomerar TV aberta, fechada e streaming. Eu fui fazer o desenho para integrar as áreas de publicidade convergente de todas essas áreas.

Eu fiquei três anos trabalhando por lá. O interessante é que na época, eu fiz o curso de conselheiros e fui indicado para dar uma entrevista ao Financial Times.

Nela eu falei sobre transição de carreira e foi interessante porque nem sempre a gente encontra alguém que está disposto a abrir mão de uma história, principalmente em uma empresa do calibre do Google.

Então eu falei sobre essa situação: a troca, o desafio da Globo no momento e o meu próprio nesta nova jornada. Na minha saída do projeto, eu fui reler os meus objetivos do primeiro dia e estava vendo se era coerente, se não contei tanta projeção mais do que concretude. Não era o caso. Conseguimos montar algo bem legal por lá.

Foi nesse período que meu filho disse que eu estava nervoso. Eu fui para fazer a disrupção: passei um ano construindo o projeto e depois mais um ano implementando. Mas, como todo o processo de instauração, muda muito a vida de várias pessoas. É onde aparecem as barreiras.

Então, na minha reflexão hoje sobre o entendimento que me deixava nervoso, era um pouco esse ponto: eu passava 80% do meu tempo explicando o porquê de fazer os outros 20%.

Isso não torna a situação fluida. As ações se tornam mais complicadas do que já são e é um pedaço do meu trabalho que não me fascina, não colaboro tanto e não ajudo tão bem. Meu negócio é criar e mostrar às pessoas. Toda essa ação vem com um desgaste emocional grande.

Esse trabalho de gerar aliados, engajar os outros, é algo emocionalmente desgastante para mim. Quando você faz isso 80% do seu tempo, por muito tempo… Enfim… Não é para mim. Não era esse o meu desejo. Tive um papo aberto e tranquilo com a organização e disse: minha escolha é não ficar doente, então vamos fazer uma transição.

Foi bem tranquilo este momento. Porque, voltando à situação, eu entreguei ao que me propus a entregar. Fiz uma mudança grande em tecnologia.

Tudo isso aconteceu entre 2019 e 2022.

Antes disso, de 2018 até 2019 foi a transição do Google.

O Executive Program está ali, em 2021, depois da transição do Google e neste processo da Globo. Já um pouco nesse movimento de tentar olhar além da situação, afinal, o EP te dá amplitude. O curso te coloca uma lente para você conseguir ter um olhar diferente em um monte de processos do dia-dia, que normalmente não estamos dando a devida atenção.

Você só vai conseguir ter isso se tirar o constante vício das perspectivas que nosso cérebro cria e isso é muito difícil. Por isso a imersão ajuda: te distancia deste vício perceptivo e permite olhar para outras questões que não estão sendo percebidas.

É algo que é a essência do EP. O Executive Program permite tudo isso: olhar para o futuro; conseguir olhar para dentro de si – no periélio, como estávamos falando sobre as fases que temos em olhar para nós mesmos -; enxergar o passado; pensando no que fazer de diferente; em prospectar caminho que não foram pensados…

Porque nós precisamos decidir as coisas hoje. Será apenas dessa maneira que o futuro se tornará diferente. Precisamos alcançar e beneficiar várias pessoas. Há vários problemas que precisamos enxergar como oportunidades e fazer coisas boas para impactar milhões de pessoas. Alguém precisa se apaixonar por isso e fazer.

O impacto do Executive Program é imenso. Traz outra vivacidade e aprendizado para olhar tudo de outra forma. Quando isso se chocou com a história do meu filho, eu vi que deveria parar com aquela lógica que tinha antes do trabalho.

SU Brazil: Que fantástico! E como você chegou até o Executive Program da SingularityU Brazil?

Eu conheci a Singularity University Brazil pelo Google, na verdade, na Turma 1 do Executive Program, porque a empresa participou da fundação.

Na época, eu conheci alguns amigos e eu sempre fiquei muito curioso para fazer o curso. Mas é aquela história: é difícil parar para fazê-lo, até que chegou o momento.

Confesso que fiquei muito na dúvida se faria o global ou do Brasil. Acho que várias pessoas pensam nisso e acham que o internacional é melhor do que o da aqui.

Mas eu dei o voto de confiança.

Olhei e vi que tinha os professores do mundo todo, mais os brasileiros e estava parecia acoplar as melhores partes do global. Mais tarde, pensei que era a decisão certa principalmente por conta da conexão com a nossa realidade cotidiana. Então, decidi fazer o Executive Program da SingularityU Brazil.

E foi uma ótima decisão.

De fato, foi espetacular. Tiveram algumas questões diferentes relacionadas aos assuntos, mas aprofunda a vivencia e os desafios que a gente tem no Brasil. Isso é ótimo. Além disso, a turma também foi muito boa, com um networking extremamente interessante.

Na minha cabeça, já estava preparado caso não gostasse do Executive Program da SingularityU Brazil: faria outro. Mas eu não me frustrei e não foi necessário.

Muito pelo contrário: a experiência foi muito boa. Fiz muitos amigos, me aproximei de várias pessoas, como o Reynaldo Gama, Guilherme Maciel. Me conectei com vários executivos e consegui achar várias mentes para tocar novos projetos e desenvolver novos pensamentos. Foi muito interessante.

SU Brazil: O que você recomendaria para a pessoa que vai fazer o EP?

Acho que todos que chegam para fazer o Executive Program, chegam de mente aberta. Mas, acho que precisa ser mais…

Precisa ir de coração aberto.

Precisa ir para viver a experiência. Não pode ter medo de se expor, porque quando você faz isso é o momento que você cria vulnerabilidade e oportunidade para o vínculo.

Acho que precisa ter esse coração aberto, para refletir e pensar sobre tudo, então: o que você quer fazer daqui para frente? Independente da idade que tem hoje. O que quer fazer nos próximos anos? O que pensa nos próximos 30, 50 anos? O que você quer deixar para traz?

Acho que esse é um pensamento bacana para te ajudar a aproveitar o EP: Curta o tempo com as outras pessoas, seja coração aberto, porque você vai descobrir medos iguais, desafios iguais, problemas semelhantes…

Acho que a gente cresce muito mais quando há troca e estamos conectado emotivamente, principalmente em volta do que a gente emite. A gente consegue se ajudar nisso. Acho que o despertar funciona assim, entendendo o que nos move de verdade. É o principal pensamento. Talvez até uma pergunta: o que te move?

SU Brazil: Você sempre teve essa capacidade reflexiva e de resiliência, até se preocupando em enxergar o além do que se apresenta?

Para ser sincero, sim… Eu sempre fui assim e extremamente calmo. Sempre pensava, entendia como as coisas poderiam acontecer e de que maneira perseverava.

Na pandemia, quando tínhamos reunião por vídeo, as pessoas até falavam: “Sergio, você é muito calmo. Um caos com três crianças em casa, pulando no sofá e você lida com paciência. Você vira e conversa com eles, sem uma veia saltada e nada. É impressionante”.

Então, eu sempre fui desse jeito. Tem pontos negativos e positivos desse comportamento, mas sempre me ajudaram muito.

Eu sou muito didático, por exemplo. Durante minha trajetória de vida, quando enfrentávamos os problemas complicados, muitos pediam para eu ser o palestrante, porque eu era um dos poucos que conseguia traduzir e trazer aquela complexidade a uma maneira tangível e mais simples.

Isso aconteceu na Globo: quando apresentei para o comitê executivo, que se tornou o conselho, eu mostrei uma visão sobre a publicidade nos próximos cinco anos, contendo onde ir, como ir e o que precisava ser feito.

O feedback foi interessante porque era ambicioso, mas tinha um caminho. Afinal, pensar em ir para a Lua é fácil, mas o que a gente vai fazer amanhã para isso? Precisa de foguete, rota, combustível… São n fatores para que as coisas aconteçam.

Então, parte desse meu jeito ajuda a fazer pequenas coisas, além de descobrir outras ao longo do caminho e seguir um direcionamento melhor.

SU Brazil: Que fantástico! E, nisso tudo, o EP ocorreu um ano antes de você sair da Globo. O que estava maturando em você neste momento?

Isso. Eu sai em junho de 2022.

Sinceramente, tem algo que está na minha cabeça, mas não consegui maturar muito ainda. Mas quero fazer algo com educação. No Executive Program eu lembro que isso ficou me atravessando por muito tempo. Me afetou de verdade ficar pensando nisso.

Lembro de olhar algumas coisas, com o Leandro Mattos. Fiquei pensando sobre a questão do autismo e seus potenciais de altas habilidades. Isso está muito ligado ao que penso, em como detectar isso e ajudar no desenvolvimento.

Ali foi onde criou essa conexão. Pensei muito sobre isso ser muito maior do que parece. Lembro de uma estatística, que deve ter mudado já, mas quando o projeto do Leandro começou, no Sul, identificou quem poderia ter algum grau do espectro autista ou potencial de altas habilidades – prefiro esta palavra do que gênios.

Nessa prospecção, perto de 20% das crianças tinha um potencial de alta habilidade na pré-escola. É um número ridiculamente grande. Imagina o tanto de talento que teríamos com tudo isso, caso desenvolvêssemos todo seu potencial ao longo do tempo?

É possível mudar um país ou até um mundo em pouco tempo. Mas, quando chegam na faculdade, há menos de 1%.

Por que isso?

Bem, ao longo do tempo, a escola foi matando este potencial, porque não foi desenvolvido. Não só a escola: a sociedade como um todo, família… Todo o contexto vai reduzindo a pessoa, achatando sua potencialidade e a realidade vai sendo cruel…

Então, algo que farei ainda é olhar para todo este potencial, entendendo como a gente ajuda a desenvolver estas crianças. A ideia não é criar uma “Escola de Gênios”, porque você segrega mais do que inclui. O principal é entender como você dá oportunidade para que aquela criança, que tem um potencial grandíssimo de fazer algo, não o perca Acho que isso foi algo que sofri na escola, para ser sincero.

Tive um momento de perda de interesse pela escola, no 2º ano do ensino médio, por falta de motivação e de entendimento para ajudar a desenvolver as habilidades que me motivavam a continuar estudando.

Lembro da minha família me questionar: “Por que, Serginho? Como isso?”. Sempre estavam ali por mim, mas eu só tinha perdido o interesse. Não houve algo grandioso, ou uma catástrofe.

Então, é aquela coisa: a gente só se apaixona pelo problema quando estamos próximos. Eu tenho pessoas próximas com esses potenciais e eu quero ajudar no desenvolvimento deles. Os ajudando, eu consigo ajudar outras pessoas.

SU Brazil: E o que você anda pensando sobre o assunto?

Sergio: Eu sinceramente tenho mais dúvidas do que respostas.

Eu tenho uma amiga, chamada Carolina Videira, fundadora da Turma do Jiló, e ela é uma referência de educação inclusiva. Ganhou até alguns projetos na ONU.

Quando eu estava nesse processo, pensando sobre construir algo na educação, eu conheci a Carol. Lembrei de falar sobre esse desperdício de talento que temos no Brasil.

O Leandro Matos fala disso e destaca o quanto conseguiu dinheiro dos Emirados Árabes Unidos para a startup dele, que começou a fazer essa análise. Porque naquele país o principal produto é o petróleo, que vai acabar em 80 anos, então precisa desenvolver ciência. Para isso, precisa de cientistas. É um país de imigrantes, então vão às escolas para descobrir crianças com potencial para que a família crie raiz lá. É muito mais caro você importar um cientista e criar uma base lá. Por isso olham com pessoas mais novas.

Eu tenho certeza que esse é o caminho. Acredito que precisa ser, inclusive. Estes talentos entendem o mundo de forma diferente, pensam de maneira distinta e é preciso dar os estímulos certos, de uma forma que entendam bem e possam se beneficiar disso.

Então, por conta dessa complexidade, a ideia é criar caminhos para estimular e desafiar estas crianças, na tentativa de criar e desenvolver aquela potencial habilidade que tem.

Ao mesmo tempo, precisa pensar quem pagaria por isso e precisa ter um contraponto social. Afinal, é algo caro. Nos Estados Unidos tem uma escola que faz isso e custa U$1000 por mês.

Aqui é diferente, mas a ideia seria que alguém que pudesse pagar acabaria financiando alguém que não tem condição. Essa é a minha ideia macro e eu dividi isso com a Carol na época. Ela achou incrível e ficamos por desenhar nisso.

O momento é de caminhos diferentes, mas, eventualmente, voltaremos a isso, só precisamos de um pouco mais de tempo. A ideia vai amadurecendo, enquanto isso. Está aqui comigo.

No dia a dia o pensamento me pertence. Em algum momento, acho que vai acontecer. O chamado está aí e sempre vai aparecer. Ficará maduro e vou conseguir me dedicar a isso. Acredito também que dá para fazer duas coisas ao mesmo tempo, por que não dá para apenas esperar por tudo isso, né? Se não, não crescemos nunca.

SU Brazil: Enquanto isso vai maturando, você está no IBGC e na CNN, certo?

Sergio: Isso!

Eu fui para o caminho da inovação, de olhar e entender quem podem ser os principais agentes de mudança no futuro. Tento entender como isso afeta nosso cotidiano e como pode criar oportunidades, além de desafios para as empresas.

Dentro do conselho tem muito disso. Precisamos olhar essas administrações de outra maneira, que não seja apenas por olhos da balança financeira. Hoje precisamos de diversidade, mas poucos pensam o futuro.

Um exemplo simples: em um curso do “Thinking For The Future”, pensamos na questão climática. Conversávamos e tocamos no ponto da mudança de 1° da temperatura do planeta, porque isso fará com que mude várias condições de doenças no mundo.

No Brasil, essa conversa ainda não existe, mas nos impactará. Podemos olhar, por exemplo, sobre a questão da febre amarela. Hoje é na Amazônia onde há casos e todos tomam vacina. Com uma mudança de 2,5°C na temperatura terrestre, a febre amarela não vai ocorrer mais na Amazônia. Ela começa a aparecer no sudeste e isso muda completamente a situação do país.

Então, se alguém está montando um hospital, especializado em febre amarela, a Amazônia não é mais o lugar para isso, o que parece óbvio hoje. O lugar correto para ele, no futuro, seria nas zonas entre o sudeste e o norte. Por isso, precisa entender outras questões que nos afetam para tomar decisões e não tomar o caminho errado.

Além disso, fui convidado pela Federação das Industrias de Minas Gerais, para participar de um Comitê de Tecnologia e, por conta de todo o acolhimento e estudo na faculdade, estou os ajudando, devolvendo esse investimento.

A tentativa é aproximar estudantes da indústria mineira. A ideia é criar raízes para as pessoas, mostrando que não precisa sair de Minas Gerais, como eu fiz e várias pessoas fizeram. Dá para ficar, caso alguém queira e terá trabalho e boas condições de vida e estudo.

No IBGC, após alguns cursos, faço parte do comitê de Futuro da Governança. Lá tratamos de olhar para frente e compreender a governança das empresas, com tantas atualizações e transformações. Então, não se trata apenas de conselhos, mas da governança que a empresa estabelece. Afinal, o jeito que trabalhamos e a maneira que a inteligência artificial participa dos nossos processos se transformará.

Para você ter uma noção, existe uma empresa chinesa que tem uma inteligência artificial como CEO. Você pode pensar que é uma startup, mas, na verdade, é uma empresa que fatura bilhões de dólares.

Exatamente isso, a organização nomeou uma inteligência artificial como CEO, então: o que isso muda? O que pensam? Como isso afeta a organização? O que precisam se preparar para lidar com isso? É disso que se trata este comitê.

Ao mesmo tempo, saindo do EP, eu participei de um fundo de investimento que veio para o Brasil. Chama NIU.Ventures, que é Very Early Stages startups, que tem como base a tecnologia. Participo com mentorias e estratégias. Tem funcionado muito bem.

Há 4 meses eu fui para a CNN, para ser consultor de inovação. Estamos nesse desafio de olhar para a indústria de notícia, que é a mesma há tanto tempo, e passa por tantos desafios tentando falar com gerações diferentes.

As versões, o tipo de notícia, as construções diante das polarizações e o jeito que o público se conecta, hoje, é um desafio. É muito bom estar próximo disso.

Afinal, além de tudo, tem um propósito. Notícia é ainda o que mantém democracia no mundo. Então, creio ter um propósito de fazer funcionar e ficarei muito feliz se der tudo certo. O dia que meu filho começar a olhar para a CNN e não achar que algo apenas dos mais velhos, eu vou ter certeza que consegui mudar um pouco o desenho da notícia.

SU Brazil: Em algum destes locais você acha que te ajudará com seu projeto de talentos?

Sergio: Vai. Tenho certeza. De novo, a gente volta sempre à escolha.

Eu acho que um ponto crucial é ter tranquilidade e se preparar para isso, porque quando você coloca o desenho da empresa no papel, fica lindo, em um ano funciona. Mas, a gente sabe que não é assim.

Às vezes, um projeto dura 4 ou 5 anos para começar a dar certo. Então, você precisa preparar sua vida para um horizonte de 5 anos de dedicação. Neste momento, será necessário abrir mão de outras coisas e precisa ter recurso neste momento.

Eu estou me preparando para ter tudo isso. Mais ainda para garantir tranquilidade, para mim e para minha família. Inclusive, todo mundo estará preparado para abraçar isso junto.

Acho que em determinado momento isso vai acontecer e eu vou me dedicar a isso. Se não der certo, eu faço outra coisa novamente. Mas é uma mudança muito grande que exige cuidado e organização.

SU Brazil: O Executive Program te ajudou nessa organização?

Sergio: É uma conjunção de fatores, para ser sincero. Talvez se eu não tivesse feito o EP, isso iria aparecer muito mais tarde. Mas acho que foi um pouco de começar a olhar o cenário e entender os sinais que estavam chegando para mim.

O momento de imersão e as mudanças também nos fazem refletir de forma diferente, afinal, tentei descobrir coisas novas. A transformação provoca tudo isso.

Então, acho que a transição foi muito importante. Me trouxe uma série de questionamentos, medos, anseios e oportunidades, ao mesmo tempo que o EP ajudou a olhar para lugares que não estamos acostumados, abrindo caminhos diferentes.

Acho que foi uma conjunção disso tudo que formou aquele momento de epifania, em que a gente entende quase tudo e nos abre para mais outras questões, mas muito mais norteadas. Não é tão fácil entender quando está tudo ali confuso e ao mesmo tempo te dando estímulos bagunçados.

Para inibir essa confusão e conter o anseio, uma das coisas que eu fiz, nas duas mudanças de Google e de Globo foi anotar o que eu não quero fazer.

Na tendência natural, você volta para o que você quer. Existe uma “conservação” que nem sempre é boa, mas nosso cérebro lida como “segurança”.

E eu mudei: queria entender o que não faria, mesmo que conseguisse fazer. Para as outras coisas eu estou aberto, mas há coisas que eu sabia que voltaria para o mesmo lugar em que eu estava, então não gostaria.

Vou conversar, agradecer, indicar, mas não vou cair na tentação e na ansiedade de ganhar dinheiro, entrando naquele “rolo compressor” do que deve fazer. Eu escrevi o que não ia fazer.

Isso foi muito importante.

Acho que tomei decisões boas, fiz projetos que gostei. Muito do que construí no Google e na Globo, vejo que consegui aplicar e tinham estes “nãos” em certo momento. Percebo o quanto estou construindo na CNN, mesmo com isso. Então, são decisões importantes. Talvez eu não estivesse tão feliz se tivesse aceitado outras coisas, sem reconhecer o que não gostaria de fazer.

Quando tocava o telefone, aquela lista que me norteava. Eu respirava, pensava, ligava para as pessoas, conversava e pensava bastante. Porque existe a tentação, o medo. Ainda mais com família.

Olhar o ambiente, pensar que era menos receita entrando, só deixando o dinheiro ir, porque nada entra… Gera uma ansiedade, claro. Por isso precisa se preparar, organizar. Principalmente porque a economia é diferente.

A parte do “não quero” foi algo extremamente importante, principalmente para me dar clareza e saber o porquê das escolhas. Passei olhar também para outras coisas, em pensar nos outros universos que existiam, entender como poderia chegar a eles e que talvez tudo isso poderá me ajudar lá na frente, pensando no meu propósito e o que eu quero fazer.

SU Brazil: Quais eram os medos nestas duas mudanças?

Sergio: Olha, elas foram bem diferentes uma da outra.

O Google foi quase uma escola para mim. Quando entrei havia 60 pessoas no escritório e, no ano em que saí, já computava mais de mil pessoas na América Latina.

É natural fazer movimentos, então ou mudava de área e ficava aqui mesmo ou eu iria internacionalizar. Nem sempre há outras áreas nestes momentos cruciais e não havia um caminho aqui, por isso a empresa me ofereceu fora do país.

Eu não fui porque não queria que meu filho mais novo crescesse fora do Brasil. Talvez, se fosse 5 anos depois, eu teria aceitado e tivesse feito algo diferente, mas isso não é uma frustração. É apenas uma escolha.

A renúncia é muito grande, mas foi por conta do momento de vida, por olhar de outra maneira e entendendo que aquela situação poderia ser um sacrifício para a família. Não era necessário.

É uma oportunidade? Sempre é. Mas, na balança que colocamos, não cabia. Por isso precisou da conversa. Decidimos não ir, construímos outros caminhos e conversei com os meus filhos sobre isso.

A conversa foi franca, eu disse que entraríamos em um período de “vacas magras”. Primeiro foi uma ‘choradeira’, porque falavam do “pai sair do Google” e tinha essa importância do “pai trabalhar no Google”.

O mais novo entendia um pouco mais e disse: “Vaca grande eu não gosto, é feio. Gosto de vaca magra. Está tudo bem”. Fazendo uma brincadeira com a situação e seguiu bem com isso.

Já o mais velho me perguntou: “O que é um período de vacas magras?”.

Eu falei novamente sobre as escolhas: “O período das vacas magras é aquele que não dá para fazer tudo o que queremos, quando queremos. É um período que temos que fazer escolhas que são importantes, para fazermos mais coisas que são importantes para nós”.

Ele é muito ligado em futebol e disse: “Mas eu vou poder comprar a chuteira do Messi?” e essa foi a dor do momento para ele: aquela chuteira nova, que todos querem.

E eu disse que iria ter, afinal, é para o futebol e é importante. É a escolha dele e vamos fazer. Então respondi: “Olha, não vai ser a última do Messi, mas será outra que vai resolver sua situação”. Isso o tranquilizou.

Quando falamos sobre férias foi exatamente a mesma situação de escolhas. Viajamos para a casa da vovó, uma coisa diferente, que nunca aconteceu e foi maravilhoso. As transições geram essas mudanças que são benéficas para nossos vínculos.

Outro ponto foi a minha maior decisão foi viver muito.

Eu quero viver bastante e não quero ser estatística. Quero viver bem. Essa é um tipo de decisão que precisa tomar antes.

Eu li um livro que se chama “Outlive: The Science and Art of Longevity”, do Peter Attia, que fala sobre a medicina e diz sobre a tomada de decisão para viver muito. Afinal, o que você faz hoje será cobrado no futuro.

A medicina trata para te dar uma sobrevida. Às vezes, com uma qualidade questionável. Eu não quero isso. Por isso, é preciso trabalhar antes para evitar este ponto e a decisão acontece 30-40 anos antes.

Hoje eu tomei essa decisão. Mudei meu estilo de vida, não deixo de fazer nada do que gosto, não há radicalismo, mas eu passo a olhar para as coisas de uma forma diferente.

Recentemente eu passei a usar um marcador glicêmico, porque os picos tem um impacto muito grande nos nosso metabolismo e gera uma série de outras coisas. A gente não sabe como funciona, porque os exames são em jejum, mas e o dia-dia?

Eu comecei a usar para entender que tipo de alimento me dá um pico glicêmico e qual não dá. É muito surpreendente. Para mim, comida japonesa dá um pico glicêmico absurdo, comparado com qualquer outra coisa. Talvez por conta do vinagre, sake, açúcar… Eu não tinha a menor noção. Foi extremamente importante para entender o comportamento do meu próprio corpo…

SU Brazil: Eu também não fazia ideia…

Sergio: Pois é! Eu achava que pizza que me dava um pico glicêmico e eu estava errado. Pizza é tranquilo de comer, mas a comida japonesa… Para mim é assim que acontece e cada corpo age de uma maneira.

Para você talvez será diferente. Porém, o interessante de entender isso e ver que não tem uma média para entendermos que estamos ela. Precisamos nos entender.

No livro diz que deveríamos usar 2 meses para entender como alimentação afeta nossa vida. Eu aprendi muito com isso. Uma noite mal dormida muda completamente seu pico glicêmico no outro dia. Isso me retornou para entender a questão das escolhas e como fazemos ela todo dia.

Tem gente que não gosta desse controle e tudo bem. Eu não quero entrar nesse julgamento. Eu não sou daqueles que dorme na hora exata, tem dias que dormirei mais e outros menos. Eu sei que será diferente, apenas isso. E é bom estudar para entender o que vou comer no outro dia, para piorar ou não essa situação. De novo: faz parte das escolhas.

Futuro se constrói com decisões de hoje. Depois que estamos vivendo o antigo futuro que agora é presente, só podemos tomar novas decisões para daqui 20 anos. Então, é preciso olhar para essas questões e entender suas escolhas.

A saúde foi isso para mim: eu quero viver muito, acompanhar meus filhos por muito tempo e é uma decisão que quero tomar agora. Se eu tomar aos 70, não vai dar certo.

Eu quero tomar essa decisão bem e chegar lá com qualidade de vida. Não precisa daquele sofrimento e nem perda para isso. Quando pensamos antes, ainda podemos escolher o nosso futuro.

SU Brazil: O que você diria para os ‘Sérgios’ de cada mudança, ali no Google e na saída da Globo?

Sergio: Eu acho que pensei tanto e refleti em vários momentos que hoje tenho clareza desses acontecimentos, tal qual como tive na época, mas de uma maneira diferente.

Porém, o que tenho para falar destes momentos é que: a decisão não-tomada é sempre pior do que a decisão tomada, mesmo que as renúncias sejam grande.

Eu acredito muito mesmo nisso.

Acho que todas as grandes e difíceis decisões, que tive ao longo da vida, deram certo, porque fiz o que precisa ser feito: se preparar, se cercar de pessoas do bem. Assim, as coisas, por alguma razão, seja ela qual for, tendem a acontecer. Eu me inclino a acreditar nisso e para mim funcionou. Foi o meu caso.

Adiar uma decisão por muito tempo é mais sofrida do que tomar uma decisão. Viver esse período dos anseios e medos faz parte, mas vão te abrir para pensar coisas diferentes que você não enxergava, simplesmente porque ainda não tinha momentos para enxergar outras perspectivas. Mas, é esse olhar diferente que te abre possibilidades.

Tomar decisão é isso. Pensava na questão de etarismo. Ganhava bem, mas eu sempre pensava em abrir mão disso tudo, por conta da minha família e tudo mais.

Acho que a outra coisa, que eu aprendi depois na segunda vez, é que a gente está pensando no que a gente quer, mas creio ser crucial entender o que a gente não quer.

Às vezes o que a gente não quer é óbvio, mas continuamos fazendo. Então, quando coloquei na minha frente, todo dia, o que eu não gostaria de fazer, foi importante para me ajudar a ter segurança nas tomadas de decisões que me levaram onde estou.

SU Brazil: Um dia você vai contar tudo isso para seus filhos. Você imagina como será essa conversa?

Sergio: Hmm… Pergunta complicada, mas eu diria que converso com eles diariamente. Sobre tudo. Todas as decisões que tomo eu converso com eles. Em casa conversamos sobre absolutamente tudo.

Acho que eles vão entender boa parte dessa história, mas eu penso mais na história que não será dita por mim, mas enxergada por eles no legado que fica. Eles vão viver e perceber isso.

Foi isso que eu falei sobre a Globo. O que se esperava em construir era fantástico e estar ali por 3 ou 5 anos era uma ideia, de deixar um legado. Completei 3 anos e vi que algo sólido ficou. Sempre busco estes olhares.

Muitas vezes quando falamos o que a gente é, é o que gostaríamos de ser e que os outros não enxergam em nós. As pessoas sabem o que somos. Eu acho que essa história, contada por pessoas ou até o enxergado por eles, de forma diferente, acho que vai ter um valor maior e vão entender de fato o que isso significa.

Agora, terão também outra coisa sobre experiência que a gente faz. Afinal, estamos juntos, temos experiência, partilhamos o que cada um gosta, ouve música junto, viaja junto…

Acho que isso tudo faz parte dessa construção. Uma coisa, para mim, que foi minha decisão de mudança, por exemplo, é que eu não tenho problema em trabalhar muito, mas tenho problema em ser escravo do horário.

Então, coisas que eu coloquei nos “nãos”: eu nunca vou mudar a agenda que tenho com os meus filhos por conta de trabalho. Foi uma decisão que tomei com eles.

Muitas vezes pediam entrevista em horários que eu buscava meus filhos da escola, caso não fosse possível mudar, agradecia a oportunidade, mas isso eu não abria mão. Este tipo de ajuste é importante.

É difícil. E muito!

Executar isso é complicado, mas você precisa impor limite no começo, porque se não deixa de funcionar. Se abrir uma exceção, na próxima não terá como dizer “não” e será uma regra. Por isso precisa bloquear a agenda e dizer que não pode. Precisa ter uma razão muito mais relevante para conseguir voltar a isso e que dê para negociar algo tão urgente quanto buscar meu filho.

Às vezes dá para fazer algo. Muitas vezes não. Aniversário do filho, por exemplo, não dá. Se é algo importante para eles, é injusto tirar isso de todos que estão próximos. Então, acho que é essa a importância do não.

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“Os não-envolvidos serão os agentes da mudança e que farão a diferença”, destaca David Roberts

O fim do Sest Senat Summit 2023 foi marcado pela palestra de David Roberts, expert global da SingularityU, com o estilo, empreitada e busca pelo engajamento global que dá um dos propósitos à vida do especialista.

Quando falamos de disrupção e inovação, sempre caímos nas amarras das impossibilidades e terceirizamos as soluções para instituições, sejam elas empreendimentos privados ou governamentais.

Porém, o empreendedor em série e expert da SingularityU destaca a necessidade de nutrir o contrário deste pensamento: engajar os não-envolvidos neste universo do empreendedorismo, com coragem e liderança necessária, para continuarmos produzindo mais agentes da mudança e produzirmos nossa diferença no mundo.

Para que isso seja possível, é necessário manter a diretriz de luta pelo propósito positivo social. Mudanças climáticas, questões de equidade, fome e sede no mundo podem ser transformadas e vão precisar deste auxílio diverso de diferentes indivíduos com papéis sociais distintos.

Em um certo momento do século passado, a camada de ozônio teve seu fim premeditado, como mostrou David Roberts. Porém, com a mudança dos usos de alguns produtos que danificavam essa proteção na atmosfera e consciência populacional, o processo foi revertido e hoje estamos mantendo estas condições para não voltar ao problema do passado.

Ao mesmo tempo, sempre deixamos claro que isso é uma condição e continuamos nosso projeto para que isso não ocorra. É um trabalho exaustivo, que exige nosso esforço e persistência.

Nesse sentido, o expert da SingularityU salienta a necessidade de compreender que, com as tecnologias exponenciais, o sonhar e desejar ainda é algo possível, principalmente para resolvermos e decidirmos qual maneira lidaremos com o futuro.

David Roberts marcou presença no Sest Senat Summit 2023 ao falar sobre coragem, disrupção e engajamento aos atores não-envolvidos nos processos sociais, que serão os principais agentes de mudança.

As “prisões mentais” como repressão ao nosso potencial

O expert global da SingularityU destaca o quão importante é compreendermos o que podemos fazer para causar um impacto positivo na sociedade. Para David, nos limitarmos ou reprimirmos nossos desejos de propósito global é apenas uma questão de condicionamento, mas que a mudança é possível em todos os meandros positivos da sociedade.

Os não-envolvidos, para David, não são necessariamente condescendentes. Na verdade, se trata de pessoas que não acreditam que são parte da transformação mudança e realização.

Em algumas linhas de psicologia, o nome disso é dado de “prisão mental/emocional” ou “gaiola mental”, que se define por limitar-se às crenças limitantes, preceitos e pensamentos que bloqueiam seu crescimento. Isso, em tese, não é um bloqueio físico, mas uma maneira condicionada do nosso cérebro reduzir suas ações e suas possibilidades de fazer.

Com o futuro, entendendo-o como questão do agora, é fundamental co-criarmos diferentes maneiras de poder produzir impactos sociais benéficos que envolvam os players não óbvio e envolvidos, mas que possuem o mesmo propósito.

Coragem, propósito e ideia são pontos que podem ser realizadas e há espaço para isso, mas exigem esperança e contínuo exercício da perseverança dos não-envolvidos, aliados aos já batalhadores.

Ao fim do painel, o convite feito foi de promover sustentabilidade e cuidar das questões essenciais para nossa sobrevivência. Mas, antes a isso, é necessário cuidar do coletivo e enxergar que há oportunidade enquanto houver pulsão de vida.

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“Algumas virtudes serão essenciais e precisamos entender seus porquês”, ressalta Carla Tieppo no Sest Senat Summit 2023

É uma questão natural entrarmos em Zonas de Conforto. Por conta da necessidade de conservação, psicologicamente temos o desejo de encontrar espaços para nos preservar e economizar energia. As questões biológicas do nosso corpo não são diferentes dos múltiplos seres da natureza.

Nosso cérebro trabalha dessa maneira e, em certos momentos, precisamos lidar com as armadilhas que este tipo de situação nos coloca. Não são os confortos que nos causam problemas, mas os padrões repetitivos, que muitas vezes podem não ser tão saudáveis quando se tornam um vício.

Por exemplo, a compulsão alimentar é objeto de estudo neste ponto. Desde o século passado, percebeu-se que o ato de comer demais é uma maneira de lidar com outras questões, que não tenham necessariamente relação com a comida, e acabam nos fazendo mal.

A pornografia, e o jeito pelo qual os indivíduos estão se satisfazendo com este tipo de consumo, é outra questão que vem sendo tratada como um problema há anos.

Ao mesmo tempo, Carla Tieppo, expert da SingularityU Brazil, ressaltou no Sest Senat Summit 2023, o quanto alguns padrões de comportamentos sociais e presentes em nossa vida estão se mostrando vícios contemporâneos silenciosos.

Em sua palestra “Neurociência, mudanças de mindset e desenvolvimento de habilidades em setor em transformação”, a especialista destacou a necessidade que as pessoas estão sentindo em estarem sempre conectadas e atreladas aos estímulos que a conexão proporciona.

A FOMO (fear of missing out ou medo de perder algo) aparece neste momento, em que a desconexão provoca uma angústia sobre seu posicionamento no mundo. Quando é colocada no mundo do trabalho, se trata de uma tensão prolongada e estressante, desemboca na Síndrome Always On, em que o indivíduo não alcança um estado de descanso e se perde em rigidez.

Carla fez questão de trazer este apanhado contemporâneo para destacar a importância de reconhecer estas relações que temos com o nosso corpo, pois são essenciais para um esclarecimento próprio. Além disso, ressaltou como essa habilidade também será necessária em um futuro próximo.

Carla Tieppo esteve presente no Sest Senat Summit 2023, com uma aula sobre virtudes desejadas no futuro

As virtudes necessárias nos próximos anos  

Em um certo momento da nossa história humana, ao alguém ser chamado de afortunado ou que possui fortuna, significava o quão virtuoso alguém era. Hoje, essa palavra lida como acúmulo de bens e capital. Aqui não é o caso.

O conceito de fortuna mudou durante os anos. Hoje, lida como acúmulo de bens e capital, esta palavra, principalmente na idade média e antiga, significava o quão virtuoso alguém era.

Carla recupera o sentido da palavra para alçar à consciência dos palestrantes o quão é necessário pensar em nós, entendendo que é necessário enxergar e explorar alguns manejos sociais, como virtudes no mundo atual. É dessa maneira que um papel afortunado no futuro pode ser alcançado.

A especialista destaca a importância da capacidade de organização que um indivíduo possui e em como isso será extremamente necessário no futuro. Com as transformações e disrupções, será necessário cuidar do indivíduo e o primeiro passo é dar clareza e ordenamento para os processos pelo qual está inserido.

Com este ordenamento e equilíbrio dos processos, é possível abrir espaço para uma condição de saúde mental e física. Novamente, caso haja algum empecilho extraordinário, é necessário ajuda, acompanhamento e quem possa auxiliar nesta construção processual. Do contrário, é a organização que dará condições para que o corpo se torne saudável.

É essencial que isso seja possível para que um colaborador, gestor e administrador possam tomar as melhores decisões possíveis, além de maximizar a chance de traduzir suas potencialidades em ações benéficas.

É neste ponto em que o foco entra, como modus operandi para sua execução na melhor forma. Ter foco é uma questão neural de concentração e criação de sinapses, aos quais direcionará o corpo para uma determinada atividade com toda sua energia e disposição para isso, por isso, novamente, precisa de uma saúde mental e corpórea.

As habilidades sociais são dependentes das condições e qualidade de vida das pessoas. A clareza mental, o jeito de lidar com as nossas emoções, a maneira com que enxergamos nossas perspectivas para a vida e como lidamos com as falhas são complexas tarefas que só vão ser possíveis com uma compreensão própria.

Por isso, a autogestão (não apenas cobrança) podem fluir de uma melhor maneira, até com rotinas de estudos. Todas estas questões, segundo Carla Tieppo, já estão sendo extremamente valorizadas pelas empresas.

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Empreendedorismo Liderança

“Precisamos criar lideranças que consigam comunicar os valores e propósitos necessários”, destaca Fundador e CEO da Cacau Show

Propósito, comunicação e liderança são três aprendizados essenciais que Alexandre Costa, Fundador e CEO da Cacau Show, destacou na HSM+ 2022. O empreendedor, que esteve presente no Executive Program da SingularityU Brazil, dedicou vinte minutos de conversa conosco e suas temáticas giraram em torno de condutas para as conquistas que podemos ter em nossa vida.

“Entrega tudo” foi a frase que Alexandre repetidamente destacou em quase todos os momentos da conversa e que serviu como mantra para sua vida. Todos os processos, segundo o CEO da empresa, foram construídos com uma história conjunta, de objetivos, muito trabalho e, principalmente, sonhos.

De quebra da bolsa, problemas financeiros e crises, o que ficou “foi a vontade de fazer acontecer”. Esse papo, na íntegra, você confere na HSM Experience: