Por William Colen, atual Diretor de Inteligência Artificial na Blip.
Explorando como os AI Agents estão transformando a experiência de compra digital com personalização e automação em escala, inspirados nas interações de atendimento ao cliente no mundo físico.
Imagine um consumidor conversando com uma Inteligência Artificial que conheça suas preferências de compra, e que sugira um leque de todas as opções que podem agradá-lo, além de indicar possibilidades de pagamento de acordo com o que foi usado no passado. Isso está em vias de se concretizar.
Essa tecnologia pode ser encontrada num formato dentro do contato inteligente e é uma forma de aplicação do AI Agent, que funciona a partir de Inteligência Artificial com a intenção de tornar a experiência de compra ainda mais atrativa e personalizada, dentro de um canal de mensagem. Diferentemente de um chatbot comum, a proposta desse agente é possibilitar uma conversa fluida e hiperpersonalizada.
O conceito não é novo. Vem do mundo real, a partir das experiências de compra que os clientes têm em lojas físicas. É aquela relação mais próxima e cativante, na qual o vendedor chama o cliente pelo nome e conhece seus gostos. Agora, o que as empresas de tecnologia estão fazendo é justamente transpor essa mesma experiência para o mundo digital.
Conhecer o histórico do consumidor já é uma prática dentro de sistemas de contato inteligente. Porém, o AI Agent consegue trazer ainda mais personalização de atendimento e compra associado a sistemas de recomendação, a proposta dessa tecnologia é tornar essa experiência ainda mais próxima, em um contexto conversacional.
Ou seja, quando estiverem mais evoluídos, os AI Agents no comércio eletrônico podem ser semelhantes à figura do assistente de compras, em inglês personal shopper, que guia e conduz o cliente em sua jornada de compra. Esse tipo de personalização no mundo antes da IA generativa era difícil, mas agora, a tecnologia nos permite apoiar em toda a memória de conversas entre a marca e o consumidor, criando uma diálogo cada vez mais inteligente.
Experiência personalizada automática e em escala
Agora, vamos a outro exemplo: suponha acessar um site e fazer uma compra online numa loja de roupas. Eles oferecem sistema de busca, mas, nesse caso, é preciso saber o que será pesquisado. Com um catálogo imenso de produtos, esse primeiro passo pode se tornar uma barreira para o cliente que pode desistir de comprar.
No entanto, a partir de um sistema conversacional liderado pelo AI Agent, bastam poucas informações para que o consumidor encontre o que busca, seja um item específico ou similar. Por exemplo, o usuário pode buscar algo como “aquela bolsa com alça listrada” ou até mesmo encontrar o produto fornecendo uma imagem. Se em uma loja física, um vendedor humano desempenha esse papel, no ambiente digital é a inteligência artificial quem faz ou fará isso.
É importante frisar, contudo, que não se trata de um processo “máquinas versus humanos”. Nesse caso, a automatização visa auxiliar o vendedor de “carne e osso”, que poderá se concentrar em um atendimento ainda mais certeiro e personalizado, o qual será previamente filtrado pela tecnologia. Assim sendo, o transbordo humano tende a auxiliar a experiência de compra, especialmente em contextos nos quais o vendedor tem uma alta demanda de atendimentos a realizar.
A tecnologia pode auxiliar fazendo o aquecimento e a triagem da venda, conectando mundo físico e digital, ou vice-versa, sem perder o engajamento do consumidor. O que, por sua vez, pode ampliar a conversão.
AI Agents aceleram a transformação digital
Por ser multimodal, um agente de inteligência artificial pode “conversar” de diferentes formas: fazendo uma ligação como se fosse uma pessoa, digitando em um chat, decodificando áudios enviados por quem prefere se comunicar nessa via, ou até interpretando imagens estáticas ou em movimento. Em uma perspectiva futurista, um AI Agent pode entender o contexto de uma interação por vídeo e adaptar as suas respostas. O GP- 4o da OpenAI e o Gemini 1.5 Pro do Google já apresentam essas habilidades.
Enquanto isso, as marcas precisam começar a explorar todas as vertentes possíveis, antecipando esse futuro em que um AI Agent consegue desempenhar diversas habilidades e guiar a relação do consumidor com as marcas, abrangendo toda a jornada do consumidor, desde o atendimento, dúvidas, compra, recompras e por aí vai… inclusive na mediação de diferentes formatos de pagamento.
A experiência tende a ser completa quando ela compreende todo o ciclo, desde a sugestão de compra até a assistência e venda, gerando confiança para que, no futuro, esse consumidor volte a comprar. Tudo por meio de uma experiência fluida e que seja boa para todas as partes envolvidas.
Por Marcelo Murilo, Co-Fundador e VP de Inovação e Tecnologia do Grupo Benner.
A inteligência artificial (IA) está no centro de uma das maiores revoluções tecnológicas da nossa era, transformando indústrias e redefinindo modelos de negócios. No entanto, é crucial perguntar: a sua estratégia de IA é um movimento desesperado para agradar o mercado ou uma abordagem estruturada, com métricas claras e foco em resultados concretos?
Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) deixou de ser uma tecnologia emergente para se tornar uma força motriz na transformação digital das empresas. A promessa de eficiência operacional, inovação em produtos e serviços, e insights valiosos a partir de grandes volumes de dados, tem impulsionado investimentos massivos em IA em todos os setores. Estimativas recentes da International Data Corporation (IDC) projetam que os gastos globais com IA alcançarão a marca de US$ 500 bilhões até 2024, um aumento substancial em relação aos US$ 342 bilhões registrados em 2021.
Essa corrida para adotar IA é impulsionada não apenas pelo potencial de transformação, mas também pela pressão competitiva. Organizações em todo o mundo sentem a necessidade de incorporar IA para não ficarem para trás, especialmente quando competidores estão relatando ganhos significativos de eficiência e novas capacidades habilitadas pela IA. No entanto, a rapidez com que muitas empresas estão adotando essa tecnologia levanta preocupações sobre a profundidade de seu planejamento e compreensão.
O mercado global de IA tem mostrado um crescimento exponencial, com empresas relatando melhorias significativas em áreas como atendimento ao cliente, manutenção preditiva e otimização de cadeias de suprimento. Relatórios da McKinsey indicam que 57% das empresas que adotaram IA observaram um aumento na produtividade, enquanto 45% relataram melhorias substanciais na experiência do cliente.
Contudo, a adoção desenfreada de IA sem uma estratégia bem delineada pode levar a desilusões. O Hype Cycle do Gartner para IA ilustra bem essa situação, onde muitas tecnologias emergentes passam pelo “Pico de Expectativas Infladas” antes de entrar no “Vale da Desilusão”. Isso ocorre quando as limitações da tecnologia se tornam evidentes e as expectativas não são atendidas, resultando em frustração e perdas financeiras.
Além disso, a implementação de IA não é isenta de desafios técnicos e culturais. A integração de sistemas de IA com as infraestruturas de TI existentes, a falta de talentos qualificados e as questões de ética e privacidade são barreiras significativas que as empresas precisam superar. De acordo com uma pesquisa da Deloitte, 48% das empresas relataram dificuldades em integrar IA com suas operações existentes, enquanto 39% mencionaram a escassez de profissionais capacitados como um grande obstáculo.
No Brasil, a adoção de IA também está crescendo, embora com desafios específicos. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) aponta que o mercado de IA no Brasil deverá movimentar cerca de R$ 21 bilhões até 2025. No entanto, muitas empresas brasileiras ainda lutam com a falta de infraestrutura adequada e a necessidade de qualificação profissional.
A transformação impulsionada pela IA é inegável e inevitável. No entanto, para colher os benefícios dessa tecnologia, é fundamental que as empresas adotem uma abordagem estratégica e estruturada. A promessa da IA é grande, mas para realizá-la, as organizações precisam evitar a adoção precipitada e garantir que suas iniciativas estejam alinhadas com objetivos claros e realistas.
Adoção da IA: Entre o Hype e a Realidade
A adoção da inteligência artificial (IA) nas empresas tem sido amplamente impulsionada por uma combinação de expectativas elevadas e pressões competitivas. A promessa de que a IA pode revolucionar processos, criar novos produtos e serviços, e proporcionar insights valiosos a partir de grandes volumes de dados, tem levado muitas organizações a embarcarem nessa jornada tecnológica. No entanto, é crucial distinguir entre a adoção bem-sucedida da IA e os projetos que falham por não atingirem as expectativas.
O Gartner Hype Cycle, uma ferramenta desenvolvida para mapear a maturidade, adoção e aplicação comercial de tecnologias específicas, ilustra bem o ciclo de entusiasmo exagerado seguido por desilusão. No “Pico de Expectativas Infladas”, muitas empresas adotam tecnologias emergentes como a IA com uma visão otimista, mas muitas vezes irrealista, das suas capacidades. As expectativas elevadas frequentemente resultam em frustração quando as limitações da tecnologia e a complexidade de sua implementação se tornam evidentes, levando as empresas ao “Vale da Desilusão”.
Segundo um estudo da Forrester Research, cerca de 60% dos projetos de IA falham devido à falta de alinhamento com os objetivos estratégicos da empresa. Este dado alarmante destaca a importância de uma abordagem planejada e estruturada para a adoção da IA. Empresas que investem em IA sem uma estratégia clara frequentemente enfrentam desafios significativos, incluindo a falta de infraestrutura adequada, a ausência de talentos qualificados e a dificuldade em integrar novas tecnologias com sistemas existentes.
O fenômeno do Hype Cycle também pode ser observado em diversos casos reais. Por exemplo, uma empresa global de telecomunicações investiu milhões de dólares em uma solução de IA para melhorar o atendimento ao cliente, mas enfrentou uma série de desafios técnicos e operacionais que impediram o alcance dos resultados esperados. Sem uma análise detalhada das necessidades específicas e das capacidades reais da tecnologia, o projeto resultou em frustração e perdas financeiras significativas.
No Brasil, a realidade não é diferente. Muitas empresas brasileiras adotam a IA com o objetivo de não ficarem atrás de seus concorrentes, mas sem uma preparação adequada. A pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela que a maioria das empresas no país enfrenta dificuldades semelhantes, incluindo a falta de conhecimento técnico e a necessidade de infraestrutura robusta. Esta adoção precipitada frequentemente resulta em altos custos sem os retornos esperados.
A Deloitte aponta que apenas 25% das empresas que implementaram IA por pressão externa conseguiram alcançar os resultados desejados. Esta estatística sublinha a importância de uma abordagem estratégica e estruturada. A pressão para adotar IA sem um entendimento claro de suas capacidades e limitações pode levar a investimentos mal direcionados e expectativas irrealistas.
A verdadeira inovação com IA não vem do simples fato de seguir modismos, mas da integração cuidadosa e estratégica dessa tecnologia nos processos de negócios. Para colher os benefícios da IA, é essencial que as empresas alinhem suas iniciativas com objetivos claros e mensuráveis, garantindo que cada projeto de IA tenha um propósito definido e contribua para os objetivos estratégicos da organização.
A adoção precipitada de IA, sem um planejamento adequado, pode resultar em mais problemas do que benefícios. As empresas que desejam aproveitar ao máximo essa tecnologia devem focar em uma abordagem estruturada, evitando a armadilha do hype e garantindo que suas iniciativas estejam alinhadas com suas metas de negócios a longo prazo.
Impactos Negativos da Adoção Precipitada
A adoção precipitada de inteligência artificial (IA) pode acarretar uma série de impactos negativos, tanto financeiros quanto operacionais, que comprometem a viabilidade e a reputação das empresas. Sem uma estratégia clara e objetivos bem definidos, os projetos de IA correm o risco de se tornar investimentos dispendiosos que não entregam os resultados esperados.
Perdas Financeiras
A primeira e mais evidente consequência da adoção precipitada de IA é a perda financeira. Empresas investem milhões em tecnologias de IA, atraídas pelo potencial de transformação, mas frequentemente sem uma análise detalhada de custo-benefício. Dados da Deloitte indicam que apenas 25% das empresas que implementaram IA por pressão externa conseguiram alcançar os resultados desejados. Essa estatística sublinha a necessidade de um planejamento adequado e objetivos claros para evitar desperdício de recursos.
Danos à Reputação
Além das perdas financeiras, os projetos de IA malsucedidos podem causar danos significativos à reputação das empresas. Promessas não cumpridas e expectativas não atendidas podem levar à desconfiança dos stakeholders, incluindo clientes, investidores e parceiros de negócios. No cenário competitivo atual, a reputação é um ativo crucial que pode ser severamente comprometido por falhas tecnológicas.
Ineficiências Operacionais
A adoção de IA sem uma estratégia bem delineada pode levar a ineficiências operacionais significativas. Sistemas mal integrados e a falta de treinamento adequado para os funcionários resultam em processos fragmentados e falhas na execução. De acordo com uma pesquisa da McKinsey, 48% das empresas relataram dificuldades em integrar IA com suas operações existentes, o que pode causar interrupções nas atividades diárias e afetar a produtividade geral.
No Brasil, um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que muitas empresas enfrentam desafios semelhantes. A falta de infraestrutura adequada e a necessidade de qualificação profissional são barreiras significativas para a implementação eficaz da IA. Sem superar essas barreiras, as empresas correm o risco de ver suas operações se tornarem mais complicadas e menos eficientes.
Questões Éticas e de Privacidade
A implementação apressada de IA também pode levantar questões éticas e de privacidade, especialmente se as políticas de governança e proteção de dados não forem adequadamente estabelecidas. A pressão para adotar IA rapidamente pode levar as empresas a negligenciarem aspectos críticos de privacidade dos dados e ética no uso de algoritmos.
Por exemplo, o uso inadequado de IA em processos de recrutamento pode resultar em discriminação algorítmica, onde os vieses existentes nos dados de treinamento são amplificados pelas decisões automatizadas. Isso não só prejudica a imagem da empresa, mas também pode levar a litígios e multas regulatórias. De acordo com o relatório da Forrester, cerca de 22% das empresas relataram enfrentar problemas legais devido à implementação inadequada de IA, destacando a importância de uma abordagem ética e responsável.
Perda de Oportunidades
Finalmente, a adoção precipitada de IA pode resultar na perda de oportunidades valiosas. Quando os projetos de IA falham, as empresas não apenas perdem o investimento inicial, mas também o tempo e os recursos que poderiam ter sido direcionados para iniciativas mais estratégicas e bem planejadas. Essa perda de oportunidades pode ser particularmente prejudicial em mercados altamente competitivos, onde a capacidade de inovar e adaptar-se rapidamente é crucial para o sucesso a longo prazo.
A adoção bem-sucedida de IA requer uma análise cuidadosa, planejamento detalhado e uma compreensão clara das capacidades e limitações da tecnologia. As empresas devem evitar a tentação de seguir tendências sem uma preparação adequada, garantindo que suas iniciativas de IA estejam alinhadas com objetivos estratégicos claros e mensuráveis.
Implementação Estruturada: O Caminho para o Sucesso
Para garantir o sucesso na adoção da inteligência artificial (IA), as empresas precisam seguir uma abordagem estruturada que envolve planejamento detalhado, definição clara de objetivos, capacitação de equipes e monitoramento contínuo. Essa abordagem ajuda a mitigar os riscos associados à implementação precipitada e maximiza os benefícios potenciais da IA.
Conhecimento e Capacitação
A base de uma implementação bem-sucedida de IA começa com o conhecimento e a capacitação dos líderes empresariais. É essencial que executivos e gerentes compreendam não apenas os conceitos básicos de IA, como aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural, mas também as suas capacidades e limitações. Investir em educação contínua e treinamento é crucial para assegurar que todos os envolvidos tenham um entendimento sólido da tecnologia.
Por exemplo, a McKinsey recomenda programas de capacitação que incluam workshops, cursos online e colaborações com universidades e institutos de pesquisa. Empresas que investem em capacitação tendem a ter uma implementação mais suave e eficiente de IA, pois suas equipes estão melhor preparadas para enfrentar os desafios técnicos e operacionais que surgem.
Definição de Objetivos Claros e Mensuráveis
Antes de iniciar qualquer projeto de IA, é fundamental estabelecer objetivos específicos e mensuráveis. As empresas devem se perguntar: quais problemas a IA resolverá? Quais são os resultados esperados? Esses objetivos devem estar alinhados com a estratégia geral da empresa e devem ser revisados regularmente para garantir que a implementação está no caminho certo.
A abordagem da Boston Consulting Group (BCG) enfatiza a importância de definir métricas claras de sucesso desde o início. Isso inclui indicadores de desempenho chave (KPIs) que possam monitorar o progresso e o impacto das iniciativas de IA. Por exemplo, uma empresa de logística pode definir como objetivo a redução do tempo de entrega em 20% através da otimização de rotas com IA utilizando KPIs específicos para medir essa melhoria.
Criação de Políticas e Governança de IA
Desenvolver políticas claras sobre o uso de IA é essencial para garantir a ética e a responsabilidade. Isso inclui a proteção de dados, a transparência no uso de algoritmos e a garantia de que a IA está sendo utilizada de maneira que respeite a privacidade e os direitos dos indivíduos.
Diretrizes de governança robustas, como as sugeridas pelo IEEE, ajudam a estabelecer um quadro ético para a implementação de IA. Essas diretrizes incluem práticas recomendadas para a coleta e uso de dados, a necessidade de auditorias regulares e a importância de manter a transparência com stakeholders. Empresas que adotam uma governança forte estão melhor posicionadas para evitar problemas legais e éticos, além de fortalecer a confiança dos clientes e investidores.
Integração com Sistemas Existentes
A integração de sistemas de IA com as infraestruturas de TI existentes é um dos maiores desafios para muitas empresas. É crucial planejar essa integração cuidadosamente para evitar interrupções nas operações e garantir que a nova tecnologia possa operar de forma eficiente com os sistemas já em uso.
Estudos de caso mostram que empresas que investem em soluções de integração robustas, como middleware e plataformas de gerenciamento de dados, conseguem uma implementação mais suave. Por exemplo, uma grande empresa de manufatura conseguiu integrar sua solução de IA para manutenção preditiva com seu sistema de gerenciamento de ativos, resultando em uma redução significativa de falhas de equipamentos e aumento da eficiência operacional.
Monitoramento e Avaliação Contínua
A implementação de IA não é um evento único, mas um processo contínuo que requer monitoramento e avaliação constantes. Empresas devem estabelecer métricas e indicadores de desempenho para acompanhar o progresso e o impacto das iniciativas de IA. Esses indicadores podem incluir a eficiência operacional, a satisfação do cliente e o impacto no ambiente de trabalho.
Empresas bem-sucedidas utilizam dados de mercado e avaliações internas para ajustar suas estratégias de IA conforme necessário. Isso envolve a análise regular dos KPIs e a disposição para fazer mudanças quando os resultados não estão de acordo com as expectativas. A Deloitte sugere que as empresas realizem revisões trimestrais para garantir que suas iniciativas de IA estejam no caminho certo e para identificar áreas de melhoria.
Por fim…
A verdadeira inovação com inteligência artificial (IA) não vem da adoção precipitada ou do seguimento de modismos, mas da integração cuidadosa e estratégica dessa tecnologia nos processos de negócios. Empresas que desejam aproveitar ao máximo os benefícios da IA precisam abordar sua implementação com um planejamento detalhado, capacitação contínua, governança robusta e um foco constante na ética e na transparência.
Os desafios e as armadilhas da adoção precipitada de IA são claros. Sem uma estratégia bem delineada, as organizações correm o risco de desperdício financeiro, danos à reputação, ineficiências operacionais e até problemas legais. Estudos de caso, tanto de sucesso quanto de fracasso, destacam a importância de alinhar as expectativas com as capacidades reais da tecnologia, garantir a qualidade dos dados e promover uma cultura de inovação e adaptação contínua.
No Brasil, as oportunidades para a implementação bem-sucedida de IA são vastas, especialmente em setores como agronegócio, saúde e finanças. No entanto, as empresas devem estar preparadas para enfrentar desafios específicos, como a infraestrutura tecnológica inadequada, a escassez de profissionais qualificados e a resistência à mudança. Investir em capacitação, melhorar a infraestrutura e desenvolver estratégias de gestão de mudança são passos cruciais para superar esses obstáculos.
Para garantir que a IA seja utilizada de maneira ética e responsável, é fundamental que as empresas estabeleçam políticas claras de governança e proteção de dados, implementem auditorias regulares e promovam a transparência e a explicabilidade dos algoritmos. A responsabilidade e a accountability devem ser claramente definidas para evitar problemas legais e éticos, e o feedback dos usuários deve ser continuamente incorporado para melhorar as soluções de IA.
Finalmente, a colaboração entre empresas, governos e instituições acadêmicas pode acelerar a adoção de IA e promover a inovação. Parcerias público-privadas, incentivos fiscais e a criação de ecossistemas de inovação são estratégias que podem ajudar a superar os desafios e criar um ambiente propício para o crescimento sustentável da IA.
Ao seguir essas recomendações e adotar uma abordagem estruturada e estratégica, as empresas estarão mais bem posicionadas para colher os frutos da IA, transformando suas operações, melhorando a satisfação dos clientes e ganhando uma vantagem competitiva sustentável no mercado.
Por Rafael Rez, Fundador e CMO da Web Estratégica.
A GenAI é uma ótima opção para nos ajudar em questões cotidianas, principalmente em nossos negócios. Porém, precisamos ter cautela e parar essa reprodutibilidade desenfreada.
A revolução digital impulsionada pela inteligência artificial promete transformar setores, otimizar processos e agilizar tarefas. Particularmente, tenho acompanhado de perto a adoção e o uso dessa tecnologia, mas, à medida que avançamos nesta jornada de IA, é essencial reconhecer e aprender com os erros que acompanham esse avanço tecnológico.
Um dos erros mais comuns que observo é a falta de compreensão sobre as capacidades, mas principalmente as limitações da inteligência artificial. Muitos gestores e profissionais de marketing se empolgam com a promessa de automação e eficiência proporcionada pela IA, sem considerar os contextos específicos em que ela pode ou não ser aplicada com sucesso. Isso leva a expectativas irreais e, consequentemente, a projetos mal planejados, mal executados e resultados decepcionantes.
Dados em massa
Outro equívoco comum é subestimar a importância do treinamento e da qualidade dos dados. As ferramentas de IA dependem fortemente de conjuntos de dados de alta qualidade para funcionar de maneira eficaz. Ignorar esse aspecto pode resultar em decisões inadequadas, o que não só compromete os resultados esperados, mas também pode causar danos à reputação da marca.
Aqui, também podemos citar o uso de prompts mal pensados, que acabam gerando respostas sem resultados positivos e, na maioria das vezes, frases prolixas. Por mais que a IA seja mais rápida que um ser humano no levantamento de novas ideias, no qualitativo, o ser humano é indispensável.
Sempre revisar o que foi feito, por um ser humano especialista e experiente no assunto
Muitas empresas cometem o erro de não envolver especialistas humanos na implementação e uso de sistemas baseados em IA. A tecnologia, por mais avançada que seja, ainda requer a supervisão e o conhecimento humano para interpretar os resultados e garantir que nenhuma citação esteja errada. Para mim, este é o maior erro no uso de IA: não se atentar à revisão.
Verificar a qualidade do produto final é essencial, pois não podemos esperar que a tecnologia tenha noção se o conteúdo no qual ela está se referenciando tem algum viés ou que ela crie algo sem precedentes. Por conta de seu grande banco de dados, as informações que a tecnologia fornece são cruzadas e acabam sendo criadas sem que realmente possam ser comprovadas. Para essa comprovação, é preciso da checagem e validação das informações, o que somente o ser humano pode fazer.
Além disso, é importante também uma revisão simples, mas muito necessária, do texto, eliminando rebuscamentos, repetições e outros problemas de linguagem que frequentemente a IA acaba trazendo nos textos.
Vieses mascarados
Um erro que tem implicações profundas para o funcionamento a longo prazo das soluções de IA é a negligência em não considerar suas consequências éticas. Desde questões de privacidade até preocupações com viés algorítmico, é fundamental que as empresas incorporem uma abordagem ética em todas as fases de uso de soluções baseadas em IA.
Como a IA não possui discernimento sobre o que ela realmente está escrevendo, a ferramenta acaba, muitas vezes, por tomar um viés político ou social, com base em seus milhares de dados, sem saber que aquilo é um viés. Isso, na maioria das vezes, acaba fazendo com que os conteúdos fiquem presos às mesmas ideias e aos mesmos vícios de linguagem.
Usar a ferramenta como substituto do humano
Em todos esses pontos, o erro mais comum e mais grave é acreditar que a ferramenta substitui o elemento humano. Ela agrega uma agilidade impressionante e pode acelerar muitos os processos, mas o centro de uma estratégia é o elemento humano, que vai direcionar a ferramenta para obter esses bons resultados, e precisa ser um especialista para fazer isso com sucesso.
Costumo dizer que um conteúdo deve cumprir uma função: oferecer um ponto de vista, uma opinião ou um direcionamento. Esse tipo de valor precisa ser agregado por um ser humano, que traga originalidade ao material base gerado pela IA.
Quando aplicada estrategicamente, a inteligência artificial oferece um potencial enorme para impulsionar o crescimento e a inovação de empresas. No entanto, devemos abordá-la com cuidado, entendendo seus desafios, para que seus principais benefícios possam ser absorvidos com sucesso.
Todo conteúdo construtivo precisa de um ambiente convidável para surgir, nutrir e florescer. Não adianta pensarmos que a construção está apenas na execução: ele se inicia a partir de discussões.
Por isso, Glaucia Guarcello, Chief Innovation Officer e Deloitte Ventures Leader, destacou o papel da diversidade nos negócios atuais, principalmente se querem atrelar suas construções com os cenários de inovação atuais.
Desde seus meandros mais particulares, como times que realmente tenham pessoas de diferentes perspectivas sociais, e até relacionado ao negócio que está sendo construído, o papel do diverso é envolver múltiplas perspectivas e compreensões para que diferentes referenciais se tornem fomento para o desenvolvimento.
No segundo dia do Programa Liderança de Propósito, o enfoque foi essencial para construir os líderes que buscarão desenvolvimento neste futuro disruptivo. É necessário compreender o caráter e importância da vulnerabilidade na discussão.
Para isso ocorrer, a liderança precisa ter inteligência para lidar com o estranhamento e saber ouvir, mesmo em posições de desconforto. Ideias são também questões de poder e, muitas vezes, se tornam diretrizes por hierarquias e imperativos que não são realmente um acordo e comprometimento.
Sem ele, como haverá responsabilidade nos processos que são feitos? A hora de construção de uma ideia é a hora do comprometimento e do futuro: é nesse momento que a accountability surge e designado a cada um deles.
Porém, como destacado, isso precisa de uma segurança psicológica que é proporcionada pela liderança. A resiliência, escuta e acolhimento aparecem neste momento e são cruciais para proporcionais tentativas, inovações e complexas relações que podem se estabelecer.
Antes de pensar em inovação e oportunidades de negócio, precisamos compreender a questão interna e quem faz parte destas realizações. Inovação é uma cultura e exige essa empreitada de transformação, que traz bons frutos quando bem executada.
No último dia de Executive Program, em parceria com o Sest Senat, Sally Dominguez, inventora, futurista e expert global da SingularityU, participou a manhã inteira convidando os empresários do transporte nacional a pensarem sobre o futuro das mobilidades.
Como característica de suas palestras, Sally trouxe diferentes tecnologias que já estão sendo criadas e cada vez mais o público se assustava com tamanha criatividade e criação de novos produtos.
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O que Sally destacou em sua palestra é que apenas os pensamentos sobre mobilidade, direcionados ao futuro, se sustentarão se houver uma preocupação relacionada às cidades e a expectativa de cada vez mais chegar rápido aos destinos.
Nesse sentido, as maiores inovações que estão crescendo exponencialmente se destacam pelo transporte vertical. Cada vez mais teremos drones e veículos que permitam esta locomoção, o que, consequentemente, transformará a estrutura das nossas cidades.
Afinal, há material para isso. Os tetos podem se transformar em colmeias com produtos que serão entregues sem a necessidade de uma cadeia de organização humana. Os carros podem se transformar em células de aglomeração destes produtos, por exemplo, sem a necessidade de saída de um motorista, que logo se tornará autônomo e fará outro serviço nele.
E, diferente de uma angústia e medo, a tarefa é cada vez mais pensar nas possibilidades de jeitos simples, que acolham e passam pelo entendimento da solução. Afinal, o que queremos precisa ser preponderante e maior do que todos os outros processos.
Ideias além dos setores e lucros ainda invisíveis
Outro insight maravilhoso proposto por Sally foi entender que diferentes disrupções podem criar mercados fantásticos e com situações que podem ser otimizadas.
Conforme a eletrificação for tomando forma em nossa existência, cada vez mais os espaços de estacionamento de shoppings, por exemplo, vão se tornar espaços de carregamento, centros de delivery e até sustentação de processos que já são criados.
Afinal, são polos de serviços e, muitas vezes, semelhantes. Por isso, precisarão se redesenhar para atrair atenção e cada vez mais serem práticos, senão, perderão dinheiro, oportunidade e negócio. Energias limpas, como a solar, cada vez mais estarão próximas e de maneira prática. Com terrenos grandes como este estabelecimento, é possível se tornar também um polo produtivo de energia.
Além disso, Sally mostrou como pensamos o uso de hidrogênio ainda de uma maneira extremamente abstrata, mas que pode ser próxima e ainda solucionar outro problema grande que temos em nossa sociedade.
O Brasil desperdiça muito alimento. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, 33% da produção mundial de alimentos é perdida por ano. No Brasil, desperdiçamos 30% dos nossos alimentos, com um número por volta de 46 milhões de toneladas por ano.
Isso poderia ser revertido em centros de produção de energia de biomassa. Segundo Sally, é possível produzir 800kg de hidrogênio renovável por dia com pelo menos 20.000 toneladas de biomassa. Ou seja: é possível resolver um problema, lucrar com ele e ainda resolver a questão da queima de combustíveis fósseis.
A tarefa do futuro seria ainda liar isso com uma combustão que não produzisse CO2, porém, se há essa curiosidade, compreensão de diferentes setores e a proposta, por que não achar uma solução?
A tarde do segundo dia de Executive Program, em parceria com o Sest Senat, começou em consonância com a manhã sobre o entendimento dos nossos padrões mentais corpóreos.
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Dessa vez, os padrões mentais estão relacionados às questões de comunicação. Thomas Brieu, especialista em comunicação e escutatória, trouxe incríveis insights sobre a maneira pela qual podemos ir além de nossos vícios e produzir comunicações que realmente escutem, envolvam e consiga criar vínculos de engajamento com as pessoas ao nosso redor.
A aceleração já foi palco das conversas neste programa. Nossa percepção está cada vez mais deslocada e quase tudo se transforma durante estas interações, menos a relação entre indivíduos.
Ao mesmo tempo, por conta do exponencial aumento de informações, fisiologicamente tentamos dar conta de diferentes pontos de estímulos. Nossa atenção fica cada vez mais limitada para as interações e se perdem no mar de experiências digitais.
O que se vai neste período? Nosso corpo. Nossa empatia e imaginação se vão junto com estes processos e, cada vez mais, colocamos a angústia neste lugar de relação que antes era preenchido pelo outro.
Por isso, a tarde de segunda-feira fria em Embu das Artes foi tomada por uma ideia extremamente interessante e profunda. Compreender o que é necessário, saber colocar o corpo nas comunicações que são produzidas, e entender o porquê deste estado de apreensão do outro ser melhor executado com este corpo presente.
Referenciais, cuidados e tomadas de decisão
Thomas Brieu tem uma gama de definições para os tipos de perguntas que são colocadas. Existem algumas que não colocam a escuta em trabalho, outras impõe limite para quem escuta, algumas conseguem atribuir atenção e até criar vínculo.
Porém, antes disso, é interessante perceber que há uma necessidade de compreender para quem a mensagem está sendo colocada. Comunicação precisa de um outro que o compreenda, que participe da criação desta interação.
Por isso, entender referenciais é uma estratégia crucial para que a comunicação seja produzida de uma maneira compreensiva, em tom de entendimento e efetividade. A realidade é multifacetada e, se mantermos nossos padrões reativos de comunicação, teremos apenas dois movimentos de repulsa e aproximação.
Mas, assim como na palestra de Carla Tieppo, urge uma nova necessidade das lideranças de perceberem de que maneira estamos agindo, como podemos fazer diferentes leituras e de que jeito podemos mudar os padrões mais simples até encontrar os hábitos mais complicados.
Afinal, diálogos e negociações são necessários e precisamos, cada vez mais, promover este tipo de compreensão. É um papel extremamente difícil, que existe vulnerabilidade e atenção, mas seu resultado é extremamente prolífico e cada vez mais estamos em constante aprendizado.
Com a presença de Alexandre Nascimento, expert da SingularityU Brazil, a CI&T e Learning Village se uniram para criar o hub de Inteligência Artificial nesta quinta-feira (28/09).
A proposta é atrair e convidar cada vez mais negócios para se estruturar com este tipo de tecnologia exponencial. Porém, como podemos entender que uma IA pode ser utilizada em negócios?
Foi essa a tarefa do faculty da SingularityU Global. É necessário entender que a I.A. é extremamente ampla e está além do que é mostrado hoje para nós. A Gartner e outras consultorias que procuram estudar futuro atentam-se aos modelos regenerativos, mas Alexandre Nascimento já destaca: “Isso é apenas uma página, mas não resolve todo nosso problema. Precisamos olhar outras coisas.”
É necessário transformar a cadeia de produção de uma maneira inteligente. Há vários níveis de impacto e isso pode ser visto em gestão de empresa, modelos de negócio, produtos físicos e digitais. A inteligência artificial fará com que os produtos sejam tratados de maneira personalizada e não mais como padrão e média.
A provocação deste hub é ir além dos produtos que são criados: como pensaremos nossos negócios a partir disso? Qual o nosso comportamento e pensamento sobre este ponto? Qual o limite da nossa rigidez para conseguir fazer isso? Como prepararmos a isso?
A I.A. consegue, por exemplo, construir um futuro possível. Não será algo concreto, mas é um simulacro e uma imagem que possa nos mostrar passos que podemos lidar e até riscos que podemos tomar. Não se trata de usar sem parâmetro e sim utilizar isso como uma estratégia de compreender qual diretriz pode ser tomada.
No evento, Alexandre Nascimento destacou diversas vezes o quanto isso não é para assuntar. Se trata de entender que as questões estão sendo mostradas e construídas por aqueles que estão jogando este jogo e obtendo sucesso. Por isso, o hub se torna cada vez mais importante.
Os últimos 10 anos foram transformadores para o mundo dos negócios. As maiores empresas, hoje, são de tecnologia e não de energia. Além disso, o modelo e estratégia estão mudando.
De uma rigidez e diretrizes de governança focadas em produtividade, o modelo negócio está se tornando uma prática corporativa de mudança. Isso, feito da maneira mais responsável e pensada possível, permite com que o planejamento e a qualidade de uma organização aumente.
Com as transformações e maleabilidade, é possível dar conta de transformações, diferentes exigências e abrir espaço para possíveis inovações.
Mas, claro, como destaca Glaucia Guarcello, palestrante convidada no Executive Program número 10, tudo depende da escolha, tecnologia e fôlego que temos. Porém, “novos modelos de negócio são importantes para este quesito: se reinventar”, destaca a expert.
Em sua fala, a Diretora de Inovação e Venture da Deloitte destacou o quanto as startups (e unicórnios) são muito importantes.
“São estes tipos de negócios que vão permitir uma experimentação, alternativa e novas propostas. Não sabemos do futuro, por isso precisamos criar alternativas para pensar nisso e esta é a oportunidade que temos hoje”.
Importância do questionamentodo próprio fazer
Produtos não definem o que uma organização é. Há uma necessidade de compreender toda a construção de enxergar o próprio setor de produção além daquilo que é produto final. Em sua fala, Glaucia mostra como “uma empresa que constrói motor” não é necessariamente apenas uma organização que cria motores para carro.
É um trabalho todo para construir mobilidade, algo muito além do que temos hoje. Se compreendermos isso, poderemos dar perspectiva para as próprias mudanças. Podemos olhar futuro entendendo onde nosso papel pode ser feito.
É neste momento que entender conceitos de inovação se tornam importantes para entender em que momentos uma empresa se encontra e saber o que não fazer. Com isso, é possível compreender quais os trabalhos que estão sendo construídos, os erros que podem se tornar aprendizados e limitantes, além de experimentações que podem nos levar a caminhos que “matem nossa empresa” ou construa um futuro diferente.
É neste ponto que Glaucia demonstra como há horizontes para entender a inovação.
Quando tentamos otimizar os produtos que já existem para os consumidores existentes, estamos trabalhando com inovação em seu core. Isso será o que manterá a organização no mercado atual e permitir manter suas eficientes produções.
Caso procuramos uma solução adjacente, pensamos em uma expansão tímida do negócio. É extremamente importante para compreender quais são os limites e qual passo que está sendo dado, mas ainda não seja disruptivo.
Porém, ao entrarmos na perspectiva transformacional, isso se torna um novo serviço para o mercado já inserido. É a mais arriscada, mas exige uma boa percepção para pensar o que é possível em um futuro próximo e entender as mudanças que os consumidores estão mostrando.
Nada disso funciona isoladamente. Sempre são processos que trabalham juntos, porém, é interessante pensar porque cada uma delas exige uma maneira diferente de ser construída. Com isso, cada uma delas pode nos mostrar necessidades reais e preocupações com nossa organização.
Antes do tempo ser coroado em uma Oração, por Caetano Veloso, ecoado na voz de Djavan e entrado nos corações contemporâneos pela Maria Gadú, o entrave que o tempo proporcionava no âmago dos indivíduos se perpetuou pela história do ocidente.
Da batalha entre Chronos e seus filhos, até a luta entre este titã e Kairós na história da psicologia, tempo foi lido como uma disputa, batalha entre períodos que se interseccionavam e produziam uma sensação comum ao indivíduo: sofrimento.
Essa “batalha com tempo”, na verdade, apenas mostra uma vitória dele e uma relação diferente que cada um de nós tem entre nossos desejos e o que a nossa vida se apresenta. Quando nossas vontades não confluem com o que é mostrado, nos gera angústia, desespero e, muitas vezes, indignação.
Mas o tempo perpetua. Perseverança é uma qualidade imprenscidível para fazer amizade com ele. É, inclusive, um dos “deuses mais lindos”, que nos cura, perpetua e acalenta tudo em seu lugar mais precioso, pertencente à natureza.
No encerramento do Especial 10 edições de Executive Program da SingularityU Brazil, convidamos Luciano André Ribeiro, Sócio e Superintendente Banco PF de Crédito e Recuperação – Itaú Unibanco, para nos contar sua experiência no EP. Para nosso deleite, a reflexão que se manteve durante toda a entrevista foi deste entendimento sobre o que o tempo nos proporciona e nos ensina.
Afinal, com tantas transformações e demandas, querer dar conta de tudo, se apropriar do que é possível, produzir tudo que está ao nosso alcance e garantir eficiência são coisas que muitas vezes não se combinam. Então, é com a maturidade, que Luciano pontua em toda sua fala, que conseguimos criar perspectiva para lidar com o movimento.
É uma tarefa complicada, por isso não se trata apenas do entendimento: é necessário colocar em prática, pontuar, pausar, planejar e estar aberto ao aprendizado contínuo, para compreender as coisas em suas movimentações características.
É uma reflexão que exige nossa pausa. É uma inflexão necessária que exite nossa completa atenção. Por isso, essa riquíssima entrevista você acompanha na íntegra abaixo!
SingularityU Brasil: Por favor, se apresente para que todos lhe conheçam!
Luciano André Ribeiro: Eu sou o Luciano André Ribeiro. Sou pai, sou filho, sou marido, sou irmão e sou amigo. Além disso, sou executivo do mercado financeiro. Trabalho em um grande banco. Sou apaixonado por esportes e sou um estudante, que desde o primeiro momento de vida, estou aprendendo, como curioso que sempre fui.
SU Brazil: Esporte… Como é exatamente sua relação com o esporte?
Luciano: Eu sou corredor. Eu corro desde 1994. Já fiz Triathlon, duathlon… Fiz bastante coisa e várias provas. Já fui convocado para a seleção brasileira de duathlon… Então eu tenho uma vida competitiva presente. O que também ajuda muito no mundo corporativo.
SU Brazil: Por que exatamente?
Luciano: Porque é preciso lidar com a pressão e com um nível de competição de uma maneira positiva. Isso não tem que ser algo que coloque um peso adicional em você. Tem que ser algo que motiva, te energiza e te desafie de uma maneira criativa, positiva. Você precisa entender este equilíbrio e saber lidar com essas coisas. Não é fácil. Mesmo fazendo o melhor de você, não é necessariamente um convite confirmado para o primeiro lugar, mas é sim um sentimento de satisfação naquela proposta/evento/dinâmica. Você saber que fez o melhor é muito mais importante do que talvez chegar no primeiro lugar, que pode ser consequência disso.
SU Brazil: Maneira ótima de enxergar a vida, não? Você sempre foi assim?
Luciano: Está amadurecendo… A gente vai aprendendo, né. Quase foi assim.
SU Brazil: O esporte ensinou isso? Ou você já tinha?
Luciano: O esporte… A vida… O amadurecimento… Eu sempre procurei ele, sabe? A gente nunca está maduro como gostaríamos de ser. É o tempo, é a vida, tudo isso que nos ajuda. Mas, é preciso estar muito atento com as coisas que estão acontecendo conosco, sempre tentando tirar o melhor e o que é positivo daquela situação, que talvez possa ser a mais estressante ou de maior desgaste. Até quando não se encaixa. Sempre tem um aprendizado naquilo.
SU Brazil: Ah… Então isso é do Luciano?
Luciano: É… Eu tento! Eu aprendi com muita gente, para ser sincero. Não é do Luciano, apenas. Tive muita gente bacana do meu lado, me ajudando ou até eu observando, para trazer para o Luciano.
SU Brazil: E quem são essas pessoas?
Luciano: Bem, primeiramente é meu pai. A referência do meu pai é bem presente. Acho que a pessoa que mais esteve comigo e me marcou nessa jornada foi ele.
Muitos amigos me ajudaram também. Eu não sou uma pessoa de poucos amigos, então tenho grandes amigos que vou aprendendo o que fazer e o que também não se deve fazer.
Outro ponto foram as lideranças pelo caminho e muitos pares. Estou há muito tempo nessa área e tenho várias referências. Então aproveito para aprender. Sempre queremos aprender aquilo que a gente admira ou que dá certo, mas não necessariamente é com o que nos identificamos. Precisa ter essa particularidade e criar esse vínculo para que seja nosso.
Eu tento seguir assim. Mesmo quando admiro algo, tento ver se isso é realmente genuíno com o meu perfil, personalidade e se o Luciano consegue ser na totalidade com isso.
Ao mesmo tempo, junto a tudo isso, você aprende o que não tem que fazer, né? Desde encaixe e tudo mais.
Essa é a minha jornada. Família e amizade são muito importantes para isso e eu faço questão que sempre estejam presentes. No trabalho aprendi bastante… Então… Por isso tento devolver isso. Eu tive muita ajuda e está na hora de devolver isso, para elas ou para outras pessoas. O aprendizado é compartilhado.
SU Brazil: Como isso tem acontecido?
Luciano: No dia-dia isso sempre precisa estar presente.
Eu sou um cara de transformação, que sempre está ali buscando isso e a melhora das pessoas em sua totalidade. Às vezes isso não é tão bem recebido. Às vezes tem essa limitação e o não-querer e é necessário entendermos isso. Minha gestão e liderança envolve isso e ir atrás de uma maneira de conforto das pessoas, ao mesmo tempo que consigam fazer seu propósito.
Outro ponto é dando aula e palestras. Sempre tento estar presente para levar algumas mensagens e ensinar o que aprendi.
Acredito que as redes sociais, contato, conversas… Eu me faço nisso. Muitos me procuram para ter uma conversa de carreira ou algo do tipo. Às vezes agradecem muito sobre o tempo e a conversa… Mas, muito pelo contrário: sempre é importante para mim. Quando estou dedicando meu tempo, eu estou também recebendo tudo isso.
Eu agradeço muito quem me chama para um café. Isso é fantástico.
SU Brazil: Às vezes o escutar dela é até mais importante do que a conversa em si, né?
Luciano: Totalmente! Em cinco minutos, quando a pessoa traz, isso já muda a cabeça dela e a pessoa sai diferente. Às vezes só precisam de um espaço para falar e eu faço isso.
O Executive Program é uma imersão de 3 dias e meio, nas tecnologias exponenciais que estão moldando o futuro dos negócios. O principal programa da SingularityU Brazil ocorrerá entre os dias 24 a 28 de setembro, no Hotel Almenat Embu das Artes – SP. Garanta sua participação na última turma do ano clicando aqui
SU Brazil: Que fantástico! Isso é parte do aprendizado? Como foi percebendo isso?
Luciano: Olha, a vida vai nos mostrando oportunidades para aprender, né?
Eu falo muito da jornada. As pessoas buscam sucesso em um momento único, mas sucesso é a jornada e a vida que você tem. Até uso a figura de linguagem da metáfora sobre subir uma montanha.
Cada etapa é um aprendizado, uma comemoração e um momento. Mas, não necessariamente é sempre positivo, entende? Tem momento que as coisas se desarrumam. As coisas não são sempre equilibradas. Alguma questão pode ocorrer no meio do caminho e é necessário dar tempo para que as coisas se organizem, até de maneira natural. Por isso, é importante manter o seu próprio equilíbrio.
Manter, refletir e pensar sobre os nossos valores é importante neste momento. É exatamente o motivo de falar e lembrar do meu pai. É referência de valor.
SU Brazil: E como isso foi acontecendo no seu trabalho?
Luciano: Estou há 23 anos no Itaú/Unibanco. É uma história longa, mas acho que a primeira coisa, que também levo para as pessoas, é que é preciso achar um lugar que tenha uma conexão com os seus valores.
É por isso que estou há tanto tempo nessa organização. Os valores, em como tratamos os colaboradores, clientes, os objetivos… O propósito, entende? Ele é semelhante. Eu acordo todos os dias e sinto isso. O lugar me traz tudo isso.
O segundo ponto é aquela pergunta de: “Tanto tempo no mesmo lugar fazendo as mesmas coisas?” e o ponto é esse: não é repetitivo. Estamos sempre ali na parte de inovação, tentando trazer o melhor, procurando impactar melhor e transformar o próprio papel gigante que o banco tem. Desde a parte social e a parte global.
Isso me traz muita vida! Trabalhar para algo que vai apoiar o Brasil é espetacular. Então a gente transcende a atividade que a gente faz. De novo, o propósito.
Assim, não estou falando dos ciclos em alguns trabalhos te definem. Não é isso. Digo que, pela minha experiência, se trata muito de sua motivação própria. Nossa carreira é própria nossa. Chefe ou líder não vai construir isso. Por isso, é necessário sempre refletir como ser melhor, como adaptar, crescer e, caso isso faça sentido, é capaz que fique na mesma empresa por tanto tempo, como eu.
Afinal, eles me permitem crescer! Às vezes são em provocações… Movimentos… Formas de pensar… Tecnologias… É um conjunto perfeito que eu sou fã.
SU Brazil: Desde o começo foi desse jeito?
Luciano: Sim… Mas as prioridades sempre foram diferentes ao longo do tempo.
Como disse, há várias dimensões na minha vida. Nos primeiros anos do meu trabalho, o esporte não era tão mais prioridade, por exemplo. Família está sempre acima de tudo, mas em alguns momentos foi necessário mudar essa chave e tratar, dar tempo em algumas questões mais do que outras.
Se você quer crescer, cada vez mais relevante, é preciso ter prioridade e despender tempo em algumas coisas. Por isso fui buscar outras coisas fora e trazer ao banco. Mudei bastante como profissional, me formar e se tornar verdadeiramente um gestor/líder. Não é algo que é pronto.
A maturidade vem acompanhando com o tempo.
Nunca foi assim, mas, o que sempre digo, é que vai melhorando ao longo do tempo. Com algumas instabilidades, que acontecem na vida e é algo normal sim, natural, quando conseguimos dedicar um tempo, as coisas vão funcionando e tudo vai se encaixando. A questão é elencar sua prioridade.
SU Brazil: Como foi essa preparação?
Luciano: O Executive Program da SingularityU Brazil foi um lugar desse, por exemplo.
A reflexão que proporcionam é super importante por isso. Eu sempre procurei escolas de referência na minha vida. Sou engenheiro de formação, então fui atrás de MBA, cursos internacionais em grandes universidades e ainda sentia que era necessária algo para me “chacoalhar”, no sentido de trazer algo material sobre as transformações do mundo.
Eu sentia muita coisa, mas nada tão claro. Por isso, fui procurar algumas escolas. Cheguei até a SingularityU. Achei a do Brasil, olhei os speakers e achei fantástico. Não estou falando só do networking, mas digo pela diferença, o olhar, aulas boas e ótimos professores.
Depois se tornou um momento incrível, além de uma sala de aula. Foi surpreendente. Mas não foi o que eu procurei ou o que eu esperava. Eu lembro de procurar e pensar: “Eu quero alguém que consiga materializar essas angústias contemporâneas e alguns temas presentes, mas que tenha embasamento e eu chegue no meu emprego com prioridade, para falar e aplicar”. E foi isso: maneiras simples, que mostraram técnicas e impactos na aplicação…
Foi algo muito maior do que eu pensava. Além do bom conjunto, para me deixar mais a vontade em alguns temas relacionados a transformação, a relação que a gente tem durante os quatro dias durante de EPs são relações que ficam para sempre. Pessoas também contribuem muito não só naquele momento, mas depois também.
Se a gente pensar naquele “360”, a gente pode falar que o EP é completo: as experiências que proporciona além da sala de aula tem um impacto gigante. Não sei se é assim internacionalmente, mas aqui no Brasil, eu até brinco, que o Executive Program conseguiu se tropicalizar, trazendo todo conteúdo do mundo de uma maneira cultural brasileira e de um impacto gigante, com uma experiência e tanto.
SU Brazil: Muito legal você falar isso porque o “tropicalizar” às vezes é uma expressão pejorativa que as pessoas usam, né? É interessante ouvir isso.
Luciano: Sim, sem dúvida. Aqui é de uma maneira muito positiva e potente! É importante dar esse tom. Afinal, o EP consegue dar uma leveza das relações que temos entre si, que é do brasileiro, entende? E as conexões, como levamos de maneira positiva, além das provocações dos conteúdos densos e importantes… É uma energia que flui de uma maneira ótima.
Os pilares, que são o conteúdo proporcionados pela SingularityU Brazil, são importantes porque também são aplicáveis e podem ser transmitidos aos outros. É possível levar provocações densas de maneira positiva! Isso é impressionante. Ao sair do programa eu tinha certeza de que seria possível falar sobre aqueles assuntos, com um certo domínio, claro.
É um programa incrível e volto a dizer: o tropicalizar é como você se sente ótimo e bem com temas tão densos e complicados. Às vezes tínhamos medo de debater sobre alguns pontos, por não termos propriedade, mas é essa a construção ali. Conseguíamos criar isso e ter elementos para continuar o debate. Isso é ótimo e muito sutil! Até nas reflexões, construções que fiz… E, quando falava algumas coisas, as pessoas diziam: “cuidado com a ‘deprê’ aqui, tá? Às vezes o conteúdo é muito denso e é difícil não entender todas as camadas”.
E o tropicalizar foi isso: trazer para a nossa realidade, na prática, e trazendo sobre a essência do viver. As coisas vão acontecer, mas terá um caminho para que as transformações ocorram. Nada é do dia do outro, entende? Porque se for, vai cair. É um movimento ótimo trazer tudo isso, dessa maneira tropicalizante, entendendo como podemos transformar, participar e olhar isso no nosso cotidiano, até chegar a verdadeira mudança.
SU Brazil: Que demais essa percepção. Você lembra de algum momento marcante que sentiu isso ‘na pele’?
Luciano: Sim… A dinâmica do Executive Program da SingularityU Brazil é COMPLETA de verdade, entende? A noite também. Às vezes até sonhamos com alguns temas. É uma imersão completa.
Mas, no primeiro jantar, na primeira noite, tiveram alguns momentos que eu pensei: “puts… Isso aqui será diferente.” Como funciona: a gente chega de noite, tem uma apresentação e depois tem o jantar. É um networking, mas era diferente. Tem muito contato, muita gente, mas tem conteúdo e interesse de todos em fazer aquilo ser dinâmico. O nível da conversa também era bem alto.
Não era só sala de aula. Ali eu entendi que era muito além do que só o curso.
No dia seguinte, na primeira aula, com as experiências fora de sala, com interações com startups, pessoas que estarão presentes durante o programa… Ali eu pensei: “acho que vou conseguir materializar aquilo que está tão distante, mas acho que está próximo da minha vida”.
Digo isso desde impressão 3D até ESG, multiverso. Tem aquele ‘para onde a gente vai? E como trazer isso’. Então… Era sempre esses momentos que eu sentia isso.
SU Brazil: Em quais momentos você sentiu que impactou sua vida?
Luciano: Primeiro foi na forma de pensar. Sem dúvida.
Foi neste momento que a percepção foi construída e aí também a coerência das coisas. Eu comecei a pensar sobre as transformações e o que seria apropriado daquilo, porque não funciona assim sem medida.
Várias vezes a gente encontra isso. Olhamos IA regenerativa, tecnologias exponenciais em todos os serviços… Mas não é de um dia para o outro e de forma abrupta. Precisa ter coerência: não deixar de perder valor e sempre potencializar entregas, eficiência, além, claro, de um impacto muito melhor, no ambiente interno e externo.
Então, comecei a pensar: “Como levar x tecnologia para gerar o maior impacto e melhor valor?”. Essa forma de pensar materializou durante o Executive Program.
Agora, citei alguns temas, como realidade virtual. Antes, era algo relacionado a vivência daquela experiência. Porém, a reflexão de trazer a interação com a realidade física/material é extremamente importante. É neste momento que passamos a entender como as coisas lidam na convergência, entende? A ideia é criativa, tentando, novamente, buscar valor.
Tudo que estamos aplicando e, dessa maneira, podem mudar o mundo. Vão transformar nossa vida, desde que lidamos com aquelas diretrizes de pensar em uma vida melhor. Mas, isso tem um tempo e é preciso respeitar o tempo. Então, não precisa ter ruptura, mas muita atenção e coerência para fazer as coisas.
Porque a forma como a transformação vem é muito rápida. Cada vez mais se intensifica. Então, preciso estar atento a tudo que está acontecendo e experimentar.
Esse é o outro elemento que trouxemos: experimentação. Isso é fantástico no Executive Program da SingularityU Brazil. Às vezes a gente pensa que estamos longe e tudo mais, mas é preciso experimentar. Isso é provocação para lidar com as nossas próprias leituras das coisas.
Isso é muito importante. Abre a maneira que olhamos e percebemos as coisas. É preciso olhar a mesma coisa de outros ângulos também. Isso foi com a Impressão 3D, por exemplo. Pode ter órgãos, pontes e tudo isso que eu não fazia ideia e não acreditava. Por isso é bom ter possibilidades e diferentes visões.
SU Brazil: Falando sobre transformação… Existe um sintoma social sobre isso hoje? Você pensa sobre isso? Qual sua percepção?
Luciano: Sinto e muito sobre isso!
Vejo muitas empresas revisitando suas culturas e organização. O comportamento muda, entende? Algumas agendas estão se modificando e isso é consequência destas ações.
De fato, primeiramente precisamos priorizar o humano. Isso está muito claro para mim. Quanto mais digital somos ou quanto mais novas tecnologias estão fazendo parte da nossa vida, mais humanos precisamos ser.
Deste central, vem o elemento importante da experiência do cliente. A prática está mostrando isso e não de uma maneira vazia. Estar no físico, digital, seja onde for, mas o mais importante é onde o cliente está, prefere e utiliza.
Outro ponto é: como lidar com tudo isso que acontece no mundo de dados, em novas tecnologias, para ajudar-nos a ser mais eficiente? Isso é muito fundamental.
É neste ponto que tudo se torna mais profundo. Uma empresa tradicional precisa ser digital? Sim, afinal, tomará as melhores decisões, estará em todos os locais, terá mais impacto com os clientes e melhorará seus produtos. Os produtos físicos precisarão ser digitais: também.
Isso é uma transformação cultural importante. Será necessário. Todo líder precisará ter uma boa agenda de dados e tomada de decisão em análises que não são mais históricas, mas mostradas pelos dados.
No final do dia é aquela preocupação com o futuro. Esse olhar linear acopla o futuro no presente e isso é fundamental, afinal, se eu não olhar hoje, com as velocidades que as transformações acontecem, eu posso ficar para traz. A questão de enrijecer e travar a mudança tem um período e o “até quando” se torna até uma preocupação.
Então, é muito legal o que vemos hoje: empresas tradicionais, de valor gigante, tentando mudar seu olhar, design diferente, transformando sua proposta de valor, chegando ao cliente de outra forma… Novas gerações estão vindo e isso é muito importante. Há vários exemplos passando por isso.
Um que gosto bastante é a manteiga Aviação. Hoje consumimos mais do que antes, continuando com o mesmo valor, mas por que aumentou? Posicionamento, proposta de valor, propaganda, alcance… Isso precisa estar na cultura, entende? Assim funciona! Se não estiver praticável ou aliado ao propósito da empresa… Não funcionará. Cultura é a palavra chave.
SU Brazil: É uma percepção muito boa! Quando você fez o EP estava deste momento também?
Luciano: Acho que estava sendo construído.
Quando fui para o EP, gostaria de entender “para onde o mundo vai”, entende? E quais as tecnologias para isso. Por isso, era necessária uma escola que me ensinasse. No momento da pandemia, nos aproximamos de muitas coisas, de maneira até forçada, por conta da necessidade.
Era aquela corrida pelo Teams, Zoom e tudo mais. Era uma conexão de tudo, em todos os momentos, com aulas, apresentações, na tela e a preocupação de não esquecer que tem um indivíduo do outro lado. Falava-se muito do multiverso, avatares e realidade virtual. Era muita coisa. Eu não sabia se era aquilo mesmo, mas todos continuavam indo. Muito acontecia.
Por isso, eu queria trazer isso de uma maneira mais palatável e tranquila. Eu queria me encontrar dentro desse mundo. Então, não era confusão, mas era claro que não era o melhor entendimento do todo. Era uma experimentação e todos estavam ali tentando, simplesmente.
A partir desse momento eu, como disse, olhei algumas escolas internacionais, até que um colega fez o Executive Program da SingularityU Brazil e disse que valia a experiência. Ficamos sempre com medo, né? Até que o meu amigo disse: “Fica tranquilo. É até melhor. Confia”.
Foi interessante porque fiquei confortável e tranquilo por fazer o EP daqui. Mas… Quando entrei… Foi algo mais grandioso ainda. Por isso hoje eu falo: “Precisa ir viver… É fantástico, mas precisa ir viver tudo aquilo”.
Então, foi espetacular. O cuidado com as pessoas, com a volta da pandemia e até sobre as expectativas que eu tinha. Cuidar das pessoas exige também entendimento de tecnologia e tinha uma compreensão sobre a doença que passávamos, tudo correto e eu fiquei impressionado com tudo isso.
Ao mesmo tempo, eu queria ser uma liderança que entenderia esse digital. O Edu Ibrahim era a pessoa que eu perguntava sobre a economia, a exponencialidade, novas moedas e tudo mais. Pensar em descentralização, disrupção, na questão monetária… Foi muita reflexão da atividade que eu me dedico e até tudo que o mundo vai passar.
Tem coisas incríveis aparecendo na nossa vida e eu estava ansioso para ter contato com isso.
A Singularity sempre foi uma palavra de muito impacto, né? Uma marca gigantesca e todos que passam por elas são proporcionadas pelo conteúdo e pelo propósito que estão vivendo. É gigante querer transformar o mundo em um lugar melhor impactando pessoas.
Por isso eu só pensei: “Eu quero. Vou dar uma chacoalhada neste momento. Quero ver este impacto. No Brasil mesmo? Quero sim.”
E esse pensamento é comum, mas, agora consigo dizer: um conteúdo, tropicalizado como falamos, do jeito que foi, traz algo gigante.
O nível de aprendizagem que tive no EP, o conteúdo que trago até hoje, mas principalmente a forma de pensar que absorvi de uma maneira muito mais rápida do que antes, foi a melhor questão do curso. Já fiz cursos lá fora e não foi desse jeito. Fico feliz de ter isso no Brasil, aqui tem coisas bacanas e maravilhosas que várias vezes no internacional precisamos ainda tentar abstrair para o nosso contexto, né?
Aqui não. Até as provocações são proporcionadas para a nossa realidade, pensando na própria estrutura brasileira. Está claro que é necessário para que as coisas acontecem. As mensagens são diretas. Tem muita técnica, inteligência e a maneira do nosso comportamento é tratado com provocações. A riqueza está em olhar para tudo isso e tentar tirar o melhor disso, desde nosso almoço, fala e até a maneira em ser coletivo. É espetacular ver tudo isso no programa.
SU Brazil: Você em nenhum momento fala disso com desespero ou angústia. Então, como você enxerga o futuro?
Luciano: Eu não falo com desespero ou angústia porque a SingularityU Brazil me ensinou dessa forma, né? Ali eu entendi que tem um caminho e uma jornada que podemos trilhar, só não podemos ficar esperando. Os caminhos fundamentais estão mostrados. Se cada um fizer sua parte, chegaremos lá.
Agora, é muita coisa acontecendo e muitas provocações. A gente tenta acompanhar. Quando estamos desconfortáveis, a gente precisa ir estudar ou procurar alguém que saiba. É, inclusive, sobre isso que SingularityU Brazil nos provoca: só chegaremos se houver um coletivo, compartilhado, que procure se melhorar neste processo e por isso o networking se torna importante.
Agora, medo do futuro? Nenhum. Talvez o que eu fique um pouco atento é com a velocidade das coisas, para que não falte ou não aconteça algum equívoco. Por isso é necessário ter muita coerência.
Esse mundo de experimentação presente dará mais espaço para tentar. É o que eu vivo no meu trabalho. É um conjunto de experimentações, um respeito coletivo com as pessoas, uma certa forma de lidar com o erro que é mais positiva, tentativas e, principalmente, investimento em questões principais: na pessoa humana. Tudo isso é tempo.
A velocidade e o ritmo precisamos aprender a controlar. Entende por que falo disso? Eu não sei qual é o melhor, mas aprendo todos os dias. A melhor foram da gente ver o futuro, é a construção de agora: sendo melhor um pouquinho todos os dias. Parece um tom subjetivo, mas é por isso que precisamos ter os objetivos claros e a cultura engajada em questões definidas, ao mesmo tempo que as lideranças acompanham e ouvem os valores da organização.
Ao mesmo tempo, é preciso trabalhar algumas expectativas, olhar algumas projeções e ver como podemos lidar com isso também.
Sobre a nossa vida, a principal fonte é o estudo. Sempre precisa estar presente. A aprendizagem é a parte mais importante para entender e fazer desse futuro melhor. Por isso a HSM e a SingularityU Brazil estão fazendo um trabalho espetacular com isso. Aqui, talvez, seja o lugar de maior admiração para mim porque é realmente algo essencial.
Provocação sempre será algo espetacular e aqui é feito da maneira certa.
SU Brazil: Obrigado, Luciano! Você falou muito de tempo em sua fala. O que diria então para o seu ‘eu’ do passado?
Luciano: Ah, eu diria para ele fazer o Executive Program, com certeza.
A gente sempre faz as coisas e depois pensa que poderíamos ter aproveitado mais. O que eu poderia dizer é até ir mais tranquilo, se dedicar mais para a imersão e esquecer um pouco a nossa vida. Mas é difícil. A gente sempre pensa em tudo.
Eu diria para imergir mais. Não olhar o celular, apropriar de tudo e aproveitar de muita coisa bacana que vai aparecer.
Então, de maneira objetiva, eu diria para ir. Como digo para os meus colegas que perguntam, o investimento vale, o tempo de imersão vale e é algo fantástico.
Isso vem de uma premissa que eu falo para os meus filhos: estudo é investimento.
Então, não podemos olhar o todo e ver a quantidade como um pagamento. É investimento. O aproveitamento vem com o tempo. O retorno vem de uma maneira tranquila, fácil. É algo que levo para os meus filhos em todos os meandros de aprendizagem da vida deles.
Agora uma reflexão que eu volto a dar atenção às pessoas que podem vir a ler o texto: faça a imersão completa. Se dedique. Larga o celular, reunião, tudo.
Outro ponto que eu gostaria de dizer: larga essa cobrança. Relaxa. Pergunta, olha, fique curioso. É um ambiente de pura aprendizagem. É um ambiente ótimo, de muita humildade e de respeito. As pessoas são sempre incríveis. O corpo de professores e da SingularityU está sempre ali para te ajudar.
E, impressionantemente, a turma também. No último dia todos se soltam! Faça antes. Aproveita, porque esse negócio vai te transformar e vai te fazer melhor.
Eu diria até para aquele Luciano que ele sairá melhor e muito bem.
Confesso que sempre penso em voltar e novas oportunidades. Eu sinto falta. É muito bom.
SU Brazil: Muita gente briga com o tempo, Luciano. Você não. Isso é fantástico! Você passa isso adiante?
Luciano: É um desafio e tanto, né?
Eu tento passar para os meus filhos. Com o mais velho eu trago de uma forma presente, principalmente sobre essa questão consciente do tempo. Acho até legal que os feedbacks positivos na escola são neste ponto, de tratar temáticas de uma maneira compreensiva e como ele é generoso.
Isso é muito importante e precisa ter equilíbrio. Não é fácil. Talvez até eu não tenha muito como digo aqui, mas sempre buscar isso é o mais importante, entende? E a relação do tempo é isso.
A partir do momento que começamos a entender que ele é o maior ativo que a gente tem, se torna muito importante para tentarmos equilibrar todas as nossas dimensões da nossa vida.
Algumas frases marcam minha vida e uma delas é: “perdendo tempo é que se ganha vida”. Parece simples, mas nos ajuda nas piores situações possíveis e que já me ajudou muito. Então, nos momentos que são duros e sem alternativa, ela traz a ideia de sair da situação, fazer outras coisas e tirar o foco.
Desconectar é importante. Tenho um líder que sempre fala para “dar uma espairecida” ou “tomar um café”. Um looping de pensamento dificilmente dará certo. Precisa perder esse tempo, para ganhar vida e fôlego. É muito importante ter isso na nossa vida e, por isso, equilibrar.
Com meu filho mais novo ele está aprendendo a equilibrar tudo: do esporte e até a família. É uma gestão de prioridade. É algo que eu tenho comigo, como falei lá no começo sobre o trabalho. As prioridades mudam, mas é necessário ter isso em mente e perceber como estamos usando nosso tempo com isso.
É muito importante. É um desafio grande, mas a melhor forma é a gente sendo a gente e sendo verdadeiro nisso. Talvez as pessoas não recebam muito bem isso, em certos momentos, mas, com o tempo, entendem o valor disso e das nossas prioridades. Eu acho isso crucial e faço isso com meus pares, família, lideranças, time… Precisa ter esse cuidado.
Talvez a única coisa que a gente precise refletir sobre o mundo corporativo, de uma maneira geral, é que estamos muito nestas atividades técnicas e entregas. Porém, como podemos equilibrar isso com o humano? É um pouco o que eu digo da fase: despluga um pouco. Sai da planilha/reunião. Pensa um pouco e volta para o trabalho.
Ficar no piloto automático do cotidiano vai te sugando e perdemos essa capacidade. É preciso voltar e entender esse equilíbrio. Como lidar com o tempo, o precisar fazer, o ser humano, o cuidado… Tudo isso… É fundamental conseguir dar harmonia para isso.
E precisamos ser nós nisso. Não dá para cumprirmos um papel. Se estamos só nisso, perdemos tempo e somos apenas funcionais. Nos perdemos. Precisamos ser genuínos e nós 100% do tempo. Não tem um Luciano do Itaú, o Luciano Pai… Não. É preciso que sejamos nós mesmos na totalidade e equilibrar isso com os processos que são necessários.
Mas é assim que se aproveita o tempo e, em uma vida finita, é o mínimo, não é?
Por isso, outro ponto, é parar no final do dia e pensar: “Está valendo a pena? Faz sentido para mim?” Se sim, segue. Se não, é necessário retornar, acertar expectativas, talvez mudar algo, mas seguir com a atividade.
Espero que meus filhos entendam isso e vejo nas interações que isso é bem presente. Então, passar isso é muito importante.
SU Brazil: E quem é a pessoa que deveria fazer o EP?
Luciano: Acho que não há um perfil definido e isso é bem rico.
Tem uma diversidade presente importante e as possibilidades são bem diversas. É possível trazer ângulos diferentes.
Minha sugestão é que a pessoa tenha um nível de maturidade, como pessoa e como profissional, grande. O nível de conversa é bom. Os assuntos são profundos, o entendimento do mundo corporativo é alto. Então, é necessário ter este conhecimento.
A questão é o nível adequado sobre o conteúdo e experiência. De resto, como empresário, executivo, gestor… Seja quem for, caso tenha um nível de maturidade, vai dar certo.
E, claro, precisa querer mais. Pensar em desenvolvimento e melhora é algo crucial e a pessoa precisa querer transformar o Brasil e o mundo de uma maneira melhor. É até o propósito do programa, então é preciso que a pessoa esteja aliada a isso.
No Especial 10 edições de EP falamos bastante sobre como a imersão é importante para dar mais amplitude às perspectivas. A pausa, o acolhimento de si completamente reflexivo, imbuído em uma série de palestras e atividades buscam gerar uma energia criativa revitalizada.
Aprendemos que também muda nós mesmos, além dos nossos negócios. Com Luiz Paulo Foggetti, CEO e Founder da APTK e Ice for Pros, o empreendedor nos mostra que as construções são importantes também para o negócio.
A entrevista, na íntegra, você confere abaixo!
O Executive Program é uma imersão de 3 dias e meio, nas tecnologias exponenciais que estão moldando o futuro dos negócios. O principal programa da SingularityU Brazil ocorrerá entre os dias 24 a 28 de setembro, no Hotel Almenat Embu das Artes – SP. Garanta sua participação na última turma do ano clicando aqui
SingularityU Brazil: Luiz, por favor, se apresente.
Luiz Paulo Foggetti: Meu nome é Luiz Paulo. Sou founder de um grupo chamado Small Bets. Temos três businness bacanas: temos a parte de gelo, na Ice for Pros, que faz gelo translúcido. Temos a parte da APTK Experience, que são as grandes criações da coquetelaria engarrafada brasileira. Em terceiro, temos a parte do varejo, que representa a marca de gelo e de bebida.
Tenho 48 anos. Sou de São Paulo, engenheiro formado pela Poli-USP, com MBA no INSEAD. Tive carreira executiva até o dia que decidi empreender. Agora estou aqui em um momento único e ótimo.
SUBR: Como tem sido sua história no empreendedorismo?
Luiz Paulo: Eu antes estava numa vida corporativa bastante confortável. Eu decidi empreender. Foi como pular de uma nave mas sem proteção alguma embaixo.
É uma delícia empreender, realizar teu sonho e administrar seu próprio horário.
Você está com todos os riscos e responsabilidades que o empreendedorismo traz. Isso é complicado sim e não há como negar. Mas, ao mesmo tempo, é uma delícia colocar seu sonho em prática, ainda mais na nossa ideia que é um sonho revolucionário.
Volto a dizer para não acharem que só tem glamour. Não vou mentir. É difícil sim. Porém, volto a dizer: eu estou muito feliz e quero continuar fazendo isso que me deixa tanto feliz.
Estou em um momento maravilhoso de expansão. É único. Depois de 2 anos, aprovamos os modelos necessários e estamos na hora do crescimento exponencial. É isso que estamos vivendo agora.
SUBR: Quando exatamente você fez o EP?
Luiz Paulo: Eu fiz em junho de 2022. Eu estava no segundo ano do empreendedorismo. Foi uma fase em que eu vi que era o melhor momento para isso.
SUBR:E como você descobriu o Executive Program da SingularityU Brazil?
Luiz Paulo: Eu já conhecia a SingularityU. É bem famosa no mundo, sempre há textos dela e alguém a menciona em algumas reuniões. A questão foi mais comigo.
Eu estava muito ‘enfurnado’ e não tinha muitos olhos para questões além do meu trabalho. Quando você começa a empreender, ou mesmo na vida corporativa, você se aliena de tudo para prestar a atenção no seu negócio. Eu precisava respirar um pouco, com questões de inovação e não-tradicionais.
Foi neste momento que eu pensei e encontrei a SingularityU Brazil. Percebi que o Executive Program poderia me dar esta oportunidade de aprender novos conceitos e enxergar coisas novas além de onde eu estava. Então decidi que era hora
SUBR: Você tinha muita expectativa em fazer o EP?
Luiz Paulo: Eu pensava em conseguir coisas novas, entende?
Sempre tem uma expectativa quando a gente para nossa vida por 3 dias na imersão.
Eu queria respirar a inovação e entender como as transformações tecnológicas estavam ocorrendo no mundo. Além disso, eu queria me atualizar sobre os vários processos que estão ocorrendo no mundo.
Conhecer outros assuntos que não estavam presentes na minha vida cotidiana foi algo maravilhoso. Foi para isso que eu fui. Entendia que lá era o lugar em que várias inovações, de diferentes meios, poderiam me por para pensar e aprender um pouco mais.
SUBR: Como o EP te impactou?
Luiz Paulo: Acredito que principalmente pelos insights que o Executive Program te dá.
No momento em que eu fui, o que mais me puxou para pensar, cuidar e estudar sobre o meu negócio foi a questão da digitalização. Muito importante ainda para a parte de operações, que são fundamentais na nossa empresa.
Eu faço algo muito físico, essa que é a verdade. No fim, vendemos gelo e bebidas engarrafadas de altíssima qualidade. Porém, gostaríamos de compreender de que maneira o serviço poderia ser transformado e otimizado, entende? Além disso, de repente olhar e entender outros ares…
O Executive Program da SingularityU Brazil ainda é ótimo porque te abre noção para outros assuntos, como metaverso, tokenização e neurociência. Mais ainda: mostram como poderiam estar correlacionadas entre si. Isso é algo fantástico.
Outro ponto muito interessante foi o networking maravilhoso. O EP é também uma grande chance: fiz mais de 30 negócios para minha empresa durante o programa.
Tinha um time muito legal para conversar e todos se envolviam de uma maneira muito gostosa. Tínhamos dias juntos maravilhosos. É algo que precisamos reconhecer, faz parte da nossa vida.
SUBR: Houve alguma situação que mais te marcou no EP?
Luiz Paulo: Lembro de uma coisa muito interessante que foi logo no primeiro dia. Ali eu senti que já estava sendo impactando.
A primeira palestra era sobre gelo.
Foi falado sobre a história do gelo como mercadoria e em como este processo foi transformador para todo o mundo, porque, além de mudar a questão de conservação a disrupção permitiu uma série de transformações sociais.
No fim da palestra, trouxeram o ponto da mudança de vida o mercador que cuidava de conservação dos produtos sofreu e disseram que estávamos em um momento em que “agora terminaria a história do gelo”, por conta dos drones e tudo mais.
Então eu disse: “Não. Na verdade, gelo não é só para alimentos. Gelo agora não precisa atuar gelando, necessariamente, algum produto. Nossa empresa é maior produtora de gelo do Brasil e estamos percebendo que não acabará assim.”
Todo mundo riu. Nos divertimos nessa conversa e até hoje mantenho o contato porque é interessante contar essa história. Além disso, me pedem alguns materiais por conta da, como disseram no dia, ‘revolução que você faz no Brasil’ por continuar nessa indústria.
Então, o mundo ainda vai precisar de gelo.
Acredito que este, especificamente, foi o insight mais importante da trajetória, por conta de ser um assunto próximo. Com certeza tiveram outros, mas esse eu lembro porque foi cômico e bacana.
SUBR: Você aproveitou bem o EP. Teria feito algo diferente caso voltasse?
Luiz Paulo: Não… Foi ótimo para mim.
Talvez teria aproveitado um pouco mais, mas foi muito bom. Cumpriu as expectativas que eu tinha e tudo aquilo que eu queria em um curso.
SUBR: O que você percebeu de mudança após o curso?
Luiz Paulo: Abre a cabeça, entende?
Há muito conteúdo. A digitalização, por exemplo, os assuntos aprofundados neste conceito eram bem densos. Além disso, traziam soluções inovadoras, cases interessantes e disrupções. Mais elementos foram muito importantes para que eu pensasse meu próprio negócio.
Na época, eu queria transformar a maneira que o marketing digital estava sendo construído na empresa. Alguns modelos apresentados ajudaram nisso: entender como chegar no que gostaríamos, otimizar a proximidade com o cliente e até otimizar os processos já estabelecidos.
Os insights foram muito importantes e não dá para dizer o contrário. Além disso, tiveram algumas inspirações que me auxiliaram a levar algumas questões ao meu time e até ajudar na organização da empresa.
SUBR: Por conta disso, para quem você recomendaria o EP?
Luiz Paulo: Acho que todo mundo tem momentos na carreira, por isso, é preciso entender o seu.
Acredito ser necessário bastante experiência, entende? Principalmente quem está já no nível C-Level e de governança. Porque é preciso entender as maiores tendências, saber lidar com o ser humano e até rever a própria experiência que foi construída durante todo seu período de vida.
Além disso, acredito que seja importante para quem está em ascensão, prospectando cargos que tenham tomadas de decisão.
Acho necessário também para quem está sentindo aquela vontade de “parar”. Sempre tem este momento em que a gente acha que precisa olhar outras coisas, respirar ares com intelectualidade e novas perspectivas, dar um reboot, entende? A imersão ajuda nisso.
Vale a pena nesse sentido também.
SUBR: Foi isso o que aconteceu na sua trajetória?
Luiz Paulo: Não exatamente.
Eu estava em um momento muito único do empreendedorismo, mas foi ótimo ter novas perspectivas e olhar para as coisas que já estavam um tanto quanto presentes na minha vida.
Então, foi uma conversa comigo mesmo dizendo que é necessário entender: é preciso olhar para os aplicativos digitais, compreendendo quais suas ações hoje no consumo; entender a velocidade das mudanças; e transformações que as tecnologias exponenciais estão fazendo.
É uma busca incessante olhar essa inovação na própria empresa.
A história do nosso empreendedorismo é essa. Os três business que temos é uma busca incessante de inovação. Somos os únicos que fazemos um gelo translúcido. É também um gelo que demora 48 minutos para descongelar e serve os melhores drinks nos melhores locais do Brasil.
Então é sempre buscar o novo, certo? E o êxito. Estamos buscando coisas novas e o Executive Program traz isso no final do curso com o melhor entendimento possível.
SUBR: Como se preparar para entender tudo isso no Executive Program da SingularityU Brazil?
Luiz Paulo: Eu diria para respirar e ter muita calma. Ir com a cabeça aberta.
A gente naturalmente tende a ficar na nossa área de acomodação e isso nos leva a ficar com as pessoas e temas que gostamos mais. Mas, o mais interessante dessa jornada é você olhar a questão do diferente.
Então, perguntar para os professores coisas que te estranharam demais é algo muito legal de se fazer. Questionar outra pessoa e participar com eles nessa dúvida. Ter a troca, entende? Precisa querer agregar ao grupo e escutar aquilo que não está constantemente presente em sua vida.
Se fizer isso, com a mente… Não, na verdade não. Se fizer isso com o coração aberto, vai facilitar todos os dias de trajetória no EP.
É o que diria para mim naquele momento: não se tranque em nada. Esteja 100% aberto.
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