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Na ânsia da automação, será que as pessoas continuarão tomando os mesmos cuidados sobre suas ações?

No último dia da quinta edição do xTech Legal, o Learning Village recebeu painéis sobre inovação e tecnologia, com conversas sobre os impactos que o trabalho jurídico vem sofrendo por conta das transformações tecnológicas: desde sua produção diária até seus enfrentamentos mais árduos.

A PL das Fake News é um exemplo de como a tecnologia foi colocada socialmente e só agora, depois de inúmeros casos problemáticos, está sendo reconduzida e discutida dentro do processo jurídico.

Transformações estão acontecendo em níveis distintos: no trabalho, com soluções mais imediatas e práticas do mundo digital; de construções de peças automáticas até novas maneiras de atendimento que utilizam bots para facilitar o caminho a ser percorrido na assistência jurídica.

O mundo digital implica neste tipo de transformação diária, principalmente por conta do modelo dataficado de reconstrução, reaprendizado e pelo interesse das grandes empresas que possuem estas fontes de informação.

Estas transformações tiveram uma aceleração grandiosa por conta da pandemia, mas são processos que já fazem parte de uma ideia de otimizar e tornar a a atividade mais produtiva. Com a globalização, a comunicação, relacionamento e as trocas comerciais passaram a ser quase imediatas e, quanto menos tempo, melhor para nosso contexto econômico.

Em consonância com essa situação, Alexandre Nascimento, expert da SingularityU Brazil e pesquisador de Stanford, trouxe várias perspectivas das mudanças que as novas tecnologias estão trazendo no mundo atual – especialmente nas questões relacionadas à inteligência artificial.

Hoje, há uma ação de se apropriar destes modelos de automação para o trabalho humano: desde reconhecimento social e cultural, como trabalhos de social listening, até construções de robôs para atuarem em trabalhos de maquinários.

Outro exemplo disso é para atuações sociais: diversas cidades do mundo já possuem olhos robóticos nos lugares estratégicos mais importantes para controle, regulados por indicações humanas e performadas pelas máquinas.

Os carros estão passando por uma mudança de controle automático, sem a necessidade de um motorista humano. As redes de assistência e relacionamento já se encontram com estas transformações.

E até o corpo humano também participa deste processo: cada vez mais estamos procurando maneiras de criar extensões não-humanas em nossa carne, seja com um chip, seja um órgão. Além disso, a nossa maneira de se relacionar também está passando por mudanças: desde com quem, que pode ser não-humano, até em qual lugar, como os ambientes imersivos que criam vidas digitais.

O que hoje mais chama atenção é a “capacidade” da inteligência artificial. Junto a estes processos, ainda ecoa no mundo um alarde sobre o que este tipo de tecnologia pode criar, e o medo sobre substituir a criatividade humana é latente.

O ChatGPT, ChatSonic e Dall-E 2 são exemplos desta nova onda de inteligências artificiais que foram colocadas para uso na internet. A ideia destas criações, em forma de IA aberta, é tornar este tipo de tecnologia mais bem aproveitada, percorrendo os circuitos socialmente presentes. Ao mesmo tempo, ainda faz um trabalho de experimentação social, na tentativa de enxergar se haverá um aproveitamento deste tipo de tecnologia processo de trabalho e produção humana.

Não é surpresa para ninguém que há uma ambição por trás disso: quanto maior a produção e mais eficiente, menos tempo perdemos com tarefas mais simples e podemos otimizar os processos de trabalho. É disso que se trata o auxílio destes artífices.

No entanto, algumas questões que cerceiam a apropriação deste modelo tecnológico na produção cotidiana: qual o impacto deste tipo de tecnologia nos trabalhos hoje existentes? Eles vão substituir a mão-de-obra? Chegamos no momento alarmista da “Era das Máquinas”, como este alvoroço indica?

Nesse sentido, aprofundamos este assunto com o pesquisador e expert da SingularityU Brazil, Alexandre Nascimento, na tentativa de entender se o trabalho no meio jurídico mudará ou se há uma mudança no contexto social que precisamos ficar atentos. Além disso, tiramos algumas dúvidas sobre a real capacidade e impacto deste novo tipo de tecnologia neste momento tão conturbado.

Como isso impacta o trabalho jurídico?

Há uma tendência em acreditar que chegamos a um momento de automação eficiente e clara, em que as leituras da nossa experiência e domínios dos nossos hábitos já são bem apropriados pelos robôs criados. Isso não é o que verdadeiramente acontece hoje.

Alexandre deixou claro o quanto é cético sobre a ideia de substituição de profissionais da área jurídica por profissionais especializados em IA ou prompters para utilização de inteligência artificial para automação completa no setor no curto prazo, por conta das limitações da tecnologia frente aos desafios intrínsecos ao direito e do sistema judiciário:

“Hoje isso não é possível. Precisamos de mais tempo, principalmente tentando desenvolver tecnologias particulares às ações e regiões necessárias. Este nível global de inteligência artificial torna as ferramentas como o ChatGPT, falhas. Ela mente e reproduz algo que viu em outro lugar, sem aprofundamento.”

Para o expert da SingularityU Brazil, o componente humano se fará necessário por um longo período, e, a parceria homem-máquina é que trará grandes resultados no setor. Por isso ele vê muito mais a atualização dos profissionais com o conhecimento do setor para que utilizem a tecnologia no longo prazo, do que a substituição dos profissionais da área por prompters ou engenheiros de IA.

Ainda sobre o ChatGPT, ele afirma que os grandes modelos de linguagem não são uma solução universal, e, apesar de que vieram para ficar, eles se tratam muito mais de uma poderosa forma de melhorar a parceria homem-máquina para o futuro que está sendo construindo, onde teremos cada vez mais nossa inteligência ampliada por IAs. Por isso, ele afirma que o principal ponto será a criação de Inteligências Artificiais especializadas, híbridas e relacionadas ao que é proposto, dentro da área e temática sugerida: “Vamos viver um momento de ânsia por automação e depois iremos perceber pela qualidade dos resultados que não era possível resolver tudo com o ChatGPT, e, vamos repensar essa  apropriação muito rápida. Espero que poucos cometam este erro e sejam cautelosos no que irão automatizar.”

Afinal, é necessário que a tecnologia tenha um treinamento do modelo de linguagem. É também crucial que encontre um banco de dados direcionado para o serviço prestado, em virtude de que compreenda a lógica particular daquele local, olhe as documentações necessárias e que consiga gerar uma decisão que não seja apenas a repetição de algo muito similar ou análogo, mas em outro contexto.

Para o cientista, este tipo de tecnologia será crucial para trabalhos mais repetitivos e que auxiliem em operações constantes que fazemos hoje em dia, mas:

“Precisamos de mais tempo, principalmente tentando desenvolver tecnologias particulares às suas áreas de atuações e regiões coordenadas pelo planeta. Este nível global de inteligência artificial torna as ferramentas, como o ChatGPT, falhas. Elas mentem e reproduzem algo que viu em outro lugar, sem aprofundamento.”

Afinal, é necessário que a tecnologia tenha um treinamento do modelo de linguagem. É também crucial que encontre um banco de dados direcionado para o serviço prestado, em virtude de que compreenda a lógica particular daquele local, olhe as documentações necessárias e que consiga gerar uma decisão que não seja apenas repetitiva.

No meio jurídico, isso é ainda mais crucial por estarmos decidindo questões sociais vitais. É neste ponto de diferença que Alexandre deixa clara a necessidade de um ser humano neste papel analítico. Apenas a repetição, hoje, não dá conta de partes da cadeia produtiva. A IA disponível de forma aberta e pública, sem um processo cuidadoso de preparo para cada contexto específico, ainda não tem profundidade em todos os assuntos possíveis e é insuficiente em seus aprofundamentos.

Então, quais são os impactos que o trabalho jurídico sofrerá nos próximos anos?

A principal questão é entender onde está a repetitividade do trabalho que hoje é feito. As novas tecnologias podem ajudar no processo de produção, tornando criações repetitivas, categorizações e modelações mais ágeis desde que tenham mãos humanas neste processo. Afinal, é o trabalhador que dará habilidades comportamentais e algumas demandas que o mercado precisa.

Tal como a internet fez, e isso acontecerá na maioria (se não todas) as profissões, todos precisarão compreender o machine learning e como cada inteligência artificial apropriada funciona. O computador exigiu isso há alguns anos e agora os programas mais inteligentes necessitarão deste olhar.

Um letramento digital será necessário, mas, Alexandre deixa claro que: “As pessoas tomaram um susto com tudo isso, mas a substituição completa de pessoas por algoritmos não vai acontecer, porque todos precisam de qualidade em seus trabalhos que exigem uma gestão humana. A IA pode dar escala, mas sem a supervisão humana num setor tão crítico como o jurídico, ela pode dá escala ao erro e a injustiça, gerando problemas sociais. O que devem compreender é que há a necessidade de enxergar como utilizá-la em sua aplicação.”

“Todos descobriram um jeito de colar”

O susto tomado pelo mundo sobre o processo OpenAI foi produzido pelo encontro de uma nova fonte de produção, que busca diferentes leituras para produzir os processos designados: fotos, textos, vídeos, comerciais, histórias e narrativas. Foi notável o baque de medo ao compreender que uma criação nossa poderia dar sentido aos objetos ao nosso redor, coisa que a humanidade, desde seus primeiros momentos de existência, faz individualmente.

Porém, novos instrumentos utilizam bases de experiências já construídas e repetem o processo. É neste estágio, hoje, que as inteligências artificiais se encontram. Inclusive, há quem diga que este tipo de tecnologia não é nem artificial e muito menos inteligente, como Kate Crawford propõe.

O fato aqui não é este, mas nossa tarefa é entender o processo social que está por trás disso. De qualquer maneira, as IAs, hoje, são fontes de referência. Por isso, a maior tarefa, hoje, é saber se (1) deve ou não e (2) como alinhar este instrumento em suas produções cotidianas. Por este motivo, os cuidados precisam ser redobrados e precisamos entender que a automatização não pode ser prioridade acima da qualidade.

Alexandre destaca a necessidade de não se atropelar nesse processo e reconhecer que há um desenvolvimento, mas não uma confiança cega à priori em se apropriar deste tipo de tecnologia. Afinal, dilemas morais também estão presentes nesse contexto, ainda mais quando falamos sobre o processo jurídico. Nem sempre a melhor defesa é a mais rápida ou a de lógica pragmática dedutiva, como o ChatGPT usa, por exemplo.

É necessário revisar e atuar criticamente em qualquer criação de IA. O melhor a ser gerado nem sempre está nas leituras prévias e experiências passadas. Além disso, precisamos ter um cuidado com a questões que transformarão nosso entendimento de valor moral social, principalmente sobre responsabilização e culpabilidade dentro do processo jurídico.

A tarefa não é fácil, mas precisamos clarear o assunto muito antes de dar passos largos. O fenômeno do futurismo sempre compreende previsões e inferências, mas poucos entendem que isso é um processo reflexivo, que exige parâmetros para dar estes saltos de entendimento e muito cuidado.

A IA foi criada para resolver problemas. Este tipo de modelo tecnológico utiliza um conjunto de dados, a partir de experiências de terceiros, codifica algumas questões e a reutiliza. É, hoje, uma reprodução e, por isso, antes de continuar este processo, é necessária uma atenção, cuidado e direcionamento.

Além disso, como Alexandre Nascimento indica, os próximos passos são as atenções particulares: entender como esta tecnologia pode auxiliar em processos globais, mas que se caracterizam diferentemente em cada região do planeta, desde os valores morais aos processos produtivos. Por isso, antes da automação, é preciso retomar o processo humano e suas ações com os maquinários, tomando mais cuidado ainda por conta do impacto reprodutivo que isso implica socialmente.

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“Inteligência artificial precisa ser entendida como meio e não como propósito final. Entender o usuário é fundamental”, dispara diretora da Nestlé

Na tarde da quarta-feira (24/05), o Learning Village realizou a terceira edição do Day contando com a participação de grandes empresas do cenário brasileiro para falar sobre o Futuro dos Alimentos. Como um tema em alta, questões sobre novas tecnologias estiveram presentes e as perguntas sobre seu impacto social foram realizadas, mas a diretora do Panelas, da Nestlé, Carolina Falcoski, fez questão de colocar um limite nessa discussão.

“Precisamos começar este assunto dizendo que tecnologia é meio. Não é fim. Pode parecer óbvio, mas as pessoas procuram usar algo simplesmente por aquilo estar disponível e parecer ser a solução para tudo. Não. Questionamos a pessoa e tentamos entender qual o problema que precisa ser resolvido. Caso seja necessário, nós nos apoiamos para que a tecnologia ajude a resolver esta dor.”

Nesse sentido, Carolina continuou sua fala afirmando existir a necessidade de compreender todos os meandros da “dor”, porque é neste ponto em que a tecnologia pode se tornar um auxílio para acolher aquela problemática. Ao mesmo tempo, a diretora exaltou o quanto tem sido difícil mostrar isso às pessoas.

“O ideal é que funcione de maneira fluida. Há locais em que talvez as melhores soluções sejam offline. As mudanças drásticas de comportamento não precisam vir se a dor for resolvida de uma outra maneira.”

Tal como aconteceu em outras épocas de nossa história, como Ricardo Cavallini, expert da SingularityU Brazil, mostrou: estamos em uma nova onda de revolução da produção mundial. Toda esta mudança que o aparato digital proporcionou, criou – e continua criando – diferentes maneiras de comunicação, trocas e relacionamento comercial no mundo globalizado.

De acordo com o especialista, é preciso entender este estágio de desenvolvimento com uma perspectiva exponencial. Afinal, estamos em um momento de variadas transformações tecnológicas, que deixa tecnologias pelo caminho e se torna difícil acompanhar todas as atualizações.

Há muito trabalho para compreender como utilizar tantas ferramentas. Uma maneira de ir além é compreender e ter o cuidado com o momento e entender realmente quais são os anseios que precisem das novas tecnologias como solução produtiva.

O modelo de negócio de inovação aberta, como o “Panelas”, da Nestlé, tem sido um caminho, segundo Carolina Falcoski. Construindo várias startups e garantindo um ambiente de inovação, as necessidades de entender a cultura, a experiência do consumidor e as diferentes abordagens de solucionar algumas questões estão sendo solucionados.

Essa exigência de perspectivas distintas está sendo melhor aproveitada com “vários olhos para a mesma situação”, como a diretora do Panelas destacou. Muitas vezes devemos ter esse olhar atento e garantir nosso trabalho, mas várias complexidades exigem apoio e diferentes perspectivas que este modelo de inovação aberta garante atenções.

Afinal, precisamos escalonar e entender as características de cada ambiente específico. Há regiões em que o acesso à internet, por exemplo, ainda é muito complicado. Há problemas relacionados à poluição e que a reciclagem precisa dar conta, por isso, o “Panelas”, por exemplo, tem apoio de startups para garantir uma solução a esta questão.

Além disso, os níveis de letramento digital são muito distintos. Por isso, neste modelo de inovação aberta defendido por Carolina, o trabalho central da Nestlé é ajudar quem está presente neste guarda-chuva da organização. A mesma solução não funciona para todas as pessoas e cada dor precisa ter um olhar singular e atento e a empresa garante apoio nestas partes mais cruciais.

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Como LLMs e Generative AIs estão acelerando a transformação digital da saúde

Onicio Leal Neto
Onicio Leal Neto

Por Onicio B. Leal Neto. PhD em Saúde Pública e Epidemiologia pela FIOCRUZ, pesquisador Sênior do Departamento de Ciência Da Computação, ETH Zurich e Faculty SingularityU Brazil.

A evolução da inteligência artificial está transformando a maneira como lidamos com questões de saúde há mais de uma década. Porém com a popularização da Generative AIs e Large Language Models, materializadas no exemplo mais famoso ChatGPT, é importante entendermos o potencial e velocidade das próximas etapas que a transformação digital em saúde trará à sociedade.

Um estudo recente publicado na JAMA Internal Medicine trouxe à tona um debate fascinante sobre o uso de chatbots, ou assistentes virtuais, na prestação de cuidados médicos. O estudo, intitulado “Comparison of Physician and Chatbot Responses for an Urgent Primary Care Scenario,” comparou as respostas fornecidas por médicos reais e chatbots, evidenciando a crescente relevância da inteligência artificial no contexto da assistência médica.

Acesse o link clicando aqui.

Estudo mencionado sobre o uso de chatbots, ou assistentes virtuais, na prestação de cuidados médicos

Neste estudo, pesquisadores compararam a capacidade dos chatbots em prover informações sobre saúde avaliando a qualidade e empatia das respostas para com os pacientes, comparando suas respostas com as de médicos reais. Os resultados são surpreendentes e desafiam a percepção convencional sobre o papel dos profissionais de saúde no atendimento ao paciente.

Os chatbots utilizados na pesquisa, alimentados por modelos de linguagem avançados, como o ChatGPT, demonstraram um desempenho superior aos médicos em relação a qualidade e empatia das respostas. Mais especificamente, os resultados quando avaliando a qualidade das respostas em “bom” ou “muito bom” foram 3,6 vezes maiores nos chatbots em relação aos médicos. E mais surpreendentemente, quando avaliada a qualidade da empatia, as respostas “empático” e “muito empático” foram 9,8 vezes maiores para o chatbot em relação aos médicos. Essa descoberta levanta uma série de questões interessantes sobre o futuro da assistência médica e o potencial impacto dos chatbots na prática clínica.

Ao explorar a utilização de chatbots na saúde, é importante considerar os benefícios que eles podem proporcionar. Os assistentes virtuais são capazes de fornecer orientações preliminares, responder a perguntas comuns, auxiliar na triagem de sintomas e até mesmo encaminhar casos mais complexos para médicos especialistas. Essa abordagem baseada em inteligência artificial pode agilizar o atendimento, aumentar a acessibilidade aos serviços de saúde e ajudar a aliviar a sobrecarga enfrentada pelos profissionais de saúde.

Achados como este evidenciam a necessidade cada vez maior de pensarmos nos conceitos de AI for Patients ao invés do foco excessivo em AI for Doctors. A área da saúde tem sido beneficiada há alguns anos pelo avanço das técnicas de Deep Learning, mais especificamente a utilização das abordagens de Recurrent Neural Networks (RNNs) e Convolutional Neural Networks (CNNs). Dois exemplos clássicos de aplicação destas que podem ser citados respectivamente são as análises de prontuários eletrônicos via RNN para descoberta de padrões e predição de desfechos clínicos futuros. E ainda a aplicação de CNNs para investigação de padrões em exames de imagens ou histopatológicos. Porém, o aprimoramento das técnicas de processamento de linguagem natural precisa ser fortalecido para a interação com o paciente, e o momento presente das LLMs e Generative AIs vão fornecer importantes aspectos para isso.

Expandindo um pouco mais o impacto que estas tecnologias podem ter na saúde pública, descreveremos abaixo quatro tópicos que merecem atenção sobre como LLMs trarão impactos relevantes num horizonte de curto prazo:

  1. O papel das LLM na Saúde Única (OneHealth)

A Saúde Única ou One Health é um conceito que reconhece a interconexão entre a saúde humana, animal e ambiental. A LLM pode ajudar a promover essa abordagem integrada, fornecendo insights valiosos para epidemiologistas e profissionais de saúde pública. Com a capacidade de analisar grandes volumes de dados, a LLM pode identificar padrões e correlações entre doenças humanas, doenças animais e fatores ambientais. Essas informações são cruciais para melhorar a vigilância epidemiológica, prevenir surtos de doenças e desenvolver estratégias de saúde pública mais abrangentes e eficazes.

2. Abordando os determinantes sociais da saúde

Os determinantes sociais da saúde desempenham um papel fundamental na compreensão das disparidades de saúde em uma população. A LLM pode ajudar a identificar e analisar esses determinantes, como acesso a serviços de saúde, nível de educação, renda e condições de moradia. Ao coletar e analisar dados provenientes de diversas fontes, incluindo mídias sociais, registros de saúde eletrônicos e dados demográficos, a LLM pode fornecer uma visão mais abrangente desses fatores e auxiliar na formulação de políticas públicas mais direcionadas. Dessa forma, a LLM pode contribuir para reduzir as desigualdades em saúde e promover uma abordagem mais equitativa.

3. Saúde Pública de precisão com dados de tecnologias vestíveis

A popularidade das tecnologias wearables, como smartwatches e dispositivos de monitoramento de atividades físicas, tem crescido rapidamente. Esses dispositivos coletam uma variedade de dados relacionados à saúde, como frequência cardíaca, qualidade do sono, níveis de atividade física e até mesmo dados ambientais. A LLM pode aproveitar esses dados para fornecer insights personalizados e em tempo real sobre a saúde de indivíduos e populações. Essas informações podem ser usadas para monitorar e prever doenças, identificar tendências de saúde e oferecer intervenções personalizadas. Com a combinação de tecnologias wearables e LLM, podemos alcançar uma saúde pública de precisão, adaptada às necessidades individuais e coletivas.

4. Continuação da transformação digital da saúde com LLMs

A transformação digital da saúde tem sido impulsionada pelos LLMs, que desempenham um papel fundamental na melhoria dos sistemas de saúde. Esses modelos de linguagem podem ser integrados a plataformas digitais, permitindo o acesso rápido a informações médicas confiáveis e personalizadas. Além disso, os LLMs automatizam tarefas rotineiras, como agendamento de consultas e triagem de sintomas, e facilitam a tomada de decisões baseadas em evidências. A incorporação dos LLMs nos sistemas de saúde promove a eficácia, a agilidade e a equidade no acesso aos serviços de saúde. No Brasil, há vários anos a implementação da transformação digital em saúde liderada pelo setor privado com excelentes exemplos na área de saúde baseada em valor tem sido observada. Entretanto, com a criação da Secretaria Executiva de Saúde Digital do atual governo, por oferecer um arcabouço e ecossistema favorável, parece que veremos uma maior velocidade desta transformação digital no setor público.

Em resumo, a revolução da saúde pública digital, impulsionada pelos LLMs e Generative AIs, está transformando a forma como abordamos questões de saúde. A capacidade dessas tecnologias de fornecer respostas de alta qualidade e empatia, além de seu papel na análise de grandes volumes de dados, na saúde única, na abordagem dos determinantes sociais da saúde e na promoção da saúde pública de precisão, promete um futuro promissor para a assistência médica. No entanto, é fundamental avaliar cuidadosamente as aplicações e limitações dessas tecnologias, garantindo sempre que elas estejam em harmonia com o cuidado humano e os melhores interesses dos pacientes.

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“IA ajuda advogados mais experientes no dia-dia e os mais novos sofrerão com essa automação de novas tecnologias”, afirma CEO da Batista Luz.

No último dia de xTech Legal (11/05), o Learning Village recebeu Luis Felipe, CEO da Batista Luz, para falar sobre as transformações que a tecnologia está proporcionando nos escritórios e, principalmente, na prática jurídica.

A questão central sobre o papo com os desembargadores, juízes e advogados presentes se deu pela questão da produção. Luis enfatizou o quanto seu trabalho se tornou mais rápido e mais ágil, principalmente na construção de peças e apresentações, que são criadas pelas inteligências artificiais.

O CEO do escritório Baptista Luz deixou claro que esta ação é mais rápida e prolífica para sua empresa, principalmente por conseguir olhar mais demandas e ter o cuidado de participar mais de forma analítica e estratégica, ao invés de organizar e despender tempo com peças, construções de processos e primeiras conversas com os interessados.

O último dia do xTech Legal 05 contou com a presença do CEO da Batista Luz para juristas de todas as regiões do Brasil.

Com este tipo de ação, Luis reconheceu que alguns trabalhos serão impactados, como já estão sendo. Juniores e estagiários estão perdendo lugar para estes novos trabalhadores humanos que fazem uso desta nova tecnologia para aumentar a produção.

Ou seja, a tarefa não é eliminar cargos e sim fazer com que novos trabalhadores tenham habilidades de diálogo com a inteligência artificial, ao mesmo tempo que saibam das categorias necessárias no campo do direito, os chamados “Prompters”.

A ideia é: uma nova área que permita que o trabalhador do direito consiga interagir com a inteligência artificial, fazendo as perguntas necessárias e se aproveitando dessa construção e produção rápida para que o trabalho fique mais ágil.

O impacto pode demorar, pois há uma necessidade de que as faculdades/universidades se preparem para isso. Geralmente, o mercado inova primeiro e depois isso é reorganizado nas graduações e centros de pesquisa. Por isso, o profissional de direito do futuro terá algumas questões de atualização e transformação em sua área, em que alguns profissionais podem ficar em defasagem por este hiato entre as necessidades do mercado e o que se aprende na graduação.

Nova área e modelo de trabalho

Na conversa com os presentes no xTech Legal, a preocupação se deu principalmente sobre os impactos das tecnologias no trabalho. Vários pontos foram levantados sobre as produções, seus empregos, reconhecimento da inteligência artificial no trabalho, mas muito se falou sobre os prompters.

Além da questão de trabalho e produção, um ponto que chamou atenção na conversa foi a necessidade desta produção e em como isso derruba sua atratividade em seus anos iniciais.

O trabalho com inteligência artificial funciona de maneira simbiótica: o trabalhador utiliza a IA, com perguntas e demandas, criando peças e outras necessidades. Não é a IA que faz isso no automático, mas sim em simultaneidades. Sem revisão e em co-construção, o trabalho se torna mais rápido em 20 minutos.

Como atualizações de novas tecnologias é um tema extremamente delicado, pois há uma discrepância em nível de classes sociais, regionalização e situação global, a atratividade será um componente crucial para entender quais os tipos de produção que serão consolidados.

Luis Felipe aponta que já há um problema nisso hoje em dia. Muitos, principalmente sêniores, tendem a não utiliza-la e manter o mesmo serviço. O que, no futuro, continua atrasando o estabelecer de novas tecnologias nos processos de produção jurídico e até na demora de tomadas de decisão.

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“Ter o mindset flexível é imprescindível nesse momento histórico e passa pelo entendimento das nossas emoções”, afirma Carla Tieppo, expert em Neurociência da SingularityU Brazil.

No segundo dia de xTech Legal, Carla Tieppo, expert em Neurociência na SingularityU Brazil e coordenadora da pós-graduação em Neurociência educativa na Santa Casa, trouxe uma incrível perspectiva sobre o bem mais precioso que temos: nossas próprias emoções.

Na Grécia Antiga, Platão e Aristóteles já falavam que as particularidades e singularidades são nossas emoções. Até por isso, como algo tão sensível de ser compartilhado e difícil de explicado, as estas questões foram deixadas de lado no estudo da retórica, abrindo caminho para racionalidade.Isso se estende até os dias de hoje.

Passamos por mais de 3 mil anos de história e a tendência sempre foi suprimir este lado tão pessoal.Porém, como Carla Tieppo retoma: é exatamente ele que toma o cuidado de ampliar a nossa própria realidade.

Carla Tieppo é expert da SingularityU Brazil e abordou o tema de emoções no xTech Legal 5, em 2023

Talvez poucos tenham ouvido o filósofo Baruch Espinoza em seu tempo, pois estavam preocupados com outras questões (religiosas). Mas muitos estão ouvindo o que Antônio Damásio traz sobre essa realidade e Carla Tieppo trouxe insights claros e muito ricos sobre a necessidade do olhar para as emoções, procurando reaprender sobre a maneira com que vivemos o mundo, principalmente com tamanhas transformações digitais.

Afinal, é na emoção, como forma de entender a realidade, sentir o contexto e viver a experiência, que nós vivemos e construímos nossa compreensão de mundo. É na relação corpórea com o espaço, tempo e vivência que criamos constantemente, no centro do cérebro, todas as nossas memórias e aprendizagem.

Tudo isso depende da maneira com que qualificamos nossos sentidos e o estímulo neural. Nosso aprendizado e padrão de entendimento passa por estes aspectos. Por este motivo, Carla Tieppo trouxe a ideia de construir um cérebro preditivo: que consiga ter plasticidade adaptativa, seja vívido e revalide os próprios padrões.

Com esta capacidade é possível ter melhores condutas de execução, aprendizagem e adaptabilidade. Levando em conta todo o contexto que um indivíduo está inserido, é necessário compreender que o sistema emocional qualifica nossa experiência, além de ser o componente principal na questão de relevância e valor que damos a algo. É exatamente neste ponto que tomamos decisões e como iremos agir diante dos aspectos que o mundo nos proporciona.

São as nossas emoções que permitem aceitabilidade dos processos sociais. São elas que nos proporcionam uma ‘janela do mundo’, como Antônio Damásio propõe. Por isso, nossa conduta precisa estar atenta às construções de sentido que damos a nossa realidade, em virtude de reconhecer os tomadores de decisão existentes em nossa perspectiva e construir nossa própria compreensão dos nossos atos.

O desenvolvimento diário deve acompanhar os constantes aprendizados que o mundo exige, principalmente com as atualizações tecnológicas constantes. Como há muito estímulo, informações e novas perspectivas, segundo a expert, há a necessidade de compreender as próprias emoções, para que estejamos preparados.

Entender os novos aparatos tecnológicos, portanto, não se trata apenas de saber como fazer funcionar. É principalmente sobre construirmos nossa capacidade de aprendizado e conhecimento de mundo. A tecnologia está ao nosso favor, desde que aprendamos a utilizá-la como aliada.

O xTech Legal é uma iniciativa da SingularityU Brazil em parceria com o J.Ex que teve sua quinta edição realizada no Learning Village. Não deixe de nos seguir e ficar atento para as novas turmas que serão abertas. Além disso, os cursos sobre pensamento exponencial estão ofertados em nosso site.

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Como aliar tecnologia e justiça para que a sociedade se sinta amparada cotidianamente?

Essa é a pergunta que Ademir Piccoli, CEO e Fundador da J.Ex, fez para os juristas presentes no xTech Legal, nesta terça-feira (09), no primeiro dia de evento. O xTech Legal é uma parceria da SingularityU Brazil com o J.Ex e está em sua quinta edição levando discussões sobre tecnologias exponenciais para o poder judiciário brasileiro.

Sabemos que há questões que estão sendo reorganizadas na justiça brasileira. Pouco mais de 30% dos processos eram físicos e hoje a mudança para a digitalização já é algo irreversível, beirando os 97%.

Exatamente por este motivo, Ademir se propôs a compartilhar pensamentos e contribuir com as ideias que serão produzidas sobre este assunto nessa semana, começando com uma perspectiva exponencial sobre a questão de justiça existente no país.

Ademir Piccoli é CEO da J.Ex e participou do primeiro Executive Program antes de criar o xTech Legal.

O principal ponto destacado no painel se tratava de impacto social, afinal, não há justiça se não for aplicada em benefício da população brasileira. Para isso, Ademir demonstra como o crescimento de startups é importante para este momento, principalmente pelas complexas necessidades que cada uma destas ações de empreendedorismo pode dar conta.

Com isso, o xTech Legal se iniciou com a ideia de construir um pensamento exponencial com todos presentes. Começando pelo Propósito Transformador Massivo (PTM), afim de que a população aproveite dos benefícios sociais que a justiça precisa dar.

Isso não é uma tarefa fácil. Por isso, o painel mostrou como há uma necessidade de aliar a cultura digital, já disposta no contexto social, aos novos modelos em que a justiça está se construindo. Afinal, não é mais apenas o fórum, o tribunal e lugares em que nossa construção jurídica ocorre: está presente no virtual e quase todas suas ações são digitais.

Ao mesmo tempo, graças ao montante de startups que existem, é possível que o ecossistema jurídico brasileiro se beneficie destas constantes inovações e criem um desenvolvimento do senso de justiça com uma completude de serviços.

Um dos conceitos fundamentais da Singularity University, criado por Peter Diamandis, os 6Ds, é essencial para entender o momento de maturação do mercado.  O último D desses seis, o processo de democratização trata exatamente sobre isso.. É com o pensamento de transformar a justiça em uma realidade presente no social que a curva de disrupção pode acontecer.

Um exemplo é ao iniciativa Parceiro Digital, criada pelo governo do Amapá. Com parcerias nos estabelecimentos, os Wi-Fis permitem que qualquer pessoa use o site do Tribunal de Justiça, sem que necessariamente tenham internet. São estes tipos de soluções que criam noção de comunidade, vínculos e desenvolvem uma estrutura de apoio social – fazendo impacto na prática.

Ampliando olhares

Em sua fala,, Ademir destacou como este tipo de solução é algo único, singular e brilhante. Por isso, há muito espaço para este tipo de desenvolvimento e diferentes manejos são construídos, como em São Paulo e Recife já acontece.

Isso ocorre porque há uma série de atenções que precisamos tomar antes de qualquer decisão. Qualquer tomada de decisão jurídica precisa de um cuidado com a Segurança da Informação e, quanto mais utilizamos tecnologias digitais, mais precisamos conhecer este terreno que estamos construindo.

Além disso, pessoas que tenham este conhecimento e este tipo de instrumentalização são importantes neste momento. Lideranças atualizadas são importantes por suas perspectivas, olhares e entendimentos, desde a cadeia produtiva de trabalho, remota ou não, até o desempenho final.

Ao mesmo tempo, levantar dados e tentar criar um vínculo ao comunitário é uma maneira de trazer este impacto para uma comunidade. Lembrando que a sustentabilidade e cultura precisa ser um eixo de atenção, para que não haja tanto desgaste.

O xTech Legal é uma iniciativa da SingularityU Brazil, em conjunto com o J.Ex de Ademir Piccoli, que aconteceu no Learning Village. Não deixe de nos seguir e ficar atento para as novas turmas que serão abertas. Além disso, os cursos sobre pensamento exponencial estão ofertados em nosso site.

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“A faca que corta o pão é a mesma que pode matar alguém”, destaca CEO do RiR ao falar de IA enquanto uma ferramenta

De cara, no painel “Now What? How to Transform this experience into business results”,  com mediação de Poliana Abreu, Diretora de Conteúdo da HSM e Head da SingularityU Brazil, e participação de Luis Justo, CEO do Rock In Rio, destacou o quanto a inteligência artificial precisa ser lida, aprendida e utilizada com cuidado.

Não se trata apenas de um medo ou alguma complicação futura, como nos filmes. A questão atual foi trazida com um tom de cuidado, entendendo que a automatização é um processo que pode otimizar várias outras questões, mas precisam ter o trabalho humano para que os melhores resultados sejam conquistados.

Ao lado de Bruno Stefani, ex-Diretor Global da AB InBev, Luis Justo, CEO do Rock in Rio, e Juan Pablo Boeira, CEO da AAA Inovação, os especialistas destacaram como os novos modelos de negócio, que utilizam IA, são importantes para enxergar a complexidade do mundo que está sendo construído.

Poliana Abreu, Diretora de Conteúdo da HSM e Head da SingularityU Brazil, Bruno Stefani, ex-Diretor Global da AB InBev, Luis Justo, CEO do Rock in Rio, e Juan Pablo Boeira, CEO da AAA Inovação, no Web Summit 2023

Neste ponto, Luis Justo deixou claro que uma das maiores habilidades hoje é fazer com que a automatização seja um instrumento de utilização humana e não apenas uma condição final para a produção – tal como a Amrapali, no dia anterior. E olhar a tecnologia como uma ferramenta para a própria ação do ato de empreender.

Ao mesmo tempo, Poliana Abreu destacou o quão importante é a tentativa de continuar aprendendo e cada um dos especialistas destacou a sua respectiva estratégia. Desde uma autoanálise, tentando reconhecer hábitos e repetições, como aprender algo novo toda semana e tirar lições sobre as experiências que ocorreram.

Por isso, destacaram a principal ação que os levaram a ter o sucesso: a capacidade de se reinventarem e utilizarem a tecnologia ao seu favor, com “humildade e aprendizado eterno”, como destacou Juan Pablo Boeira, para conseguir aliar este instrumento às necessidades de cada negócio.

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Ancestralidade, aprendizado e customer centricity são temas no painel “Now What? How to Transform this experience into business results”

Em seu quarto e último dia de evento, o Web Summit 2023 contou com o painel “Now What? How to Transform this experience into business results”, que abordou alguns dos passos que devem ser dados neste momento.

Com mediação de Poliana Abreu, Diretora de Conteúdo da HSM e Head da SingularityU Brazil, Bruno Stefani, ex-Diretor Global da AB InBev, Luis Justo, CEO do Rock in Rio, e Juan Pablo Boeira, CEO da AAA Inovação, trouxeram perspectivas de aprendizagem, necessidades contemporâneas e até conselhos sobre o comportamento empreendedor.

Poliana Abreu, Diretora de Conteúdo da HSM e Head da SingularityU Brazil, Bruno Stefani, ex-Diretor Global da AB InBev, Luis Justo, CEO do Rock in Rio, e Juan Pablo Boeira, CEO da AAA Inovação, no Web Summit 2023

Neste ponto, tocaram muito no assunto da aprendizagem. Aprender é um verbo que, geralmente, se perde enquanto crescemos. Mas, tal como nossos ancestrais, é um ato necessário para nosso desenvolvimento diário e incorporação das experiências que o mundo nos traz. É uma necessidade e precisamos compreender a maneira com que aprendemos.

A fim de ressaltar essa importância, Juan Pablo falou sobre a necessidade da humildade e de uma conduta de eterno aprendiz para impulsionarmos novas maneiras de compreender o mundo a nossa volta.

Ao mesmo tempo, Luis Justo destacou o retorno às origens como um ponto de reflexão sobre o que está ocorrendo, na tentativa de aprender e refletir sobre os processos que estão acontecendo.

Afinal, a informação é acelerada e cada vez mais as demandas crescem. Por isso, a meditação também foi um ponto de cuidado na fala do CEO do Rock In Rio, destacando seus pontos de alimentação mental e eliminação de ruídos que todos nós estamos suscetíveis nos estímulos diários.

Ao mesmo tempo, aprender é um ato que exige mudança e percepção, principalmente no mundo dos negócios. O letramento é importante, principalmente neste ponto de compreender o que está acontecendo, enxergar setores e rever o próprio trabalho, como apontou Bruno Stefani.

O cuidado e o acolhimento próprio é essencial para este momento. Se reinventar é parte das habilidades que os especialistas trouxeram para esta conversa. Afinal, ter novas perpectivas, enxergar novas oportunidades de negócio e horizontes possíveis exigem um cuidado para entender o que realmente é necessário a ser construído para o público consumidor.

Afinal, depositamos energia nessas ações. Com isso, os especialistas destacaram o quanto a desburocratização está ajudando neste processo e as oportunidades estão crescendo, com o fomento dos investidores.

Horizontes palpáveis

A mediadora, Poliana Abreu, fez questão de trazer perguntas sobre o cenário contemporâneo e compreensões sobre o que está ocorrendo atualmente. Em uma destas propostas, a temática do aprendizado veio em junção com o modelo de negócio atual.

Neste momento houve uma unidade de respostas sobre o olhar para a inteligência artificial e, principalmente, tentando aliá-la ao trabalho humano, reconhecendo que o consumidor é crucial para o entendimento do negócio.

O CEO da AAA Inovação destacou o quão importante é encontrar a relevância e entender ela como potencial para enxergar valor. Nela, destaca Juan Pablo, é necessário enxergar o que pode ser devolvido ao público e o que pode ser aproveitado no ato de empreender.

Então o cuidado com a tecnologia, como o CEO do Rock In Rio trouxe, e o manejo da inteligência artificial, que Bruno Stefani contou ao público, são necessários aliados aos propósitos humanos de satisfazer o consumidor.

“Como a gente vai integrar tudo que está vindo? Calma. Aguarde um pouco para ver o que irá amadurecer de fato”, contou o especialista Juan Pablo ao falar das constantes inovações tecnológicas que estão repetidamente faladas pelo mundo.

Mas, Luis Justo voltou a ressaltar a importância de entender a própria experiência e reconhecer os consumidores em todo o processo de produção. Com esse olhar, não há segredo para empreender:

“Tenham uma coisa em mente: todo negócio que for fundamentado na experiência humana, vai continuar crescendo. E muito!”, declarou Luis Justo, CEO do Rock in Rio.

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Na contramão da inteligência artificial, fundadora do OnlyFans diz priorizar o olhar humano, além da automatização

Diferentemente do que acontece com a maioria das redes sociais, o OnlyFans tem uma rigidez em sua missão como empresa e isso não é negociável. Manter o contato direto com os ídolos, criando comunidades virtuais entre o produtor de conteúdo e o consumidor, passa por um trabalho que cada vez mais exige atuação humana.

A missão clara e inegociável foi tema do painel “OnlyFans: attracting creators and growing communities”, no Web Summit 2023, em uma conversa entre a fundadora e CEO do OnlyFans, Amrapali Gan, e a jornalista Emma Hinchliffe, da Fortune.

Segundo a CEO da rede social, isso começa muito antes do contato entre produtor de conteúdo e consumidor. A própria arquitetura virtual que é criada pela empresa define suas prioridades.

Com o objetivo de ser um canal direto, a plataforma age em favor do criador de conteúdo. Começando pela monetização, onde 80% do pagamento vai para seus influenciadores e apenas 20% fica com a empresa.

Além disso, diferentemente de outras redes sociais, não há algoritmos que comandam sugestões e recomendações. O OnlyFans mantém a conexão do criador com os fãs em um canal direto, inclusive, sem propagandas.

Isso permite uma liberdade maior em relação às outras redes sociais. As comunidades são criadas entre o ídolo e os fãs, sem um intermediário ali presente e a Gan deixou claro que não é do interesse da plataforma em desenvolver controles de inteligência artificial, mesmo recebendo vários pitchs de startups e projetos que envolvem automação destes pontos.

O OnlyFans, na contramão do que ocorre em várias empresas, tem uma equipe humana de trabalhadores ativos nas checagens de informações e rastreios digitais, tanto dos usuários quanto principais influencers.

Além dos criadores de conteúdos adultos

Essa rede social virou sinônimo de conteúdo adulto. Um exemplo recente disso foi exposto pela ex-BBB Key Alves, em horário nobre na Rede Globo, ao falar do quanto ganhava criando conteúdo na rede social. O uso massivo para este tipo de exposição ocorre por conta da rede social garantir a segurança dos conteúdos criados. Porém, o OnlyFans não se basta apenas nisso.

Na verdade, segundo Amrapali, a rede social mantém sua característica de liberdade de expressão, deixando na conta do criador de conteúdo a decisão do que será produzido.

Por esta razão há conteúdos mais livres e diferentes em relação às outras e o trabalho humano na rede social é continuar pontuando qual o tipo de público daquele influencer. Além disso, ao priorizar o olhar humano, o controle ocorre também sobre algumas condutas que violam as regras do espaço.

Uma das atenções que Amrapali chamou é para o segmento de lutas esportivas, em que há vários criadores de conteúdo de sucesso que estão neste segmento. Segundo a Fundadora e CEO, os criadores de conteúdo possuem muita estratégia e análise profunda do conteúdo que criam. Além disso, com o vínculo estreitado entre eles e seus fãs, o direcionamento fica mais claro e o consumo contínuo.

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IA vai gerar oportunidades em finanças e saúde, aponta sócio da Andreesen Horowitz

Essa é a aposta de Gabriel Vasquez, sócio da empresa de capital de risco Andreessen Horowitz, que participou, nesta terça-feira, do Web Summit Rio, no Rio de Janeiro.

No painel “Tech Trends: the A to Z”, Gabriel destacou que há um horizonte favorável para os negócios para healthcare. Ao ser perguntado sobre as mudanças regulatórias, em um cenário que parece ser de incertezas, Vasquez destacou que há uma oportunidade de criar negócios com base em análise de dados, procurando desenvolver um resultado que pode ser melhorado e tomando o cuidado de tornar o serviço mais eficiente.

É essa a prioridade no momento para o sócio da Andreesen Horowitz: entender como olhar para estas oportunidades.

Gabriel destacou a necessidade de entender como é o hábito emocional humano, pois ele é definitivo na tomada de decisões e não apenas a objetividade do sentido que é analisado. É dessa maneira que a inteligência artificial pode ajudar o consumidor, procurando entender as particularidades do serviço que é prestado.

Oportunidade no mercado

Ao ser perguntado sobre as próximas “minas de ouro”, Gabriel Vasquez destacou que há uma grande oportunidade no setor de seguros privados, já que, segundo o sócio da Andreesen Horowitz, apenas 25% da população possui um seguro privado.

“Pense nisso como uma grande oportunidade. Não só de obter um melhor serviço, mas também incentivos alinhados com a sua empresa, porque geralmente o seguro sabe qual o serviço é realizado entre as pessoas e as empresas de saúde. Assim, é possível tentar garantir a sobriedade da relação. Eu estou vendo muitos construtores inteligentes entrando neste espaço”.