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Como aliar tecnologia e justiça para que a sociedade se sinta amparada cotidianamente?

Essa é a pergunta que Ademir Piccoli, CEO e Fundador da J.Ex, fez para os juristas presentes no xTech Legal, nesta terça-feira (09), no primeiro dia de evento. O xTech Legal é uma parceria da SingularityU Brazil com o J.Ex e está em sua quinta edição levando discussões sobre tecnologias exponenciais para o poder judiciário brasileiro.

Sabemos que há questões que estão sendo reorganizadas na justiça brasileira. Pouco mais de 30% dos processos eram físicos e hoje a mudança para a digitalização já é algo irreversível, beirando os 97%.

Exatamente por este motivo, Ademir se propôs a compartilhar pensamentos e contribuir com as ideias que serão produzidas sobre este assunto nessa semana, começando com uma perspectiva exponencial sobre a questão de justiça existente no país.

Ademir Piccoli é CEO da J.Ex e participou do primeiro Executive Program antes de criar o xTech Legal.

O principal ponto destacado no painel se tratava de impacto social, afinal, não há justiça se não for aplicada em benefício da população brasileira. Para isso, Ademir demonstra como o crescimento de startups é importante para este momento, principalmente pelas complexas necessidades que cada uma destas ações de empreendedorismo pode dar conta.

Com isso, o xTech Legal se iniciou com a ideia de construir um pensamento exponencial com todos presentes. Começando pelo Propósito Transformador Massivo (PTM), afim de que a população aproveite dos benefícios sociais que a justiça precisa dar.

Isso não é uma tarefa fácil. Por isso, o painel mostrou como há uma necessidade de aliar a cultura digital, já disposta no contexto social, aos novos modelos em que a justiça está se construindo. Afinal, não é mais apenas o fórum, o tribunal e lugares em que nossa construção jurídica ocorre: está presente no virtual e quase todas suas ações são digitais.

Ao mesmo tempo, graças ao montante de startups que existem, é possível que o ecossistema jurídico brasileiro se beneficie destas constantes inovações e criem um desenvolvimento do senso de justiça com uma completude de serviços.

Um dos conceitos fundamentais da Singularity University, criado por Peter Diamandis, os 6Ds, é essencial para entender o momento de maturação do mercado.  O último D desses seis, o processo de democratização trata exatamente sobre isso.. É com o pensamento de transformar a justiça em uma realidade presente no social que a curva de disrupção pode acontecer.

Um exemplo é ao iniciativa Parceiro Digital, criada pelo governo do Amapá. Com parcerias nos estabelecimentos, os Wi-Fis permitem que qualquer pessoa use o site do Tribunal de Justiça, sem que necessariamente tenham internet. São estes tipos de soluções que criam noção de comunidade, vínculos e desenvolvem uma estrutura de apoio social – fazendo impacto na prática.

Ampliando olhares

Em sua fala,, Ademir destacou como este tipo de solução é algo único, singular e brilhante. Por isso, há muito espaço para este tipo de desenvolvimento e diferentes manejos são construídos, como em São Paulo e Recife já acontece.

Isso ocorre porque há uma série de atenções que precisamos tomar antes de qualquer decisão. Qualquer tomada de decisão jurídica precisa de um cuidado com a Segurança da Informação e, quanto mais utilizamos tecnologias digitais, mais precisamos conhecer este terreno que estamos construindo.

Além disso, pessoas que tenham este conhecimento e este tipo de instrumentalização são importantes neste momento. Lideranças atualizadas são importantes por suas perspectivas, olhares e entendimentos, desde a cadeia produtiva de trabalho, remota ou não, até o desempenho final.

Ao mesmo tempo, levantar dados e tentar criar um vínculo ao comunitário é uma maneira de trazer este impacto para uma comunidade. Lembrando que a sustentabilidade e cultura precisa ser um eixo de atenção, para que não haja tanto desgaste.

O xTech Legal é uma iniciativa da SingularityU Brazil, em conjunto com o J.Ex de Ademir Piccoli, que aconteceu no Learning Village. Não deixe de nos seguir e ficar atento para as novas turmas que serão abertas. Além disso, os cursos sobre pensamento exponencial estão ofertados em nosso site.

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“A faca que corta o pão é a mesma que pode matar alguém”, destaca CEO do RiR ao falar de IA enquanto uma ferramenta

De cara, no painel “Now What? How to Transform this experience into business results”,  com mediação de Poliana Abreu, Diretora de Conteúdo da HSM e Head da SingularityU Brazil, e participação de Luis Justo, CEO do Rock In Rio, destacou o quanto a inteligência artificial precisa ser lida, aprendida e utilizada com cuidado.

Não se trata apenas de um medo ou alguma complicação futura, como nos filmes. A questão atual foi trazida com um tom de cuidado, entendendo que a automatização é um processo que pode otimizar várias outras questões, mas precisam ter o trabalho humano para que os melhores resultados sejam conquistados.

Ao lado de Bruno Stefani, ex-Diretor Global da AB InBev, Luis Justo, CEO do Rock in Rio, e Juan Pablo Boeira, CEO da AAA Inovação, os especialistas destacaram como os novos modelos de negócio, que utilizam IA, são importantes para enxergar a complexidade do mundo que está sendo construído.

Poliana Abreu, Diretora de Conteúdo da HSM e Head da SingularityU Brazil, Bruno Stefani, ex-Diretor Global da AB InBev, Luis Justo, CEO do Rock in Rio, e Juan Pablo Boeira, CEO da AAA Inovação, no Web Summit 2023

Neste ponto, Luis Justo deixou claro que uma das maiores habilidades hoje é fazer com que a automatização seja um instrumento de utilização humana e não apenas uma condição final para a produção – tal como a Amrapali, no dia anterior. E olhar a tecnologia como uma ferramenta para a própria ação do ato de empreender.

Ao mesmo tempo, Poliana Abreu destacou o quão importante é a tentativa de continuar aprendendo e cada um dos especialistas destacou a sua respectiva estratégia. Desde uma autoanálise, tentando reconhecer hábitos e repetições, como aprender algo novo toda semana e tirar lições sobre as experiências que ocorreram.

Por isso, destacaram a principal ação que os levaram a ter o sucesso: a capacidade de se reinventarem e utilizarem a tecnologia ao seu favor, com “humildade e aprendizado eterno”, como destacou Juan Pablo Boeira, para conseguir aliar este instrumento às necessidades de cada negócio.

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Na contramão da inteligência artificial, fundadora do OnlyFans diz priorizar o olhar humano, além da automatização

Diferentemente do que acontece com a maioria das redes sociais, o OnlyFans tem uma rigidez em sua missão como empresa e isso não é negociável. Manter o contato direto com os ídolos, criando comunidades virtuais entre o produtor de conteúdo e o consumidor, passa por um trabalho que cada vez mais exige atuação humana.

A missão clara e inegociável foi tema do painel “OnlyFans: attracting creators and growing communities”, no Web Summit 2023, em uma conversa entre a fundadora e CEO do OnlyFans, Amrapali Gan, e a jornalista Emma Hinchliffe, da Fortune.

Segundo a CEO da rede social, isso começa muito antes do contato entre produtor de conteúdo e consumidor. A própria arquitetura virtual que é criada pela empresa define suas prioridades.

Com o objetivo de ser um canal direto, a plataforma age em favor do criador de conteúdo. Começando pela monetização, onde 80% do pagamento vai para seus influenciadores e apenas 20% fica com a empresa.

Além disso, diferentemente de outras redes sociais, não há algoritmos que comandam sugestões e recomendações. O OnlyFans mantém a conexão do criador com os fãs em um canal direto, inclusive, sem propagandas.

Isso permite uma liberdade maior em relação às outras redes sociais. As comunidades são criadas entre o ídolo e os fãs, sem um intermediário ali presente e a Gan deixou claro que não é do interesse da plataforma em desenvolver controles de inteligência artificial, mesmo recebendo vários pitchs de startups e projetos que envolvem automação destes pontos.

O OnlyFans, na contramão do que ocorre em várias empresas, tem uma equipe humana de trabalhadores ativos nas checagens de informações e rastreios digitais, tanto dos usuários quanto principais influencers.

Além dos criadores de conteúdos adultos

Essa rede social virou sinônimo de conteúdo adulto. Um exemplo recente disso foi exposto pela ex-BBB Key Alves, em horário nobre na Rede Globo, ao falar do quanto ganhava criando conteúdo na rede social. O uso massivo para este tipo de exposição ocorre por conta da rede social garantir a segurança dos conteúdos criados. Porém, o OnlyFans não se basta apenas nisso.

Na verdade, segundo Amrapali, a rede social mantém sua característica de liberdade de expressão, deixando na conta do criador de conteúdo a decisão do que será produzido.

Por esta razão há conteúdos mais livres e diferentes em relação às outras e o trabalho humano na rede social é continuar pontuando qual o tipo de público daquele influencer. Além disso, ao priorizar o olhar humano, o controle ocorre também sobre algumas condutas que violam as regras do espaço.

Uma das atenções que Amrapali chamou é para o segmento de lutas esportivas, em que há vários criadores de conteúdo de sucesso que estão neste segmento. Segundo a Fundadora e CEO, os criadores de conteúdo possuem muita estratégia e análise profunda do conteúdo que criam. Além disso, com o vínculo estreitado entre eles e seus fãs, o direcionamento fica mais claro e o consumo contínuo.

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IA vai gerar oportunidades em finanças e saúde, aponta sócio da Andreesen Horowitz

Essa é a aposta de Gabriel Vasquez, sócio da empresa de capital de risco Andreessen Horowitz, que participou, nesta terça-feira, do Web Summit Rio, no Rio de Janeiro.

No painel “Tech Trends: the A to Z”, Gabriel destacou que há um horizonte favorável para os negócios para healthcare. Ao ser perguntado sobre as mudanças regulatórias, em um cenário que parece ser de incertezas, Vasquez destacou que há uma oportunidade de criar negócios com base em análise de dados, procurando desenvolver um resultado que pode ser melhorado e tomando o cuidado de tornar o serviço mais eficiente.

É essa a prioridade no momento para o sócio da Andreesen Horowitz: entender como olhar para estas oportunidades.

Gabriel destacou a necessidade de entender como é o hábito emocional humano, pois ele é definitivo na tomada de decisões e não apenas a objetividade do sentido que é analisado. É dessa maneira que a inteligência artificial pode ajudar o consumidor, procurando entender as particularidades do serviço que é prestado.

Oportunidade no mercado

Ao ser perguntado sobre as próximas “minas de ouro”, Gabriel Vasquez destacou que há uma grande oportunidade no setor de seguros privados, já que, segundo o sócio da Andreesen Horowitz, apenas 25% da população possui um seguro privado.

“Pense nisso como uma grande oportunidade. Não só de obter um melhor serviço, mas também incentivos alinhados com a sua empresa, porque geralmente o seguro sabe qual o serviço é realizado entre as pessoas e as empresas de saúde. Assim, é possível tentar garantir a sobriedade da relação. Eu estou vendo muitos construtores inteligentes entrando neste espaço”.

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Quais são os limites da IA?

É com essa dúvida e atenção pelo momento em que estamos vivendo, onde Ricardo Cavallini e Alexandre Nascimento, experts da Singularity University, conversam no Fork Podcast, sobre o papel, habilidade e potencialidade que as Inteligências Artificiais construídas, hoje, possuem.

Já adiantamos: a autoconsciência ainda não é possível: “principalmente pela tecnologia que temos e a maneira com que estudamos”, segundo Alexandre Nascimento. 

Mas, então, por que tanto medo? Quais são os instrumentos que estão sendo construídos para que ela tenha uma automatização tão ágil e consistente? Qual o impacto da IA nos empregos do futuro? E o que a Inteligência Artificial não faz bem?

Nada como ouvir um especialista de inovação e I.A., como Alexandre Nascimento, para tirar suas dúvidas e continuar esta reflexão tão importante nos dias de hoje. Então, junte-se aos experts neste episódio do Fork Podcast, disponível no Youtube.

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Skoll World Forum: Reflexões sobre inteligência artificial, sistemas orquestradores e pandemias

Por Onicio Leal Neto, Expert em Epidemiologia Digital e Futuro da Saúde na SingularityU Brazil.

O Skoll World Forum chega à sua vigésima edição como um dos eventos mais importantes do mundo no segmento de empreendedorismo social, meio ambiente e governança. Criado pelo ex-fundador do e-Bay, Jeff Skoll, traz pautas relevantes com representantes da indústria, fundos de investimento, governo e terceiro setor.

O evento mobiliza a tradicional Universidade de Oxford por três dias para servir de palco de discussão de temáticas que vão desde ESG até empreendedorismo social, com participação de aproximadamente 1400 participantes de todo o mundo.

Inteligência Artificial e Responsabilidade

O destaque para o primeiro dia vai para Maria Ressa, ganhadora do prêmio Nobel da Paz e co-fundadora do Rappler.  Durante a plenária, Ressa trouxe reflexões sobre como a inteligência artificial utilizada de maneira perversa pode ameaçar a democracia.

Ela comenta que, no ambiente digital, mentiras se espalham seis vezes mais rápido que fatos, gerando uma facilidade da disseminação de fake news e desinformação.

Sem fatos, não há verdade e sem verdade não há confiança.

E por design, companhias estão criando algoritmos cada vez mais aptos a superar a capacidade de julgamento dos usuários, indo no ponto mais fraco, que são suas emoções. Fazendo isso, a aderência à disseminação de elementos que não são verdadeiros, acaba sendo mais propícia.

Maria Ressa aponta que algoritmos são opiniões em código. Ela fala sobre o “friends of friends algorithm” que é uma maneira de reforçar o viés cognitivo nos ambientes digitais, fazendo com que as câmaras de eco sejam cada vez mais poderosas, reverberando dentro da mesma bolha apenas opiniões e desinformação e reforçando polarizações de discursos.

Maria encerra sua fala trazendo uma possibilidade para endereçar este desafio. Numa sociedade que cada vez mais será afetada pela inteligência artificial, um possível caminho para achar o ponto de equilíbrio entre o uso ético da inteligência artificial na sociedade é: no longo prazo, educação. Educar a próxima geração de tomadores de decisão será crucial para um futuro mais ético da aplicação de tecnologias.

No médio prazo, legislação. Governos e agências reguladoras precisam intervir e definir regras claras, transparentes e equânimes para a utilização em massa das IAs de maneira que estas não se tornem máquinas de automatização de desigualdades.

E por fim, no curto prazo, nós. A sociedade atual precisa ponderar os aspectos éticos e ter um olhar mais cuidadoso sobre o que o presente cenário se revela, evitando que os avanços das tecnologias signifiquem mais ameaças que benefícios para todos nós.

System Orchestrators  e a complexidade facilitada

O destaque do segundo dia vai para a discussão sobre Systems Orchestrators. O conceito, criado na rotina de gerenciadores de sistemas computacionais, extrapola essas barreiras e chega para endereçar as conexões que criam impacto positivo no mundo.

Um mundo cuja complexidade diariamente exige um nível de ação do mesmo porte para a criação de soluções para os problemas globais que sejam escaláveis. Neste conceito, atores do setor privado e público facilitam parcerias e constroem redes para o desenho de soluções para problemas sociais urgentes. Um exemplo de system orchestrator é o International Council on Clean Transportation, que baseado em triangulações com academia, indústria automotiva e agências do governo. Ele gera evidências e propõe caminhos para transportes e mobilidade urbana com redução considerável da emissão de poluentes.

Outro interessante exemplo de system orchestrator é o negócio social brasileiro Conexsus – Conexões Sustentáveis. A instituição desenvolve projetos na área de bioeconomia em diversas regiões do Brasil, fazendo parcerias com o setor público e privado. Uma de suas atuações, por exemplo, é a concessão de microcrédito para pequenos empreendedores rurais que tem um impacto ambiental significantemente menor em relação aos grandes produtores, garantindo o desenvolvimento de negócios comunitários mais sustentáveis.

Durante a cerimônia de premiação do Skoll Award 2023, a Conexsus foi uma das 5 iniciativas vencedoras, recebendo US$2.25 milhões para a expansão dos projetos e aumento de impacto, sendo a única iniciativa brasileira neste ano a alcançar o prêmio.

Exponencializando o impacto

E chegando ao destaque do último dia, num fórum que discute iniciativas de impacto em milhões de pessoas, não há como ter deixado de fora temática de pandemias. No painel que discutiu se temos tudo o que é necessário para prevenir a próxima pandemia, o aspecto de engajamento de comunidades foi repetido diversas vezes.

A pandemia de COVID-19, além dos estragos econômicos e sociais que provocou (e ainda provoca), abriu portas para tecnologias que já existiam serem mais reconhecidas e valorizadas como a vigilância participativa, um tipo de crowdsourcing para combate de doenças.

A preparação contra uma próxima emergência em saúde pública não fica apenas a cargo dos governos ou instituições. Estes são cruciais para prover recursos e ações na mitigação dos riscos ou resposta às emergências. Porém a população tem um papel substancial no enfrentamento destes desafios.

Na Tailândia, a startup Opendream desenvolveu uma rede de fazendeiros que passaram a ser detetives de doenças, reportando as autoridades os óbitos de animais dos seus rebanhos. Isso acaba funcionando como um alerta antecipado de que um agravo à saúde pública pode estar surgindo, afetando primeiramente à saúde animal.

Outro exemplo foi a iniciativa Swasti, que já impactou diretamente 2 milhões de pessoas em 25 países com estratégias de fortalecimento de sistemas comunitários para saúde primária. A Swasti está também iniciando um programa de vigilância participativa para segurança de saúde global e resposta às pandemias.

A inclusão na agenda de combate às pandemias de um fórum tão estratégico para impacto global como o Skoll World Forum demonstra que precisamos continuar ativos na busca do melhor preparo para o enfrentamento da próxima emergência em saúde pública.

Na minha rotina de pesquisador, tenho a honra de participar diretamente no desenvolvimento de duas iniciativas inovadoras como preparação para a próxima pandemia. A primeira é a plataforma Global Flu View (www.globalfluview.org). Nós desenvolvemos um ecossistema digital que atua como orquestrador de sistemas ao redor do mundo, utilizando vigilância participativa no combate à Influenza. São mais de 20 milhões de datapoints provenientes de países como Austrália, Tailândia, Hong Kong e Estados Unidos, tornando estes dados acionáveis para instituições que podem atuar na resposta antecipada destes riscos à saúde global. O segundo projeto é o desenvolvimento de uma tecnologia vestível (wearable) para ser utilizada no mapeamento de contatos e quebra de ciclos de transmissão de surtos. Tudo isso de respeitando a máxima privacidade do usuário a partir do protocolo DP-3T, desenvolvido pelo time da pesquisa e hoje utilizado em todos os smartphones do mundo da Apple (iOS) e Google (Android).

O evento deixa claro a importância destas agendas no contexto de ESG, sendo uma chamada para que não só o governo e terceiro setor, mas também o setor privado entenda a necessidade de atuação nestes eixos.

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IA versus Bomba Atômica

Artigo escrito por Ricardo Cavallini, CEO da Makers e Expert da Singularity University.

Semana passada participei de uma discussão onde uma pessoa não acreditava que a IA poderia ferrar a humanidade.

Eu apontei diversas frentes para ilustrar.

Como bem lembrou Yuval Harari, a IA pode criar uma religião.

A IA pode ser o suprassumo das fake news. Se hoje a maior parte das pessoas não entende a diferença entre opinião e fato, imagina com uma IA controlando o discurso? E esta IA poderá responder apenas para uma ou duas pessoas, como acontece hoje com os monopólio das redes sociais.

A IA provavelmente será responsável por grande parte do código que usaremos daqui uns anos. Imagine ela controlando tudo, da sua geladeira a usinas nucleares.

No futuro, a IA poderá criar em grande volume armas biológicas, vírus e muito mais.

Daria para ficar horas aqui falando sobre possíveis formas da IA causar um mau tremendo a humanidade.

Claro, IA não é nenhuma bomba nuclear.

Mas será que a IA é mais ou menos perigosa que uma bomba nuclear?

O lançamento de uma bomba nuclear é algo bem controlado, poucas pessoas no mundo podem começar um ataque. Dado a inteligência emocional dos líderes atuais, isso já é bastante temeroso.

Criar uma bomba nuclear é difícil e muito custoso. IA será cada vez mais barato e acessível. O síndico do seu condomínio terá acesso para fazer alguma meleca.

A bomba nuclear não se auto duplica, criando uma ainda mais poderosa. A IA poderá fazer isso.

Os maiores especialistas em física entendem exatamente como funciona uma bomba nuclear e sabem como desarmá-la, se assim decidirem. No caso de IA, nem mesmo quem produz sabe explicar exatamente como funciona, quais seus limites e sua capacidade.

A bomba nuclear é o auge das armas de explosão e sua evolução é limitada. O que temos agora são os mísseis hipersônicos, que realimentam a guerra fria, mas não aumentam exponencialmente o poder de fogo.

No caso da IA, ainda estamos na infância da tecnologia. E a velocidade desta evolução também importa. Para entender isso, faço um paralelo com as próprias armas.

O arco e flecha foi inventado há muito tempo atrás. Do primeiro arco e flecha para a primeira arma de fogo, foram 60 mil anos. E não estou falando de uma pistola não, estou falando de armas feitas de cano de bambu e pólvora.

Dessas primeiras armas rudimentares de bambu até o tanque de guerra, foram 900 anos.

Do primeiro tanque de guerra pra bomba atômica, apenas 30 anos.

Percebe a curva exponencial? 60 mil, 900, 30.

ChatGPT e outras ferramentas de IA são como essas armas de cano de bambu. Elas já podem fazer algum mal, ainda bem limitado. Porém, na velocidade de evolução atual, não levará 30 anos para chegarmos na versão bomba atômica da IA.

A grande semelhança das duas é que a IA representará para essa nova geração ou que a bomba atômica representou para a minha. O medo do fim do mundo será uma constante.

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Greg Brockman e o futuro das IA Generativas

Diretamente do SXSW, em Austin, a Head da SingularityU Brazil e Diretora de Conteúdo da HSM, Poliana Abreu, traz a sua visão sobre os pontos de reflexão que considera relevantes para qualquer profissional que queira entender o cenário atual e futuro da IA nos negócios e na sociedade. Confira abaixo o artigo escrito para o Meio&Mensagem.

Criador do ChatGPT conta no SXSW sobre as ferramentas terem a capacidade de ampliar a habilidade humana, mas requerem confiança para serem usadas com segurança

Greg Brockman, cofundador e presidente da OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, participou de um dos painéis mais esperados pelo público do South by Southwest 2023, que está acontecendo nesta semana em Austin, Texas.

A conversa, conduzida pela jornalista Laurie Segall, abordou as questões éticas e perspectivas de futuro do uso da inteligência artificial generativa. Brockman compartilhou sua história como empreendedor e falou sobre futuro, mas foi um pouco evasivo em determinadas perguntas.
Acompanhei o painel e, a seguir, trago a minha visão sobre os principais pontos de reflexão que considero relevantes para qualquer profissional que queira entender o cenário atual e futuro da IA nos negócios e na sociedade.

Acesso e democratização

O ChatGPT é considerado um “killer app”. Em pouco tempo, conquistou mais de 100 milhões de usuários, mas é um killer app, não porque não é uma tecnologia nova, mas sim porque é uma interface simples e acessível que democratizou o acesso à inteligência artificial.

A escala e a operacionalização são as duas peças fundamentais para tornar a tecnologia útil e prática. O fundamental aqui é a curva exponencial, que acumula valor à medida que a tecnologia é aprimorada e usada em vários modelos e linguagens. A inteligência artificial é uma tecnologia que pode ser usada em todos os campos da vida, desde negócios até entretenimento e experiências interativas.

Para Greg, o objetivo do ChatGPT é informar as pessoas e tornar a inteligência artificial acessível e útil para todos.

Vale ressaltar ainda que o foco não é o app ChatGPT em si, mas sim a plataforma para utilização de inteligência artificial para diversas aplicações.
Senso de urgência

O que fez a Open AI sair na frente e lançar o ChatGPT antes de outras gigantes tecnológicas foi o seu senso de urgência.

Regulação e confiança

Para que a inteligência artificial seja usada de forma ética e responsável, é importante que a sociedade se adapte e que os formuladores de políticas públicas estejam envolvidos nas conversas. A regulação é transversal. Todos os setores precisam entender e estar inseridos na discussão.

O ChatGPT é usado por pessoas de diferentes áreas para melhorar seus textos, o que mostra como a inteligência artificial pode ampliar o que os humanos podem fazer. No entanto, é importante lembrar que a inteligência artificial não é perfeita e requer confiança para ser usada com segurança. “Queremos construir confiança. É a dor de aprender. Temos um time que olha para esses problemas e estamos tentando tornar a ferramenta mais confiável”.

As pessoas por trás do código

Brockman confessou que ainda não são rápidos o suficiente para resolverem os vieses no ChatGPT, mas que tem consciência que é preciso mais diversidade por trás dos códigos. “Assumimos que há muito a ser melhorado, como retirar os vieses do chatbot e a possibilidade de descentralizar cada vez mais nossa IA para que ela seja amparada em todo um ecossistema ancorado, principalmente, na comunidade”.

O futuro do conteúdo

O conteúdo não é mais “estático”, de forma que você não consiga mais interagir com ele. Estamos claramente nos movendo para um mundo onde ele é “vivo”. Você pode conversar e interagir com ele, criando possibilidades de apoiá-lo.

Humanidade como principal stakeholder

Brockman afirmou várias vezes que a missão da OpenAI é “criar uma IA avançada de forma segura e benéfica para a humanidade”.

Segundo ele, a humanidade é o stakeholder mais importante quando se trata de inteligência artificial. E medir o impacto da tecnologia na sociedade é crucial para garantir que ela seja usada de forma benéfica. O principal erro que pode ocorrer é, justamente, não entender os humanos.

Futuro da inteligência artificial generativa

“Nós estamos criando, praticamente, um novo tipo de internet ou algo muito similar a isso”. A respeito do futuro da inteligência artificial, ele acredita que a tecnologia será capaz de prever muitas coisas, inclusive o que os humanos querem e precisam. Ele acredita que a inteligência artificial será uma tecnologia tão presente quanto o celular e que ela irá transformar todos os campos de nossa vida. Brockman afirmou que é esse é o projeto mais importante, esperançoso e assustador da história humana. Para construir uma relação homem-máquina saudável, ele entende que o mais importante será dominar habilidades de alto nível, além de julgar e saber quando se aprofundar nos detalhes.

Quando perguntado sobre a coisa mais interessante que a IA pode fazer, ele foi rápido na resposta: fazer nossos sonhos virarem realidade e ampliar as habilidades humanas. E sobre o mundo com IA em 2050? Inimaginável! A única certeza é que seu crescimento é exponencial.

Quer acompanhar a cobertura completa de Poliana Abreu e demais autores para o Meio&Mensagem? Então, acesse: https://www.meioemensagem.com.br/sxsw

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Humanização levada ao extremo – Insights do primeiro dia do SXSW

Por Glaucia Guarcello, CIO da Deloitte e professora convidada SingularityU Brazil

A mensagem principal do primeiro dia de SXSW é: tecnologia a serviço da humanização. Em diversos momentos diferentes, os maiores autores de inovação, empreendedores e executivos reforçaram a mensagem do papel e poder humano em relação a tecnologia.

Na trilha de futuro da força de trabalho, a humanização se destacou pelas discussões de diversidade e inclusão que vão além do óbvio.

Uma das discussões mais relevantes sobre o acesso de pessoas com necessidades especiais, foi acerca da maneira como enxergamos a tecnologia. Precisamos para de olhar as tecnologias como criadoras de “consertos” e passar a olhá-las como habilitadoras de potenciais que próprias pessoas se sintam confortáveis em alcançar. Nosso foco não deveria estar em desenvolver e “normalizar” pessoas e sim em cocriar valor e ideias a partir da diversidade de visões de mundo, percepções e características. As pessoas a quem se destinam essas criações precisam ser incluídas na construção das soluções a elas destinadas, e não apenas usuárias de algo desenvolvido por outros.

Com tanta presença de tecnologia, mais do que nunca, as organizações do futuro precisam ser human-centric designed (em tradução livre: desenhadas com o ser humano no centro).  Já não existe mais uma organização desenhar papéis e responsabilidades específicos, e muito menos comportamentos esperados de seres humanos. A flexibilidade, co-construção e escuta ativa passam a ter um papel cada vez mais relevante. Falando nisso, a escolha entre as novas formas de trabalhar, como remoto, hibrido e presencial estarão cada vez mais nas mãos dos funcionários, e não da empresa. A empresa estará a serviço das escolher e preferências de seus colaboradores.

Outra palestra que trouxe a humanização no design foi a de Josh D’Amaro, Chairman de Experiences & Products da Disney, que abordou seu storytelling centrado em encantar e gerar memorias afetivas em seus clientes, e em como as novas tecnologias tem habilitado essa entrega de valor. Foram demonstradas soluções como robótica e hologramas em um nível de qualidade marcante, encantando toda a plateia.

Problemas relevantes além da inclusão foram debatidos, como a agricultura na África. O continente ainda não e autossustentável em alimentos, mas possui potencial de alimentar todo o mundo. Startups de rastreamento e monitoramento de equipamentos, de conexão entre fazendeiros e maquinário e até mesmo de educação tem se destacado como parte da resolução destes problemas, mas necessitam de apoio, tração e mais investimentos para escala.

Questões intergeracionais foram tema da casa Dell de experiências, abordando o novo normal do trabalho e o valor que novas gerações dão à autonomia, experiências e propósito. Culturas de comando e controle não terão mais atratividade para as novas gerações. Assim, vemos que tratar adultos como adultos nunca foi tão relevante.

Fundador da Open AI, empresa responsável pelo Chat GPT, Greg Brockman veio quebrar a crença de que a inteligência artificial serve para automatizar o trabalho físico. Segundo ele, grande parte do trabalho memorável que a IA vem desenvolvendo é relacionado à atuação cognitiva, como a resolução de problemas e a composição de músicas e poemas. Porém, ainda estamos distantes de automatizar um ser humano inteiro ou um trabalho inteiro.

De toda forma, precisamos como humanidade compreender quais os ambientes de maior geração de valor da IA e integrá-los na sociedade para redefinir o papel dos humanos. Certamente o futuro será ainda mais interessante e transformacional para a inteligência artificial generativa.

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Criatividade humana e a revolução do ChatGPT

Que o assunto “ChatGPT” está em alta, todo mundo sabe. Mas você já parou para pensar que a inteligência artificial generativa pode, de fato, mudar o mundo? Isto porque esta tecnologia consegue avançar sobre o único território pelo qual nós sempre acreditamos estar além da capacidade das máquinas: a criatividade humana. 

Antes de explorarmos o potencial do ChatGPT, é preciso entendermos exatamente o que é esta tecnologia e como ela funciona. O ChatGPT é uma ferramenta de inteligência artificial generativa criada pela startup OpenAI. E o que é a tal “inteligência artificial generativa”?

Diferentemente das tecnologias de análises e previsões criadas a partir de bases de dados estáticas, as plataformas generativas possuem características avançadas de autoaprendizado, sendo capazes de gerar interpretações próprias de textos, imagens e obras de arte.

Para o especialista em IA da Singularity Brasil, Alexandre Nascimento, o ChatGPT tem a capacidade de mudar paradigmas na criação de novos conteúdos. “Por exemplo, eu não sou um ilustrador, mas agora eu consigo ilustrar, com um grau de qualidade bem razoável, o que imagino. Assim, a IA generativa aumenta a produtividade e reduz o custo de geração de conteúdo. Desta maneira, pessoas que não participavam desses mercados por barreiras técnicas ou financeiras agora podem participar”, explica Nascimento.

Quer saber mais como esta nova tecnologia poderá revolucionar, inclusive, o mercado publicitário? Confira a entrevista completa do Alexandre Nascimento em: https://propmark.com.br/como-a-criatividade-publicitaria-pode-ganhar-com-o-chatgpt/

Para mais informações sobre o ChatGPT, acesse: https://www.qurio.com.br/pack/post/chat-gpt-faq-de-introducao