Que tal se deitar em um leito para entrar numa cirurgia e deparar com seres humanos e máquinas com enormes braços e instrumentos cirúrgicos, câmeras e sensores, motores e atuadores, sistemas que recebem os braços de um médico que está do outro lado do planeta?
Pode parecer muito estranho à primeira vista, mas os primeiros passos para chegarmos até a robótica educacional foram dados a partir da ficção: a família Jetsons, criada na década de 1960, se baseia na vivência deles no século 21, ou seja, imagina o hoje.
A participação do que imaginas como robôs no cotidiano é algo que gera muitas dúvidas. Se os robôs já conseguem fazer isso, isso significa que nossos empregos estão ameaçados? Quais serão as profissionais que irão restar? Que futuro é esse?
Não há uma resposta óbvia a essa pergunta. As inúmeras soluções criadas pelas pessoas para resolver problemas complexos geram um sem-número de novos problemas, possibilitando a geração de outros e melhores empregos.
O caminho é muito longo, mas hoje estamos mais perto de robôs que procuram aprender conosco. E existe um intenso potencial nos próximos anos em praticamente todas as áreas do conhecimento.
Mas para entender como a robótica educacional funciona e, mais do que isso, como tudo isso pode ser positivo para as empresas e quem trabalha nelas, convidamos você a continuar lendo!
O que é robótica educacional?
Robótica educacional é um campo de estudo que visa aplicar robótica para promover o ensino e aprendizado, fornecendo uma plataforma interativa tanto para crianças e jovens como também para adultos.
A robótica educacional foca na pesquisa e construção de máquinas para aquisição de conhecimento.
Estudantes, muitas vezes, são convidados a trabalhar em parceria para desenvolver robôs interativos, que servem de ferramentas de ensino. Estes robôs podem atuar de forma independente ou controlados.
No entanto, quando pensamos em um nível superior, adultos também estudam robótica. Nesse caso, elas costumam ser aplicadas a contextos empresariais, como robótica industrial.
Aqui, robôs são projetados — a partir do estudo e conhecimento — para executar tarefas e processos que melhoram a produtividade da empresa.
A tecnologia na aprendizagem
Entre os mais diversos usos da tecnologia está o contexto educacional. É por meio dela que desenvolvemos robôs que simulam o ambiente em que se aprende.
Mas há um aspecto fundamental que a torna ainda mais presente: a digitalização. Esse processo alcança todos os setores, modificando a forma como vivemos, como nos relacionamos e, claro, como aprendemos.
Como consequência, a digitalização reflete nas novas gerações que não só são responsáveis pelo futuro como também acabam precisando de novas dinâmicas diferenciadas para construir conhecimentos na era digital.
Esse é o caminho que instituições educacionais com mindset de crescimento tem seguido. Ao abandonar as metodologias tradicionais, o ensino passa a englobar tecnologias como computadores, smartphones e, principalmente, robôs.
Essas são as novas ferramentas para aprendizagem e é isso que faz com que a tecnologia seja tão fundamental dentro desse processo, tornando-se parte do dia a dia dos estudantes.
Embora não possam educar sozinhas, essas tecnologias contribuem fortemente para a aprendizagem ativa e na capacitação dos estudantes.
Como funciona a robótica educacional?
Podemos ver a robótica educacional como uma plataforma de aprendizagem interativa, que encoraja o diálogo e a resolução de problemas.
Os robôs educacionais são compostos por uma combinação de peças robóticas como atuadores, sensores e um microcontrolador. É através destes componentes que os robôs se tornam máquinas programáveis que podem ser usadas para fins educacionais.
Um aspecto chave nessa robótica é estimular a criatividade através de tentativas e erros. Isso permite aos alunos adquirirem conhecimentos através de experiências com novas tecnologias e ferramentas.
Além disso, os estudantes são encorajados a interagir com o ambiente em que se encontram usando ciência, matemática, codificação, e outras disciplinas.
Na escola ou nos centros educacionais, os robôs educacionais são usados como auxiliares de ensino para diferentes tópicos científicos. Tudo isso faz com que os estudantes consigam desenvolver processos mentais capazes de resolver problemas distintos.
Considerando o mercado de trabalho, esta é uma oportunidade de ganhar qualificações profissionais e garantir mais oportunidades de emprego.
Ou seja, atua indiretamente na formação de melhores líderes, gestores e colaboradores desde cedo ou, então, quando esses se dedicam a esse tipo de estudo posteriormente.
Quais são os objetivos da robótica educacional?
O grande objetivo da robótica educacional é desenvolver o raciocínio e a lógica por meio da construção de robôs. Isso é feito através da aplicação da tecnologia em instituições ou centros educacionais.
Este tipo de sistema educativo também incentiva os alunos a aprender e explorar diferentes áreas, inclusive, gerando interdisciplinaridade entre elas, como ciências e matemática.
É um método de ensino, baseado na tecnologia que encoraja a exploração e experimentação para que o aluno se torne mais auto-suficiente na resolução de problemas.
Com a robótica educacional, os estudantes podem desenvolver competências cognitivas enquanto aprendem mais sobre a tecnologia e as suas aplicações.
Além disso, eles podem desenvolver uma melhor compreensão do seu ambiente natural fazendo experiências com robôs em diferentes contextos.
Importância da robótica educacional
A título de curiosidade, estamos falando de um mercado global que foi avaliado em US$928,2 milhões em 2021. Ele deve se expandir a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 23,4%, entre 2022 e 2030, segundo estudo do Grand View Research.
Esse crescimento pode ser atribuído à crescente adoção de robôs educacionais, pois eles formam um ambiente de aprendizado interativo para os alunos, permitindo que eles trabalhem algo que muitas vezes falta nesse ambiente: problemas do mundo real.
Segundo o estudo também, os robôs criados a partir dessa disciplina desempenham um papel fundamental no aprimoramento das habilidades de comunicação, interpessoal e de resolução de problemas dos alunos.
Quando começar a estudar robótica educacional?
O ideal é que se comece a estudar robótica entre os 8 e os 14 anos, sendo uma excelente faixa etária em que os alunos podem tirar o máximo partido da experiência educativa.
Isso não impede que se possa introduzir o tema antes dessa idade mínima, como, por exemplo, aos 3 anos, por meio da montagem de brinquedos. Se estimula a composição de peças umas com as outras para que a criança consiga, por exemplo, entender a base de sustentação.
À medida que o tempo passa, a pessoa começa a desenvolver a capacidade de criações mais complexas. Independentemente da idade que se comece, a robótica educacional vai desenvolver habilidades e aptidões que serão fundamentais para o futuro.
No entanto, vale ressaltar: se nunca tiveram contato antes, os adultos também podem aproveitar para estudar robótica.
A robótica educativa é um campo educacional que pode ser apreciado em também nesse momento, principalmente quando se trata de um conhecimento diferenciado para o ambiente corporativo.
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Os assuntos estudados na robótica educacional
Já citamos muitas vezes que diversos conhecimentos podem ser adquiridos por meio dos robôs educativos. O grande destaque aqui vai para a interdisciplinaridade dos temas, que precisam caminhar juntos para permitir a construção de robôs.
Mas quais são esses assuntos estudados? Como eles se relacionam com a noção de robótica? Vamos entender melhor isso nos próximos tópicos!
Matemática
Uma das principais disciplinas estudadas na robótica educacional é a matemática. Os cálculos servem tanto para construir robôs e braços robóticos como também para se desenvolver o raciocínio lógico.
Muitas vezes, os conceitos matemáticos são entendidos com o apoio das próprias máquinas, ou seja, pelos estímulos visuais. E isso faz toda a diferença, pois é uma matéria muito importante e quase sempre teórica.
Por exemplo, os robôs podem fazer movimentos que vão demandar o entendimento do conceito de ângulos e graus. Da mesma maneira, a matemática também vai estar na sequência de comandos que está por trás dos algoritmos.
Programação
Falando em algoritmos, não existem robôs sem programação. Essa é uma disciplina fundamental para a robótica educativa, sendo muito útil para o mercado de trabalho também.
A programação está diretamente relacionada com o funcionamento dessas máquinas. Afinal, é esta linguagem que os vai instruir a moverem-se e a agirem de acordo com o resultado desejado.
Ainda que não conte com um, os robôs dependem de comandos programados para funcionar corretamente. Nela, a programação pode ser feita através de comandos de arrastar e largar ou com linguagens dedicadas para fins educativos.
Os estudantes vão aprender a escrever em linguagem de programação e, assim, testar um programa, para que consigam executar os movimentos planejados.
Elétrica
Outro campo do conhecimento que também é estimulado nessa robótica é a elétrica. Isso se dá por meio da necessidade de criar circuitos movimentados por eletricidade, o que naturalmente aumenta o entendimento sobre o tema.
É a energia que move os motores e também serve para controlar outros componentes, tais como sensores. Por exemplo, é preciso compreender o uso de interruptores para ligar ou desligar uma função em um robô.
Desta forma, mesmo sem ser um engenheiro elétrico profissional, é possível aprender a criar circuitos com robôs educativos. Todos estes elementos são fundamentais para que os robôs educacionais funcionem corretamente.
Eletrônica
Da mesma forma que a engenharia elétrica é decisiva, a eletrônica também faz parte da robótica educacional, sendo um ramo da primeira. No entanto, envolve um nível mais complexo de compreensão.
Esse tipo de conhecimento foca nas aplicações de baixas correntes de energia elétrica para transmitir, processar e armazenar informações. Por isso, envolve o uso de componentes eletrônicos, tais como resistências.
Esses conceitos também fazem parte do funcionamento de usinas hidrelétricas, sistemas de telecomunicação e até mesmo circuitos em computadores.
Física
A robótica é uma das aplicações práticas da física, o que é fundamental para tirar os conhecimentos do campo teórico. Ou seja, os estudantes podem testar hipóteses, verificando se o que calcularam faz sentido também.
Isso acontece, por exemplo, a partir do cálculo da velocidade necessária para que um robô percorra determinada distância em um período específico ou da força para arremessar um objeto. Além disso, o estudante pode conferir a ação de forças como a gravidade.
Aqui também pode entrar o estudo do electromagnetismo. Assim, se consegue compreender os campos electromagnéticos e como estes interagem não só com diferentes materiais mas também com os componentes eléctricos de um robô.
3 vantagens da aprendizagem de robótica educacional
Investir em robótica educacional é um passo muito positivo para as escolas e, principalmente, para os profissionais do futuro. Mas é interessante explicar um pouco mais sobre essas vantagens, do ponto de vista prático. Veja a seguir!
Estimula a criatividade e o raciocínio
Os estudantes aplicam o pensamento criativo e a capacidade de resolução de problemas para construir robôs. Isso acontece porque, além de não ser uma tarefa fácil, vai envolver decisões e soluções para criar um robô com determinado objetivo.
Através da compreensão dos comandos de codificação — que envolve raciocínio lógico também — as pessoas são capazes de tirar o máximo partido da robótica, descobrindo novas formas de usar as suas máquinas.
Incentiva o trabalho em equipe
Muitos projetos de robótica são colaborativos. Isso naturalmente incentiva a formação de equipes e a comunicação entre pessoas, pois elas têm de aprender a coordenar tarefas e atividades se quiserem chegar no objetivo final.
Além disso, a robótica educacional também pode estimular o desenvolvimento de capacidades de liderança, uma vez que alguém terá sempre de assumir o papel de ser responsável pela coordenação de todos os outros membros do grupo.
Melhora o currículo profissional
Finalmente, a robótica educacional é uma habilidade muito atrativa para as empresas. Como falamos, envolve vários conceitos complexos que vão além de simplesmente matemática e física.
Isso faz da robótica educacional uma vantagem sobre outros candidatos quando uma pessoa que já estudou se candidata a um emprego que demanda esse conhecimento.
Além disso, esse é um tipo de conteúdo e know how que é muito valorizado em empresas que empregam novas tecnologias nos processos.
Conclusão
A robótica educacional se mostra como um campo do estudo que, embora seja voltado para jovens, tem grande valor para o mercado.
Estamos falando de uma disciplina que envolve até mesmo programação, conhecimento vital para um contexto digital e, altamente tecnológico. É por isso que esse deve ser um investimento para a construção dos futuros colaboradores e líderes.
E, ainda assim, aqueles que não dominam esse conhecimento, devem buscar entender ao menos o básico sobre robótica e como ela se relaciona com o seu campo profissional.
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