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“Futuro é reflexo de onde alocamos nossa atenção e recursos”, dispara Marina Cançado no Sest Senat Summit 2023

Passou o tempo de discutir e relativizar o problema ambiental que o impacto da produção industrial causa no mundo. Na história, a humanidade, em 3 milhões de anos, nunca passamos de 2 graus celsius e as projeções não são otimistas.

Grande parte deste problema, a nível global, se deve à queima de combustíveis fósseis e o desmatamento colonizador europeu-estadunidense nas regiões de florestas nos últimos 500 anos.

Marina Cançado, especialista em impacto de ESG nos negócios, trouxe essas compreensões da realidade para o Sest Senat Summit 2023, na tentativa de alertar os principais players dos transportes brasileiros e convidá-los a pensar sobre o assunto, visando criar soluções para estes problemas que iremos enfrentar nos próximos anos.

Afinal, no Brasil, o setor de transporte é o terceiro maior responsável pelas emissões de gás carbônico na atmosfera. Ao mesmo tempo, por conta da constante luta que lidera a preservação das nossas terras, outra maneira de lidar com as florestas e a continentalidade do país, ainda podemos ser parte extremamente importante da solução mundial.   

Soluções de descarbonização

Segundo a especialista, o Brasil lidera globalmente a competitividade em hidrogênio e é uma das principais apostas para descarbonizar transporte de carga pesada e aviação. 

Como Pedro Fogolin, Executive Partner da Gartner, nos atentou em sua palestra “Hype cycle dos serviços no transporte”, o Brasil é líder na produção de hidrogênio azul.

Diferente do hidrogênio verde, que é totalmente renovável, o componente de azul oferece uma solução parcial do problema. Ele vem da produção de etanol, que ainda é uma produção de combustão, mas pode ser reaproveitado neste momento.

Pedro Fogolin trouxe uma aula sobre o modelo de análise e estrutura da Gartner no Sest Senat Summit 2023

Não se tornou uma principal solução por conta do processo. Quando a troca iônica é feita, para garantir o hidrogênio azul, se usa platina e paladium, dois elementos raros. Com o tempo, caso construa várias células de produção, o preço destes materiais irá subir e o material acabará faltando.

Hoje há uma maior rede de pesquisas para encontrar esta alternativa. Enquanto isso, o Executive Partner da Gartner destacou que esta pesquisa “se mantém estacionada no Vale da Desiluão”, do Hype cycle.

Outro ponto trazido por Marina Cançado é concentrar na Maior inserção dos biocombustíveis. Embora seja orgulho nacional, o uso dos biocombustíveis na vida cotidiana ainda é insuficiente. Alternativas que ainda são garantidas é utilizar Gás Natural, ao mesmo tempo em que passamos a investir em eficiência energética.

Na prática: por onde começar?

Marina Cançado trouxe vários pontos de convergência, interesse e também cuidados em sua palestra. Há uma gama de questões que estão em jogo, desde às pressões pela demanda e até o modelo de uso de transportes que o país adotou.

Marina Cançado trouxe vários pontos de convergência, interesse e também cuidados em sua palestra. Há uma gama de questões que estão em jogo, desde às pressões pela demanda e até o modelo de uso de transportes que o país adotou.

Por isso, a especialista retornou em alguns pontos e fez questão de trazer ordenamento para que seja possível fazer deste tipo de preocupação a agenda das empresas de transporte no Brasil.

1º passo: iniciar por onde é possível.

É crucial reconhecer que há áreas de produção que não são sustentáveis. O transporte de cargas, por exemplo, se utilizará de combustíveis fósseis para gerar energia até que uma nova tecnologia seja solução.

A aviação ainda aguarda alguns processos de eletrificação e placas solares. Então, haverá setores que encontrarão lento desenvolvimento. Por isso, o interessante é mapear e entender por onde podemos começar esta transição de descarbonização.

2º passo: comunicar os seus desafios e resultados a todo o mercado.

Um difícil tópico, que Ram Rajagopal já mencionou em sua fala, é encontrar modos de cooperação e ações conjuntas no cenário do transporte nacional.

Por conta da continentalidade e ordenamento produtivo, segundo Marina Cançado, precisamos entender que os desafios são parecidos e os problemas enfrentados ocorrem em diferentes empresas, simultaneamente.

Por isso, ao agir com essa agenda coletiva, é necessário também destacar pontos em comum para que haja um desenvolvimento conjunto das ações de ESG. Não é hora de acreditarmos em soluções individuais.

Com a fala de Gerd Leonhard, Marina Cançado iniciou sua palestra, no Sest Senat Summit 2023, nos atentando para a transformação que está por vir nos próximos anos

3º passo: visão dos stakeholders 

No último passo, para o início da criação de uma agenda ESG, é importante reconhecer que a governança faz parte do processo, porém, seu alinhamento precisa ser lido antes da tomada de decisão.

Há uma necessidade de compreender para onde as diretrizes estão sendo coordenadas. Enquanto os interesses estiverem limitados às visões de quem detém ações das empresas, o impacto social e ambiental continuará sendo negativo para a sociedade.

É necessário mudar esta visão de mundo e passar a reconhecer que o ESG se trata de inserir, de uma maneira benéfica, questões coletivas e que estão atreladas à nossa sobrevivência como sociedade.

Pontos cruciais nesta empreitada

Marina Cançado destacou em sua palestra a necessidade de ter um olhar financeiro para soluções climáticas. Se trata de compreender que há um valuation nessa construção e que ele pode se tornar uma maneira de medir tamanha jornada e esforço das empresas nesta agenda.

Mostrar que a sua empresa está nesta jornada pode ser usado para conseguir melhores taxas de crédito, melhorar a sua reputação, entre outros benefícios relacionados ao trabalho e o ambiente de trabalho aos seus colaboradores 

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Economia e meio ambiente: impactos, relação e como aliar?

A busca por um futuro mais sustentável depende do que as organizações estão fazendo e enfrentando para equilibrar economia e meio ambiente, ou melhor, o crescimento econômico com a preservação do planeta.

É aí que a inovação desempenha um papel fundamental, oferecendo oportunidades para o desenvolvimento de soluções criativas e impactantes. 

E se a interseção entre economia e meio ambiente tornou-se uma discussão fundamental para as lideranças empresariais, bons líderes precisam estar atentos a esse tema.

A seguir, vamos compreender melhor sobre o assunto, entendendo como eles podem caminhar juntos e, principalmente, como os gestores fazem parte disso!

Leia também: Qual a importância do empreendedorismo sustentável nas empresas?

Economia e meio ambiente: entenda os papéis

Enquanto a economia busca impulsionar o crescimento e a prosperidade, o meio ambiente abriga os recursos naturais essenciais para a sobrevivência do planeta e das gerações futuras. 

Compreender os papéis desempenhados por cada um desses aspectos é fundamental para uma abordagem sustentável e equilibrada. Primeiro, vamos entendê-los individualmente para seguir com a discussão.

Economia

A economia desempenha um papel central na sociedade, impulsionando o desenvolvimento, a criação de empregos e a melhoria da qualidade de vida. 

No entanto, a forma como a economia é tradicionalmente conduzida pode resultar em impactos negativos no meio ambiente

O modelo de produção e consumo excessivo, baseado em recursos não renováveis e na geração de resíduos, coloca em risco a sustentabilidade do planeta. 

Apenas como uma estatística básica sobre esses problemas, vale lembrar: a humanidade produz mais de 2 bilhões de toneladas de lixo por ano, segundo a própria ONU.

No entanto, a economia também pode desempenhar um papel positivo na preservação do meio ambiente. 

A transição para uma economia verde, baseada em princípios de sustentabilidade e eficiência, abre caminho para novas oportunidades de negócios e inovação. 

Setores como energias renováveis, eficiência energética, reciclagem e tecnologias limpas têm um potencial significativo de crescimento econômico, ao mesmo tempo em que contribuem para a redução do impacto ambiental. Vamos falar ainda mais sobre isso.

Meio ambiente

O meio ambiente desempenha um papel fundamental na manutenção da vida na Terra. Os recursos naturais, como ar, água, solo, biodiversidade e clima, são essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas e para o bem-estar humano. 

No entanto, as atividades humanas, incluindo a exploração de recursos naturais, a poluição e as mudanças climáticas, têm causado sérios danos ao meio ambiente, comprometendo sua capacidade de regeneração e colocando em risco a sustentabilidade do planeta.

A proteção e a preservação do meio ambiente são fundamentais para garantir um futuro sustentável. 

A adoção de práticas de uma “economia ambiental” que considere a conservação da biodiversidade, a redução das emissões de gases de efeito estufa e a promoção da economia circular é a estratégia necessária para mitigar os impactos.

Ao entender os papéis desempenhados pela economia e pelo meio ambiente, as lideranças empresariais podem buscar soluções que promovam o equilíbrio entre o crescimento econômico e a proteção ambiental. 

E a inovação desempenha um papel crucial nesse processo, impulsionando o desenvolvimento de tecnologias, práticas e modelos de negócio que conciliam prosperidade econômica com responsabilidade ambiental.

Como economia e meio ambiente se relacionam?

Então, chegamos à pergunta: como economia e meio ambiente se relacionam, finalmente?

A relação entre economia e meio ambiente é intrínseca e complexa. 

Enquanto a economia depende dos recursos naturais e dos serviços ecossistêmicos para sustentar seu funcionamento, o meio ambiente é afetado pelas atividades econômicas e pelo modelo de desenvolvimento adotado. 

E somente quando se reconhece essa interconexão é possível promover um futuro sustentável.

Vamos a um exemplo real: escassez de recursos naturais. 

À medida que a demanda por matérias-primas aumenta, como minerais e combustíveis fósseis, é necessário explorar áreas mais remotas e utilizar métodos de extração mais intensivos, o que pode resultar em danos ambientais significativos. 

A degradação de ecossistemas, a poluição do ar e da água, e a perda de biodiversidade são apenas algumas das consequências diretas dessa exploração desenfreada.

Essa falta de consideração pelos impactos ambientais pode gerar riscos financeiros e econômicos. 

Eventos climáticos extremos, por exemplo, podem causar prejuízos significativos para a economia, como danos a infraestruturas, perdas na produção agrícola e interrupção de cadeias de abastecimento.

 Além disso, as regulamentações ambientais cada vez mais rigorosas podem afetar a competitividade das empresas que não se adaptam às exigências de sustentabilidade.

No entanto, é importante ressaltar que a relação entre economia e meio ambiente não precisa ser necessariamente conflituosa. 

Pelo contrário, uma abordagem sustentável pode gerar oportunidades econômicas e benefícios para a sociedade. 

A transição para fontes de energia limpa, por exemplo, pode impulsionar a criação de empregos verdes e estimular o crescimento econômico. 

Além disso, a adoção de práticas de produção mais eficientes e a implementação de estratégias de economia circular podem gerar redução de custos e maior eficiência empresarial.

E nesse processo, as lideranças devem dar a devida importância a uma abordagem integrada, em que a sustentabilidade ambiental seja considerada como um componente essencial para o sucesso econômico a longo prazo.

Como a economia afeta o meio ambiente?

Como dito, a relação entre economia e meio ambiente nem sempre é equilibrada, e as atividades econômicas podem ter impactos significativos no meio ambiente. 

É essencial compreender mais aprofundadamente esses impactos para buscar soluções que promovam a sustentabilidade. 

A seguir, vamos explorar alguns dos principais impactos da economia no meio ambiente!

Emissões de gases de efeito estufa

As atividades econômicas, como a queima de combustíveis fósseis na indústria, transporte e geração de energia, são uma das principais fontes de emissões de gases de efeito estufa. 

Essas emissões contribuem para o aquecimento global e as mudanças climáticas, resultando em impactos como o aumento das temperaturas, eventos climáticos extremos e o derretimento das calotas polares. 

O relatório dos Indicadores das Mudanças Climáticas Globais 2022, inclusive, informou que foi chegado a um nível recorde de gases de efeito estufa, que equivale a 54 bilhões de toneladas de dióxido de carbono anuais.

Desmatamento e perda de biodiversidade

A expansão de atividades econômicas, como a agricultura e a exploração madeireira, tem levado ao desmatamento de florestas em todo o mundo. 

Esse desmatamento não apenas causa a perda de habitats naturais, mas também contribui para a perda de biodiversidade, colocando em risco espécies vegetais e animais.

Em 2021, por exemplo, o estudo da Global Forest Watch mostrou que o Brasil liderava o ranking mundial de desmatamento florestal. Foram 1,5 milhão de hectares de bioma nativo perdidos nesse ano.

A preservação das florestas e o estabelecimento de práticas agrícolas sustentáveis são essenciais para proteger a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos.

Poluição do ar e da água 

As atividades econômicas podem gerar poluentes que afetam a qualidade do ar e da água. Emissões industriais, resíduos químicos e descarte inadequado de resíduos sólidos podem causar poluição do ar e da água, prejudicando a saúde humana e os ecossistemas. 

Um exemplo desses efeitos (no contexto nacional) foi trazido pelo Barômetro de Transformação Ecológica: 87% dos brasileiros afirmaram ter adoecido por poluição da água, do ar e do solo.

A implementação de tecnologias mais limpas, a gestão adequada de resíduos e a promoção de práticas sustentáveis são medidas essenciais para reduzir a poluição.

Contaminação do solo

A atividade econômica, especialmente a indústria química e o setor agrícola, pode levar à contaminação do solo. 

O uso indiscriminado de pesticidas e fertilizantes químicos na agricultura, bem como o descarte inadequado de resíduos industriais, podem contaminar o solo com substâncias tóxicas. 

Essa contaminação compromete a qualidade e a fertilidade do solo, afetando a produção de alimentos, a saúde humana e a biodiversidade. 

Como consequência, 30% dos solos do mundo já estão degradados, como afirma o estudo coordenado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que resultou no livro Estado da Arte do Recurso Solo no Mundo.

A promoção de práticas agrícolas sustentáveis, como a agricultura orgânica e a gestão adequada de resíduos industriais, é fundamental para mitigar esse impacto.

É importante destacar que esses impactos não são isolados, mas estão interconectados. Por exemplo, o desmatamento pode levar à perda de biodiversidade, à redução da absorção de carbono e à erosão do solo. 

Compreender essas interações complexas é essencial para promover abordagens integradas que busquem a harmonia entre a economia e o meio ambiente.

O que é sustentabilidade econômica?

E, diante de tantos problemas, chegamos a um termo que parece ser uma saída interessante: sustentabilidade econômica.

Ela visa equilibrar o crescimento econômico com a preservação dos recursos naturais e o bem-estar das comunidades, garantindo um futuro viável e resiliente.

A sustentabilidade econômica vai além de simplesmente maximizar os lucros a curto prazo. Ela envolve a adoção de práticas e estratégias que considerem os impactos ambientais, sociais e éticos das atividades econômicas. 

É uma abordagem que busca conciliar os objetivos econômicos com a proteção e a regeneração do meio ambiente, promovendo a equidade social e a prosperidade a longo prazo.

Nesse contexto, a sustentabilidade econômica envolve a implementação de medidas como a redução do consumo de recursos não renováveis, a eficiência energética, o uso responsável dos recursos naturais, a promoção da economia circular e o respeito aos direitos humanos. 

Ela também incentiva a inovação e o desenvolvimento de soluções tecnológicas que contribuam para um futuro mais sustentável.

Além disso, ela envolve a consideração dos impactos socioeconômicos das atividades econômicas. Isso inclui garantir condições de trabalho justas, promover a inclusão social, apoiar comunidades locais e buscar parcerias colaborativas.

Uma economia verde leva em conta o bem-estar das pessoas, tanto no presente como nas gerações futuras. A busca pela sustentabilidade econômica é um desafio e uma oportunidade para as lideranças. 

Mas, ao adotar práticas sustentáveis em seus negócios, elas não apenas contribuem para a preservação do meio ambiente, elas também fortalecem a reputação da empresa, criam vantagem competitiva e estabelecem relações mais sólidas com clientes e sociedade.

É um caminho que leva a uma economia mais resiliente, inovadora e equitativa.

Desenvolvimento sustentável: é possível?

Diante dos desafios ambientais e sociais que o mundo enfrenta, o conceito de desenvolvimento sustentável surge como uma abordagem que busca conciliar o progresso econômico com a preservação dos recursos naturais e o bem-estar das gerações presentes e futuras. 

Mas será que é realmente possível alcançar o desenvolvimento sustentável?

A resposta é, felizmente, sim. 

O desenvolvimento sustentável é viável quando adotamos uma abordagem integrada, que considera os aspectos econômicos, sociais e ambientais de forma equilibrada. 

Há uma grande importância da economia ambiental.

Isso requer uma mudança de paradigma, onde o crescimento econômico não é mais visto como um fim em si mesmo, mas sim como um meio para alcançar uma sociedade próspera e sustentável.

O desenvolvimento sustentável não é apenas uma utopia: é uma necessidade urgente. Estamos falando de uma peça-chave para enfrentar os desafios globais, promover a equidade social, preservar os recursos naturais e garantir um futuro melhor.

Como aliar crescimento econômico e meio ambiente?

Para tornar o desenvolvimento sustentável uma realidade, é necessário adotar uma série de medidas e estratégias. Isso inclui:

  1. integração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): os ODS estabelecidos pelas Nações Unidas oferecem uma visão abrangente e integrada dos desafios globais, abordando questões como erradicação da pobreza, igualdade de gênero, energia limpa, consumo responsável, entre outros. A implementação dos ODS requer a colaboração de diversos atores, incluindo governos, empresas, organizações da sociedade civil e indivíduo;
  2. adoção de práticas empresariais sustentáveis: os negócios desempenham um papel fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável. Ao adotar essas práticas, a partir de uma governança ESG, como a redução do consumo de recursos, a gestão adequada de resíduos, a promoção da diversidade e inclusão, e a transparência nas cadeias de suprimentos, elas podem contribuir para a construção de uma economia mais sustentável;
  3. investimento em inovação e tecnologia: essa dupla desempenha um papel crucial no caminho para o desenvolvimento sustentável. Novas tecnologias e soluções inovadoras podem impulsionar a eficiência energética, a produção sustentável, o acesso a recursos limpos e renováveis, e a criação de modelos de negócios mais sustentáveis. A busca por soluções tecnológicas e a promoção da pesquisa e desenvolvimento são fundamentais nesse processo.

Embora o caminho para o desenvolvimento sustentável possa apresentar desafios, é fundamental acreditar na possibilidade de alcançá-lo. 

Economia Exponencial

Conclusão

Em um mundo em constante transformação, onde a interdependência entre economia e meio ambiente se torna cada vez mais evidente, é fundamental que as lideranças assumam um papel de destaque na busca por soluções sustentáveis. 

A sustentabilidade deixou de ser apenas uma tendência e passou a ser uma necessidade para a sobrevivência dos negócios e para a construção de uma sociedade mais justa e saudável.

E a inovação desempenha um papel crucial nesse processo, impulsionando o desenvolvimento de tecnologias e soluções que contribuem para a sustentabilidade econômica e ambiental. 

A busca por modelos de negócios circulares, o investimento em energias renováveis, a redução do consumo de recursos e a promoção da responsabilidade social são apenas alguns exemplos das iniciativas que podem ser adotadas.

Nesse caminho, líderes visionários e comprometidos são essenciais: se mostram capazes de engajar suas equipes, promover uma cultura organizacional sustentável e influenciar positivamente as decisões estratégicas.

A transição para uma economia mais verde e sustentável não é um caminho fácil, mas é um caminho necessário. E entender como a economia pode transformar isso é o caminho. Conheça o curso de Economia Exponencial e faça parte da transformação!

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Skoll World Forum: Reflexões sobre inteligência artificial, sistemas orquestradores e pandemias

Por Onicio Leal Neto, Expert em Epidemiologia Digital e Futuro da Saúde na SingularityU Brazil.

O Skoll World Forum chega à sua vigésima edição como um dos eventos mais importantes do mundo no segmento de empreendedorismo social, meio ambiente e governança. Criado pelo ex-fundador do e-Bay, Jeff Skoll, traz pautas relevantes com representantes da indústria, fundos de investimento, governo e terceiro setor.

O evento mobiliza a tradicional Universidade de Oxford por três dias para servir de palco de discussão de temáticas que vão desde ESG até empreendedorismo social, com participação de aproximadamente 1400 participantes de todo o mundo.

Inteligência Artificial e Responsabilidade

O destaque para o primeiro dia vai para Maria Ressa, ganhadora do prêmio Nobel da Paz e co-fundadora do Rappler.  Durante a plenária, Ressa trouxe reflexões sobre como a inteligência artificial utilizada de maneira perversa pode ameaçar a democracia.

Ela comenta que, no ambiente digital, mentiras se espalham seis vezes mais rápido que fatos, gerando uma facilidade da disseminação de fake news e desinformação.

Sem fatos, não há verdade e sem verdade não há confiança.

E por design, companhias estão criando algoritmos cada vez mais aptos a superar a capacidade de julgamento dos usuários, indo no ponto mais fraco, que são suas emoções. Fazendo isso, a aderência à disseminação de elementos que não são verdadeiros, acaba sendo mais propícia.

Maria Ressa aponta que algoritmos são opiniões em código. Ela fala sobre o “friends of friends algorithm” que é uma maneira de reforçar o viés cognitivo nos ambientes digitais, fazendo com que as câmaras de eco sejam cada vez mais poderosas, reverberando dentro da mesma bolha apenas opiniões e desinformação e reforçando polarizações de discursos.

Maria encerra sua fala trazendo uma possibilidade para endereçar este desafio. Numa sociedade que cada vez mais será afetada pela inteligência artificial, um possível caminho para achar o ponto de equilíbrio entre o uso ético da inteligência artificial na sociedade é: no longo prazo, educação. Educar a próxima geração de tomadores de decisão será crucial para um futuro mais ético da aplicação de tecnologias.

No médio prazo, legislação. Governos e agências reguladoras precisam intervir e definir regras claras, transparentes e equânimes para a utilização em massa das IAs de maneira que estas não se tornem máquinas de automatização de desigualdades.

E por fim, no curto prazo, nós. A sociedade atual precisa ponderar os aspectos éticos e ter um olhar mais cuidadoso sobre o que o presente cenário se revela, evitando que os avanços das tecnologias signifiquem mais ameaças que benefícios para todos nós.

System Orchestrators  e a complexidade facilitada

O destaque do segundo dia vai para a discussão sobre Systems Orchestrators. O conceito, criado na rotina de gerenciadores de sistemas computacionais, extrapola essas barreiras e chega para endereçar as conexões que criam impacto positivo no mundo.

Um mundo cuja complexidade diariamente exige um nível de ação do mesmo porte para a criação de soluções para os problemas globais que sejam escaláveis. Neste conceito, atores do setor privado e público facilitam parcerias e constroem redes para o desenho de soluções para problemas sociais urgentes. Um exemplo de system orchestrator é o International Council on Clean Transportation, que baseado em triangulações com academia, indústria automotiva e agências do governo. Ele gera evidências e propõe caminhos para transportes e mobilidade urbana com redução considerável da emissão de poluentes.

Outro interessante exemplo de system orchestrator é o negócio social brasileiro Conexsus – Conexões Sustentáveis. A instituição desenvolve projetos na área de bioeconomia em diversas regiões do Brasil, fazendo parcerias com o setor público e privado. Uma de suas atuações, por exemplo, é a concessão de microcrédito para pequenos empreendedores rurais que tem um impacto ambiental significantemente menor em relação aos grandes produtores, garantindo o desenvolvimento de negócios comunitários mais sustentáveis.

Durante a cerimônia de premiação do Skoll Award 2023, a Conexsus foi uma das 5 iniciativas vencedoras, recebendo US$2.25 milhões para a expansão dos projetos e aumento de impacto, sendo a única iniciativa brasileira neste ano a alcançar o prêmio.

Exponencializando o impacto

E chegando ao destaque do último dia, num fórum que discute iniciativas de impacto em milhões de pessoas, não há como ter deixado de fora temática de pandemias. No painel que discutiu se temos tudo o que é necessário para prevenir a próxima pandemia, o aspecto de engajamento de comunidades foi repetido diversas vezes.

A pandemia de COVID-19, além dos estragos econômicos e sociais que provocou (e ainda provoca), abriu portas para tecnologias que já existiam serem mais reconhecidas e valorizadas como a vigilância participativa, um tipo de crowdsourcing para combate de doenças.

A preparação contra uma próxima emergência em saúde pública não fica apenas a cargo dos governos ou instituições. Estes são cruciais para prover recursos e ações na mitigação dos riscos ou resposta às emergências. Porém a população tem um papel substancial no enfrentamento destes desafios.

Na Tailândia, a startup Opendream desenvolveu uma rede de fazendeiros que passaram a ser detetives de doenças, reportando as autoridades os óbitos de animais dos seus rebanhos. Isso acaba funcionando como um alerta antecipado de que um agravo à saúde pública pode estar surgindo, afetando primeiramente à saúde animal.

Outro exemplo foi a iniciativa Swasti, que já impactou diretamente 2 milhões de pessoas em 25 países com estratégias de fortalecimento de sistemas comunitários para saúde primária. A Swasti está também iniciando um programa de vigilância participativa para segurança de saúde global e resposta às pandemias.

A inclusão na agenda de combate às pandemias de um fórum tão estratégico para impacto global como o Skoll World Forum demonstra que precisamos continuar ativos na busca do melhor preparo para o enfrentamento da próxima emergência em saúde pública.

Na minha rotina de pesquisador, tenho a honra de participar diretamente no desenvolvimento de duas iniciativas inovadoras como preparação para a próxima pandemia. A primeira é a plataforma Global Flu View (www.globalfluview.org). Nós desenvolvemos um ecossistema digital que atua como orquestrador de sistemas ao redor do mundo, utilizando vigilância participativa no combate à Influenza. São mais de 20 milhões de datapoints provenientes de países como Austrália, Tailândia, Hong Kong e Estados Unidos, tornando estes dados acionáveis para instituições que podem atuar na resposta antecipada destes riscos à saúde global. O segundo projeto é o desenvolvimento de uma tecnologia vestível (wearable) para ser utilizada no mapeamento de contatos e quebra de ciclos de transmissão de surtos. Tudo isso de respeitando a máxima privacidade do usuário a partir do protocolo DP-3T, desenvolvido pelo time da pesquisa e hoje utilizado em todos os smartphones do mundo da Apple (iOS) e Google (Android).

O evento deixa claro a importância destas agendas no contexto de ESG, sendo uma chamada para que não só o governo e terceiro setor, mas também o setor privado entenda a necessidade de atuação nestes eixos.