O conceito de Organizações Autônomas Descentralizadas (DAO) vem ganhando atenção como uma forma cada vez mais popular de gerenciar operações e ativos digitais com um sistema automatizado.
Este tipo de organização é um conceito revolucionário quando se trata de instituições financeiras, empresas investidoras, empresas de mídia, e muito mais.
As DAO’s são entidades digitais criadas em blockchain que podem incluir estatutos e estruturas de governança para a execução de várias tarefas.
Elas fornecem, essencialmente, a mesma estrutura que existiria em uma corporação, mas sem o uso de intermediários ou intermediárias.
Isso faz com que essas organizações se tornem autônomas, isto é, que operam exclusivamente por meio de código e com um suporte de pagamento baseado em criptomoedas.
Neste artigo, vamos explorar o que compõe uma DAO, como elas funcionam, as vantagens da oferta em relação às estruturas corporativas tradicionais, assim como alguns exemplos reais que estão sendo implementados atualmente em todo o mundo. Boa leitura!
O que é DAO (Decentralized autonomous organizations)?
DAO (Decentralized Autonomous Organizations, ou “organizações autônomas descentralizadas”, em português) é um sistema que usa a rede blockchain, ou seja, um banco de dados público de criptomoedas para armazenar e manter a sua base de dados de maneira imutável e inviolável, assegurando interações de forma autônoma via contratos digitais programáveis, chamados de smart contratcs.
Qual é a diferença entre DAOs e organizações tradicionais?
Existem diversas características divergentes entre o modelo operacional de organizações tradicionais e as organizações autônomas descentralizadas.
As principais diferenças incluem o modo de transparência, modelo de hierarquia, automatização de etapas e outros elementos. Veja:
- Transparência: o fato das DAOs serem públicas permite maior transparência entre os membros, já que as atividades podem ser acessadas por todos os envolvidos, diferentemente de organizações tradicionais que trabalham com movimentações privadas e limitadas a um público seleto;
- Implementações automatizadas: diferente de organizações de outros modelos que exigem o uso de etapas manuais ou automação controlada de maneira centralizada, os serviços oferecidos na DAO são automatizadas;
- Agilidade em computação de votos: em uma organização de modelo centralizado, as votações são computadas internamente e os resultados são tratados de forma manual. Nas DAOs, todo o processo ocorre de maneira automática, sem intermediários.
- Modelo mais democrático: diante da necessidade de rever algum processo ou para implementar novos investimentos e novas tecnologias, os membros da DAO podem realizar uma votação para decisão mais democrática e transparente, não partindo da decisão de uma única pessoa em uma posição mais alta na hierarquia da organização;
- Sem hierarquias: por fim, outra diferença é que as organizações autônomas descentralizadas não são formadas por hierarquias entre os membros, diferente de empresas tradicionais que trabalham com posições e níveis mais definidos.
Como funciona uma DAO (Decentralized Autonomous Organizations)?
Uma DAO funciona com base em um conjunto pré-programado de regras, de maneira autônoma, sendo coordenada por meio de protocolos de consenso distribuídos.
O Bitcoin foi considerado a primeira DAO totalmente funcional, mas, desde então, o uso de contratos inteligentes foi habilitado de fato na plataforma Ethereum, que tornou esse recurso mais popular com o público atual e ajudou a moldar o atual cenário.
Em linhas gerais, para ser operacional, DAOs precisam de regras codificadas em forma de contrato inteligente, que basicamente é um programa de computador que existe de forma autônoma na internet, mas que precisa de pessoas para realizar tarefas que não pode executar sozinho.
Uma vez que essas regras são estabelecidas, as DAOS entram em fase de financiamento. Nessa etapa, a DAO deve ter algum tipo de propriedade interna, ou seja, tokens que podem ser gastos pela empresa ou utilizados para recompensar atividades dentro dela.
Além disso, ao investir em uma DAO, o usuário obtém direito de voto e, por extensão, a capacidade de influenciar como ela opera.
Ao final do período de financiamento, acontece a implementação da DAO, com ela se tornando totalmente autônoma e completamente independente de seus criadores.
Trata-se de um código aberto, que pode ser visto por qualquer pessoa, sendo que todas as regras e transações financeiras são registradas na blockchain, o que faz com que essas organizações sejam totalmente transparentes, imutáveis e incorruptíveis.
Uma vez que determinada DAO entra em operação, todas as decisões sobre onde e como gastar os fundos são feitas por meio de consenso.
Todas as pessoas que possuem uma parte da DAO podem fazer propostas em relação ao seu futuro, sendo que o principal mecanismo para evitar o bombardeio de respostas é a necessidade de fazer um depósito monetário.
Ou seja, para realizar qualquer ação, a maioria dos investidores deve votar na proposta, sendo que a vantagem para alcançar essa maioria pode variar dependendo de cada DAO, pois isso é algo especificado diretamente no código.
Em resumo: DAOs permitem que as pessoas entre si troquem seus fundos em forma de investimento, doações, levantamento de fundos, empréstimos e assim por diante.
Trata-se de um sistema capaz de fazer todas essas operações sem a necessidade de um intermediário.
A grande questão desses programas é que, se for detectada no código inicial, ela não pode ser corrigida até que a maioria vote