O cargo de líder é essencial para qualquer organização empresarial de sucesso, mas você sabia que existem diferentes maneiras e abordagens para desempenhar essa função?
Ao longo dos anos, diferentes teorias e estilos de liderança têm surgido com vários níveis de eficácia na promoção da produtividade, inovação e eficiência dentro das organizações.
Uma dessas teorias é a liderança transacional, que se concentra em uma abordagem de recompensas e punições, em que o funcionário recebe um prêmio pelo bom desempenho ou ações disciplinares por falhar no cumprimento de metas.
Este artigo irá abordar o que é liderança transacional, suas características e várias vantagens que ela pode trazer quando aplicada de forma eficaz pelos líderes.
Também vamos abordar algumas desvantagens potenciais que podem ocorrer se esta forma de liderança não for utilizada adequadamente e no cenário correto dentro da estrutura de uma organização.
Portanto, continue lendo para saber mais sobre essa que é a forma mais popular de liderança e aprenda a aplicá-la no seu dia a dia! Boa leitura!
O que é liderança transacional?
A liderança transacional é a forma mais comum de liderança e consiste em oferecer algo para o liderado em troca de uma boa performance, ou seja, recompensar os colaboradores conforme eles atingem metas, como uma forma de troca puramente transacional.
O propósito desse tipo de liderança é o de motivar e recompensar os funcionários conforme eles atingem bons resultados, pois uma boa performance significa melhores resultados para a empresa.
Portanto, líderes transacionais são aqueles que estabelecem metas e expectativas claras para seus subordinados, sendo que, como um líder, também deve fornecer os recursos e o apoio necessário para que essas metas sejam atingidas.
Em troca, espera-se que os funcionários atendam ou superem as expectativas e, caso o façam, serão recompensados com elogios, bonificações, comissões, aumentos, promoções e outras formas de reconhecimento.
Caso o funcionário não cumpra as expectativas, ele pode ser punido com críticas, despromoção e até mesmo o rompimento da relação profissional entre colaborador e empresa.
Ou seja, a liderança transacional é um estilo no qual o líder depende de um sistema de recompensas e punições para tentar atingir a performance necessária da equipe.
Esse estilo de liderança é baseado na ideia de que os colaboradores não possuem a devida motivação própria para realizar as suas atividades profissionais e que precisam de estrutura, estímulo, instruções e supervisão.
Trata-se de um estilo de liderança muito útil para atingir metas de curto prazo ou que sejam muito específicas.
Características da liderança transacional
Veja a seguir as principais características da liderança transacional:
Estabilidade do status quo
Líderes transacionais podem ser descritos como profissionais mais conservadores, ou seja, eles se concentram em manter o status quo intacto em vez de tentar mudar a maneira como as coisas funcionam e experimentar outras formas de hierarquia.
Essa abordagem pode resultar em um estilo de liderança engessado e tradicional, focado em atingir metas e objetivos, mas também pode representar uma fraqueza, dependendo da situação em que a empresa e o mercado se encontram.
Manter o status quo a fim de alcançar objetivos específicos pode ser algo necessário em diferentes ramos do mercado de trabalho, mas, em outros casos, líderes transformadores, com foco na criatividade e inovação podem ser mais adequados, especialmente nos casos em que o ramo de atividade da empresa está passando por grandes mudanças.
Nesses cenários, as empresas precisam contratar profissionais capazes de “pensar fora da caixa” e criar um ambiente livre, em que os colaboradores podem tanto fazer sugestões, quanto gozar de mais autonomia na realização das suas atividades diárias.
Recompensas por atender ou exceder expectativas
Uma das características mais fundamentais da liderança transacional está no uso de recompensas para o ato de atender ou exceder as expectativas estabelecidas.
Caso os liderados atendam ou excedam as metas esperadas pelo líder, eles são recompensados de alguma forma, seja com elogios, bonificações, comissões maiores, aumentos, promoções ou qualquer outra forma de reconhecimento.
Punições para o não cumprimento de expectativas
Na liderança transacional, caso algum colaborador não corresponda às expectativas estabelecidas pelos líderes, ele pode ser punido de alguma forma.
Essa punição pode vir na forma de críticas, despromoções, rebaixamentos e até mesmo no término do vínculo trabalhista com a empresa.
A punição é uma forma de motivação tão eficaz quanto a recompensa, mas é importante notar que ela pode levar a uma dinâmica de equipe mais negativa e ressentida.
Suposição de que a equipe não é automotivada
Como vimos, a liderança transacional baseia-se no pressuposto de que os liderados não possuem a automotivação necessária para desempenhar o trabalho com autonomia, o que é verdade em muitos setores do mercado de trabalho.
Nesse estilo de liderança, supõe-se que os funcionários precisam de estrutura, incentivo, instrução e supervisão para fazer o trabalho de forma eficaz.
Metas e expectativas claras
Outra característica importante do modelo transacional de liderança é que, nele, são estabelecidas metas e expectativas claras para os liderados.
Trata-se de um mecanismo que ajuda a garantir que todos estão na mesma página e que sabem exatamente o que é esperado de cada um.
Porém, isso também pode ter um lado negativo, já que pode levar a uma abordagem mais rígida e inflexível.
É eficaz para atingir metas e objetivos de curto prazo
Apesar do modelo transacional de liderança não ser a melhor abordagem para todas as situações, essa é uma ferramenta eficaz para atingir objetivos muito específicos, normalmente relacionados a tarefas muito repetitivas, e de curto prazo.
Isso acontece porque tarefas muito repetitivas realmente podem fazer com que o trabalhador não sinta a motivação necessária para desempenhar a atividade ao longo das oito horas de trabalho, então estabelecer metas é muito importante.
Nesses cenários, a manutenção do status quo e das cadeias hierárquicas é essencial, pois ela ajuda a criar um ambiente com metas e expectativas claras, o que ajuda na realização de tarefas que requerem uma abordagem mais estruturada e simplificada.
Quais são as diferenças entre liderança transacional e transformacional?
Muitas pessoas confundem os conceitos de liderança transacional e transformacional. Entenda a diferença entre os dois estilos a seguir:
Objetivos
Uma das maiores diferenças entre o modelo transacional de liderança e a liderança transformacional diz respeito ao objetivo: enquanto o modelo transacional se centra em manter o status quo, a liderança transformacional busca inovação e flexibilidade.
Por isso, podemos dizer que a liderança transacional é mais conservadora, já que visa manter as hierarquias intactas, enquanto a liderança transformacional é mais progressista, pois visa transformar as hierarquias para inovar na área.
O líder transacional tem como principal objetivo atingir uma série de metas necessárias para o sucesso da empresa, por isso precisa de uma estrutura mais rígida e hierárquica.
Já o líder transformacional está mais preocupado na construção de um relacionamento com seus funcionários, conhecendo profundamente seus colaboradores para entender como motivar a sua equipe para o sucesso.
Comunicação
Na liderança transacional, a equipe não possui um canal de comunicação aberto e direto com o líder, pois essa não é uma questão prioritária nesse modelo de liderança.
O contrário ocorre no modelo de liderança transformacional. Nele, se institui um diálogo aberto entre líder e liderado com a intenção de que o chefe seja capaz de fornecer feedbacks para os colaboradores e vice-versa.
Há uma abertura do canal de comunicação entre líderes e equipe, o que favorece a sugestão de ideias e sugestões de mudanças para melhorar a produtividade.
Forma de trabalhar
A maior diferença entre o modelo transacional de liderança e a liderança transformacional está na forma de trabalhar, ou seja, na maneira como a operação da empresa acontece.
Líderes transacionais atuam como chefes, isto é, dão ordens, impõem respeito e autoridade, enquanto o líder transformacional segue um modelo de atuação menos hierárquico.
Nesse segundo caso, o chefe atua junto com os subordinados e oferece mais autonomia para a gestão da jornada de trabalho.
O modelo transacional de liderança é mais hierarquicamente estruturado, com o uso de um sistema de recompensas e punições para estimular o trabalho.
Já a liderança transformacional é aquela em que se estabelece uma relação de confiança entre líder e liderado, sendo que o líder inspira, orienta e guia os membros da equipe.
Relacionamento com a equipe
O modelo transacional de liderança não envolve o desenvolvimento de um relacionamento entre líder e liderados, enquanto o modelo transformacional se baseia totalmente na construção dessas relações.
Como a ideia da liderança transformacional é a de inovar, então é necessário criar um canal de comunicação aberto com a equipe para ouvir novas sugestões de mudanças para melhorar a produtividade da empresa.
Vantagens e desvantagens da liderança transacional
Agora veja as vantagens e desvantagens da liderança transacional:
Vantagens
Uma das vantagens do estilo transacional de liderança é que os líderes tipicamente são muito focados e orientados por metas.
Isso é muito bom para tarefas repetitivas e em uma operação muito bem estabelecida, pois resulta em melhoria de produtividade.
A lógica é simples: os funcionários trabalham com expectativas bem claras sobre a própria produtividade e sabem que serão recompensados caso atinjam ou superem os resultados.
Da mesma forma, sabem que serão punidos caso entreguem resultados abaixo ou muito abaixo do esperado.
Isso faz com que a liderança transacional seja muito eficaz na tarefa de mobilizar recursos para atingir objetivos específicos, especialmente no curto prazo.
Além disso, líderes transacionais geralmente possuem uma boa habilidade pessoal e são capazes de construir relacionamentos fortes com seus funcionários.
Isso se dá porque esse estilo de liderança não funciona se não for promovida a devida segurança psicológica no ambiente.
Em outras palavras, para que funcione, é preciso criar um clima de positividade na empresa, para que todos sejam capazes de oferecer o melhor.
Como os líderes transacionais possuem essa visão mais clara dos objetivos, é possível ser muito inspirador e motivador para os funcionários, principalmente a partir do estabelecimento de prêmios para o cumprimento de metas.
Por fim, trata-se de um modelo de liderança muito bom para manter as hierarquias organizadas, facilitando a delegação de tarefas e responsabilidades, o que ajuda a maximizar a eficiência das equipes.
Desvantagens
Dentre as principais desvantagens da liderança transacional podem destacar o fato de que ela, muitas vezes, depende fortemente de recompensas e punições para motivar os funcionários.
Isto é o ponto forte desse modelo de liderança também é seu ponto fraco, pois essa lógica pode criar um clima de medo e insegurança no local de trabalho.
Funcionários que são motivados apenas por recompensas ou punições podem se tornar menos envolvidos no trabalho ao longo do tempo.
Além disso, o foco exclusivo nos resultados pode acabar por ofuscar a necessidade de adaptar as metas e empresas para a realidade de cada colaborador, o que pode acarretar em um ambiente mais hostil e com muita competitividade entre os funcionários.
Esse modelo de liderança também pode não ser o mais adequado em situações em que é necessário a adaptação da empresa às circunstâncias ou objetivos em mudança.
Isso ocorre porque, em um cenário em que é necessário em que a empresa precisa mudar e se adaptar, as decisões não podem ser tomadas somente de cima para baixo.
Afinal, a capacidade de inovação da empresa acaba sendo limitada dessa forma, uma vez que não ocorre diálogo com as equipes.
Conclusão
A liderança transacional representa uma forma muito eficaz de gerenciar grupos de trabalho, sendo capaz de alcançar excelentes resultados graças à busca de uma estrita conformidade com os objetivos estabelecidos e a manutenção do status quo.
Como vimos, este estilo é caracterizado pela atribuição de recompensas ou algum tipo de reconhecimento àqueles que atingem as metas estabelecidas, fornecendo diretrizes e procedimentos que devem ser cumpridos e sancionando aqueles que não cumprem.
Lembre-se que é essencial que você saiba identificar o estilo de liderança que sua empresa precisa em todos os momentos para obter os melhores resultados possíveis.
Em muitas situações, um estilo de liderança mais liberal ou transformacional pode ser mais adequado, então busque conhecer outros estilos de liderança.
Veja a seguir outros textos do blog em que falamos sobre liderança e empreendedorismo:
- Como a liderança liberal impacta as empresas? Entenda mais sobre esse modelo
- Empreendedorismo digital: qual é sua importância no mercado e como ele é aplicado?
- Neurociência comportamental: entenda o conceito e veja como utilizá-la como estratégia empresarial