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“Eu fiz o EP duas vezes e tenho certeza que farei pela 3ª vez”

Vocação vem do latim vocare, que significa chamado. Então, além do entendimento de um tipo de talento ou uma habilidade única que outras pessoas não possuem, essa palavra tem este sentido no qual a pessoa “é chamada” para aquela determinada atividade.

Isso pode ter um sentido em diferentes esferas da nossa vida. Normalmente, a que mais se destacou no processo histórico, é a religiosa, mas os gregos e seus oráculos já recebiam chamados dos deuses muito antes da teocracia.

O tempo vai nos colocando no caminho para que isso ocorra. Mais ainda: é no tempo em que os sinais vão se mostrando e, querendo ou não, acabamos por segui-lo até que tudo se transforma em uma epifania criadora e a energia motriz se perpetua no propósito.

Desta vez, em mais um Especial 10 edições do Executive Program da SingularityU Brazil, conheceremos como um chamado foi se desenhando na vida de Rafael Mayrink, CEO da NP Digital, e de que maneira sua vida se transformou para algo impensável no começo de sua carreira.

Com energia contagiante e paciência para nos contar como foi criar seu negócio, expandi-lo e criar perspectivas em todos os momentos da empresa, Rafael nos mostra como sua transição de carreira e início de um projeto empreendedor deu base para encontrar seu propósito e se tornar um líder que agora prospecta sobre o futuro.

Talvez uma semente do Executive Program? É provável, já que o CEO da NP Digital é um dos poucos que se aventurou duas vezes no EP da SingularityU Brazil e, em cada uma delas, trouxe algo a mais para pensar em seu trabalho e ainda destaca que: “tenho uma inovação para fazer, mas primeiro é hora dos processos”.

Essa gama de aprendizados você pode acompanhar na entrevista abaixo!

SingularityU Brazil: Rafael, por favor, se apresente!

Rafael Mayrink: Eu sou um eterno inconformado, digamos assim. Um cara que aprendeu a ser uma pessoa muito curiosa, com o passar do tempo.

Comecei minha vida como profissional de comunicação, mas sempre fui fazendo as coisas por eliminação.

Não queria medicina, não queria física, não queria matemática… Sobrou Comunicação, mas não queria RP, nem jornalismo… Então publicidade apareceu.

Minha vida foi seguindo este caminho. Não tive muito acompanhamento na época, então fui tentando do jeito que podia e pensando que tinha que trabalhar e pagar conta. Antes, na minha cabeça, trabalho servia para isso e não existia esse lance de realização pessoal, confesso.

Por conta disso, uma coisa característica da minha vida sempre foi trabalhar para os outros, nunca para mim mesmo. Eu tinha uma certa noção que, trabalhar para si mesmo, não tinha nada de glamoroso, porque implicava trabalhar o tempo inteiro.

Pensava sempre em trabalhar segunda a sexta, aproveitar meus resultados e tudo mais, porque sabia que quem trabalha para si mesmo tem uma vida puxada.

Eu gostava do meu fazer. Gostava também de me esforçar no trabalho, ver as recompensas de que eu estava aprendendo e todos os lugares por onde passei me ajudaram muito. Graças a deus, isso tudo me deixou portas abertas.

Porém, como eu não me sentia tão realizado com o trabalho, não sentia essa completude que todos falavam. Eu separava os momentos entre o trabalho e minha vida pessoal, pensando que deveria realmente ter essa separação.

Mas, em um determinado momento, me deu uma epifania e decidi que não queria mais algumas situações que estava vivendo. Gostaria de entender o que era se realizar profissionalmente, fazer algo que eu acredito e tudo mais.

Comecei essa jornada, que foi um tanto solitária, digamos assim, em 2014. Rapidamente, em 2015, fui para o mundo do marketing digital e hoje estou aqui como CEO da NP Digital.

Então, creio que eu sou uma construção de todos estes acontecimentos.

SU Brazil: Mas foi difícil ou foi algo orgânico?

Rafael: Cara, foi muito difícil. Não vou dizer que foi fácil.

Como eu disse antes, não havia muito acompanhamento.

A história dos meus pais é a história de muitos: eu tinha uma vida tranquila, com um certo privilégio, estive em uma escola boa, educação ótima, estrutura familiar, casa própria e tudo mais. Nunca passei dificuldade, graças a Deus.

Mas, na época do Collor, na década de 90, com as polêmicas de inflação e superinflação, meus pais perderam seus respectivos empregos e ficaram um bom tempo desempregados. Minha mãe correu e se aposentou.

Durante muitos anos vivemos de maneira regrada. Por isso, o trabalho era sinônimo de subsistência, no sentido de praticidade da sobrevivência: pagar conta, não dever e sobreviver da melhor forma possível.

Então, a falta de acompanhamento era um ponto. Se eu tivesse, acredito que teria feito algumas coisas mais rapidamente.

Depois, tem a dificuldade do risco e de calculá-lo. Não há glamour algum nisso. Não tem aquela coisa de ter que ir arriscar e por tudo à prova, “por a cara a tapa”. Não. Isso é um discurso fantasioso. É apelativo. Precisa se preparar, organizar e fazer conta.

A realidade é o que a gente vive: tem conta para pagar, tem aluguel, tem compra, supermercado todo mês… Precisamos pensar nisso e estou dizendo para os privilegiados, não estou nem falando quem precisa fazer mais ainda para sustentar uma família inteira ou está correndo para sair da vulnerabilidade.

Não tem glamour no negócio. Para arriscar, precisa de dinheiro, pagar conta, olhar futuro, se planejar e também entender como se virar quando não dar certo, já com o medo do fracasso de não empreender corretamente.

Então… Sempre vem angústias: E se não der certo? Como estará o mercado? Como dizer que falhei no empreendedorismo e ainda esperar que me contratem?

Tudo isso passa pela nossa cabeça. A insônia passa a tomar um tempo de ti neste momento. São coisas da vida e acontecem com todo mundo. Essa virada para empreender não é simples. Não é da noite para o dia. Precisa de planejamento. Precisa arriscar e, claro, abrir mão de algumas coisas para fazer dar certo.

SU Brazil: Este arriscar foi chegar na NP Digital?

Rafael: Na verdade vem de um pouco antes.

Eu fui tentar me especializar em marketing, na época, porque quando fazia publicidade, eu sentia falta de olhar o todo, olhar estratégia, marketing, vendas, comunicação e tudo mais. Diversas áreas que estão engrenadas.

Na publicidade você trabalha com uma parte da publicação. Por conta de querer enxergar o todo, eu já tinha um certo interesse em trabalhar com marketing em si. Então fui adentrando no caminho do marketing, mas ainda de maneira tradicional: TV e Rádio, por exemplo. Eu estava me especializando, antes de ter estas epifanias da qual falei.

Em uma aula de trade marketing, o professor falou sobre a questão digital e disse que quem seguisse esse caminho no futuro se daria muito bem. Neste momento veio outro ‘estalo mental’, porque eu não sabia nada desta área.

Lembrei de uma pessoa que estudou comigo na faculdade, o Saulo Medeiros. Ao contrário de mim, desde o começo ele queria empreender, gostaria de ter um negócio e uma agência.

Perdemos o contato depois da faculdade. Lembrei dele anos depois e o procurei. Quando o achei novamente, a gente começou a conversar e vi que ele se tornou bem sucedido com uma agência de marketing digital e tinha contas interessantes.

Pedi para ele fazer uma consultoria para me ensinar como fazer isso. Ele topou, em nome do nosso excelente relacionamento na faculdade, porque um já salvou a pele do outro na faculdade. É aquele amigo que podemos contar na faculdade: não tínhamos tempo, porque trabalhávamos, então nos ajudávamos nessa dedicação. Ele foi meu parceiro nessa.

Neste momento, Saulo me falou do Neil Patel. Ele já estudava muito em inglês, porque em português ainda não se oferecia tanto conteúdo de qualidade e rico sobre este assunto.

Ele já encontrava o Neil Patel várias vezes nestas buscas por estudos. Então me colocou como obrigação estudá-lo e disse: “para entender como funciona, você precisa praticar isso. Crie seu site, escolhe o nicho que gosta e trabalhe com tráfego do seu site, gere leads e tente converter em venda”.

Então eu juntei várias coisas que eu gostava ou que estava aprendendo: escolhi o segmento de fotografia, que eu sempre curti ser fotógrafo. Quis fazer um serviço de consultoria de marketing, porque tem muitos profissionais que se perdem em investimento e grana disponíveis.

Eu falo até disso, porque tem muito além da comunicação: é preciso entender o produto, pensar sobre como ele circulará no meio digital, as regiões de atuação, se a precificação atende os objetivos e tudo mais.

Comecei a estudar muito SEO, conteúdo, gerador de leads e fui criando o site. O Saulo me ajudou nisso. Consegui um tráfego muito legal de início e o Saulo comentou que eu deveria conhecer o Patel.

Tinha um evento da Hotmart, em que o Neil Patel viria para o Brasil, como palestrante. Foi uma coincidência incrível. Ele veio até Belo Horizonte, que é a cidade onde moro, no dia 15 de agosto, exatamente no aniversário da minha esposa.

Sua palestra seria no lugar onde íamos comemorar o aniversário dela, no Hotel Ouro Minas. Uma coincidência impressionante.

Além disso, na época, tinha também uma questão monetária. Então resolvi comemorar o aniversário da minha esposa e deixar isso para outro momento. Mas eu estava há poucos metros dele, no mesmo hotel.

Semanas se passaram depois disso e aquilo estava na minha cabeça: “Perdi a oportunidade… Não acredito”. Até que eu decidi mandar um e-mail para ele, porque eu pensava: “Ele precisa estar no Brasil. O conteúdo dele é fenomenal. É um cara fora de série. Sou fã do trabalho dele. Precisamos fazer isso.”

Conversei com Saulo e como a gente mandaria este e-mail. Enviei e no mesmo dia respondeu que não tinha interesse no momento. Agradeceu e deixou as portas abertas para o futuro.

Acabou ali.

Fiquei super frustrado.

Mas, três dias depois, ele me mandou outro e-mail perguntando o quão difícil seria traduzir todo site dele, do inglês para o português. No futuro ele me explicou o que aconteceu, mas ali percebi que tinha ganhado a atenção dele.

Começamos a fazer algumas reuniões. Vários testes foram feitos com a gente, sobre algumas atividades e sempre entregamos em muito alto nível, além do que ele pedia. Passaram-se alguns meses, a gente foi para os Estados Unidos encontrá-lo pessoalmente, para conversar, e foi quando ele decidiu abrir a primeira agência de marketing digital dele, a NP. Então, a fundamos, em 2016. Foi esse o começo da minha história empreendedora.

O Executive Program é uma imersão de 3 dias e meio, nas tecnologias exponenciais que estão moldando o futuro dos negócios. O principal programa da SingularityU Brazil ocorrerá entre os dias 24 a 28 de setembro, no Hotel Almenat Embu das Artes – SP. Garanta sua participação na última turma do ano clicando aqui

SU Brazil: Então foi neste momento que o Rafael se tornou CEO, ao lado do Neil Patel, organizando tudo…

Rafael: Sim… Inclusive, eu entendi o que aconteceu naqueles três dias que fiquei frustrado.

O Neil me disse que entrou em contato com alguém do Google, dizendo que tinha um brasileiro oferecendo um serviço, em um trabalho de tradução para o espanhol, português e expandir a marca dele pelo mundo.

Quando este amigo ficou sabendo que ele declinou a proposta, então respondeu ao Neil Patel que ele “tinha perdido o juízo”, porque “os brasileiros vão fazer todo o trabalho, difundir seu nome por todo o país e não faz sentido nenhum declinar um tipo de proposta como essa”.

Foi neste momento que o Neil Patel se convenceu e me mandou o e-mail.

Neste começo, o grande objetivo era fazer exatamente como trabalhávamos com nossos clientes. Afinal, era uma pessoa pouco conhecida no Brasil, mesmo no universo do marketing digital, porque muita gente não fala inglês.

Então pensávamos o que tínhamos que fazer, como estratégia de SEO, tráfego orgânico, como ranquear palavras, qual o mercado no Brasil, como um CMO, gerente e diretor pensa sobre isso, pesquisa no Google… Foi um trabalho extremamente minucioso e fizemos um planejamento bem intenso.

No começo trabalhamos com a tradução de textos no blog em inglês, depois criamos novos conteúdos específicos para o Brasil. Foi neste momento que eu comecei a ir atrás de tradutores, porque eram nós três apenas.

Foi neste momento que eu arrisquei mesmo: 100% do meu tempo era dedicado para isso. Eu tinha poucas consultorias. Deixei de vender no site, corri para terminar meus projetos, mas sabia que com o Neil daria certo. Eu sentia isso. Não tinha dúvida. Meu corpo dizia que era o momento de me dedicar o máximo que eu pudesse. Eu mesmo traduzi alguns conteúdos, revisava e estava muito próximo do processo.  

Foi legal porque o Neil chegou em um nível de confiança que ele gostaria de traduzir o site todo em um ritmo alucinante. Neste momento, então, a questão se tornou monetária e eu abri o jogo para ele.

O Saulo comentou que precisávamos de dinheiro e, em dois minutos, o Patel mandou todo o financiamento necessário. Percebe? A gente mal tinha se conhecido, mas era esse o nível de confiança. Foi um marco para nós. Ali entendemos o que é quando as pessoas querem fazer acontecer.

Utilizamos esse dinheiro para contratar e cheguei a ter 20 pessoas atuando na parte de tradução e revisão. Depois contratei uma gerente para cuidar de todos estes projetos, que foi a Eduarda Heter, que tinha muita maestria nisso. Começamos então a gerar tráfego, leads qualificados para o site e começou a engrenar.

SU Brazil: Então, no 1º EP que você fez, isso estava consolidado?

Rafael: Sim! A NP estava mais consolidada e o processo estava engrenado.

Essa história inicial que contei se deu de 2014, na minha decisão de mudança. Em 2015, houve o contato com Saulo. Com o Neil se estendeu até 2016, onde efetivamente eu comecei no empreendedorismo.

No EP, em 2020, eu já tinha mais de 150 pessoas, mais de 170 clientes na operação. Era algo bem robusto. O Neil Patel já estava presente em sete países, com agência de marketing digital, acumulando mais de 700 colaboradores no mundo.

Já tínhamos passado por muita coisa. No começo a gente precisa fazer um pouco de tudo, né? Desde comprar um computador, a entender de contabilidade, entender de vendas de design, entender o cliente… Você navega por diferentes áreas.

Para mim isso foi muito bom, porque eu gosto desse dinamismo. Ter negócio é isso: você não vai ser um especialista em tudo, mas ter uma noção de quase tudo. Isso é extremamente importante. Eu já tinha passado por isso: tive lideranças em vários destes departamentos, que me ajudaram a conhecer várias áreas distintas.

Agora, sobre o curso, eu na verdade sempre evitei em entrar em programas tradicionais e vários cursos. Foi apenas uma preferência minha. Eu fiz uma especialização em marketing depois de anos de formado. Eu sempre tive um pé atrás de ficar ouvindo muita coisa teórica e que não iria me ajudar na prática. O crescimento do marketing digital foi muito prático, então não pensava em curso algum.

Foi nesse contexto eu cheguei ao Executive Program da SingularityU Brazil. Não preciso dizer que foi algo completamente diferente, né? A rede era muito distinta, então, os assuntos eram muito complexos, o networking também e tudo era sempre muito novo. A experiência de vida de quem estava palestrando também contava neste ponto, porque agregava além do conteúdo falado e mostrava algumas possibilidades.

Não foi à toa que eu repeti o Executive Program da SingularityU Brazil e eu tenho certeza que farei pela 3ª vez.

Foi neste momento da minha vida que o EP me ajudou com tudo isso. O curso te permite entender as pessoas, as tomadas de decisão, as dúvidas, angústias e como passar a entender o tipo de planejamento que vamos criar. Tanto em São Roque, quanto em Campos do Jordão, os cursos de imersão foram importantes demais para minha trajetória.

SU Brazil: Quais foram as diferenças entre os Executive Programs da SingularityU Brazil?

Rafael: Olha, o que eu achei realmente diferente foram os conteúdos.

Por mais que a linha de raciocínio fosse a mesma, os conteúdos eram muito diferentes, ainda que fossem as mesmas pessoas. A apresentação pode até ser parecida, mas a abordagem era sempre pessoal de cada pessoa e a temática ficava diferente.

O que eu achei interessante foi a diferença: a primeira vez é sempre um impacto muito grande. Quando você entra neste universo de inovação não é uma coisa simples. É difícil sair do processo cotidiano, de continuar melhorando a eficiência, e, ao mesmo tempo, trazer coisas novas. Prestar serviços diferentes exigem um primeiro estranhamento para entrar no fluxo. É complicado. Imagina pensar em disrupção.

Isso me chamou muita atenção. Porque, não é necessariamente no seu trabalho ou no seu ramo. As transformações acontecem em outras escalas e vão afetando onde chegam.

Lá eles falavam sobre a disrupção da geladeira acabar, por exemplo, pois estavam falando sobre os drones que entregam produtos gelados. Então: para que estocar?

Hoje a reação das pessoas é estranhar tudo isso. Mas vários negócios foram disruptados dessa maneira. Não ouvimos ou lemos o que as pessoas pensaram sobre isso no momento.

Na época dos navios, descobertas de temperos e novas frotas de comércio mudaram tudo, imagina o que isso não causou nas pessoas? O gelo tirou o caráter de conservação do sal: quebrou um mercado inteiro consolidado!

O segundo ponto foi entender o que está acontecendo hoje. Pensar em inteligência artificial, entender que a maioria das empresas não estão preparadas para o que está por vir e que podemos utilizar esta tecnologia exponencial ao nosso favor foi algo fantástico.

Podemos inovar no nosso negócio as utilizando e, por que não, disruptar nosso negócio?

Ultima coisa que foi falada, que achei muito interessante, foi: “nós precisamos ser as pessoas que vão matar nosso próprio negócio, porque se um concorrente fizer isso, estamos ‘lascados’. Se matarmos nosso negócio, disruptamos e trabalhamos com algo que faz mais sentido ainda para o consumidor.”

Isso foi algo incrível nas duas edições. Tenho guardado comigo até hoje e sei que chegará a hora de pensar sobre isso.

SU Brazil: Você esperava tudo isso?

Rafael: Olha, minha expectativa era bem alta. Como te falei, eu não fazia qualquer curso. Então, eu já fui com uma expectativa muito alta, pensando sobre tudo isso.

Posso não ser a pessoa mais ocupada do mundo, mas eu estava esperando muita coisa na imersão de três dias. Porque isso impede de se dedicar ao que geralmente fazemos, certo? Para ninguém é fácil abdicar do seu tempo, por três dias, ainda mais hoje em dia. Então, sempre é um desafio para mim. Por isso a expectativa foi alta e esperava que fosse cumprida.

Nas duas vezes minha expectativa sobre o EP sempre foi superada, principalmente pela parte prática do que foi aplicado. Lembro do Lobão aplicar um workshop sobre como trabalhar com a inovação, mostrando alguns caminhos, apresentando um mapa que ele ia ensinando e como trabalhar aquela metodologia… Eu tenho a pasta até hoje.

Algumas coisas eu ainda uso na minha vida e outras eu nem estava preparada para isso na época, mas estão guardadas na gaveta.

Eu pensava primeiro em me segurar nas questões do processo e o que era meu alcance no momento. A inovação era algo muito além. Foi muito positivo trazer tudo isso e a parte prática me ajudou e continua ajudando muito.

SU Brazil: Sua relação com o trabalho mudou? O que mudou?

Rafael: Na verdade, a relação com o trabalho melhorou.

Desde que eu comecei a ver que o trabalho me realizou, é difícil para mim parar. Amo o que eu faço, tenho um enorme prazer no meu trabalho. Meus domingos a noite são maravilhosos. Eu tenho expectativas ótimas para minha segunda-feira e eu a amo!

Mas, no sentido de execução, o que me chamou atenção é que várias áreas diferentes agora estudam o mesmo assunto. Isso me ajudou bastante, porque comecei a pensar sobre.

Havia pessoas de indústria, logística, marketing, educação naquela edição do Executive Program. Então, comecei a pensar que eu deveria melhorar o meu mercado a partir das considerações dele e vice-versa, não? Então… Essa rede, esse networking de pessoas completamente diferentes, me ajudou muito a ter perspectiva e um profissional melhor.

Dali eu sai pensando que deveria entender sobre outros universos. Isso me ajudou muito no dia-dia, principalmente a pensar de uma forma mais abrangente no meu próprio negócio.

SU Brazil: E como alguém pode aproveitar tão bem assim o EP, como você fez?

Rafael: Acredito que uma pessoa pode aproveitar muito bem se preparando antes. Precisa ver o que acontecerá antes de ir e isso será ótimo para você. Digo isso porque não é simples. Não estou dizendo que é para entrar na página do curso e dar uma lida. Não é isso.

Às vezes não temos a compreensão das coisas.

Se abrimos a página do Executive Program, talvez não há ainda o letramento e o que de fato está sendo falando. Precisa entender o que a SingularityU tem para dizer, o que é inovar, ser disruptivo, quem são as pessoas que vão palestrar, entender o tema, onde é prioridade e não… É disso que estou falando.

O segundo ponto é conectar tudo isso com a sua prática. Precisa entender onde trabalha, o que faz, como isso pode ajudar, de que maneira isso me envolve e o que é possível tirar destas aulas incríveis que terei ter e posso aplicar na minha vida, profissional ou não.

Na terceira parte, acredito que depende da pessoa também, mas é preciso se esforçar. É preciso ser curioso e ‘cara-de-pau’: conversar com gente diferente e quem é realmente o seu desconhecido. Sei que tem introspectivos, é normal. Não é preciso ser uma pessoa tão aberta e é difícil que isso aconteça. Mas é necessário se lançar na situação.

Na última vez, eu saí destruído no dia final. Eu era sempre um dos últimos a dormir e aproveitava o máximo com todos ali. Não só para networking, mas eu estava aproveitando com tudo e todo mundo que estava presente.

Precisa sentar, conversar, perguntar, se interessar, estar ali com a outra pessoa e realmente fazer conexão. Questionar o porquê da pessoa ali, entende? Precisamos sair da nossa redoma.

Se você ainda for de uma empresa, que foi em grupo, precisa se misturar com outras pessoas e ver outras perspectivas. Lógico, tudo depende do seu interesse e da sua função ali. Talvez tenham ido com um propósito específico, tudo bem. Mas, se não for o caso, fique longe e sente com uma pessoa que você nunca viu na vida. As oportunidades são infinitas!

Isso para mim foi muito bom e por isso recomendo para os novos integrantes.

Eu mesmo fiz isso. Peguei o e-book e o caderno dos participantes e fui atrás de informação. Às vezes ficava curioso por x ou y pessoa, profissionalmente ou não, mas ia, com proatividade, conhecer realmente essa pessoa. Seja para ajudá-lo, seja para ser ajudado. O benefício sempre existe. É maravilhoso essa conexão e estar neste local com tanto interesse mútuo.

SU Brazil: Você aproveitou bem então?

Rafael: Os Inimigos do Fim sempre aproveitam! Mas todos depois estávamos lá de manhã também.

Volto a dizer, isso é além do profissional. Ninguém faz negócio só pela parte profissional. As conexões pessoais são muito importantes e é ali que faz sentido, entende?

Isso é muito importante e precisa estar claro para as pessoas. Não dá para empreender sem conhecer o outro. Então a gente se envolvia muito.

SU Brazil: Isso é ótimo! E o que você pensava quando o Executive Program acabava?

Rafael: Eu pensava muito no futuro. Não tinha como ser diferente.

Justamente por começar um negócio do zero, sempre estive vivendo o presente e executando. Mais tarde tive um pouco de estratégia, até que começamos a pensar sobre o próximo ano e como planejar tudo isso. Isso foi ótimo.

Até que veio o EP e me colocou para pensar em 5 anos, 10 e até 15. Então eu comecei a pensar muito mais nesse negócio de ‘futuro’, questionando o meu próprio negócio, pensando até naquele “matar o meu negócio”.

Se morrer? O que eu faço? Qual a minha essência? O que eu faço para prestar um bom serviço para os clientes? Se acabar, o que farei amanhã?

Hoje temos algumas lideranças bem experientes e fortes, que vieram do mercado para dar seguimento às execuções. Agora conseguimos parar e discutir sobre futuro e inovação na empresa, por exemplo, quase todo dia de manhã.

Até hoje não estamos na questão de disrupção, por enquanto. Eu ainda não dou conta, mas estou trabalhando na inovação e no futuro, pensando na nossa ciência e já sei o próximo passo.

A gente para muito para discutir sobre essas coisas. Trabalhamos remoto, mas parte da liderança se encontrará em São Paulo para ter este tipo de discussão sobre futuro. O que pensar? Como engajar em cima dessa questão? Foi o EP que me despertou essa ideia de pensar o futuro.

O curso não se encerra e não podemos deixar de encerrá-lo ali. Foi um investimento, não só de dinheiro, mas de tempo. Por isso, precisa aproveitar da forma certa porque isso dá vivacidade para você. Precisa ser prático.

Por isso eu decidi, e o Lobão me ajudou nisso: melhorar o que precisa para hoje, que é o meu produto, os processos que estão estabelecidos, clientes e tudo mais. Hoje eu vou colocar isso em prática. A disrupção está aqui, mas terá o momento dela no futuro.

Chegará o momento em que daremos um passo maior sobre futuro e inovação. Em 2024 eu tenho certeza que isso ocorrerá. Por isso precisamos nos aplicar para isso.

SU Brazil: Então, para quem você indicaria o EP?

Rafael: Com certeza para executiva(o)s, pessoas que estão em uma posição que tenham experiência e consigam dar diretrizes. Passa um filme na nossa cabeça durante a imersão, desde decisões tomadas até o que vamos pensar sobre isso. É necessário ter um histórico para avaliar, pensar, refletir e ver o que é possível fazer.

Além disso, alguém que consiga se envolver na parte prática, porque há uma série de processos de governança. A voz ativa na empresa é principal por isso. O EP te permite pensar muito além de seu setor e ter várias perspectivas do negócio que precisem de tomadas de decisão. Sair da zona de conforto na imersão, pensando em futuro e inovação, é uma grande responsabilidade.

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