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Como o cérebro aprende? Entenda como ele funciona e como estimular!

O cérebro é um órgão complexo que desempenha muitas funções vitais. Uma de suas responsabilidades é o aprendizado, e entender como o cérebro aprende é um importante passo para adquirir conhecimento de forma eficiente.

Pesquisas têm mostrado que o órgão apresenta capacidade de se adaptar à medida que aprendemos coisas novas, um fenômeno conhecido como neuroplasticidade. 

Ou seja, nós continuamos aprendendo ao longo de nossas vidas, especialmente se explorarmos as muitas maneiras de estimular o cérebro no aprendizado. 

As lideranças empresariais sabem disso e buscam novas formas de pensar para encontrar soluções transformadoras.

Existe uma relação clara entre neurociência e educação. Por isso, que tal saber como é que nós aprendemos? Explicamos neste artigo as funções do cérebro, as partes do órgão responsáveis pela aprendizagem e como estimular o órgão.

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Quais são as funções do cérebro?

Para entender como o cérebro aprende, é preciso analisar o fluxo da informação. Vamos a um exemplo? 

Em 1956, John McCarthy, cientista da computação, definiu de forma inicial a inteligência artificial na famosa conferência de Dartmouth. 

Um empresário que escutou o termo pela primeira vez recebe essa informação e armazena o novo termo em seu vocabulário. 

Em seguida, pensa em como ela poderá resolver problemas reais e, finalmente, chega a uma conclusão ou ação.

Em suma, o cérebro é responsável por receber, armazenar, analisar e emitir informações. Essas são suas funções básicas, que explicamos a seguir.

Recepção

O cérebro está constantemente recebendo informações do ambiente por meio dos sentidos e organizando-as em um todo coeso. Isto acontece por meio de um processo de reconhecimento de padrões. 

O órgão reconhece padrões na informação que recebe e os armazena na memória, o que permite que o indivíduo se lembre rapidamente dela quando for necessária. 

Portanto, ao pensar como funciona o cérebro humano no aprendizado, começamos pela função de recepção. Ela é essencial para aprender e lembrar a informação.

Armazenamento

A segunda etapa para entender como o cérebro aprende é o armazenamento. Quando aceitamos novas informações, o orgão é capaz de armazená-las de diferentes maneiras. 

No exemplo do termo “inteligência artificial”, ocorreu o armazenamento da palavra no vocabulário.  Com isso, o indivíduo poderá lembrar-se dela em momento posterior. 

Dependendo do grau de importância, o armazenamento ocorrerá por mais tempo. No entanto, é também possível esquecer totalmente a informação caso ela não seja utilizada 

Diante destas possibilidades, vamos à outra etapa sobre como funciona o cérebro humano: a análise.

As funções do cérebro

Análise

O processamento de informação no cérebro ocorre de diversas formas, como visto. Para realmente aprender algo, é preciso acessar a informação e usá-la de uma maneira significativa. É aqui que entra a função de análise do cérebro.

O órgão separa e categoriza as informações para que elas façam algum sentido. Quando estamos diante de uma nova situação, ocorre uma análise do que é relevante a fim de encontrar uma solução. 

Este processo ocorre de maneira rápida e, em alguns casos, imediata aos nossos olhos. Se uma pessoa lançar uma boa na sua direção, o tempo entre a recepção e a análise é instantâneo para que você pegue o objeto. 

Em essência, a função de análise do cérebro nos permite pegar a informação que temos armazenada em nossas memórias e usá-la para resolver problemas no mundo real.

Saída

Por fim, finalizando nossa compreensão sobre como as pessoas aprendem, chegamos à última função do cérebro: saída.

Quando encontramos uma tarefa ou situação pela primeira vez, nossos cérebros precisam aprender como responder. 

Uma vez que isto acontece, o órgão pode então produzir esta resposta na forma de comportamento, seja por meio da fala, da escrita ou de outra ação.

Desta maneira, ele está constantemente modificando sua saída a fim de se adaptar a novas situações e demandas.

Conhecer as funções do cérebro é o primeiro passo para compreender como o cérebro aprende. O segundo é saber quais são as partes do órgão responsáveis pela aprendizagem.

Partes do cérebro responsáveis pela aprendizagem

Cada área do cérebro tem um papel específico na forma como as pessoas aprendem. Isso envolve, como acabamos de apresentar, as funções cerebrais de recepção, armazenamento, análise e saída.

Em outras palavras, o processamento de informações no cérebro acontece em diversas partes, motivo pelo qual é preciso compreendê-las para entender seu funcionamento.

Área temporal

A área temporal do cérebro é responsável pelo processamento da informação auditiva.

Esta região tem um papel vital na forma como aprendemos e lembramos de novas informações, pois é o centro de toda a linguagem do cérebro.

Quando ouvimos um som, os sinais auditivos são enviados para o lobo temporal onde são interpretados. O cérebro então armazena esta informação na memória a longo prazo para que possamos lembrá-la posteriormente.

Este lobo também é responsável pelo processamento da linguagem e pela compreensão de como as palavras são usadas no contexto.

Área frontal

A área frontal do cérebro é responsável por uma variedade de funções, incluindo controle motor, organização, análise, tomada de decisões e planejamento.

Quando um indivíduo se encontra em uma nova situação, a área frontal do cérebro o ajuda a fazer um plano de como responder a ela. 

Um erro, por exemplo, ocorre normalmente porque a área frontal do cérebro não tinha toda a informação necessária para tomar uma decisão informada.

Entretanto, com a prática e a experiência, esta região cerebral consegue perceber as falhas e construir correções para melhorar a tomada de decisões.

Algo fundamental no ambiente corporativo, não?

Área occipital

A área occipital é responsável pela visão e é dividida em duas partes que trabalham em conjunto para processar o que vemos: 

  • Córtex visual primário: responsável por informações visuais básicas, como forma, cor e movimento
  • Outras áreas visuais: responsáveis por tarefas mais complexas, como reconhecimento facial e identificação de objetos.

Um ponto interessante sobre a área occipital é que ela é constantemente ativa, mesmo quando não estamos vendo nada de forma consciente. 

Isso acontece porque o cérebro está continuamente fazendo previsões sobre o que veremos a seguir, com base em experiências passadas.

Por exemplo, quando entramos numa sala, ele começa imediatamente a preencher os detalhes da sala, com base no que esperamos ver. 

É o que possibilita mover-nos pelo mundo de maneira mais eficiente, eliminando a necessidade de processar cada pequeno detalhe.

No entanto, isso também significa que nosso cérebro pode, às vezes, preencher os detalhes errados, o que pode levar a ilusões perceptivas.

Área parietal

A área parietal do cérebro é responsável pelo processamento das informações sensoriais, o que aborda tanto a informação visual quanto a táctil.

Por isso, na hora de entender como o cérebro aprende, considera-se que essa área se conecta à sensibilidade geral.

Ao aprender a andar de bicicleta, por exemplo, a região nos ajuda a processar o movimento do nosso corpo e o equilíbrio. Em outras palavras, contribui para a coordenação espacial.

Partes do cérebro ligadas à aprendizagem

Conhecidas as características de cada área, já é possível ter uma noção melhor sobre como funciona o cérebro humano, certo?

No entanto, tenha em mente que as partes funcionam de forma interdependentes, pois estão conectadas pelas redes neurais.

Vamos ver então como o cérebro aprende?

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Como o cérebro aprende?

O cérebro é um órgão complexo, e os cientistas ainda estão descobrindo detalhes sobre o processo de aprendizagem.

Quando nascemos, nossos cérebros são como uma lousa em branco, prontos para serem preenchidos com informações. 

Por isso, o aprendizado na infância é tão importante. E como o cérebro adulto aprende? De forma semelhante, mas com menos eficiência e, possivelmente, com mais dificuldade.

Ouvir passivamente uma palestra é menos eficiente do que estar ativamente empenhado em uma ação. O foco é, então, buscar a melhor forma para aprender enquanto adultos. 

Tenha em mente que, seja em qual idade for, o processo se dá seguindo a ideia das funções cerebrais mencionadas: a partir de um input sensorial, a informação é armazenada e analisada, e o indivíduo executa uma ação ou forma um pensamento sobre ela (saída).

Entrando mais na relação entre neurociência e educação, pense que o cérebro aprende a partir da combinação de diferentes estímulos. 

Podemos dividir o órgão em dois lados, que estão em sintonia:

  • Lado esquerdo: perfil acadêmico, que traz a fala, o raciocínio lógico e a matemática. É responsável por ler, falar, ouvir e observar. Ao ler um artigo científico sozinho, você está estimulando essa área.
  • Lado direito: perfil criativo, que traz a arte, a coletividade e a dança. Quando você debate o artigo com um colega, seu aprendizado é aprimorado, pois o cérebro está se esforçando para criar um raciocínio coerente e estruturar a resposta da informação absorvida.

Além de considerar a sintonia entre esses lados, existe outro aspecto anatômico que ajuda a explicar como o cérebro aprende: os neurônios.

Essas células do sistema nervoso se ligam entre si e formam sinapses (circuitos neurais). Como os neurônios estão constantemente testando novas conexões, os circuitos neurais continuam se desenvolvendo.

Uma conexão funcional permanece conforme a quantidade de uso da informação. Por isso, podemos compreender a importância da prática no aprendizado. 

E é neste contexto que foi desenvolvida a teoria da Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser.

A teoria da Pirâmide de Aprendizagem

Teoria da Pirâmide de Aprendizagem

A teoria da Pirâmide de Aprendizagem postula que diferentes tipos de aprendizagem têm diferentes taxas de eficácia.

A ideia básica é que quanto mais ativo e engajado for um aprendiz, mais provável é que ele retenha informações. 

Ou seja, ouvir uma palestra é menos eficaz do que participar de uma atividade prática.

Embora os números exatos variem dependendo da fonte, acredita-se que as formas passivas de aprendizagem (ler, ouvir ou observar) têm uma taxa de eficiência de cerca de 10%, enquanto formas ativas de aprendizagem (debater, agir ou ensinar aos outros) têm uma taxa de eficiência de cerca de 90%.

Portanto, a Pirâmide de Aprendizagem fornece uma estrutura útil para entender como diferentes tipos de aprendizagem podem ser usados para maximizar a retenção e compreensão.

Outra questão interessante acerca do processamento de informação no cérebro é a chamada neuroplasticidade.

Neuroplasticidade: até quando o cérebro aprende?

O cérebro é um órgão surpreendente, que está sempre aprendendo e crescendo. Essa capacidade do cérebro de mudar, se adaptar e se transformar é chamada de neuroplasticidade.

Ela ocorre ao longo de nossa vida, mas é especialmente pronunciada durante a infância e a adolescência, que é quando o cérebro é mais flexível e capaz de aprender coisas novas.

Porém, não há idade limite para a capacidade de aprendizado do cérebro. 

Ele pode se reorganizar quanto às funções (neuroplasticidade funcional) e alterar sua estrutura física (neuroplasticidade estrutural).

Lembra-se das sinapses, que são responsáveis pela comunicação entre os neurônios? Com treino e memorização, elas são fortalecidas, o que confere ao indivíduo maior agilidade na hora de aprender.

Por outro lado, se o exercício relacionado à nova informação, as sinapses se enfraquecem, e conhecimento sobre o aprendizado pode, inclusive, deixar de existir.

Diante disso, é preciso se perguntar: como ativar o cérebro para aprender?

Como estimular o cérebro?

Como estimular o cérebro?
Close-up of graphs and charts analyzed by businesspeople

O conhecimento sobre como funciona o cérebro humano nos ajuda a perceber como ele pode ser estimulado no processo de aprendizagem.

O desenvolvimento do órgão passa por incentivá-lo a lidar com novas habilidades e a utilizá-las de forma correta.

Existem técnicas específicas para aprimorar o aprendizado e ajudar na retenção de conteúdo, como por exemplo as plataformas de aprendizado que trazem metodologias adequadas.

Na infância, uma criança pode lidar com desafios e oportunidades por meio de quebra-cabeças, jogos e livros.

No ambiente empresarial, as lideranças podem aproveitar os cursos online ou presenciais para seu próprio crescimento profissional e provocar inovações disruptivas

Seja qual for a forma de estímulo, a ideia central é tirar proveito da capacidade do cérebro de mudar e crescer. Em outras palavras, é fundamental continuar a desafiá-lo com novas experiências.

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Conclusão

Entender como o cérebro aprende é o ponto de partida para adotar estímulos que ajudam a promover o seu desenvolvimento.

Lembre-se de que o aprendizado contínuo requer tempo, esforço e motivação, independentemente da idade.

É preciso estar disposto a se comprometer com o processo de aprendizagem ao longo da vida a fim de tirar o máximo proveito dos poderes neuroplásticos do cérebro.

Que tal começar desafiando o órgão mais poderoso do sistema nervoso com uma mudança de mindset?

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