A bioengenharia é uma área recente que está em constante desenvolvimento, mas isso já é suficiente para ela trazer diferentes benefícios para onde atua.
Especificamente no Brasil, os estudos avançam cada dia mais para que sejam desenvolvidas novas tecnologias com base nos conhecimentos das ciências exatas e da biologia.
Por ser uma área recente, muitas pessoas ainda confundem com outras formações como engenharia biomédica, por exemplo.
Pensando nessas confusões, separamos este conteúdo para se tornar um guia prático dessa profissão do futuro.
Nesse texto você vai aprender o que é bioengenharia, o que ela estuda e as diferenças para outras formações.
Sem deixar a parte prática de lado, aqui você também vai aprender quais são as aplicações dessa área, o cenário no Brasil e o salário dos profissionais dessa área.
Vamos nessa?
O que é bioengenharia?
A bioengenharia é um campo multidisciplinar que une conceitos da engenharia com os da biologia, assim como o nome já indica.
Basicamente, ela utiliza técnicas e métodos da engenharia e da biologia, além de juntar conhecimentos de outros segmentos como química, física e matemática, por exemplo.
Embora receba essa nomenclatura para representar o que é bioengenharia, essa área também é popularmente conhecida como engenharia biológica.
A ideia geral é procurar novas soluções tecnológicas e inovadoras a partir dos estudos exatos da engenharia com o setor de saúde da biologia.
Por isso, ela está relacionada diretamente com o desenvolvimento de tecnologias já existentes ou completamente novas e exponenciais para potencializar diversos setores da sociedade.
Para visualizar melhor, imagine que uma pessoa tenha perdido uma habilidade sensorial. Hoje em dia, uma alternativa para reabilitação de casos como esse são os implantes eletrônicos, desenvolvidos dentro de aplicações da bioengenharia.
Mas o que exatamente essa área estuda? Vamos falar a seguir.
O que a bioengenharia estuda?
Ao ter um breve conhecimento sobre o que é bioengenharia, é possível perceber que é uma área multidisciplinar composta por matérias das ciências exatas e da saúde.
Portanto, dentro dos estudos, você encontra disciplinas de química, cálculo, física, além dos próprios conceitos da engenharia.
Graças a essa amplitude de conhecimento, a engenharia biológica traz várias possibilidades de atuações e especializações.
Para se ter uma ideia, esse campo também estuda setores da engenharia biomédica para compreender materiais e ferramentas utilizadas nessa matéria.
Além disso, o profissional desta área estuda sobre biomateriais usados na criação e desenvolvimento de tecnologias para a medicina. Bem como bioprocessos, reatores biológicos e quais as interpretações necessárias em cima deles.
Então, no geral, essa área estuda meios básicos de como criar produtos e equipamentos viáveis dentro da economia para contribuir com a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Qual é a diferença entre bioengenharia e engenharia biomédica?
É possível dizer que a grande diferença entre bioengenharia e engenharia biomédica está na área de atuação de cada uma.
De forma bem simples, a engenharia biológica também inclui outros setores das ciências naturais e exatas, enquanto a engenharia biomédica tem maior atuação na área de saúde, exclusivamente.
Isto é, muito da prática da engenharia biomédica tem finalidades medicinais e a engenharia biológica consegue abranger mais setores.
Mas, realmente, é muito comum as pessoas pensarem que essas áreas são a mesma coisa. De fato, elas têm muito em comum, mas se separam em um determinado momento.
Em resumo, é como se a engenharia biomédica fosse uma especialização dentro da engenharia biológica focada no setor da saúde.
Quais são as aplicações da bioengenharia?
As aplicações da bioengenharia se ramificam em diferentes setores da sociedade.
A fusão de determinadas ideias cria campos de exploração inimagináveis e, por que não, propensos a controvérsias.
Os princípios de design da engenharia, em seus mais variados campos, têm sido aplicados a sistemas biológicos na busca de soluções criativas, com o apoio de máquinas, estruturas e processos.
Steve Jobs disse que: “não é possível saber conectar os pontos olhando para frente e sim olhando para trás. De alguma maneira, é preciso acreditar que os pontos vão se conectar no futuro de algum jeito”.
A aceleração tem sido vista como uma ameaça e ao mesmo tempo uma oportunidade de resolver diversas limitações que foram codificadas no DNA e que mudaram muito pouco em tão longo tempo.
Algumas iniciativas têm procurado estabelecer códigos de ética e direitos humanos para evitar o mau uso dessas capacidades.
O que a natureza demorou alguns milhões de anos para conseguir fazer, o ser humano está levando só algumas décadas.
Isso pode ter resultados nefastos, ao mesmo tempo que pode tornar possível o aumento, de forma significativa, das capacidades de diferentes espécies pela combinação de elementos químicos, com a tecnologia e engenharia.
Vamos ver alguns exemplos abaixo.
Progresso de wearables
Dentro das aplicações da bioengenharia, uma delas é o desenvolvimento de wearables, conhecidos como devices ou dispositivos tecnológicos que podem ser vestidos.
Mas como assim vestir um dispositivo? Igual fazemos com os smartwatches, por exemplo.
No geral, essas tecnologias vestíveis, por assim dizer, oferecem diferentes funcionalidades que podem ser úteis no dia a dia, além de ter influência na moda.
Inclusive, uma consultoria do IDC Brasil projetou que o mercado de devices, que envolve exatamente os wearables, deve movimentar U$ 21,5 bilhões no mercado nacional e representar 43,7% das receitas de TI do país.
Portanto, é uma área que está em constante crescimento e de forte atuação da engenharia biológica, principalmente no desenvolvimento de wearables para o setor da saúde.
Provavelmente, você já viu dispositivos com capacidade de medir sono, batimentos cardíacos e oxigenação. Isso é graças a atuação da engenharia biológica que aprimora cada vez mais esses modelos.
Engenharia de tecidos artificiais
A engenharia de tecidos artificiais é mais uma das aplicações da engenharia biológica. Essa área é capaz de produzir desde peles até tecidos ósseos artificiais.
Se algum tempo atrás alguém falasse sobre regenerar, recuperar e desenvolver tecidos, certamente diriam que era impossível.
Mas isso hoje é possível por causa do desenvolvimento da engenharia de tecidos artificiais e do trabalho dos bioengenheiros.
Essa nomenclatura foi usada pela primeira vez em 1987, para conceituar essa área que reúne disciplinas de física, biologia e química. Muitas vezes, os engenheiros desse setor usam as células-tronco dos pacientes para reconstrução e desenvolvimento de tecidos.
São feitos vários comandos para os núcleos das células de tal forma que elas conseguem se multiplicar e, dessa forma, restaurar órgãos do corpo humano.
Nanotecnologia
Os nanorrobôs são parte da nanotecnologia e também possibilidades de aplicações da bioengenharia.
É bem comum ver a representação deles em filmes mais voltados para a área da tecnologia como em trajes futuristas, por exemplo.
Desenvolvidos pela primeira vez no Japão, os nanorrobôs funcionam como ferramentas em escala atômica e trouxeram diversas inovações para as áreas que foram introduzidas.
Inclusive, com ajuda da da engenharia biológica, a nanotecnologia impactou positivamente a medicina, em específico.
Hoje em dia, essas tecnologias ajudam em técnicas de diagnóstico, desenvolvimento de medicamentos e aplicação correta deles, regeneração de tecidos sintéticos e podem até mesmo destruir células cancerígenas.
Tudo isso com auxílio de bioengenheiros que unem conhecimentos da engenharia com a biologia para criação de novas tecnologias exponenciais.
Diagnóstico e análise de patologias
Essa nova área também pode ser utilizada no diagnóstico de patologias para desenvolver métodos mais precisos.
Essa aplicação é de extrema importância, uma vez que o Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostrou em estudos que o diagnóstico precoce e correto de doenças aumenta as chances de serem menos invasivas.
Nesse campo, o profissional da engenharia biológica pode desenvolver máquinas e instrumentos que possam fazer esse diagnóstico certo ocorra mais cedo.
Além disso, o conhecimento técnico da engenharia permite que o bioengenheiro atue na manutenção e aprimoramento de equipamentos já existentes para que desempenhem melhor a função.
Alimentação
Mais uma aplicação da engenharia biológica é na área de alimentação saudável e básica, que provavelmente é um dos maiores desafios enfrentados hoje em dia, como será no futuro.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), se o consumo de alimentos continuar do jeito que está, em 2050 será preciso 60% a mais de comida.
Uma das alternativas é a criação de sistemas inteligentes voltados para a demanda de alimentação da sociedade.
Aqui entra a importância dos bioengenheiros, juntamente com os profissionais das outras áreas que pesquisam e investem no conhecimento para esse campo. Aliás, esse é um dos segmentos bastante discutidos dentro da bioengenharia no Brasil.
Nesse sentido, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebeu simpósios para discutir exatamente como a engenharia biológica pode atuar na produção de alimentos, mesmo com os desafios climáticos.
Basicamente, ela pode trabalhar em pesquisas e combinações de genes para novos alimentos cultivados de maneiras diferentes e que levem em consideração a sustentabilidade.
Um exemplo são as fazendas verticais, que procuram produzir alimentos com condições controladas e em centros urbanos.
Modelos assim contam com auxílio de bioengenheiros para ter o melhor funcionamento.
O mercado de trabalho da bioengenharia no Brasil
Já que agora você tem mais conhecimento sobre o que é bioengenharia e o que ela estuda, vamos falar aprofundar na atuação profissional.
Diversidade e oportunidades são palavras que definem o mercado de trabalho da bioengenharia no Brasil.
Com o avanço das tecnologias, o futuro do trabalho cada vez mais próximo e a demanda por novos equipamentos, a bioengenharia no Brasil está em frequente crescimento.
Segundo o portal Salário, a contratação de bioengenheiros com carteira assinada aumentou 28,57% ao comparar janeiro de 2023 com fevereiro do ano anterior.
Embora os cursos para formação de bioengenheiro não sejam comuns no Brasil, as áreas estão progressivamente mais conscientes da qualidade de um profissional desse campo e buscam por conhecimento técnico deles.
Quais são as áreas de atuação de um bioengenheiro?
As áreas de atuação dos profissionais de engenharia biológica são parecidas com os engenheiros químicos, por exemplo, mas com diferenciais.
Em regra, existem três maiores campos em que os bioengenheiros podem atuar, que são:
Industrial
O primeiro grande campo de atuação é no setor de indústrias e empresas das áreas de farmácia, agricultura, pecuária, desenvolvimento de tecnologias exponenciais, controle de qualidade, sustentabilidade, entre outros.
Pesquisa
Talvez o mais conhecido popularmente seja o campo da pesquisa, mais voltado para a área acadêmica em si. Afinal, é uma possibilidade para praticamente qualquer formação, já que a ciência é um investimento contínuo.
Por mais que seja mais comum, a área da pesquisa é tão importante quanto o trabalho em empresas, porque todas as teorias embasam a prática do dia a dia do bioengenheiro.
E tem mais, são as pesquisas que permitem o desenvolvimento de mais tecnologias e da própria área da engenharia biológica.
Consultoria
Por fim, o bioengenheiro também pode atuar com consultorias para empresas do ramo público ou privado.
O objetivo é unir todos os conhecimentos interdisciplinares e prestar um serviço de orientação e assistência prática.
Assim, as empresas conseguem seguir a direção certa e potencializar resultados.
Qual é o salário de um profissional da bioengenharia?
Também de acordo com o portal Salário, a faixa de remuneração do profissional dessa nova área em crescimento no Brasil é entre R$ 6.053,00, em média, e R$ 13.249,49 como teto máximo.
Mas vale a pena lembrar que esse valor pode mudar conforme a empresa que for contratar em regime CLT ou serviço prestado.
Segundo esses mesmos dados, o salário médio é de R$ 6.728,12 se for considerado o modelo de carteira assinada.
Contudo, as variações podem ocorrer também a depender de região de trabalho, cidade, tempo de experiência, especialização e outros detalhes.
Conclusão
Ainda que seja uma área em crescimento, a bioengenharia já mostrou que veio para ser uma formação concreta e de tendência para o futuro.
Isso porque ela reúne áreas das exatas e da engenharia, com o conhecimento biológico. Dessa forma, é possível trabalhar na construção ou aprimoramento de tecnologias que podem trazer uma série de benefícios para a população.
Além disso, o bioengenheiro tem várias oportunidades para aplicar as técnicas que vão desde nanorrobôs até a indústria alimentícia.
A tendência é que a engenharia biológica no Brasil se expanda ainda mais e ofereça soluções inovadoras e criativas para os diversos setores da sociedade.
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