Nos últimos anos, o blockchain despontou como uma das principais promessas para revolucionar a economia global. A tecnologia ganhou aderência entre empresas de praticamente todos os setores, dos hospitais aos bancos e seguradoras (as oportunidades para o mercado financeiro serão discutidas no Exponential Finance Brazil, em setembro). O funcionamento de redes de blockchain, no entanto, permanece um mistério para a maioria dos usuários finais – e para muitos dos profissionais dessas indústrias. Para esclarecer boa parte dessas questões, a Singularity University produziu um infográfico que explica os principais pontos do processo. Veja abaixo para entender melhor (em inglês – clique na imagem para ver o conteúdo na íntegra).
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Responsável pela organização dos Global Summits da Singularity University, o americano Will Weisman está confirmado como mestre de cerimônias do Exponential Finance Brazil, que acontecerá em São Paulo, nos dias 10 e 11 de setembro. Ao longo de sua carreira como investidor e empreendedor, Weisman ganhou destaque pela conversão de tecnologias exponenciais em oportunidades de negócio. A conexão entre tendências e ferramentas de mercado foi um dos temas centrais de sua última apresentação do Global Summit. Conheça abaixo quais são os três movimentos que estão aproximando o futuro previsto por Weisman da realidade das empresas.
Robótica Antes relegados a roteiros de filmes de ficção científica, os robôs já estão ocupando o seu lugar no mercado. Segundo uma pesquisa realizada pela Transparency Market Research, o mercado mundial de robótica deverá atingir o valor de US$ 147,26 bilhões até o final de 2025. Com índices de adesão cada vez mais altos em países da América do Norte, Europa e Estados Unidos, essa tendência já pode ser observada em diversas áreas, como o mercado aeroespacial, a indústria automotiva e a agropecuária.
Energia renovável Os efeitos negativos causados pelas mudanças climáticas fizeram com que o consumo de energia se tornasse um dos principais desafios para governos e empresas. Nos últimos anos, surgiram tecnologias de armazenamento que tornaram as fontes renováveis mais acessíveis e rentáveis. A expansão desse mercado deve ser tão impactante quanto os seus benefícios: de acordo com um levantamento feito pela Energy Storage Association, o segmento deve crescer 17 vezes mais até 2023.
Inteligência Artificial Estima-se que o mercado de IA atinja a marca de US $ 169.411,8 milhões até 2025, segundo o Allied Market Research. Pouco a pouco, as discussões sobre a competição com a mão-de-obra humana deram lugar a uma mentalidade orientada pela colaboração entre pessoas e máquinas – e pela importância dessa tecnologia para resolver grandes problemas mundiais. A saúde e a educação estão entre as áreas mais promissoras desse movimento.
Quer conhecer as últimas tendências e tecnologias do mercado financeiro? Inscreva-se no Exponential Finance Brazil. O principal summit de finanças exponenciais do país acontece do dia 10 e 11 de setembro, em São Paulo.
Autor do best-seller “Future Crimes” e Chair de Política, Lei e Ética da Singularity University, o americano Marc Goodman se consolidou como uma referência internacional nas áreas de crimes cibernéticos e terrorismo digital. Ao longo de mais duas décadas de atuação, Goodman desenvolveu projetos junto a organizações como Interpol, ONU e OTAN, além de colaborações com governo dos Estados Unidos. Em setembro, ele estará no Exponential Finance Brazil, em São Paulo, para falar sobre os novos desafios de segurança digital e os riscos de vulnerabilidade no setor financeiro.
Ao mesmo tempo que aponta os benefícios e conveniências resultantes do uso de novas tecnologias, Goodman é conhecido por destacar os perigos do mundo hiperconectado – onde ele acredita que hackers e criminosos estão sempre um passo à frente. A dicotomia entre liberdade de inovação e controle de (más) intenções é o tema central de seu trabalho. Uma versão resumida de sua teoria pode ser conferida nesse TED, visualizado por cerca de 1,2 milhões de pessoas.
Segundo Goodman, a fragilidade de sistemas de segurança pode atingir até mesmo gigantes digitais, como já aconteceu recentemente com Instagram e Facebook. Os ataques podem vir dos lugares mais inusitados, de terroristas políticos a gangues especializadas na mineração de dados de consumidores. Nesse cenário, o potencial de estrago para instituições financeiras – e seus clientes – pode ser enorme.
Adepto da linha de que “não existe almoço grátis”, o especialista aponta a relação entre o aumento exponencial do compartilhamento dados e a explosão de crimes digitais. Quando não existe valor a ser pago por determinado serviço, a mercadoria costuma ser as informações consumidor. Ou seja: o custo para acessar serviços e plataformas digitais costuma ser mais alto do que parece. “Quanto mais dados você produz e armazena, mais o crime organizado fica feliz em consumi-los”, costuma dizer em suas apresentações.
Dependendo do ponto de vista, converter informações de consumidores em estratégia de vendas e análises preditivas pode parecer inofensivo. Mas, na opinião de Goodman, é preciso repensar os impactos dessa prática e, sobretudo, discutir como países, governos e órgãos regulatórios estão lidando com a questão. Em um mundo onde os dados das pessoas estão cada vez mais vulneráveis, ele deixa uma dica básica para começar a se proteger de ataques digitais: nunca deixe de atualizar os programas de seu smartphone (os bugs de versões anteriores são brechas atrativas para criminosos).
Natália Fazenda Jornalista e curadora de conteúdo da HSM
O blockchain ganhou notoriedade pelas criptomoedas (destaque especial para o bitcoin). As possibilidades de aplicação, no entanto, vão muito além do setor financeiro. Ao oferecer uma alternativa segura e descentralizada de transmissão de dados, a tecnologia apresenta potencial para revolucionar a maior parte das indústrias nos próximos anos.
Para o americano Eric Pulier, um dos principais analistas do mercado de tecnologia, o blockchain surge como uma nova maneira de ressignificar o valor de uma transação entre duas partes, sem a necessidade de intermediários ou terceiros para estabelecer vínculos de confiança. Essa mesma transparência e segurança, tão explorada pelo mercado financeiro, começa a aparecer em outros setores. Conheça três exemplos de como a tecnologia vem sendo usada para mudar a vida das pessoas.
1- Saúde
Algumas healthtechs já estão se aproveitando dos benefícios do blockchain para solucionar desafios de gerenciamento de dados de assistência médica. A MedicalChain, em Londres, desenvolveu uma plataforma para pacientes controlarem o acesso a seus registros. Já a Nano Vision, combinou a tecnologia com inteligência artificial para coletar dados de nível molecular − e encontrar tendências que possam levar a novas descobertas na medicina.
2- Administração pública
O governo do Reino Unido contratou a solução de blockchain da startup Govcoin para administrar pagamentos de benefícios a funcionários. A Estônia, por sua vez, fechou uma parceria com a Ericsson para gerenciar registros públicos com a tecnologia. Na Coréia do Sul, a Samsung está desenvolvendo sistemas de blockchain para facilitar a gestão das redes de transporte e segurança pública.
3- Terceiro setor
Um estudo realizado pela Trading View aponta que 43% das pessoas não confiam em instituições de caridade. Para aumentar a transparência de processos do terceiro setor, algumas startups passaram a desenvolver soluções de blockchain para compartilhar informações financeiras de doadores (de maneira segura). É o caso da BitGive plataforma usada por organizações como Save the Children, The Water Project e Medic Mobile.
O que é DAO? Leia nosso artigo que explica o que são e como funcionaam as Organizações Autônomas Descentralizadas.
Previsto para o ano que vem, o lançamento da Libra, criptomoeda desenvolvida pelo Facebook, aumentou as expectativas sobre a popularização dos sistemas financeiros descentralizados. Antes mesmo de chegar ao mercado, a iniciativa – apoiada por um consórcio que inclui gigantes como Uber, Paypal e Mastercard – vem despertando sentimentos conflitantes entre analistas do setor. Os possíveis impactos positivos e negativos foram discutidos em um artigo publicado recentemente pela canadense Anne Connelly, Faculty da Singularity University. Considerada uma das principais especialistas em blockchain da atualidade, Connely é um dos destaques da programação do Exponential Finance Brazil, que acontece entre os dias 10 e 11 de setembro, em São Paulo.
Na opinião de Connelly, o lado cheio do copo está no potencial de inclusão financeira de populações desbancarizadas. Os altos índices de penetração do Facebook entre diversos extratos sociais teria muito a contribuir nesse sentido (imagine pagar contas e fazer depósitos pelo Messenger ou pelo WhatsApp, por exemplo?). A possibilidade de escolher moedas de lastros alternativos e serviços livres de taxas seria outro benefício. Todos esses fatores pressionariam governos, bancos e órgãos regulatórios a adotarem políticas mais justas e transparentes.
Agora, o lado vazio: o Facebook não é exatamente conhecido pelas políticas de transparência e respeito à privacidade dos usuários (existem controvérsias se a Libra pode ser considerada uma solução 100% blockchain, inclusive). O ecossistema apoiado por grandes players, por sua vez, pode ser outro problema. Embora seja essencial para acelerar a curva de adesão da Libra, a presença dessas corporações poderia levar ao conflito de interesses de empresas e consumidores. No médio prazo, a rede de parcerias tende a colocar o próprio conceito de descentralização em xeque.
Para se consolidar como uma solução de massa, a Libra tem como principal desafio conquistar a confiança dos usuários finais e de representantes da indústria tradicional. Na visão de Connelly, tudo se resume à seguinte questão: quando separamos a circulação do dinheiro da gestão pública, quem herda o controle sobre o sistema financeiro?
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