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“Não é a competição que garante disrupção”, afirma David Roberts

O senso comum ainda crê que temos uma constante mudança e movimentação nos nossos processos produtivos por conta da competição entre empresas.

Isso é a maior e mais falsa simetria existente. Empresas não competem, em sua principal atribuição, com outras, mas consigo mesmas. Há, antes de uma disputa externa, uma principal motivação interna para que a empresa consiga se manter em alto nível.

As disrupções, proporcionadas pela tecnologia, são os principais motores para colocar empresas em principais pontos de consumo, visibilidade e preponderância no mercado.

O principal sinal disso é a criação de outros mercados e é por isso que a competição não é indicativo da transformação. Antes, o que falávamos que seria o entendimento de computação e digitalização que daria condições para um ótimo futuro, hoje está perdendo seu lugar para a ideia da Nova Teoria da Disrupção.

É isso que David Roberts, expert global da SingularityU, propôs em sua fala no Executive Program em parceria com o Sest Senat. Para o especialista em disrupção, é hora de compreendermos a lógica que está por trás das transformações que o mundo já sofreu.

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Tudo começa pelo entendimento da competição. A Nova Teoria da Disrupção implica entender que há consequências desta transformação, que passam pela produção de um novo mercado, uma diversidade de outros componentes e precificação possível para o público.

Por isso, a competição principal não é a externa e isso se difere da inovação. Se trata de compreender que precisamos enxergar a abundância deste processo, muito mais do que apenas aquisições e conquistas lineares.

Existe uma “veia” da disrupção?

Olhar questões de inovação não é necessariamente o caminho da disrupção. Por isso, David Roberts faz este questionamento e o circunda por toda sua palestra. O que se pode afirmar é que a estabilidade já não garante qualquer tipo de processo estável.

Produtos mais caros, não diversos e que não criam um novo mercado, tecnicamente, só mantém os processos que já são existentes. Disrupção se trata de mudança.

A transformação é um processo contínuo e imutável. A impermanência foi palco de constantes meditações na filosofia oriental, por milênios, e isso continua aqui como uma lei da natureza.

As empresas que não entenderem isso perderão espaço. Crescimento linear não é mais sinônimo de estabilidade e segurança. O crescimento exponencial é o indicativo de principais sucessos no mundo de hoje.

Por conta dessa concepção, diferentes indústrias perceberam a necessidade de disruptar, ao invés de apenas inovar. Desde 2014 estamos percebendo este tipo de mudança e reconhecendo como a capacidade de startups podem nos ajudar a promover modificações nas próprias indústrias, como o venture capital.

E o porquê de uma característica tão específica das startups é bem simples: as disrupções não são anunciadas, transparentes e muito menos claras. É uma característica da disrupção, segundo David Roberts, ser elusiva, se esgueirar durante os processos e aparecer em destaque assim que está solidificada.

Por esta razão a Gartner e Deloitte fazem trabalhos anuais sobre diversos tipos de tecnologias e seus momentos de atuação. É preciso monitorar, entender o que está sendo produzido e de que maneira podemos ser parte desse processo, porque o usuário sempre será aquele que gasta mais do que ganha nesta oportunidade.

O que antes era garantia de um processo estável e a longo prazo, hoje é visto como uma rigidez que não vai permitir o crescimento do futuro. David inclusive aconselha o público presente: “Não adianta apenas olhar o passado e que ele é diretriz de observação do futuro”.

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