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A estreia do SingularityU no Brasil – Parte 2

A parte da tarde do primeiro dia do SingularityU Brasil Summit começou musicada. O diretor, designer e produtor musical Jarbas Agnelli tratou de inspirar o público com alguns vídeos, que foram exibidos acompanhados de uma orquestra ao vivo. O artista multimídia começou sua carreira dirigindo videoclipes (onde a música está em primeiro lugar) e produzindo trilhas sonoras para cinema (onde o filme está em primeiro): atividades opostas e complementares que têm o poder de aumentar a emoção. O trabalho audiovisual de Jarbas tem a característica de unir coisas distintas, buscar um ponto de encontro entre A e B e transformar o resultado em prazer. Ele apresentou o vídeo “Birds on the Wires”, que transformou em música uma foto de pássaros nos fios elétricos – e se tornou viral em 2009. Outro vídeo da série foi o processo criativo da composição de uma música para um bebê que ainda não tinha nascido. “Descobri que tinham 7 números principais que definem um bebê no ultrassom. Chamamos um matemático que criou a fórmula com 7 números e 7 notas para compor a canção ‘Sinfonia da Vida’ como um presente para a mãe”, disse Agnelli, o cara que extrai música de todos os lugares e imagens.

A experiência lúdica de Jarbas deu lugar ao discurso disruptivo de Divya Chander, a neurocientista que usa o cérebro para ligar as máquinas aos humanos. Ela explicou como gerar um código neurológico de forma artificial e propôs a reflexão: “o que significa ter consciência?”. Suas ferramentas de leitura de cérebro são tão incríveis quanto os vídeos que apresentou. Um deles mostrava uma pessoa tetraplégica tomando uma bebida sozinha, pela primeira vez. Ela movia um robô com a força do pensamento ao mesmo tempo em que quebrava o paradigma do que é ser uma pessoa deficiente. A tecnologia de leitura de mente foi assunto no evento.

O palestrante Tiago Mattos arrancou muitos aplausos da plateia com um discurso extremamente coloquial. Sua palavras podem ser aplicadas agora mesmo em qualquer organização profissional. Spuas ideias de exploração das possibilidades do amanhã foram introduzidas com sua leitura sobre a economia. “Existem três economias: clássica, digital e pós digital, que chamo de economia quântica”. Dentre as dicas de como uma empresa deve se posicionar na era pós digital, ele menciona um ecossistema onde a empresa está em equilíbrio com sua própria equipe e inclusive com a concorrência. Onde todos são colaboradores. Depois de exemplificar – de forma engraçada – os vários perfis do quadro de funcionários num organograma, Mattos coloca à prova a definição de sucesso: “lucro? Não sei. Prefiro falar sobre compartilhamento, empoderamento, evolução, abundância e ecossistema”.

O último bloco do dia foi apelidado de “pragmatismo” justamente por mostrar as consequências reais, os desdobramentos práticos de muitas ideias.

A norte-americana Vivienne Ming emocionou ao falar sobre a importância do investimento nas crianças. “Quem pode ser essa pessoa?” pergunta ela antes de responder que o futuro são os pequenos. Ming é uma neurocientista e tecnóloga que tem a missão usar a inteligência artificial para salvar vidas. Entre seus projetos, ela mencionou o de localizar crianças num campo de refugiados através de um sistema de reconhecimento facial. E o sucesso do sistema que inventou (junto com sua esposa) que prevê quando a glicose de um diabético vai cair ou quando uma pessoa com transtorno bipolar terá uma crise.

Oswaldo Cruz encerrou a sessão com seus aplicativos de data science. Ele esmiuçou o InfoDengue, aplicativo colaborativo que – através de algoritmos e dados enviados pelas secretarias de saúde dos municípios – produz um relatório completo da situação da dengue. Esses relatórios voltam para os municípios para ajudar na prevenção e detecção da doença. Além do InfoDengue, ele mostrou o InfoGripe, que ainda não está operando. “Ainda é um desafio conseguir financiamento esse tipo de projeto”, aponta. E o mestre em saúde pública completa: “ainda trabalhamos com softwares da década de 90 e isso precisa mudar. O ministério, as autoridades, não modernizam o nosso sistema”.

#SUBRsummit

 

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