Ao longo dos séculos, a sociedade passou por vários períodos de transformações que quebraram paradigmas e revolucionaram o comportamento humano e a economia mundial. Hoje estamos vivendo as consequências da 4ª revolução industrial: um mundo completamente digital, globalizado, onde as informações são consumidas e compartilhadas o tempo todo, de qualquer lugar, com a rapidez de segundos.
Antes dela, passamos pela 3ª revolução industrial, que alguns estudiosos afirmam ter iniciado com o uso do microcomputador e da internet. Essa inovação tecnológica — de ter um computador em casa — significou grande avanço para inúmeros setores da economia.
Um conceito antes tido como a última inovação do século hoje faz parte de nosso cotidiano e já não chama mais tanta atenção. Apesar disso, as consequências dessa tecnologia foram a porta de entrada para os grandes avanços tecnológicos que impactaram o mundo nas últimas décadas, como:
• o desenvolvimento da robótica, engenharia genética e biotecnologia;
• diminuição dos custos e aumento da produção industrial;
• utilização de várias fontes de energia, inclusive as menos poluentes;
• aceleração da economia capitalista e geração de emprego, entre outros.
Assim como o microcomputador — e todas as inovações que ele trouxe para a época — se tornou uma ferramenta já naturalizada, o mesmo tende a acontecer com tudo de novo que causa espanto e curiosidade na era digital em que vivemos.
A ERA DIGITAL E SUAS INOVAÇÕES
A 4ª revolução industrial ainda é recente. Talvez seja a época mais tecnológica que a humanidade já viveu, por isso muitos pesquisadores já ousam dizer que estamos vivendo naquele futuro muitas vezes retratado nos filmes de ficção de alguns anos atrás.
“Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes”, diz Klaus Schwab, autor do livro A quarta revolução industrial.
De fato, todas as experiências tecnológicas que tivemos nos últimos anos foi algo nunca antes provado pelas pessoas, mas também não foi assim quando a máquina a vapor foi inventada?
A verdade é que, apesar de já estarmos acostumados com um mundo que está 24/7 conectado, inteligência artificial e outros modelos de negócio que causam disrupção no mercado, ainda sentimos um pouco de excitação e receio com algumas inovações que surgem a cada ano e de forma cada vez mais rápida.
Walter Longo, presidente do Grupo Abril, afirma:
Hoje todo mundo tem um celular, todo mundo pode falar com quem quiser em qualquer lugar do mundo. Esse mundo digital está presente na vida de todos nós. Daqui para frente o digital não é mais novidade, não é mais surpresa, não é mais nada, é simplesmente o modo de você se relacionar com o mundo.
Além do uso do celular, que já está naturalizado entre a maioria das pessoas, automação, assistentes digitais, trabalhos remotos, alto consumo de informação, blockchain, entre outros conceitos logo se tornaram tão parte de nossa rotina quanto o microcomputador, e não será mais tido como algo novo. Sendo assim, o que podemos esperar da era pós-digital?
A HUMANIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA ERA PÓS-DIGITAL
Ainda é cedo para dizer e essa mudança pode acontecer tanto amanhã quanto daqui a 50 anos, mas viveremos uma época em que a tecnologia estará tão naturalizada que talvez a sede pelo novo será justamente criar algo mais humano, indo na contramão de todo o universo digital que já nos rodeia.
É mais ou menos isso que Rana el Kaliouby anda tentando desenvolver. A cientista da computação, com ascendência egípcia, desenvolveu uma tecnologia para tornar as máquinas mais humanas. Chamada de Inteligência Artificial Emocional, por meio de big data, ela tem ensinado ao computador ler emoções.
Rana criou um aplicativo capaz de entender como você se sente pela expressão do rosto, com isso, define-se um novo mercado ao se perseguirem os seguintes objetivos: permitir que as máquinas se adaptem às emoções humanas em tempo real e forneçam insights e análises para que as organizações possam entender como as pessoas se envolvem emocionalmente no mundo digital.
Se a 4ª revolução industrial tornou o comportamento humano mais frio e distante, talvez pessoas como Rana surjam nos próximos anos para reverter essa situação, usando a própria tecnologia para invenções que não só resgatem as emoções humanas, mas também tragam soluções para problemas que ainda nem conhecemos.
Qual é sua aposta para a próxima era?