Criatividade é uma qualidade muito valorizada na nossa sociedade. 65% dos CEOS destacam que a criatividade é tão importante quanto a inteligência emocional e habilidades com questões digitais.
Alain Sylvain, CEO e Fundador da consultoria de design Sylvain, destacou o quanto nossa cultura continua supervalorizando o poder da criatividade, com empresas investindo muito dinheiro em inovação e buscando na criatividade uma solução para os seus problemas.
Mas, será que realmente vemos retorno neste tipo de investimento?
É exatamente por este motivo que o propósito do painel “O que importa mais: tempo ou criatividade?” foi acabar com esta dicotomia e deixar claro a importância do momento (timing) na questão de empreender.
Segundo o especialista, é necessário entender que 42% dos sucessos de startups estão relacionados ao timing certo. Criatividade, por si só, deixa de ser eficiente, por uma série de questões relacionadas a demanda e ao que o público consumidor irá se satisfazer.
Um exemplo dado pelo CEO da Sylvain foi o fenômeno Beatles: surgiu no momento certo, no lugar certo de alcance e não foi a inovação que os fez ficar tão famosos. Foi o timing, o momento correto.
Para Alain este é o ponto chave. Segundo o especialista, há a necessidade e enxergar o Peak Innovation e não apenas procurar por mais inovações.
Contexto vale mais do que apenas criação
Enxergar o Peak Innovation é conseguir alinhar seus interesses com a demanda necessária, conseguindo compreender o contexto, alinhando o que é importante e as necessidades sociais com o ato de empreender.
Isso só pode acontecer com uma união do que está acontecendo (cultural climing), a infraestrutura presente que dará potencialidade para a inovação (innovation infrastructure) e a vontade para conseguir levar isso adiante (individual appetite).
Como isso ocorre? Alain destacou que há necessidade de pensar e entender contexto do que estamos vivendo e alinhar isso com a criatividade existente. Afinal, ela é também um produto cultural e entender o tempo que estamos é o caminho para compreender qual a necessidade de inovação.
Por isso a necessidade de estudar e usar os três eixos acima como guias. Afinal, onde estamos, enquanto cultura? O que é necessário para nós? O que o indivíduo, hoje, busca? Qual sua necessidade? E a tecnologia presente? O que ela permite?
Alain foi muito claro ao dizer que unir o cultural climing, innovation infraestructure e individual appetite é essencial para conseguir compreender qual o momento para dar o próximo passo rumo a inovação, sem se perder na exigência pelo novo, como ocorre com muitas empresas nos dias de hoje.