A future maker e planner Lisa Andrews foi um dos destaques do segundo dia do webinar COVID-19 Virtual Summit.
Andrews trouxe uma percepção alternativa ao promover a polarização dos pontos positivos e negativos em meio a esta pandemia. “Nem sempre os pontos positivos e negativos são óbvios, mas estão sempre lá. O auto isolamento global é um exemplo disso”, afirmou. “Teremos muitas pessoas dedicando mais tempo à família e projeções de melhora nos índices de poluição. Mas também haverá muita solidão e consequente aumento da depressão”.
Como a tecnologia desempenha um papel nisso? – Na visão de Andrews, grandes catástrofes podem levar a avanços tecnológicos. E não faltam exemplos ao longo da história para comprovar essa tese. A gripe espanhola, por exemplo, estimulou a epidemiologia científica a coletar dados de saúde de maneira mais sistemática (levando à abertura de um escritório internacional de combate a epidemias que lançou as bases da Organização Mundial da Saúde).
A Segunda Guerra Mundia, por sua vez, impulsionou a criação do Colossus, considerado o pai dos computadores, assim como o desenvolvimento da tecnologia de radar, precursora de sistemas usados até os dias de hoje, em carros autônomos. A Revolução Verde, em meados do século 20, veio em resposta ao desafio de alimentar a crescente população mundial, combinando tecnologias como os fertilizantes sintéticos e o melhoramento científico de plantas
Assim, em tempos de grande estresse, também experimentamos grandes oportunidades.
Solução colaborativa de problemas – Polarizar alguns dos pontos positivos e negativos auxilia também na busca por avanços na área da saúde.
O coronavírus tem incentivado movimentos de compartilhamento de código e sequenciamento de DNA. Esse pode ser um tremendo ganho para a evolução da medicina. Mas não podemos nos esquecer de que ainda estamos despreparados para esse cenário e que os hospitais já estão sobrecarregados.
Novas situações implicam novas saídas – É o caso da impressão 3D, cujos avanços tecnológicos estão acontecendo significativamente.
“Estamos enfrentando uma interrupção na cadeia de fornecimento de produção mínima. E alguns setores têm olhado para a impressão 3D como alternativa na resolução de alguns dos desafios na cadeia de suprimentos”, aponta Andrews.
Um dos hospitais italianos que ficaram sem as cruciais válvulas para as máquinas respiratórias, por exemplo, adotou a impressão 3D. Em algumas horas, havia centenas de peças impressas e, no dia seguinte, uma impressora 3D foi levada ao próprio hospital para que as válvulas pudessem ser produzidas ali.
Alguns pacientes literalmente morreriam sem esses aparelhos respiratórios, e a tecnologia poderia avançar e avançar.
Como mensagem final, Andrews lembrou um fato que parece inevitável: esta pandemia trará rupturas. Mas todos podemos intensificar e analisar as oportunidades que surgirão a partir dessa nova realidade e tirar o máximo de proveito delas.
“A maioria do turismo mundial irá cessar completamente suas operações. Não sabemos se por três meses, seis meses ou doze meses. Mas, se você está no setor de viagens e turismo, precisa pensar sobre as coisas de maneira diferente. Você pode fazer tours virtuais? Experiências compartilhadas on-line? Esse é o desafio”.