Você consegue se lembrar quando foi a última vez que teve que ir pessoalmente a um banco? A mobilidade e as transformações digitais tornaram as transações bancárias um ato que pode ser realizado a qualquer hora, em qualquer lugar e com apenas um toque.
Tanta facilidade fez com que as Fintechs crescessem e se tornassem a nova tendência de mercado para os próximos anos. Se há 10 anos, o consumidor ainda tinha receio de fazer qualquer compra online por meio do cartão de crédito, atualmente, nem do cartão de crédito ele precisa mais para poder pagar uma conta no restaurante, podendo usar a tecnologia de pagamento por aproximação de celular.
Essa mudança de comportamento aconteceu de uma maneira assustadoramente rápida. Segundo uma pesquisa sobre “Confiança na internet”, da NCC Group – empresa global de segurança de informações –, feita em 2014 (apenas 5 anos atrás), 77% dos consumidores ainda não se sentiam seguros em fazer compras pela internet. Além disso, o estudo também concluiu que 64% dos usuários ainda tinham medo de serem vítimas de hackers e de ter seus dados pessoais e financeiros expostos na rede. E mesmo com o crescimento do comércio eletrônico, de 10.000 entrevistados nos EUA e no Reino Unido, apenas 41% deles se sentia confortável em compartilhar essas informações online na hora de realizar uma compra.
Além das compras online, o número de usuários que tinha o costume de usar internet banking – seja pelo seu celular ou ainda através do seu computador doméstico – para consultar seu saldo ou realizar outros serviços bancários, cresceu 39% de 2007 para 2018, apenas da Grã-Bretanha, segundo dados coletados.
Porém, ao contrário do que muitos pensam, Fintech não se refere somente ao aplicativo do banco que você tem no celular para facilitar sua vida em meio a correria do dia a dia. Em poucas palavras: Fintech, também conhecida como empresa de tecnologia financeira, é uma indústria composta por empresas que usam a tecnologia para tornar os serviços financeiros mais eficientes, como por exemplo, o Nubank e o PayPal (apesar deste último não ter tido muito sucesso no Brasil).
E esta é a grande aposta do mercado para 2019!
Quais são os fatores responsáveis pelo crescimento das Fintechs?
Desde que os primeiros sistemas seguros de internet para operações financeiras se tornaram disponíveis em grande escala, o acesso à conta bancária online para realizar transações, pagamento de cartões de crédito, estabelecimento de linhas de crédito ou investimento em poupança fez com que essas empresas de tecnologia financeira se tornassem um dos setores de maior crescimento dos últimos tempos.
Outros fatores importantes foram a popularização dos smartphones, o crescimento da computação em rede e o surgimento do Big Data, que influenciaram na redução de custos, fazendo surgir novos modelos negócios.
A Fintech desempenha um papel significativo na determinação de como o setor financeiro pode avançar nos próximos anos. Hoje, essas empresas estão mudando a forma como tudo funciona – empréstimos, pagamentos, segurança, liquidações de crédito e muito mais. Ao mesmo tempo, tem sido um ponto de atenção e preocupação para bancos e instituições financeiras tradicionais que, com o objetivo de não ficarem para trás, já estão fazendo parcerias com empresas financeiras de tecnologia ou desenvolvendo e implementando suas próprias soluções. Um relatório da PwC, intitulado “Financial services technology 2020 and beyond: Embracing disruption”, afirma que os investimentos globais em Fintech mais do que triplicaram desde 2014, ultrapassando US$ 12 bilhões, e tende aumentar ainda mais até 2020. No Brasil, só em 2018, foram registradas 480 empresas de tecnologia financeira brasileiras, 4 vezes mais que o número de 120, registrado em 2015.
Setores financeiros e startups veem a Fintech como uma porta de entrada para aumentar as oportunidades de negócios, entretanto, há uma preocupação muito grande em desenvolver aplicativos e tecnologia que possam oferecer a segurança necessária para que os dados dos usuários não sofram ameaças, nem sejam hackeados.
Segurança de dados e Blockchain
Empresas financeiras são mais sobre confiança do que qualquer outra coisa. Desde as origens do sistema bancário, essa característica desempenhou um papel fundamental para os bancos no que diz respeito às suas funções de guardar e depositar dinheiro. Já nas empresas de tecnologia financeira – onde praticamente todo o serviço é feito online –, a confiança é uma característica ainda mais importante e, tratando-se de uma inovação, muitos ainda temem com relação à sua segurança.
Entretanto, alguns analistas afirmam que a crise de Wall Street, em 2008, impactou no crescimento das Fintechs, pelo fato de fazer com que muitas pessoas perdessem a confiança nos bancos e nas instituições financeiras. Chris Britt, ex-gerente de produtos da Visa e SVP, afirmou em entrevista:
“O novo setor está sendo impulsionado pela desconfiança fundamental e pela abertura dos jovens à tecnologia. Antigamente, você confiava em seu banco porque tinha um edifício de ótima aparência na frente, com pilares que faziam com que você se sentisse seguro. Empresas como nós são um resultado direto do que aconteceu em 2008, que expôs e despertou a desconfiança entre tantos consumidores e as instituições tradicionais.”
Nessa disputa por quem oferece serviços melhores, mais rápidos e mais seguros é onde entra a tamanha relevância do Blockchain. Muito associado ao Bitcoin, essa é uma tecnologia composta por bases de registros e dados distribuídos e compartilhados, que têm a função de criar um índice global para todas as transações que ocorrem em um determinado mercado. Sem a necessidade de intermediação por terceiros, ela cria uma comunicação direta e segura entre duas partes, tornando as transações financeiras realizadas por meio digital menos burocráticas.
Projetado para ser imutável, à prova de falsificação e democrático, o Blockchain oferece uma enorme segurança contra fraudes, característica que faz com que ele seja o motor principal para o sucesso e o crescimento das criptomoedas e Fintechs.
E se antigamente ter um banco como intermediário de transações financeiras era o que nos garantia essa sensação de confiabilidade e segurança, agora com a combinação destas novas tecnologias, o futuro parece estar cada vez mais nas mãos das Fintechs!
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