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A estreia do SingularityU no Brasil – Parte 4

A sétima e penúltima sessão do evento começou com dados animadores sobre energia. Ramez Naam, que nasceu no Egito e cresceu nos EUA, é um cientista e futurólogo que atua a favor do meio ambiente através da energias limpas.

Depois da introdução sobre o declínio da indústria do carvão, Naam mostrou os números de queda exponencial dos preços das energias eólica e solar. A troca das nossas fontes de energia é uma realidade cada vez mais acessível para todos os consumidores e benéfica para o nosso planeta. “O preço da energia eólica vai cair pela metade nos próximos 15 anos e chegar a 4 centavos de real no Brasil”, prevê. E conta que na Índia a energia solar já é mais barata do que o carvão. Uma boa observação foi a de que o vento e o sol são fenômenos complementares. Então é muito fácil ter essas duas fontes energéticas juntas. Naam também previu o fim da era do petróleo e afirmou que os carros elétricos já são uma realidade, mostrando os modelos que as marcas já estão introduzindo no mercado. “O crescimento anual será de 58%”. Animador.

A administradora mineira Mariana Vasconcelos vem revolucionando a área agrícola desde 2015, quando criou um aplicativo que poupa água e ganhou uma bolsa na Singularity University. De lá para cá ela atua na Agrosmart, uma plataforma de agricultura digital que orienta o agricultor sobre as melhores condições para uma boa safra. “Víamos investimento de tecnologia estrangeira em construção, medicina… mas não na agricultura”, observa. Hoje o Brasil é o maior exportador de café, cana-de-açúcar e laranja, mas o nosso solo está se degradando com a poluição e a cada grau que a temperatura ganha, se perde 2% de atividade agrícola. O objetivo de Mariana é ajudar o pequeno produtor a não perder tempo e nem colheita e ainda evitar o uso de agrotóxicos. “Hoje o consumidor se preocupa com a procedência do alimento e até com a remuneração justa do agricultor”, observa. E a lição dessa incrível palestra foi: “apaixone-se pelo problema e não pela tecnologia”. Afinal, a tecnologia fica obsoleta e o problema persiste. “O que é preciso fazer para a agricultura dar certo é mudar a nossa mentalidade. É possível fazer um modelo sustentável”, afirma ela.

Encerrando a sessão, Fabio Teixeira trouxe ao palco o pequeno satélite que pretende lançar ao espaço no final de 2019. Ele é fundador da Hypercubes, empresa criadora do satélite autônomo capaz de monitorar o solo terrestre com precisão através de um estudo da luz. Por isso ele chama de missão Pink Floyd – ele vestia uma camiseta com a capa do disco Dark Side of The Moon. “O Hypercubes consegue estudar a luz e como ela interage com a matéria”, explica. O satélite consegue orbitar a Terra a cada 90 minutos e, com inteligência artificial, enviar dados de forma muito mais barata do que os satélites convencionais.

A última sessão do evento, intitulada “O Surgimento de Uma Nova Era” contou com um único palestrante: David Roberts. Ele foi introduzido pelo CEO da HSM, Guilherme Soárez, como o grande professor da Singularity University. Roberts entrou em cena mostrando gráficos de medição de PIB (onde o Brasil se sai bem), PIB per Capita (onde o Brasil se sai mal) e de felicidade (onde o Brasil se sai excelentemente). Conclusão: a riqueza não condiz com a felicidade e nós somos muito felizes, obrigada. “Vocês preferem ser felizes ou ricos”?, desafiou. Os países escandinavos possuem os melhores PIB per Capita do mundo, mas no gráfico de felicidade… estão lá atrás. Durante quase duas horas, Roberts fez previsões para um futuro próximo nas mais diversas áreas: falou sobre carros voadores, o impacto de moedas únicas para vários países, o conceito de estar num lugar de forma física ou virtual. Ele criticou o muro de Trump e, com um certo tom de deboche, afirmou que as pessoas do México (e de qualquer lugar do mundo) continuarão a trabalhar nos EUA, agora através de robôs. Uma forma totalmente disruptiva de estar em determinado lugar. “Temos que acabar com o muro entre os que têm e os que não têm. Não está certo deixar pessoas morrendo de fome”. David Roberts também inspirou a plateia com situações comportamentais que podem ser aplicadas em qualquer campo de nossas vidas. (Como o vídeo do búfalo correndo atrás da leoa). Declarou que o maior mito em relação à automação é o de que ela pode roubar o emprego das pessoas e mostrou mais gráficos. Estes diziam que países com menos automação possuem maiores taxas de desemprego.

E depois de tantas ideias e reflexões sua mensagem principal foi clara quando enfatizou que antes de inovar, criar e usar a tecnologia, é preciso ter compaixão. Olhar para o outro, pensar na sociedade. “Se você quer mudar o mundo, mude a você mesmo. E o mundo ao redor de você vai mudar”.

#SUBRsummit

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