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Um novo cenário para o mercado de alimentação

Comida. O que comemos e cultivamos será profundamente transformado na próxima década.

A agricultura de interior já é projetada para ser uma indústria de US$ 40,25 bilhões até 2022, com uma taxa de crescimento anual composta de 9,65%. Enquanto isso, a indústria de impressão 3D para alimentos deve chegar a uma taxa ainda mais alta, com média de 50% de crescimento anual.

E as tecnologias exponenciais convergentes – da ciência dos materiais à agricultura digital conduzida pela IA – não estão desacelerando. Os atuais avanços em breve permitirão que nosso planeta aumente sua produção de alimentos em quase 70%, usando uma fração do setor imobiliário e dos recursos, para alimentar 9 bilhões até metade do século.

Qual alimento você consome, como ele foi cultivado, e como ele vai parar no seu estômago? Todos esses processos vão pegar carona na onda dos exponenciais convergentes, revolucionando as necessidades humanas mais básicas.

Impressão de Alimentos
A impressão 3D já teve um profundo impacto no setor manufatureiro. Agora, podemos imprimir em centenas de materiais diferentes, produzindo qualquer coisa, desde brinquedos a casas, e até órgãos. No entanto, estamos finalmente vendo o surgimento de impressoras 3D que podem por si só imprimir alimentos.

A startup israelense Redefine Meat, por exemplo, quer combater a produção industrial de carne usando impressoras 3D que podem fabricar carne, sem necessidade de animais. A impressora absorve gordura, água e três fontes diferentes de proteínas vegetais, usando esses ingredientes para imprimir uma matriz de fibra de carne com gordura e água comprimidas, imitando assim a textura e o sabor da carne real. Com lançamento previsto para 2020 (a um custo de US$ 100.000), suas máquinas estão rapidamente se tornando mais acessíveis para clientes a utilização em escala industrial.

O Anrich3D, por sua vez, visa levar esse processo um passo adiante: refeições de impressão 3D personalizadas de acordo com registros médicos e padrões de saúde dos consumidores. Atualmente em fase de pesquisa e desenvolvimento na Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, a empresa espera fazer seus primeiros testes de degustação em 2020. Estas são apenas algumas das muitas startups de impressão 3D de alimentos que estão surgindo. Os benefícios de tais inovações são ilimitados.

A impressão 3D de alimentos não só garantirá aos consumidores o controle sobre os ingredientes e misturas que eles consomem, mas também está começando a permitir novas inovações no sabor, democratizando opções de refeições muito mais saudáveis ​​em categorias da culinária recém-personalizáveis.

Agricultura Vertical
A agricultura vertical, na qual os alimentos são cultivados em pilhas verticais (nos arranha-céus e nos prédios, e não nos campos), marca um caso clássico de tecnologias exponenciais convergentes. Na última década, a tecnologia passou de um punhado de experimentos em estágio inicial para uma indústria em crescimento.

Hoje, a refeição americana média percorre de até 4 mil quilômetros para chegar ao prato do consumidor. Conforme resumido pelo pesquisador do Instituto Worldwatch, Brian Halweil, “estamos gastando muito mais energia para levar comida para a mesa do que a energia que obtemos ao ingeri-la”. Além disso, quanto mais alimentos saem do solo, menos nutritivos eles se tornam, perdendo em média 45% de sua composição nutritiva antes de serem consumidos.

Além de reduzir as perdas de tempo e transporte, a agricultura vertical elimina uma série de problemas na produção de alimentos. Baseando-se em hidroponia e aeroponia, as fazendas verticais nos permitem cultivar 90% menos água do que a agricultura tradicional – o que é fundamental para o nosso planeta cada vez mais sedento.

Um dos principais players do setor é a americana Plenty Inc. Com mais de US$ 200 milhões em investidos pelo Softbank, a Plenty está adotando uma abordagem tecnológica inteligente para a agricultura de interior. As plantas crescem em torres de 6 metros de altura, monitoradas por dezenas de milhares de câmeras e sensores, otimizadas por grandes conjuntos de dados e aprendizado de máquina. Isso permite que a empresa empacote 40 plantas no espaço anteriormente ocupado por 1. O processo também produz rendimentos 350 vezes maiores que as terras agrícolas ao ar livre, usando menos de 1% da quantidade de água.

Outra startup importante do setor é a Aerofarms. A tecnologia desenvolvida pela empresa permite cultivar até 900 toneladas de folhas verdes sem luz solar ou solo. Para isso, a Aerofarms utiliza LEDs controlados por IA para fornecer comprimentos de onda de luz otimizados para cada planta. Usando aeroponia, a empresa entrega nutrientes misturando-os diretamente nas raízes das plantas – sem necessidade de solo.

Texto traduzido e adaptado do Singularity Hub

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