Apesar de ser a 8ª economia do mundo, o Brasil ocupa o 73º lugar em qualidade de infraestrutura, com deficiências em logística, saneamento, energia e transmissão de dados. A insuficiência de infraestrutura básica no País é tão grave, que, mesmo que se investisse o dobro dos recursos destinados a esses setores nos últimos 15 anos, seriam necessários mais 25 anos para que os serviços tivessem um “mínimo de qualidade”. Por isso, quanto antes começarmos os investimentos em infraestrutura, melhor será para todos nós.
Sabemos que existe uma relação direta entre infraestrutura e qualidade de vida da população e, em consequência, com a capacidade de desenvolvimento da economia, de atração de investimentos, de incentivo ao empreendedorismo e à geração de empregos.
Os principais elementos que compõem a infraestrutura de um local são: a geração de energia, o sistema de transporte, as telecomunicações e outros serviços considerados fundamentais, como o saneamento, presença de instituições educacionais de qualidade e saúde, entre outros. O brasileiro paga caro por energia elétrica, por uma banda larga de baixa qualidade, tem acesso precário a saneamento e um sistema de transportes insuficiente para conectar um território de dimensões tão extensas.
Segundo dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), o Brasil teve, em 2016, o pior desempenho em infraestrutura em uma década. É uma queda de 22,1% em relação a 2015 e o pior resultado desde 2007, quando a construção de grandes obras movimentou R$ 111,6 bilhões, já em valores atualizados para 2016 pela inflação. É também pouco mais da metade da receita alcançada em 2012, quando os gastos com infraestrutura atingiram seu máximo.
Em 2012, as obras de infraestrutura realizadas no País, segundo a Paic, somaram R$ 180,5 bilhões. Desde então, esse valor veio caindo ano a ano até chegar ao mínimo de 2016, número mais recente do IBGE.
Já os dados do GI Hub, órgão criado pelo G20, o grupo dos 20 países mais ricos do mundo, apontam que o Brasil investe apenas 56% do que é necessário para a infraestrutura nacional. Ou seja, a lacuna, que chega a 44%, ainda é enorme: há muitas oportunidades.
Quando nos orientamos pelo PIB, a situação piora. A China investe cerca de 7% de seu PIB em infraestrutura, e a Índia investe cerca de 5,5%. O investimento do Brasil é de 2,2% anualmente. O investimento anual em infraestrutura precisaria aumentar para 3,2% do PIB nos próximos 20 anos, apenas para manter a estrutura atual.
Esse cenário pode mudar, isso exige muitas reformas para estimular novos financiamentos e dar mais liquidez a um mercado ainda muito reduzido. Já existem diversas medidas e projetos em andamento, o caminho para a modernização da infraestrutura no Brasil é longo. Há uma série de obras e iniciativas paradas, que esbarram nos mesmos problemas que dificultam o avanço da infraestrutura como um todo.
Com certeza, o desenvolvimento de novas tecnologias é fundamental para aumentar a eficiência e a oferta dos serviços básicos. Principalmente, tecnologias sustentáveis, a fim de beneficiar a sociedade e o meio ambiente. Embora o país venha ampliando consideravelmente os investimentos em fontes alternativas, como a eólica e a solar, ainda é grande o desafio de maximizar e garantir a geração de energia barata para toda a população.
Enfim, que outras estratégias podem ser adotadas para aumentar o desenvolvimento dos serviços de infraestrutura no Brasil? É isso que será discutido no SingularityU Brazil Summit, onde você terá a oportunidade de saber ainda mais sobre como a tecnologia utilizada nos demais países pode vir a ajudar a solucionar as questões em nosso país. Fique de olho para conhecer os palestrantes que estão por vir!
Leia também: Novas economias: entenda o conceito e veja como elas transformam os negócios
Separamos um conteúdo bem interessante para você: Entenda o que é Neurociência comportamental e veja como utilizá-la como estratégia empresarial