Por Marcel Nobre, CEO da Beta Lab.
Na palestra “Beyond The Horizon: unleash the power of future AI” apresentada por Joe Kehoe e Jeremy Kolpak, da Avenade X, durante o SXSW 2024, foram discutidas diversas dimensões que moldam a evolução da inteligência artificial.
Na fala dos experts, destacaram o quanto a IA pode trazer impactos tanto positivos quanto negativos para a sustentabilidade, porém, seu potencial para ajudar é imensamente maior do que para prejudicar.
Três variáveis cruciais foram destacadas neste momento: o tamanho físico, o poder computacional e o consumo de energia.
Desde 2018, presenciamos uma transformação significativa nos processos que a IA está produzindo. Saímos de simples jogos de xadrez com previsão de jogadas para jogos muito mais complexos, repletos de interações e cenários diversos. A IA Generativa tem mostrado tamanha melhora, inclusive, nas suas produções de conteúdo.
Entretanto, foi necessário apontar tamanho consumo de energia nestas ações. Em um dado buscado por pesquisadores, os palestrantes mostraram que um prompt de IA pode gerar 4 a 5 vezes mais pegada de carbono do que uma simples pesquisa no Google.
Além disso, a geração de uma única imagem consome mais energia do que uma carga inteira de um celular, e mil imagens têm um impacto equivalente ao de dirigir 4,1 milhas.
Isso se torna ainda mais alarmante quando consideramos o uso indiscriminado da IA, especialmente quando oferecida gratuitamente para curiosos que a exploram sem limites.
Calma, há solução
Uma saída interessante apresentada foi o GenAI, que adiciona inteligência a qualquer dado e pode prever a quantidade de energia a ser produzida com base na previsão do tempo, ajudando empresas a otimizar sua produção de energia e reduzir seu impacto ambiental.
Aprofundando nesta problemática, Kehoe e Kolpak trouxeram também a importância de direcionar o marketing empresarial. Afinal, o ESG já está mudando algumas concepções, porém, agora há a necessidade de considerar métricas de impacto de carbono. Com tantos dados sobre o comportamento humano disponíveis, o relacionamento entre as marcas e os consumidores está se transformando.
No cerne dessa discussão está a ideia de que a IA otimiza e amplia a inteligência humana, fornecendo um aprendizado adaptativo que pode ajudar na consecução das metas de vida individuais.
E, ao projetarmos nosso olhar para o futuro, podemos imaginar um cenário em que, daqui a 20 anos, o machine learning aprenderá cada vez mais com essa tecnologia, ampliando seu uso para outras áreas, como o combate a doenças em larga escala.