Temos o mesmo sistema educacional há décadas e está mais do que claro que, ao longo desse tempo, os desafios continuaram a se tornar mais extremos a cada nova geração de crianças. Existem limitações severas que reduzem o potencial desse sistema – por exemplo, notas ou conceitos, matérias e restrições cognitivas e de desenvolvimento. A maneira como ensinamos tende a ser desmotivadora e prepara as crianças para o fracasso desde o início. Análise alguns dos principais desafios do nosso sistema educacional atual.
O sistema de notas não consegue mais motivar os alunos
No sistema educacional tradicional, a nota de um aluno começa no nível máximo e vai sendo reduzida a cada erro cometido. Na melhor das hipóteses, isso é desmotivador. Na pior, não tem nada a ver com o modo como o mundo funciona para os adultos. Talvez devamos aprender uma lição com mundo dos jogos eletrônicos, em que começamos do zero e vamos ganhando pontos a cada coisa que fazemos bem.
O modelo de aulas expositivas nem sempre atende às necessidades dos alunos
Na maioria das salas de aula, um professor fica à frente da classe e profere uma espécie de palestra, o que pode provocar confusão e tédio em muitos alunos. Esse modelo uniformizado de ensino é herança de uma era de escassez, quando bons professores e boas escolas eram raros. O tamanho da turma e o número de alunos por professor complicam ainda mais essa abordagem arcaica do ensino.
O conteúdo educacional não tem relevância para o mundo de hoje
Quanto do que as crianças aprendem no ensino fundamental ou médio é útil para elas mais tarde? As matérias atuais estão muito aquém do ideal em termos de ensinar as lições de vida importantes que toda criança precisa aprender para avançar com sucesso à idade adulta. Os alunos precisariam, ao invés, desenvolver sua aptidão para o pensamento crítico e adquirir habilidades de comunicação e colaboração – no que os conteúdos do currículo atual (e a prática de ensinar com vistas a testes e exames) geralmente deixam muito a desejar.
As escolas valorizam a conformidade mais que a imaginação
Os programas educacionais tradicionais têm tanta estrutura, memorização mecânica e aprendizado analítico que a oportunidade de criatividade é esmagada antes que possa se desenvolver completamente. Onde no ensino promovemos a imaginação?
O tédio está causando taxas alarmantes de abandono escolar
Se a tarefa de aprender na escola é algo chato, entediante ou destituído de emoção, os alunos tendem a não se dedicar a ela. Todos os dias, em média, 7.200 alunos abandonam o ensino médio, cerca de 1,3 milhão cada ano. Isso significa que apenas 69% dos alunos que começam o ensino médio o concluem quatro anos depois. E mais de 50% dos que abandonam a escola citam o tédio como o principal motivo.
“Resumindo, o modo como educamos nossas crianças precisa mudar radicalmente, dado o enorme potencial das tecnologias exponenciais, como inteligência artificial e realidade virtual.” – Peter H. Diamandis, fundador executivo e diretor da Singularity University.
*Texto traduzido e adaptado do Guia Exponencial do Futuro do Aprendizado, da Singularity University